Veículo: G1 Zona da Mata
Editoria: Notícias
Data: 22/11/2018
Título: UFJF divulga primeiras datas da Colação de Grau Unificada do segundo semestre de 2018
A Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) divulgou nesta quinta-feira (22) as datas para Colação de Grau Unificada do segundo semestre letivo de 2018.
Os eventos estão marcados para os dias 17 e 18 de dezembro, no Cine-Theatro Central.
Ao todo, 1.314 alunos participarão da cerimônia. A exceção é dos graduandos que serão avaliados no Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade).
Confira as datas e horários da Colação de Grau Unificada:
17 de dezembro
17h – Enfermagem, Farmácia, Fisioterapia, Medicina e Odontologia;
19h – Ciências Biológicas, Nutrição, Educação Física, Pedagogia e Letras;
21h – Ciências Humanas, Ciência da Religião, Ciências Sociais, Filosofia, Geografia, História e Arquitetura e Urbanismo.
18 de dezembro
17h – Engenharias Ambiental de Sanitária, Computacional, Elétrica, Mecânica e de Produção;
19h – Ciência da Computação, Ciências Exatas, Licenciatura em Computação, Física, Matemática, Química, Sistemas de Informação, Engenharia Civil e Estatística;
21h – Artes, Artes e Design, Artes Visuais, Cinema e Audiovisual, Design, Moda e Música.
Janeiro (data ainda não definida)
Administração, Administração Pública, Ciências Contábeis, Ciências Econômicas, Comunicação Social, Direito, Jornalismo, Psicologia, Serviço Social e Turismo.
Sem atrasos
A coordenadora do cerimonial da Diretoria de Imagem Institucional da UFJF, Ana Paula Dutra, orientou que os formandos cheguem com uma hora de antecedência ao local.
O tempo é necessário para que eles assinem os termos de comparecimento da Coordenadoria de Assuntos e Registros Acadêmicos (Cdara), vistam as becas, participem das fotografias e organizem a fila de entrada.
“É importante que os estudantes cheguem dentro do horário estimado para assegurar a presença em todas as etapas, evitando atrasos”, afirmou.
Cada estudante tem direito a cinco convites para a cerimônia, que ainda não estão disponíveis para retirada.
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Veículo: Tribuna de Minas
Editoria: Cidade
Data: 22/11/2018
Título: Morre Maurício Bara, médico e ex-professor da UFJF
Faleceu no fim da manhã desta quinta-feira (22), aos 85 anos, o médico e ex-professor da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) Maurício Gattás Bara. Na madrugada de ontem, Bara passou mal em sua residência e foi internado no hospital Albert Sabin, onde precisou passar por uma cirurgia de emergência no coração, à qual não resistiu. O velório acontece nesta sexta-feira (23), a partir das 14h, na Capela 1 do Parque da Saudade, e o enterro está previsto para acontecer no sábado (24), às 16h. O médico deixou três filhos e quatro netos.
Clínico geral e especialista em nefrologia, logo após se formar em medicina, Bara passou quatro anos trabalhando no Hospital das Clínicas da cidade de São Paulo, onde se aprofundou em diversas doenças e trouxe novidades para Juiz de Fora, tornando-se o pioneiro da hemodiálise no município, de acordo com Pedro Bara, irmão do médico. Ele iniciou seus trabalhos com o método na Santa Casa de Misericórdia, para posteriormente fundar sua clínica particular, onde ainda realizava atendimento. “Ele era uma pessoa muito querida. Era um esportista, jogava futebol e basquetebol. Era um torcedor do Tupi e não deixava de ir aos jogos. Ele sempre foi ativo em todas as suas atividades e até o último minuto da vida dele, estava trabalhando”, conta Pedro.
Por seus trabalhos e contribuição para a medicina na cidade, a Sociedade de Medicina e Cirurgia de Juiz de Fora, através de seu presidente, Elson Corrêa de Mello Junior, se manifestou em nota sobre o falecimento de Maurício Bara. “Apesar da imensa tristeza que envolveu a todos é nosso dever deixar registrado o nosso reconhecimento público ao papel que ele desempenhou ao exercer a medicina da forma mais nobre que um profissional pode dignificar qualquer uma de suas atividades.”
Em 2008, a Sociedade condecorou o profissional com a Medalha Mérito João Penido. Para a Sociedade, Bara “foi e sempre será uma referência ética e moral não só para os médicos mas também para os amigos e para todos que com ele tiveram a sorte de conviver.”
Na UFJF, Maurício Bara foi professor da Faculdade de Medicina por quase 28 anos, tendo ingressado na instituição em abril de 1968 e se aposentado em março de 1996. A Administração Superior da UFJF também lamentou o ocorrido em nota. “Uma trajetória marcada pelo atendimento diferenciado aos alunos, pacientes e cuja lembrança ficará marcada na instituição.”
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Veículo: Tribuna de Minas
Editoria: Cultura
Data: 22/11/2018
Título: Professor argentino Mario Carlón analisa o papel da televisão em simpósio na UFJF
Invenção quase centenária, a televisão se tornou o principal meio de comunicação e entretenimento do século XX, suplantando com folgas o rádio, o cinema e – não custa nada incluir nesta lista – a literatura e a música, entre outros. Sob muitos aspectos, a linguagem televisiva foi a principal mediadora e geradora de conteúdo para o público, tornando-se ferramenta muitas vezes imprescindível para política, religião, economia, sociedade etc. Os tempos, porém, são outros desde o advento e popularização da internet, e a televisão como conhecemos não tem mais o poder de outrora. Sob muitos aspectos, não é mais a mesma. Há quem argumente, inclusive, pelo fim da televisão – pelo menos como conhecemos.
Entre eles está o pesquisador e professor da Universidade de Buenos Aires, o argentino Mario Carlón, que participa nesta sexta-feira (23), às 19h, no auditório da Faculdade de Comunicação da UFJF, da mesa de conferência “Fluxos emergentes e linguagens expandidas”, que integra a programação da 11ª edição do Simpósio Nacional da ABCiber (Associação Brasileira de Pesquisadores em Cibercultura). Além de Carlón, participam da mesa os professores Theophilos Rifiotis, do departamento de antropologia da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), e Eugênio Rondini Ferreira, da Faculdade de Comunicação da UFJF. A moderação fica a cargo da professora Soraya Ferreira, também da UFJF.
Pensar a televisão no meio acadêmico pode ter uma série de vieses, e no caso de Mario Carlón é assunto que despertou seu interesse ainda na década de 1990, quando começou a trabalhar no meio e viu, na comunicação direta e na construção de acontecimentos por meio dessa linguagem e do espectador que daí surgia, temas que mereciam ser estudados mais profundamente – ainda mais por se tratar de uma época em que a tevê era predominante no tecido social. A crise propriamente dita na televisão começou a ser analisada por ele a partir da década passada, resultando na publicação de livros de sua autoria e também que reunissem análises de pesquisadores interessados na mesma questão, caso de “O fim da televisão” (2014).
Fim de um ciclo
Esta discussão, aliás, se tornou mais pertinente, até mesmo passional, por todas as mudanças pelas quais a televisão passou e enfrentou nesse período, que incluem a popularização da TV por assinatura, a internet, os serviços de streaming. “Um ciclo histórico acabou, que seria o fim da televisão que estabelecia estratégias de comercialização, que controlava a circulação de discursos. Foi acabando a partir dos últimos dez anos, quando surgiram outros fenômenos de produção e consumo que não têm a mesma lógica da televisão que conhecemos durante 60 anos”, argumenta.
“A Netflix, por exemplo, não é televisão, é produtora de conteúdo com uma lógica on demand, em que o espectador decide onde, quando e como assistir, totalmente distinta da lógica social de consumo da tevê”, prossegue. “Não é mais apenas quem produz, mas também de que forma esse discurso é recebido. As redes sociais transformaram todo o sistema midiático. A lógica, agora, é hipermidiática, os meios massivos são as redes sociais. A tevê continua sendo um meio de comunicação, mas que entrou em crise (por esses fatores).”
“Futuro limitado”
Para o professor argentino, doutor em ciências sociais pela Universidade de Buenos Aires, essa crise na televisão é progressiva, entretanto acentuada em determinados países em que as emissoras não souberam lidar com a situação. Ele destaca a queda de audiência nas emissoras de TV aberta na Argentina, que despencaram de 50 pontos há duas décadas para pouco mais de 25 e, atualmente, mal chega aos 15 pontos. “A TV está fragmentada, mas tem futuro certo, ainda que limitado. Os jovens não se interessam pela televisão. Ela segue importante para política, economia, celebridades, esporte, como a final da Copa do Mundo, por exemplo, mas precisa se reinventar, preparar novas formas de conteúdo.”
Ele ressalta o significante crescimento, nos últimos anos, de uma rede social que considera o “underground” da internet: o WhatsApp. “É uma rede social em que não sabemos quem produziu (o conteúdo), em quais condições e com qual objetivo ou interesse. É um verdadeiro fenômeno novo que permite uma grande circulação no underground, seja para campanhas sociais ou para quem busca sair impune. As outras redes sociais (Instagram, Facebook, Twitter) têm lógicas distintas, porém parecidas; o WhatsApp, não. Os conteúdos não podem ser controlados, e isso afeta as redes sociais e os meios massivos.”
