Este ano o Programa de Ingresso Seletivo Misto (Pism) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) contará com uma novidade no atendimento especializado: pais e demais acompanhantes de pessoas com deficiência terão a oportunidade de assistir a palestras enquanto os candidatos realizam as provas no campus sede. O objetivo é tornar o processo de avaliação seriada mais inclusivo. Nesta edição, os exames ocorrem nos dias 1º e 2 de dezembro no turno da tarde.
“Vamos tirar dúvidas a respeito da temática da deficiência, do ensino superior, da escolarização desses estudantes. Falaremos sobre a própria Universidade e a relação da instituição com essa temática da acessibilidade. Essas atividades serão ofertadas nos dois dias de prova, em Juiz de Fora, para os pais e responsáveis que ficam esperando os candidatos”, explica a professora da Faculdade de Educação e coordenadora do Núcleo de Apoio à Inclusão (NAI) da UFJF, Katiúscia Vargas Antunes.
Ao todo, 239 estudantes com deficiência farão o Pism 2019, número 56% superior ao registrado no ano passado. Do total de inscritos, 206 realizarão as provas em Juiz de Fora e 33 em Governador Valadares. Para garantir o atendimento especializado ao grupo, cerca de 200 profissionais – dentre professores, técnico-administrativos em educação e estudantes da UFJF – estarão mobilizados nos dois dias de prova.
O pró-reitor adjunto de Graduação, Cassiano Caon Amorim, destaca que “a UFJF tem trabalhado no sentido de promover a acessibilidade não só para os alunos matriculados, mas também para os inscritos no Pism.”
Confira o vídeo com tradução para Libras:
Demandas por atendimento especializado
O atendimento especializado para realização do Pism deve ser solicitado no ato da inscrição no processo seletivo e a necessidade especial, comprovada com laudos médicos. De acordo com Katiúscia Vargas, toda a documentação encaminhada passa por análise de uma comissão especial, e as demandas dos candidatos variam desde o apoio de intérpretes da Língua Brasileira de Sinais (Libras) à utilização de aparelho auditivo, no caso de surdos e deficientes auditivos.
“Já os candidatos cegos ou com baixa visão solicitam, de modo geral, provas em Braille, sistema de escrita tátil, e ampliada, numa fonte maior, respectivamente. Também são demandados ledores e transcritores, pessoas que acompanham esses estudantes na hora da prova. Eles ficam em salas individuais, e a função desses profissionais é ler a prova para o candidato e fazer a marcação do cartão de respostas ou a transcrição das questões abertas.”
Katiúscia explica que os exames realizados em salas individualizadas são registrados em áudio. O objetivo é garantir a lisura do processo seletivo. “O ledor e o transcritor não estão ali para colaborar nas respostas, mas para ajudar o candidato na leitura e na transcrição para o cartão de respostas. Esses profissionais também são muito utilizados por candidatos com paralisia cerebral que não conseguem escrever; com transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH), que perdem o foco às vezes na prova; e com autismo. Esses são os recursos que mais disponibilizamos.”
Nesta edição do Pism, todos os candidatos com deficiência terão uma hora adicional para a realização das provas. “Foi uma decisão da Coordenação do Atendimento Especial, independente de solicitação. Às vezes um candidato pede um recurso, como um ledor ou um transcritor, e sabemos que, por conta disso, vai demorar mais tempo para fazer a prova. Por isso, a nossa decisão”, explica a coordenadora.
Mobiliário e salas acessíveis
Além de ledores, transcritores, intérpretes de Libras, provas em Braille e ampliada, a UFJF providenciará mobiliário especial, tais como assentos e mesas adaptados para cadeirantes. Os locais de prova também foram concentrados, visando a favorecer a acessibilidade.
No campus avançado de Governador Valadares, a aplicação dos exames para candidatos com deficiência será na Escola Estadual Dona Arabela de Almeida Costa, na rua São Tomás de Aquino 279, no Vila Mariana. Em Juiz de Fora, a aplicação acontece nas faculdades de Enfermagem, Odontologia e Farmácia. “Desde a edição do ano passado, procuramos concentrar em áreas que reunissem as melhores condições. Esses prédios da Enfermagem, Odontologia e Farmácia estão próximos, um ao lado do outro, e têm espaço de estacionamento, onde os responsáveis podem deixar os candidatos. Muitas vezes esses estudantes precisam de um acompanhamento mais próximo”, ressalta Katiúscia.
Ainda segundo a coordenadora do NAI, é objetivo da instituição tornar o Pism a cada edição mais acessível. “Temos muitas coisas que precisamos aprimorar, especialmente em termos de tecnologia assistida. Hoje temos a informática como uma grande aliada. A nossa intenção para os próximos anos é tentar oferecer recursos nesse sentido para os estudantes. Estamos estudando essas possibilidades de ampliação da acessibilidade.”
Outras informações: (32) 2102-3997 – Diretoria de Imagem Institucional