Para entender o que mudou – e ainda está mudando
Mario Carlón diz assistir raramente à televisão, geralmente em momentos sociais e políticos importantes. Como diz, nessas horas a TV – mesmo em crise – ainda é muito importante por fazer a transmissão direta de eventos como competições esportivas, tragédias, casamentos reais. Se parece contraditório um estudioso da tevê dedicar pouco tempo de visualização ao seu objeto de estudo, ele explica: “Para mim, o mais importante é a ressignificação social desses meios, o fluxo entre os meios massivos e redes sociais. É preciso entender a circulação de sentidos nessas direções. O que me interessa é saber como a sociedade se modificou por meio dessas tecnologias, como se constroem os movimentos sociais a partir dessas novas possibilidades.”
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Veículo: Tribuna de Minas
Editoria: Esportes
Data: 22/11/2018
Título: Jogos das Atléticas de Humanas reúnem estudantes na Faefid
Nesse sábado (24) e domingo (25) acontecem os Jogos das Atléticas de Humanas (JAH) na Faculdade de Educação Física (Faefid) da UFJF. A segunda edição do evento deve contar com cerca de 160 estudantes das Universidades Federais de Juiz de Fora, Ouro Preto, Alfenas e Viçosa. O evento reúne atletas de 18 cursos que irão disputar cinco modalidades no feminino e masculino: vôlei, handebol, futsal, basquete e peteca, novidade para este ano. Os primeiros colocados de cada modalidade serão premiados com troféu e medalha. A atlética que mais pontuar levará o troféu para casa.
Segundo uma das organizadoras, a Presidente do Uldech (União Lúdico-Desportiva do Estudantes de Ciências Humanas) da UFJF, Victória Guarilha, o evento que começou apenas com a UFJF e a UFV, esse ano conta com mais participantes. “Aumentamos o formato do campeonato e chamamos duas universidades convidadas, a UFOP e a UNIFAL. A UFMG não pôde vir, pois estão terminando um campeonato interno lá. Para o ano que vem os planos são ainda maiores, entramos em contato com atléticas do Rio e de Minas que ficaram de fora. Por ser uma competição nova e não ter nenhuma empresa por trás do evento, até ganharmos credibilidade vai levar um tempo.”
A organizadora destaca ainda a importância dos jogos para os estudantes de Humanas. “O JAH é um espaço para dar um ponta pé nos jogos na área de Humanas, que geralmente não é valorizada no cenário esportivo universitário, enquanto vemos jogos muito grandes de Engenharia e Medicina”, destaca.
A tabela de jogos será disponibilizada nas redes sociais Instagram e Facebook. Os jogos serão abertos ao público e acontecem das 8h às 19h, com apresentações de cheerleaders da UFJF e UFV.
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Veículo: Tribuna de Minas
Editoria: Cidade
Data: 22/11/2018
Título: Dez personalidades receberão medalha na Câmara Municipal
Ações de campos e formatos diversificados chamam atenção para a necessidade de ampliação da Consciência Negra e da emancipação da população negra em todos os espaços, ao longo deste mês de novembro e, com maior ênfase, nessa semana, que concentrou boa parte das atividades realizadas em Juiz de Fora, em função do Dia da Consciência Negra (20).
Entre os eventos previstos, está a entrega da Medalha Nelson Silva, pela Câmara Municipal, que reconhece e dá visibilidade a pessoas físicas e jurídicas, por sua dedicação à produção, à difusão e ao engrandecimento das manifestações artístico-culturais e sociais da raça negra. Nesse ano, dez personalidades serão homenageadas: Marília do Nascimento, Elísima Ignes Lopes, Fernanda do Nascimento Thomaz, Fabrícia Valle, Josenira Monteiro de Souza, Luciana Aparecida de Oliveira, Marcus Vinícius David, Reginaldo Barbosa da Silva, Sebastião Fernando da Silva e Sebastião Pinheiro. A sessão solene de entrega da outorga está marcada para 29 de novembro.
No dia dedicado à Consciência Negra, a Comenda Jonicy de Barros Ramos deu visibilidade e promoveu o reconhecimento a 18 profissionais que se destacaram em suas áreas de atuação. A medalha, entregue pela Secretaria de Transporte e Trânsito (Settra), leva o nome do engenheiro civil e professor, que foi chefe de Departamento de Trânsito da Settra, onde também há uma biblioteca que recebeu seu nome.
Nós Sim
Na UFJF, a Semana da Consciência Negra começou com a criação e fortalecimento de vínculos, por meio da realização do 1º Encontro de Negros e Negras da UFJF, no qual a Reitoria reafirmou o comprometimento com o enfrentamento das desigualdades e com as pautas que dizem respeito à entrada e à permanência dos estudantes negros na instituição.
A reunião tinha como objetivo criar um espaço de acolhimento, de compartilhamento de experiências e vivências, contando com as vozes de professores, técnico-administrativas, alunos, representantes de órgãos como a Ouvidoria Especializada, a Diretoria de Ações Afirmativas (Diaaf) e o Fórum da Diversidade. A Diaaf, junto com o Coletivo Negro Resistência Viva e o Coletivo Descolônia, organizou o encontro.
A UFJF trabalhou em seu vídeo institucional uma série de vivências de racismo, com o mote “Nós Sim”. A ideia permeou outras ações. Entre elas, o convite a cinco artistas, alunos da UFJF, para grafitar 14 banners espalhados pela instituição. Conforme a Diretoria de Imagem Institucional, a ideia é que toda a campanha se baseasse em negros falando para outros negros, isso envolveu desde a equipe de produção até as pessoas que passaram a estampar os banners. Até a ideia de trabalhar com o graffiti reforça esse recado de ocupação dos espaços. O intuito é conseguir mudar dados, como os expostos na campanha de 2017, quando o Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE) mostrava que apenas 12,8% dos negros (pretos e pardos), entre os 18 e os 24 anos eram estudantes em instituições de ensino superior brasileiras.
Ter esse respaldo para o pixo, o graffiti, a tag permite que as pessoas vejam esses trabalhos com outros olhos, e o recado é de que a universidade também abraça todas essas manifestações. O artista e estudante do 6º período do Bacharelado Interdisciplinar de Artes e Design, Roko (@SBDM_Roko), que também faz parte do Coletivo Submundo (@SBDM_Corp) e do Coletivo Descolônia (@coletivodescolonia), relembra, justamente, que o graffiti é um dos pilares da cultura hip hop, junto com o break, o DJ e o MC. “Ele nasce para ser resistência e se mantém com essa missão. No período que vivemos, é importante a gente perceber isso, pensar que já vencemos coisas muito ruins e vamos continuar resistindo.”
O artista diz sentir uma satisfação muito grande ao ver o seu trabalho sendo reconhecido e pensado. “É gratificante ver que as pessoas enxergam representatividade nessas imagens. Quero que as pessoas vejam meu nome, percebam que eu sou uma pessoa comum e que elas também podem ocupar esse local, sendo e desenvolvendo o que elas quiserem ser. Estando em um espaço que nos foi tomado há séculos. O espaço da universidade pública precisa ser retomado por nós, negros, porque ele também nos pertence”.
Na base
Nas escolas, os estudantes são estimulados a fazer buscas e a aprender mais sobre a história do continente africano e, por meio dela, aprender mais sobre a do Brasil. Essa época, pela agenda das escolas, é o momento para inserir de maneira mais enfática a temática em trabalhos e exposições. A professora Kery Cristian Moura e Silva trabalha em duas instituições, na Escola Municipal Jesus de Oliveira, como coordenadora, e na Escola Estadual Juscelino Kubitschek, no Santa Luzia, como professora de projetos. Na primeira, haverá um evento em que serão apresentados trabalhos relativos à Consciência Negra, na manhã desta sexta-feira, a partir das 10h, já na segunda, será realizada uma feira multitemática, em que o assunto será um dos destaques. Em ambas, há uma preocupação de ressaltar o protagonismo da produção dos alunos.
Para Kery, as escolas precisam encontrar meios de trabalhar a consciência negra ao longo do ano, expandindo o aprendizado para além do conteúdo programático de novembro. “Temos como trabalhar com a Consciência Negra em todos os temas possíveis. Em uma das escolas que trabalho, que se situa em uma comunidade, a maioria dos estudantes é negra, e eles dizem sentir que a sociedade não os aceita. Quando tocamos nesse tema, eles se sentem agradecidos, falam, se colocam, perguntam, questionam. Precisamos valorizar e reconhecer essa demanda que vem deles também. Nesse sentido, as escolas fazem um trabalho de suma importância, e precisamos levar isso para um número maior de alunos”, considera.
A professora diz que o maior desafio dos profissionais, dentro e fora das salas de aula, é fazer com que essas crianças e jovens entendam que ainda há um terreno muito vasto esperando para ser ocupado. “O preconceito, infelizmente, ainda existe e é muito forte. Eles se preocupam muito. Então, toda vez que eles dizem que a sociedade não tem espaço para eles, o nosso papo é mostrar o quanto as pessoas negras já conquistaram, que esse legado não vai se perder e que ainda é preciso avançar muito mais.”
Tocar na ferida e sensibilizar
Abrir o diálogo em ambientes em que a presença negra ainda é muito restrita também é outro foco de ações. O evento “Com Ciência Negra”, realizado pelo Programa de Educação Tutorial da Engenharia Civil (PET Civil) da UFJF, debateu sobre racismo institucional e estrutural. Participaram a professora do Departamento de Física, Zélia Maria da Costa Ludwig, a doutora honoris causa pela UFJF e integrante do coletivo Vozes da Rua, Adenilde Petrina Bispo, e a doutoranda em História pela UFJF, Giovana de Carvalho Castro. Elas estiveram na mesa-redonda “A representatividade negra no cenário científico e tecnológico brasileiro após 130 anos da abolição da escravatura”´, na última quarta-feira (22).
A intenção era sensibilizar estudantes e professores sobre a influência de toda essa história sobre a entrada e permanência de alunos negros no ensino superior e, até mesmo, na educação básica, a partir das vivências das participantes do ambiente acadêmico. Abordando entre os temas, as cotas e o colorismo.”
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Veículo: Estadão
Editoria: Política
Data: 22/11/2018
Título: Após bancada evangélica vetar educador, Bolsonaro anuncia colombiano para Educação
O presidente eleito, Jair Bolsonaro, anunciou na noite desta quinta-feira pelas redes sociais que o professor colombiano Ricardo Vélez Rodríguez será o futuro ministro da Educação. Nome desconhecido da comunidade educacional, crítico ao Enem e com afinidade ao Escola sem Partido, hoje ele é professor-colaborador do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Religião da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).
“Gostaria de comunicar a todos a indicação de Ricardo Vélez Rodríguez, filósofo autor de mais de 30 obras, atualmente Professor Emérito da Escola de Comando e estado Maior do Exército, para o cargo de Ministro da Educação”, escreve Bolsonaro no Twitter.
A indicação do professor ocorre um dia depois de a bancada evangélica vetar o educador Mozart Neves, diretor do Instituto Ayrton Senna, para o cargo. Ele era crítico do projeto Escola sem Partido, uma das principais bandeiras do presidente eleito.
À tarde, Bolsonaro se reuniu por três horas na Granja do Torto, em Brasília, com o procurador regional do Distrito Federal, Guilherme Schelb, que também era cotado para o cargo. Ao deixar o local, Schelb admitiu ter apoio “muito significativo” da bancada evangélica e reafirmou ser a favor do movimento Escola sem Partido. Depois que saiu o anúncio de Vélez Rodríguez, Schelb parabenizou o presidente pela indicação.
Futuro ministro tem afinidade com Escola sem Partido e é crítico ao Enem
O professor é um desconhecido na comunidade educacional. Ele mantém um blog em que, em 7 de novembro, conta que foi indicado pelo filósofo Olavo de Carvalho a Bolsonaro para comandar a Pasta.
No texto, ele diz que é preciso “refundar” o Ministério da Educação no “contexto da valorização da educação para a vida e a cidadania a partir dos municípios” e que será o ministro da Educação para “tornar realidade, no terreno do MEC, a proposta de governo externada pelo candidato Jair Bolsonaro, de “Mais Brasil e Menos Brasília”. Diz ainda que Bolsonaro venceu porque representou a insatisfação de todos os brasileiros contra governos petistas.
O professor também critica outros nomes que foram pensados para o MEC, como o da presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), Maria Inês Fini. Para o futuro ministro, o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), prova que ela é responsável atualmente, é um “instrumento de ideologização”.
Sobre educação, Vélez Rodríguez escreve de maneira complicada, mas deixa clara sua afinidade com projetos como Escola sem Partido. Diz em seu blog que os brasileiros estão “reféns de um sistema de ensino alheio às suas vidas e afinado com a tentativa de impor, à sociedade, uma doutrinação de índole cientificista e enquistada na ideologia marxista, travestida de ‘revolução cultural gramsciana’, com toda a corte de invenções deletérias em matéria pedagógica como a educação de gênero”. Para ele, essa educação atual estaria “destinada a desmontar os valores tradicionais da nossa sociedade, no que tange à preservação da vida, da família, da religião, da cidadania, em soma, do patriotismo.”
O professor também tem um livro em que critica o PT, de 2015, chamado A Grande Mentira – Lula e o Patrimonialismo Petista. Na contracapa, diz que o partido conseguiu “potencializar as raízes da violência”, mediante a disseminação “de uma perniciosa ideologia que já vinha inspirando a ação política do Partido dos Trabalhadores: a ‘revolução cultural gramsciana’”.
Ensino médio. Vélez Rodríguez elogiou em artigo para a Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) a medida provisória do presidente Michel Temer que instituiu a reforma do ensino médio, em 2017. Para ele, a etapa de ensino foi tomada pela “militância petista”. O resultado, segundo o futuro ministro, foi a “progressiva ineficiência do sistema e a ideologização do processo educacional, com a substituição de matérias fundamentais por suspeitos currículos em que a educação de gênero e outras propostas estapafúrdias contrárias aos valores da família brasileira passaram a ser veiculadas”.
O filósofo se posiciona contra as cotas raciais, também em texto para a universidade. Vélez Rodríguez as considera um “paliativo que jogam para frente a exclusão”.
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Veículo: Nova Escola
Editoria: Notícias
Data: 23/11/2018
Link: https://novaescola.org.br/conteudo/13694/foi-a-melhor-nomeacao-de-bolsonaro-diz-filosofo-liberal
Título: “Foi a melhor nomeação de Bolsonaro”, diz filósofo liberal
MARTIM VASQUES DA CUNHA: Não conheço o Ricardo pessoalmente, mas sempre ouvi excelentes palavras sobre ele, de muitas pessoas. E eu conheço [a obra de Ricardo] porque ele faz parte de uma linha do liberalismo clássico que quase desapareceu no Brasil. Ele faz parte de uma geração de pessoas como [o diplomata e escritor] José Osvaldo de Meira Penna, [o advogado e filósofo] Paulo Mercadante, [o economista] Roberto Campos, [o historiador] Antônio Paim.
Mais do que isso, ele sabe como a Educação é estruturada. Não faz muito tempo, ele escreveu o livro Da Guerra à Pacificação – a Escolha Colombiana, que é uma coletânea de textos que explicam como a Colômbia venceu o narcotráfico por meio da disseminação da cultura com a Educação. Por isso, eu acho que de todas as escolhas [do Bolsonaro], essa foi a melhor. Nesse aspecto é melhor que o Moro [Sérgio Moro, futuro ministro da Justiça e da Segurança Pública]. E ele tem um temperamento independente pra não ficar refém. Ele não vai ser Olavette [referência aos seguidores do filósofo Olavo de Carvalho]. Apesar de defender o Escola Sem Partido, ele não é a favor desse autoritarismo no qual o projeto se transformou.
No texto em que ele elenca o que pretende fazer no MEC, Ricardo diz que vai criar um sistema descentralizado, a partir dos municípios. O senhor acha que isso é possível?
Não tem como saber porque isso não aconteceu no Brasil. O MEC de hoje ainda é muito influenciado pelo espírito do Estado Novo. O Capanema [Gustavo Capanema (1900-1985), ministro da Educação entre 1934 a 1945] centralizou todo o processo educativo. Então, se ele conseguir implantar isso, será uma coisa nova. E é um pouco o que o Bolsonaro quer fazer em todas as áreas.
Uma das coisas que eles precisam saber é que ele é um dos maiores especialistas em Tocqueville [Alexis de Tocqueville (1805-1859), pensador liberal francês]. Ele é referência internacional nesse assunto e em América Latina. A ideia de descentralização está bem baseada nas ideias liberais.
O novo ministro faz muitas críticas a essa burocracia. Como ele vê o estado?
Uma coisa que você tem que entender é que ele não está falando do patrimonialismo do Raimundo Faoro, [que tem] um conceito vago, e sim do Antônio Paim. O Faoro entende que patrimonialismo é transformar a coisa pública em privada, e vê nisso o principal motivo do nosso atraso. Já o Paim vai um pouco além. Ele argumenta que existem o patrimonialismo tradicional, dos senhores de engenho, o tecnocrata que seria representado por PMDB, PSDB e similares, e o socialista, que é o PT. Na realidade, essa ideia se baseia muito em Weber [Max Weber (1864-1920), sociólogo alemão], que está falando do estado alemão da sua época. O Paim e esses intelectuais vão transpor esse conceito para o Brasil.
Mas sendo intelectual que nunca ocupou cargos, como ele vai lidar com a estrutura administrativa?
O Ricardo é um acadêmico que não vive num mundo abstrato. Não é um intelectual de gabinete. Ele é um cara muito respeitado, ele trabalha na Universidade de Juiz de Fora (UFJF). Isso não exclui a possibilidade do rigor acadêmico. O que ele não tem é trânsito na USP, na Unicamp, nas faculdades que são esquerdistas. Mas transitar bem na universidade não é garantia de nada. O Janine [Renato Janine Ribeiro, ex-ministro da Educação] também tinha toda a bagagem e não conseguiu administrar nada.
Agora, o estado é quase um ser vivo orgânico. O Ricardo explica isso muito bem nos livros dele. Mas eu não sei dizer se ele vai conseguir fazer o que pretende porque não tenho intimidade com a estrutura burocrática. Se eles [os funcionários da burocracia do MEC] não estiverem unidos ao Ricardo, não adianta nada ele querer influenciar o MEC. Não é nem uma questão de maldade, é de cultura. Esse é o modo como Brasília funciona.
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Veículo: Tribuna de Minas
Editoria: Cidade
Data: 23/11/2018
Título: UFJF tem ações de combate ao câncer neste domingo
O Dia Nacional de Combate ao Câncer é celebrado em 27 de novembro. Em Juiz de Fora, a data será lembrada antecipadamente neste domingo (25), no campus da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), com o evento Troque o Medo por Esperança, da Ação Nacional de Combate ao Câncer. A iniciativa da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO) é coordenada, na cidade, pelo vice-presidente do órgão, o médico juiz-forano Alexandre Ferreira Oliveira.
Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), o número de novos casos de cânceres pode chegar a 600 mil no país este ano. O evento vai acontecer na Praça Cívica, das 8h às 13h, com ações de prevenção contra a doença, como vacinação contra o HPV, orientações nutricionais, esclarecimento de dúvidas sobre câncer, apresentação de vídeos informativos, atendimento do Ascomóvel – ônibus itinerante da Ascomcer -, atividades físicas e de lazer e apresentação de banda de música. A iniciativa também acontece em capitais e grandes cidades do país.
Além da UFJF, a ação conta com a parceria da Prefeitura de Juiz de Fora, Ascomcer, Movimento Todos Juntos Contra o Câncer e Forças Armadas.
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Veículo: Tribuna de Minas
Editoria: Serviços
Data: 23/11/2018
Título: Escada que liga o campus da UFJF ao Bairro Dom Bosco passa por reforma
A escadaria que liga o campus da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) ao Bairro Dom Bosco, na Zona Sul de Juiz de Fora, está passando por obras. A escada existe desde antes da construção do campus e possui apenas uma parte de degraus concretados. A Pró-Reitoria de Infraestrutura (Proinfra) da instituição federal está estendendo a escada até o bairro. O acesso receberá iluminação e corrimão, o que visa a melhoria da segurança e acessibilidade de quem transita pelo local. Quando a obra for concluída, moradores do bairro farão grafites e pinturas no acesso.
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Veículo: Poder 360
Editoria: Governo
Data: 23/11/2018
Título: Futuro ministro da Educação defende ‘valores tradicionais, família e moral’
O futuro ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez, defendeu nesta 6ª feira (23.nov.2018) a preservação de valores tradicionais, da família e da moral como forma de condução da pasta. O colombiano naturalizado brasileiro diz que a sociedade é “em sua essência, conservadora“.
“Pretendo colocar a gestão da Educação e a elaboração de normas no contexto da preservação de valores caros à sociedade brasileira, que, na sua essência, é conservadora e avessa a experiências que pretendem passar por cima de valores tradicionais ligados à preservação da família e da moral humanista”, afirmou.
O ministro anunciado divulgou 1 comunicado sobre como quer conduzir o ministério a partir do ano que vem. Leia a íntegra.
Vélez Rodríguez critica a “instrumentalização da educação com finalidade político-partidária“.
“A instrumentalização ideológica da educação em aras de um socialismo vácuo terminou polarizando o debate ao longo dos últimos anos”, afirma.
Ele ainda se coloca contra a “discriminação de qualquer tipo” e defende o fortalecimento dos municípios como “foco na organização da nossa legislação educacional“.
O futuro ministro termina o comunicado com o slogan de campanha de Jair Bolsonaro “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”.
Além do comunicado, Vélez Rodríguez expõe opiniões em blog pessoal. O futuro ministro tem livros publicados.
Bolsonaro anunciou o professor e filósofo colombiano Ricardo Vélez Rodríguez como ministro da Educação nesta 5ª, por meio de sua conta no Twitter.
O colombiano tem apoio da bancada evangélica no Congresso.
QUEM É RICARDO VÉLEZ RODRÍGUEZ
Ricardo Vélez Rodríguez nasceu em Bogotá, na Colômbia. Graduou-se em Filosofia pela Universidade Pontifícia Javeriana (1964) e em Teologia pelo Seminário Conciliar de Bogotá (1967). Tem mestrado em Filosofia pela PUC-RJ (Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro) (1974) e doutorado em Filosofia pela Universidade Gama Filho (1982).
O futuro ministro é conferencista e membro do conselho consultivo da Universidade Católica Portuguesa (Lisboa), professor associado da Universidade Federal de Juiz de Fora e professor emérito da ECEME.
Vélez tem experiência na área de Filosofia, com ênfase em História da Filosofia, atuando principalmente nos seguintes temas: pensamento brasileiro, filosofia brasileira, filosofias nacionais, liberalismo e moral social.
Pertence à Academia Brasileira de Filosofia, ao Instituto Brasileiro de Filosofia, ao Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, ao PEN Clube, ao Conselho Técnico da Confederação Nacional do Comércio e ao Instituto de Filosofia Luso-Brasileira (Lisboa).
Em 2015, o Vélez criou, na UFJF (Universidade Federal de Juiz de Fora), o Centro de Pesquisas Estratégicas “Paulino Soares de Sousa”, do qual é coordenador.
Na UFJF, o colombiano é também coordenador do Núcleo de Estudos Ibéricos e Ibero-Americanos, do Núcleo Tocqueville-Aron de Estudos sobre as Democracias Contemporâneas, do Núcleo de Estudos sobre Madame de Staël e o Romantismo e do Núcleo de Cosmologia e Filosofia da Ciência.
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Veículo: Tribuna de Minas
Editoria: Cultura
Data: 23/11/2018
Título: Exposição e livro revelam diário de Arlindo Daibert
“A sanidade não passa de um dado a mais ou a menos”, escreveu Arlindo Daibert em seu diário no dia 27 de novembro de 1973, no estado da Guanabara, nome que passou a Rio de Janeiro dois anos mais tarde. “O fluxo criador é o mesmo nos esquizofrênicos ou nos normais”, acrescentou o artista no registro que dava conta de sua visita ao carioca Hospital Psiquiátrico do Engenho de Dentro e o Museu do Inconsciente de Nise da Silveira, médica revolucionária pela introdução da arte no tratamento de pacientes psiquiátricos. A premissa defendida pelo juiz-forano morto há 25 anos revela-se plena em coerência ainda hoje.
Considerada uma das principais – senão a principal – exposição do país, a Bienal de São Paulo, em cartaz em sua 33ª edição, traz em um de seus setores, sob curadoria da artista Sofia Borges, trabalhos realizados por nomes consagrados e artistas revelados no espaço criado e coordenado por Nise da Silveira. Um dos eixos da proposta recente é a certeza de que a arte pode se estabelecer distante da consciência. Arlindo, portanto, permanece fazendo sentido. Em suas criações e em seus pensamentos, como comprova “Diário: Excertos” (Editora UFJF/MAMM), livro organizado por Júlio Castañon Guimarães e Ronald Polito com trechos do diário de Arlindo Daibert.
A obra de 303 páginas tem lançamento nesta sexta, 23, às 19h30, no Museu de Arte Murilo Mendes (Mamm), quando também será inaugurada a exposição “Retratos do artista: Arlindo Daibert”, com documentos, fragmentos do diário, cartas, fotografias, relatos de exposições e eventos de que participou e cartões postais compartilhados pelo artista com familiares, amigos e seus pares. Ainda integra a mostra trabalhos de Arlindo, convidado da 15ª edição da Bienal de São Paulo, em 1979 (sobre a qual ele fala no diário), e de muitas outras prestigiadas exposições e coleções nacionais e internacionais. “Recomecei a desenhar. É preciso desenhar mais para saber até onde o raciocínio chega”, escreveu o artista em seu diário no dia 7 de fevereiro de 1980.
“Os fragmentos transcritos do diário contêm diversas pistas para a interpretação de obras específicas de Arlindo ou de séries que desenvolveu, além de fornecerem elementos para conhecermos as posições do artista com relação às artes plásticas, em particular, e às artes em geral, como a literatura e o cinema. Por certo, novos trabalhos que se dedicarem à obra do autor terão de levar em conta esses excertos para uma compreensão mais aprofundada do que ele fez”, ressalta o poeta, ensaísta e historiador Ronald Polito, um dos organizadores do livro que se soma a outras fundamentais publicações póstumas, como “Caderno de escritos” (7 Letras), de 1995, “Arlindo Daibert: Depoimento” (C/Arte Editora), de 2000, e “Arlindo Daibert: Fortuna crítica” (Editora UFJF/MAMM), de 2011.
‘Procuro mudar o rumo da minha vida’
“Focados preponderantemente nas referências sobre obras que realizou ou iria realizar, nas viagens e interesses artísticos e culturais, os excertos aqui apresentados denotam a sensibilidade do artista na produção de um espaço particular, onde se combinam e se misturam, numa refinada dimensão intelectual, reflexões sobre aspectos inconscientes do trabalho artístico, as possíveis articulações entre artes visuais e literatura, decisões a serrem tomadas, situações e eventos”, reforça, no prefácio da obra, Ricardo Cristofaro, aluno de Arlindo e hoje professor do Instituto de Artes e Design e diretor do Museu de Arte Murilo Mendes, cujo acervo se formou a partir de esforço do autor das aclamadas séries “Macunaíma”, “Alice no país das maravilhas” e “Grande sertão: Veredas”.
O trabalho de mediação para trazer as coleções bibliográficas e pictóricas de Murilo Mendes para Juiz de Fora, inclusive, marca o último registro do diário de Arlindo publicado no livro. Em 12 de agosto de 1993, escreveu o artista: “41 anos comemorados da maneira mais estranha: trabalhando. O dia começou com uma série de decisões que diminuíram meu nível de ansiedade e tensão. Comuniquei ao MEC e à UFJF meu afastamento do ‘affaire Murilo Mendes’. Procuro mudar o rumo da minha vida e mergulhar no GS:V (Grande Sertão: Veredas). Passei meu aniversário numa sala de edição trabalhando num vídeo-demo da exposição. Como primeira experiência na área, posso dizer que os resultados foram muito bons. Amanhã me dedico à gráfica. Muito trabalho ainda até a exposição estrear mas acho que os resultados serão positivos. Feito o balanço: tive um ‘feliz aniversário’”. Apenas 16 dias depois desse registro, Arlindo Daibert faleceu.
“Arlindo foi um contemporâneo de seu tempo, estava bem informado sobre o que acontecia nas artes plásticas no Brasil e em certos nichos do exterior. Obviamente, ele possui posições específicas sobre esse campo. Essas opiniões interessam para os estudiosos das artes plásticas no Brasil no período coberto por suas anotações, ou seja, de 1973 a 1993”, defende Polito, que ao lado de Castañon Guimarães teve o zelo e a delicadeza de preservar a intimidade de Daibert, tornando público apenas os episódios que ajudam a revelar a grandiosidade do artista, como os desenhos que ilustram o livro, também extraídos das páginas do diário. “Eles tornam mais concretas as ideias que ele está desenvolvendo. Além disso, possibilitam em alguns momentos compreender seus interesses variados e permitem que observemos o virtuosismo que o caracterizou”, finaliza Polito.
DIÁRIOS: EXCERTOS Lançamento do livro de Arlindo Daibert (organização de Júlio Castañon e Ronald Polito) e abertura da exposição “Retratos do Artista: Arlindo Daibert”, nesta sexta, 23, às 19h30, no Museu de Arte Murilo Mendes (Rua Benjamin Constant 790 – Centro)
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Veículo: Tribuna de Minas
Editoria: Política
Data: 23/11/2018
Título: Bolsonaro anuncia professor ligado à UFJF para Educação
O presidente eleito, Jair Bolsonaro, anunciou na noite desta quinta-feira (22) pelas redes sociais que o professor colombiano Ricardo Vélez Rodríguez será o futuro ministro da Educação. Crítico ao Enem e com afinidade ao Escola sem Partido, hoje ele é professor-colaborador do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Religião da UFJF. “Gostaria de comunicar a todos a indicação de Ricardo Vélez Rodríguez, filósofo autor de mais de 30 obras, atualmente Professor Emérito da Escola de Comando e estado Maior do Exército, para o cargo de Ministro da Educação”, escreve Bolsonaro no Twitter.
A indicação do professor ocorre um dia depois de a bancada evangélica vetar o educador Mozart Neves, diretor do Instituto Ayrton Senna, para o cargo. Ele era crítico do projeto Escola sem Partido, uma das principais bandeiras do presidente eleito.
À tarde, Bolsonaro se reuniu por 3 horas na Granja do Torto, em Brasília, com o procurador regional do Distrito Federal, Guilherme Schelb, que também era cotado para o cargo. Ao deixar o local, Schelb também admitiu ter apoio “muito significativo” da bancada evangélica e reafirmou ser a favor do movimento Escola Sem Partido. Depois que saiu o anúncio de Vélez Rodríguez, Schelb parabenizou o presidente pela indicação.
Blog
O professor é um desconhecido na comunidade educacional. Ele mantém um blog em que, em 7 de novembro, conta que foi indicado pelo filósofo Olavo de Carvalho a Bolsonaro para comandar a pasta.
No texto, ele diz que é preciso “refundar” o Ministério da Educação no “contexto da valorização da educação para a vida e a cidadania a partir dos municípios” e que será o ministro da Educação para “tornar realidade, no terreno do MEC, a proposta de governo externada pelo candidato Jair Bolsonaro, de Mais Brasil e Menos Brasília”. Diz ainda que Bolsonaro venceu porque representou a insatisfação de todos os brasileiros contra governos petistas. No blog, Vélez também deixa claro que foi indicado ao presidente eleito por Olavo de Carvalho.
O professor também é critico de outros nomes que foram pensados para o MEC, como a da presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), Maria Inês Fini. Para o futuro ministro, o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), prova da qual ela é responsável atualmente, é um “instrumento de ideologização”.
Escola sem Partido
Sobre educação, Vélez escreve de maneira complicada, mas deixa clara sua afinidade com projetos como Escola sem Partido. Diz em seu blog que os brasileiros estão “reféns de um sistema de ensino alheio às suas vidas e afinado com a tentativa de impor, à sociedade, uma doutrinação de índole cientificista e enquistada na ideologia marxista, travestida de ‘revolução cultural gramsciana’, com toda a coorte de invenções deletérias em matéria pedagógica como a educação de gênero”. Para ele, essa educação atual estaria “destinada a desmontar os valores tradicionais da nossa sociedade, no que tange à preservação da vida, da família, da religião, da cidadania, em soma, do patriotismo.”
O professor também tem um livro em que critica o PT, de 2015, chamado “A Grande Mentira. Lula e o Patrimonialismo Petista”. Na contracapa, diz que o partido conseguiu “potencializar as raízes da violência”, mediante a disseminação “de uma perniciosa ideologia que já vinha inspirando a ação política do Partido dos Trabalhadores: a ‘revolução cultural gramsciana’”.
Colega de departamento vê indicação com otimismo
Colega no departamento de Filosofia da UFJF por mais de 20 anos, o professor Juarez Gomes Sofiste vê com otimismo a indicação de Vélez para o MEC. Dispostos em pontos opostos no espectro ideológico da política brasileira, Sofiste conta que Vélez sempre foi uma pessoa “simples, de boa convivência” dentro da universidade, e nunca escondeu ser contra ao que chamou de “marxismo da educação brasileira”.
“De fato, ele já manifestou que seria um antimarxismo, que a educação brasileira tem esse perfil ideológico, do Paulo Freire, e que tem que voltar para uma educação mais técnica e menos ideológica. É uma posição dele e nunca escondeu isso”, conta.
Dentre as mudanças que poderão ser implementadas por Vélez, Sofiste acredita que a chegada do novo ministro poderá trazer uma maior perspectiva de valorização das disciplinas de ciências humanas, no âmbito da discussão da Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Outro ponto de destaque na gestão poderá ser o combate ao que chama de “patrimonialismo brasileiro” e um enfoque maior para a educação básica.
“Ele é um cara ligado à educação, conhece os problemas que existem no trato da educação básica brasileira, que é um gargalo. Tenho uma perspectiva boa, que ele vá atacar problemas históricos da educação brasileira. Ele mesmo já falou, a valorização do professor é uma coisa séria nesse país”, conclui.
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Veículo: Tribuna de Minas
Editoria: Esportes
Data: 23/11/2018
Link: https://tribunademinas.com.br/noticias/esportes/23-11-2018/juiz-foranos-na-selecao-b-de-rugby.html
Título: Juiz-foranos na Seleção B de Rugby
A rivalidade entre Brasil e Argentina chega agora ao Rugby League, na 1ª Copa Sul-Americana da modalidade, que acontece entre os dias 23 e 25 de novembro no Clube de Campo do Palmeiras, em São Paulo (SP). O Brasil teve sua primeira participação em campeonatos internacionais no ano passado da modalidade, quando disputou pelo Campeonato Latino Americano e perdeu para o Chile e a Colômbia. Esse ano, a Seleção possui duas equipes: enquanto a Seleção A enfrenta Colômbia e Argentina sexta-feira e domingo, a equipe B enfrenta os hermanos em uma dobradinha sábado e domingo. Entre os atletas convocados para o time brasileiro de acesso estão os juiz-forano João Paulo da Silva, 24 anos, e Victor Gerhaim, 28, – que não poderá comparecer aos primeiros jogos, mas continua como membro da equipe.
“O encontro com a Argentina nunca é fácil, é uma equipe muito forte”, avalia João Paulo. “Não sei se o League é uma modalidade muito jogada lá, mas no Union eles são muito grandes. Na última Copa do Mundo eles terminaram em quarto e bateram de frente com grandes equipes. Vai ser um jogo duro, mas é sempre bom jogar contra uma equipe tão experiente, que vive bastante esse esporte tanto quanto o futebol.”
A seletiva dos atletas ocorreu no final de outubro em São Lourenço (MG), durante o Campeonato Brasileiro de Rugby League com 13 jogadores. Para participar, cinco jogadores do Guarás Rugby se uniram a atletas cariocas representando o Estado do Rio de Janeiro no campeonato, onde apenas os dois juiz-foranos foram convidados a vestir a camisa amarela. Apesar de não poder participar dos primeiros amistosos por motivos pessoais, Victor reconhece a relevância da oportunidade também para o time juiz-forano, do qual é técnico.
“Essa fase é muito importante para nós porque traz uma visibilidade que o time daqui nunca teve. Os principais times de Minas estão a uma distância muito grande para disputarmos o campeonato de Union no estado e, por não sermos do Rio, não temos tanto acesso aos campeonatos cariocas. Então nossos atletas ficam perdidos, sem muita visibilidade nacional. Com o League conseguimos esse feito de participar de uma competição de nível nacional e ter vaga na Seleção, disputando um Sul-Americano.”
Primeiros passos
Com uma Seleção ainda muito recente, o Brasil começa a se preparar para participações internacionais e, segundo João Paulo da Silva, deve receber a visita da Rugby League International Federation (RLIF) para avaliar a equipe durante os próximos jogos. “A Seleção A já tinha começado, mas parece que não era tão formal, tanto que a Confederação de Rugby League está sendo formada agora e estão correndo atrás de patrocínio. Ano passado a Seleção já jogava e viajaram para o Chile, mas agora que vão estrear o uniforme da Seleção Brasileira, oficializar o time e marcar território. Ainda não está muito definido, mas a ideia é termos cerca de 35 atletas para disputar a Copa de Rugby League para países emergentes em 2021 e estão focados nisso”, explica o atleta e relembra a importância em se ter duas equipes. “Para ter uma Seleção forte, porque cria-se uma vontade da A jogar melhor, já que tem jogadores da B de olho na vaga dele, e incentiva o jogador da B que quer jogar melhor para ascender à A.”
Além dos juiz-foranos, a Seleção B reúne ainda atletas fluminenses, mineiros, paulistas e paranaenses. Sem tempo de treinamento, os atletas se reunirão pela primeira vez no jogo de estreia, um desafio a mais para a equipe brasileira. “A gente vai ter que conhecer a equipe na hora e arrumar um jeito de dar certo”, comenta João Paulo. “O treinador já vem conversando com a gente, vendo maneiras de conseguir ter essa adaptação de forma mais rápida. É o primeiro jogo da equipe, então a gente espera o normal de um time que está se conhecendo agora. Mas a intenção é que tenha mais treinos para a frente.”
Do Guarás à Seleção
O interesse dos jogadores juiz-foranos começou há poucos anos. João Paulo é estudante de Direito e conheceu o esporte quando ainda estava no ensino médio, assistia a alguns jogos e passou a treinar no JF Rugby em 2013. Já Victor Gerhain tem uma história com mais experiências na modalidade. Além de ter feito um intercâmbio na Austrália pela faculdade de Farmácia, pode praticar no país 11 vezes campeão da Copa do Mundo de Rugby League, além de ter sido capitão do Guarás Rugby, onde atua hoje como técnico. “Comecei em 2011, sabia pouco sobre o que era o rugby, sabia que era como o futebol americano, mas sem proteção nenhuma. Um dia encontrei um colega e ele disse que estava indo treinar, depois fui com ele. Acho que perdi apenas uns dois treinos desde lá. Fundamos o time na UFJF, o Guarás. Aproveitei o intercâmbio na Austrália, pelo Ciências sem Fronteiras, para jogar rugby e estou jogando até hoje.”
Acostumados ao estilo Union 7s (7 jogadores), os atletas já disputaram campeonatos pela modalidade olímpica no Guarás e estão agora se adaptando às regras e ao ritmo do jogo de 13. “O League é mais simplificado que o Union. É um jogo mais corrido, com uma pontuação menor, mais dinâmico. Demanda mais físico, preparo dos atletas e técnica, que se não tiver, acaba machucando muito”, explica João Paulo.
Na Seleção, João Paulo será a camisa 14, como centro, uma posição que atua na organização do time e ataque, fazendo o link entre as pontas, além de ser uma ameaça para atacar no meio do campo. Victor vestirá a camisa 7, numa posição de comando, que dita o ritmo do jogo e organiza o ataque.
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Veículo: Nova Escola
Editoria: Notícias
Data: 23/11/2018
Link: https://novaescola.org.br/conteudo/13694/foi-a-melhor-nomeacao-de-bolsonaro-diz-filosofo-liberal
Título: “Foi a melhor nomeação de Bolsonaro”, diz filósofo liberal
Se, por um lado, a indicação de Ricardo Vélez-Rodrigues para o Ministério da Educação (MEC) despertou reações negativas e incertezas entre especialistas em Educação, por outro, representou uma vitória dos setores mais conservadores que apoiam o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL).
O escritor e jornalista Martim Vasques da Cunha é um destes intelectuais que gostou da escolha de Bolsonaro. Doutor em Ética e Filosofia Política pela USP e professor da Escola Austríaca, ligada ao Instituto Ludwig von Mises Brasil, Martim garante que Ricardo possui conhecimento e vivência suficiente para o cargo, mas se mostra cético ao analisar as chances de que o futuro ministro consiga colocar em prática suas ideias para a Educação. Leia a seguir trechos da entrevista da NOVA ESCOLA com o escritor e jornalista.
NOVA ESCOLA: Como o senhor vê a nomeação do Ricardo Vélez-Rodriguez?
MARTIM VASQUES DA CUNHA: Não conheço o Ricardo pessoalmente, mas sempre ouvi excelentes palavras sobre ele, de muitas pessoas. E eu conheço [a obra de Ricardo] porque ele faz parte de uma linha do liberalismo clássico que quase desapareceu no Brasil. Ele faz parte de uma geração de pessoas como [o diplomata e escritor] José Osvaldo de Meira Penna, [o advogado e filósofo] Paulo Mercadante, [o economista] Roberto Campos, [o historiador] Antônio Paim.
Mais do que isso, ele sabe como a Educação é estruturada. Não faz muito tempo, ele escreveu o livro Da Guerra à Pacificação – a Escolha Colombiana, que é uma coletânea de textos que explicam como a Colômbia venceu o narcotráfico por meio da disseminação da cultura com a Educação. Por isso, eu acho que de todas as escolhas [do Bolsonaro], essa foi a melhor. Nesse aspecto é melhor que o Moro [Sérgio Moro, futuro ministro da Justiça e da Segurança Pública]. E ele tem um temperamento independente pra não ficar refém. Ele não vai ser Olavette [referência aos seguidores do filósofo Olavo de Carvalho]. Apesar de defender o Escola Sem Partido, ele não é a favor desse autoritarismo no qual o projeto se transformou.
No texto em que ele elenca o que pretende fazer no MEC, Ricardo diz que vai criar um sistema descentralizado, a partir dos municípios. O senhor acha que isso é possível?
Não tem como saber porque isso não aconteceu no Brasil. O MEC de hoje ainda é muito influenciado pelo espírito do Estado Novo. O Capanema [Gustavo Capanema (1900-1985), ministro da Educação entre 1934 a 1945] centralizou todo o processo educativo. Então, se ele conseguir implantar isso, será uma coisa nova. E é um pouco o que o Bolsonaro quer fazer em todas as áreas.
Uma das coisas que eles precisam saber é que ele é um dos maiores especialistas em Tocqueville [Alexis de Tocqueville (1805-1859), pensador liberal francês]. Ele é referência internacional nesse assunto e em América Latina. A ideia de descentralização está bem baseada nas ideias liberais.
O novo ministro faz muitas críticas a essa burocracia. Como ele vê o estado?
Uma coisa que você tem que entender é que ele não está falando do patrimonialismo do Raimundo Faoro, [que tem] um conceito vago, e sim do Antônio Paim. O Faoro entende que patrimonialismo é transformar a coisa pública em privada, e vê nisso o principal motivo do nosso atraso. Já o Paim vai um pouco além. Ele argumenta que existem o patrimonialismo tradicional, dos senhores de engenho, o tecnocrata que seria representado por PMDB, PSDB e similares, e o socialista, que é o PT. Na realidade, essa ideia se baseia muito em Weber [Max Weber (1864-1920), sociólogo alemão], que está falando do estado alemão da sua época. O Paim e esses intelectuais vão transpor esse conceito para o Brasil.
Mas sendo intelectual que nunca ocupou cargos, como ele vai lidar com a estrutura administrativa?
O Ricardo é um acadêmico que não vive num mundo abstrato. Não é um intelectual de gabinete. Ele é um cara muito respeitado, ele trabalha na Universidade de Juiz de Fora (UFJF). Isso não exclui a possibilidade do rigor acadêmico. O que ele não tem é trânsito na USP, na Unicamp, nas faculdades que são esquerdistas. Mas transitar bem na universidade não é garantia de nada. O Janine [Renato Janine Ribeiro, ex-ministro da Educação] também tinha toda a bagagem e não conseguiu administrar nada.
Agora, o estado é quase um ser vivo orgânico. O Ricardo explica isso muito bem nos livros dele. Mas eu não sei dizer se ele vai conseguir fazer o que pretende porque não tenho intimidade com a estrutura burocrática. Se eles [os funcionários da burocracia do MEC] não estiverem unidos ao Ricardo, não adianta nada ele querer influenciar o MEC. Não é nem uma questão de maldade, é de cultura. Esse é o modo como Brasília funciona.
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Veículo: Estadão
Editoria: Política
Data: 24/11/2018
Título: Filósofo conservador, novo ministro quer manter valores tradicionais
O futuro ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez, tem uma vida acadêmica movimentada, mas pouco conhecida. Desde que chegou ao Brasil, no fim dos anos 1970, integrou um grupo minoritário de filósofos conservadores, orientou dezenas de teses, deu aulas em universidades públicas, privadas e na escola do Exército. E foi alçado ao cargo máximo da educação brasileira quando atuava em uma pequena faculdade de Londrina, cujo curso em que leciona tem nota mediana em avaliações nacionais.
Assim como boa parte da academia e de especialistas do setor, Jair Bolsonaro também não conhecia o colombiano Rodríguez. Seu nome foi indicado por um ex-aluno do futuro ministro, o escritor Olavo de Carvalho, que se tornou uma espécie de guru do presidente eleito. “Ele foi escolhido por critérios técnicos”, diz o sogro Oscar Ivan Prux, advogado e ex-tenente do Exército. Segundo ele, o genro foi “sabatinado” pela equipe de transição e teve de apresentar seu diagnóstico da educação e planos para área. “Somos muito patriotas e acreditamos no Brasil. O desafio dele será muito grande, Deus o abençoe.”
Rodríguez tem 75 anos e um filho de 6 com Paula Prux, de 33, a filha de Oscar Ivan, que conheceu numa palestra do jurista Miguel Reale. Embora não seja um membro assíduo das redes sociais, tem perfil e fan page. A página foi criada em 5 de novembro e já tem 10 mil seguidores. É neste canal que o futuro ministro compartilha textos de seu blog, o Pensador de La Mancha.
Em 7 de novembro, 15 dias antes de ser anunciado para o cargo, ele publicou um texto avisando que havia sido indicado ao presidente eleito. O post deixava claro sua afinidade ideológica, tão cobrada pela bancada evangélica quando Bolsonaro escolhera o educador Mozart Neves para a pasta.
“Escola sem partido. Esta é uma providência fundamental”, diz o futuro ministro, que conquistou a vaga um dia depois da reação negativa dos deputados ao diretor do Instituto Ayrton Senna. “Se o problema para a militância esquerdista é a superpopulação do planeta, a melhor forma de equacionar a questão é a ‘ideologia de gênero’. Com ela paramos de nos reproduzir. A família e os valores tradicionais da nossa Civilização Ocidental irão, claro, para a lata de lixo da história”, afirma, em outro trecho.
“O problema da educação não é só um problema ideológico. Suponho que o ministro vá entender isso”, diz o sociólogo e especialista em educação Simon Schwartzman. Ele e Rodríguez se conheceram há cerca de 40 anos, mas não mantêm contato. “Ele é de uma linha diferente da minha, muito conservadora, orientada por Miguel Reale.”
“Minha preocupação é que suas declarações ficam fora do consenso da educação, que foi tão difícil de construir, com valorização da alfabetização, formação de professores, e incluiu PSDB, PT, DEM”, diz o ex-ministro da Educação no governo do PT, Renato Janine Ribeiro. Em sua primeira carta depois do anúncio, Rodríguez afirmou que fará uma gestão focada em valores tradicionais e preservação da família.
Críticas a petistas. Em comentários no Facebook, Rodríguez faz elogios ao papa João Paulo II, que “revalorizou a fé cristã e colocou em maus lençóis o comunismo soviético” e críticas aos petistas Jaques Wagner e Dilma Rousseff (“poste e demiurgo são inseparáveis”). O novo ministro chamou Lula de “sapo barbudo” e classificou o Marco Civil da Internet de “um entrave do populismo dito bolivariano contra a liberdade de expressão”.
“Ele pode ser acusado de qualquer coisa, menos de falta de erudição e falta de produção intelectual”, diz José Pio Martins, reitor da Universidade Positivo, que comprou a desconhecida Faculdade Arthur Thomas, onde Rodríguez dá aulas de Relações Internacionais. Ele revela que na juventude o futuro ministro era “esquerdista”. “Agora ele acredita numa educação clássica muito forte, conservadora, que ensina línguas, matemática.”
Segundo pessoas que conviveram com ele em Juiz de Fora, onde lecionou na universidade federal, o futuro ministro sempre foi um homem cordato no trato pessoal e posições políticas bem definidas. Quando chegou à cidade, em 1985, a UFJF tinha poucos doutores em seu corpo docente. Com um diploma de doutorado em Filosofia pela Universidade Gama Filho, ele se destacou.
De acordo com ex-colegas, a carreira de professor por lá foi discreta. Seu maior esforço de ação na área institucional, a criação de um curso de mestrado em Filosofia, fracassou. Recentemente, na Faculdade Arthur Thomas, ajudou a organizar um novo curso de Relações Internacionais, do qual seria o coordenador. Por ironia, a documentação espera aprovação do novo ministro da Educação. / COLABOROU RICARDO GALHARDO
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Veículo: El País
Editoria: Educação
Data: 24/11/2018
Título: Do ensino básico ao Enem, o que o futuro ministro de Bolsonaro pode mudar na Educação
Indicado por Olavo de Carvalho, ícone da extrema direita e um dos gurus intelectuais de Jair Bolsonaro, o filósofo Ricardo Vélez Rodríguez não esconde seu apreço pelo golpe militar de 1964, a inclinação “antimarxista” e o ímpeto em desconstruir uma suposta “ideologização” nas escolas. Entretanto, para além dos discursos ideológicos, o futuro chefe da Educação terá missões complexas à frente de uma das pastas mais visadas durante o período de transição. Tanto pelo círculo próximo do presidente eleito quanto por setores ultraliberais e da bancada evangélica, o 10º ministro do Governo do PSL é encarado como a pessoa certa para colocar em prática as propostas de campanha no setor educacional.
Apesar de acadêmico e sem histórico em gestão de políticas públicas, Vélez Rodríguez venceu a disputa pela indicação ao cargo com nomes mais tarimbados, como o ex-secretário de Educação de Pernambuco, Mozart Neves, descartado por ter um perfil considerado “técnico demais”. Coordenador do Centro de Pesquisas Estratégicas da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), o professor vai administrar logo em sua primeira experiência executiva um orçamento de aproximadamente 120 bilhões de reais. “Como se trata de um outsider, é difícil prever quais medidas ele [Vélez Rodríguez] vai priorizar. Mas, por suas posições, será no mínimo um guardião da ideologia de Bolsonaro”, afirma Luiz Carlos de Freitas, pesquisador aposentado da Unicamp.
Em nota emitida nesta sexta-feira, o novo ministro sinaliza caminhos que deve seguir no comando do MEC. No campo filosófico, ele voltou marcar posição criticando o que chamou de “instrumentalização ideológica da educação em aras de um socialismo vácuo” ao longo dos governos petistas. “Pretendo colocar a elaboração de normas no contexto da preservação de valores caros à sociedade brasileira, que, na sua essência, é conservadora e avessa a experiências que pretendem passar por cima de valores tradicionais ligados à preservação da família e da moral humanista”, pontuou, em aceno a movimentos conservadores como o Escola Sem Partido.
Já no aspecto prático, indicou que sua política educacional dará mais autonomia a Estados e municípios, em consonância com o mantra “menos Brasília e mais Brasil” difundido pela cúpula bolsonarista. “O Estado brasileiro, desde Getúlio Vargas, formatou um modelo educacional rígido que enquadrava todos os cidadãos, olhando-os de cima para baixo, deixando em segundo plano a perspectiva individual e as diferenças regionais.” Diante da perspectiva de o Governo deixar de lado o Plano Nacional de Educação (PNE), um conjunto de metas e estratégias elaborado em 2014 que determina as diretrizes da política educacional em todo o país, no período de 10 anos, em prol de uma estratégia de fragmentação, especialistas da área temem uma ruptura brusca com o projeto unificado para o sistema de ensino no Brasil.
“O Governo Federal tem de coordenar a educação por meio de uma estratégia nacional e políticas públicas que visem avanços em larga escala”, diz Olavo Nogueira Filho, diretor do movimento Todos Pela Educação. Às vésperas do segundo turno da eleição presidencial, a entidade divulgou um posicionamento em que destacava a necessidade de priorizar ações de abrangência a todo território brasileiro, como a valorização dos professores e o aprimoramento da alfabetização de crianças até 8 anos de idade. O temor de instituições suprapartidárias que ajudaram a construir o PNE é de que, a partir da sinalização de Vélez Rodríguez, não só as diretrizes nacionais sejam abortadas pelo novo Governo, mas também as premissas da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que orienta disciplinas e material didático para a educação básica. “A base é fruto de uma ampla discussão com a sociedade”, afirma Anna Helena Altenfelder, presidente do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec). “A educação brasileira já tem uma direção que precisa ser mantida, respeitando as metas estipuladas.”
Por outro lado, a corrente do ultraliberal vê com bom olhos a regionalização proposta por Bolsonaro, em defesa de mais autonomia a Estados e municípios na definição de metas e prioridades na educação. O Instituto Liberal do Rio de Janeiro celebrou a escolha do novo ministro, a quem se refere como “um gigante em nossa história” – Vélez Rodríguez é colaborador da organização –, assim como enalteceu a indicação do empresário Salim Mattar para a Secretaria de Privatizações. Dono da Localiza, maior empresa do setor de aluguel de carros no país, ele está encarregado de definir quais estatais serão privatizadas a partir de 2019, mas também deve ter papel determinante no enxugamento do Estado preconizado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, com possíveis desdobramentos no MEC. “A lógica liberal para a educação passa pela economia e se encaixa no conjunto das privatizações. Possíveis mudanças no modelo de financiamento educacional não serão conduzidas no Ministério da Educação”, afirma Luiz Carlos de Freitas.
Uma das possíveis mudanças citadas pelo especialista é o “voucher educação”, que estipula a distribuição de vales para as famílias escolherem um colégio privado e matricularem seus filhos e tem como grandes entusiastas Paulo Guedes e Salim Mattar. A proposta é inspirada em fórmulas já testadas em países como Estados Unidos e Chile, que adotou os vouchers durante a ditadura de Augusto Pinochet, na década de 80, e constava no plano de governo de João Amoêdo, do NOVO, partido que recebeu apoio financeiro do dono da Localiza. Ultraliberal convicto, Mattar defende ainda aprofundar a formação técnica e profissional, já prevista na reforma do ensino médio homologada pelo MEC no início da semana. Para o futuro ministro de Privatizações, as escolas devem preparar os alunos para o mercado de trabalho. Ele financia em Minas Gerais um projeto que oferece aulas de empreendedorismo a estudantes de colégios públicos. Em suas palestras, Mattar costuma citar o exemplo pessoal, contando que tinha o sonho de viajar o mundo e virar pianista na adolescência, mas acabou desincentivado pelo pai que o convenceu a abrir seu próprio negócio, ao defender a expansão do ensino profissionalizante.
Tanto Mattar quanto Vélez Rodríguez comungam da intenção de “criar um ambiente favorável ao empreendedorismo no Brasil”, destacada pelo plano de Governo de Bolsonaro – o que é uma vertente valorizada, mas a maioria dos especialistas discorda da dicotomia entre “formar para a vida” ou para ser um profissional e para o “mercado de trabalho”. Nesse sentido, ainda não há definição sobre uma possível transferência do ensino superior para a pasta de Ciência e Tecnologia, sob o comando do astronauta Marcos Pontes. Antes disso, deverá ser discutida a proposta de cobrar mensalidade em universidades públicas, que conta com a simpatia de Paulo Guedes. Outro foco do MEC é a ampliação do ensino à distância (EaD), que Bolsonaro entende como forma eficaz para se combater a suposta doutrinação, ao estendê-la também ao ensino fundamental da rede pública, sobretudo em áreas rurais – a reforma do ensino médio já prevê até 30% de EaD para alunos da modalidade.
Por fim, o novo ministro da Educação tem pela frente a incumbência de comprar briga com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), órgão vinculado ao MEC que elabora as provas do Enem. Bolsonaro entrou em rota de colisão com a presidente do instituto, Maria Inês Fini, depois de protestar contra uma questão do último exame que citava como exemplo o Pajubá, dialeto falado pela comunidade LGBT. O presidente prometeu fazer mudanças nas provas, deixando claro o intuito de avaliá-las pessoalmente antes da aplicação o que, pelas regras atuais, é ilegal. Em seu blog, Vélez Rodríguez já revelou o alinhamento às críticas ao Enem, que ele qualifica como um “instrumento de ideologização para auferir a capacidade dos jovens no sistema de ensino”.
Embora sirva mais para inflamar os ânimos entre militantes favoráveis e de oposição ao governo Bolsonaro do que para produzir efeitos práticos na política de educação, a batalha cultural deve ocupar boa parte dos discursos da gestão Vélez Rodríguez. Colombiano naturalizado brasileiro, ele surge como potencial articulador da integração de grupos similares ao Escola Sem Partido pela América Latina. Sua ascensão ao ministério recebeu ao menos o visto positivo da bancada evangélica, que já iniciou contatos com movimentos de outros países onde Bolsonaro ostenta a imagem de liderança regional que irá consolidar os valores e costumes das famílias conservadoras, a começar pelas escolas.
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Veículo: Tribuna de Minas
Editoria: Coluna Cesar Romero
Data: 24/11/2018
Título: Antenado
A indicação do professor Ricardo Vélez Rodriguez, dos quadros da UFJF (apesar de boa parte da mídia citá-lo apenas como professor emérito da Escola de Comando e Estado Maior do Exército) deve ser motivo de orgulho para Juiz de Fora.
Afinal, ele e o professor Murílio Híngel (ex-ministro de Itamar Franco), são dois nomes que a universidade emplaca no posto mais elevado do MEC.
Estranhamente, o site da UFJF ignorou a notícia.
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Veículo: Tribuna de Minas
Editoria: Coluna Cesar Romero
Data: 24/11/2018
Título: Foco na prevenção
Acontece neste domingo, no Campus da UFJF, a mobilização nacional de prevenção contra o câncer, do diagnóstico precoce e do tratamento adequado da doença. Na coordenação, o vice-presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica, Alexandre Ferreira de Oliveira.
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Veículo: Tribuna de Minas
Editoria: Esportes
Data: 24/11/2018
Título: Tecnobit encerra Ranking de Corridas de Rua
Depois de cerca de 81,8km corridos em nove provas, o 32º Ranking Prefeitura de Juiz de Fora de Corridas de Rua chega ao fim na noite deste sábado (24) com a 4ª Corrida da Tecnobit Night Run. O percurso de 6,5km de corrida e os 3km de caminhada terão largada às 20h no Estádio Municipal Radialista Mário Helênio. Entre os 1.200 atletas participantes está a provável campeã Aline Barbosa (Granbery). Jocemar Corrêa (Visão de Águia) não irá comparecer à prova, pois estará se preparando para a Corrida das Academias, no Rio de Janeiro (RJ), mas também lidera a pontuação no masculino. A data de entrega da premiação ainda não foi definida.
Segundo Daniel Fontinelli, responsável técnico pelo Ranking, no caso do feminino, a Aline já é campeã pela diferença de pontuação. “Tendo 30 pontos a mais já é campeão. No caso do masculino, o Jocemar está exatamente 30 pontos à frente do segundo colocado, e o primeiro critério de desempate é o numero de vitorias. As categorias de equipes e PCD também já estão definidas. No feminino venceu a equipe Granbery/Ed. Física e no masculino, o Imperadores/Cria UFJF. No PCD, tanto no masculino como no feminino, o JF Paralímpicos venceu. A prova de amanhã basicamente decide os dez primeiros gerais. No feminino, as cinco primeiras também já estão definidas, falta definir da sexta à décima posição. No masculino está mais acirrado”, destaca. As parciais podem ser conferidas no link https://bit.ly/2FDZgig .
Tendo participado de todas as corridas, Aline já acumula 246 pontos e três vitórias. “É bom ver o resultado nos treinos, a gente se supera a cada dia e fico muito feliz. Para essa última corrida, a minha rotina de trabalho e faculdade está limitando meus treinos, mas vou fazer o possível. A pontuação me deixa um pouco confortável”, conta a atleta.
A juiz-forana de 29 anos conheceu a corrida de rua ainda no ensino fundamental, através da treinadora Zirlene Santos. Depois de ficar mais de dez anos parada, Aline recomeçou a correr há cerca de quatro anos com o convite de uma amiga. “Eu já mantinha como habito diário correr de vez em quanto, aí acrescentei a distância, comecei a treinar, entrei para o Granbery e fui me destacando. O resultado só melhorou”, conta. Hoje, a atleta é bicampeã no ranking municipal e continua acompanhada da treinadora de infância. “É o máximo, porque é muito gratificante. Se não fosse ela ter me apresentado, eu não teria conhecido a corrida e hoje estou apaixonada pela modalidade. Fico muito grata e feliz, é uma coisa que não consigo mais viver sem. E ela fica muito feliz também.” Para o próximo ano, Aline pretende participar novamente do Ranking e dedicar mais tempo aos treinos, após se formar na Faculdade de Educação Física.
Cinco vezes campeão
Com 170 pontos, Jocemar Corrêa participou de sete das nove corridas e mesmo não comparecendo à última etapa do Ranking, deve ser consagrado campeão. O regulamento considera sua vantagem de duas corridas vencidas que impede o empate com o segundo colocado, o atleta Fábio Júnior Condé (RB Team/Vem Correr), mesmo que este vença a Tecnobit Night Run. O juiz-forano de 33 anos já acumula cinco títulos.
“Eu comecei um ano meio complicado por falta de apoio, mas fui treinando e foi uma surpresa para mim ficar em primeiro no ranking depois de quatro anos. Estou feliz que melhorei muito meu desempenho, depois que retornei para a equipe Pé de Vento, do Rio. Eu tinha perdido o foco e desanimado de correr, depois comecei a voltar a acreditar mais e voltei a correr de novo. Vi que vale a pena persistir no meu sonho e no meu objetivo, e estou no caminho.”
Jocemar já corre há seis anos e conta ter participado de cerca de 40 corridas ao longo de 2018. Para o próximo ano, o atleta pretende focar em corridas importantes fora da cidade: a Corrida da São Sebastião e o o Ranking Caixa CBAt, além das provas internacionais: a Meia Maratona de São Paulo, a Corrida de São Silvestre e a Volta da Pampulha.
Incentivo
“Dentro do Ranking já nasceram grandes corredores”, destaca Jocemar Corrêa, relembrando alguns nomes: Ronaldo da Costa, Geraldo de Assis e Andriléia do Carmo. Mas para chegar aos grandes títulos esses campeões precisam, além de muito treino, incentivo: “Eu acho muito bom esse apoio que estão dando a esse esporte que cresceu muito, quando comecei não era assim. Sabemos que pode melhorar muito, mas só de manter essas corridas do Ranking já é um apoio imenso”.
Para Aline Barbosa, a existência das corridas não é suficiente para que os atletas possam se dedicar ao esporte e crescer praticando como profissão. “Às vezes não somos tão valorizados como atletas e isso desmotiva. Alguns precisam buscar corridas fora, porque as daqui não têm pagamento, que é o que ajuda a manter o atleta. Esse suporte tinha que ter e faz diferença para estarmos melhorando e nos dedicando à corrida. É um motivo para eu não me dedicar mais, porque preciso trabalhar e não posso descansar tanto para treinar”, ressalta.
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