Inserir e democratizar a disciplina de matemática em eventos escolares, como as feiras que compartilham experiências, foi o que motivou a acadêmica Edjane Mota de Assunção a desenvolver a sua dissertação no Mestrado Profissional em Educação Matemática, da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). O ambiente escolar sempre foi algo que despertou interesse em Edjane. Foi a partir de uma conversa com o seu professor orientador, Marcos Antônio Escher, que ambos chegaram à conclusão de que estudar um fenômeno novo na educação, como as feiras de matemática, seria interessante para a prática pedagógica na área.
O trabalho da pesquisadora teve início pela análise dos eventos de Matemática existentes em outros municípios do país, como Florianópolis e Salvador. Ela começou a se aprofundar no assunto conversando com os organizadores, além de visitar os locais dos eventos. O maior desafio da da acadêmica, foi encontrar professores que tivessem interesse em aplicar o projeto em Juiz de Fora. “A etapa mais difícil foi convencer os professores a trabalharem esse tema de forma extracurricular e convencê-los que o evento não mudaria a programação de conteúdos que eles teriam que oferecer durante as aulas. Esse estranhamento se deu pelo desconhecimento da feira de Matemática no meio escolar em Juiz de Fora”, detalha Edjane.
Mesmo diante das dificuldades iniciais, seis professores se habilitaram em inserir o evento nas escolas juiz-foranas. A acadêmica explica que cada docente trabalhou de forma individual com seus alunos no desenvolvimento de seus projetos, em suas respectivas escolas; os melhores trabalhos foram reunidos na primeira feira regional realizada no Centro de Ciências da UFJF, no dia 24 de outubro de 2017.
O desenvolvimento e a implantação dessa temática foram acompanhados de perto pela profissional, que defende a ideia de que iniciativas como essas são importantes na vida escolar, pois contribuem para aliar vivências e experiências.“Acredito que essas atitudes contribuem para a sociedade no sentido de que as atividades desenvolvidas incentivam o respeito e cooperação entre os seres humanos e propiciam aos envolvidos uma forma de aprendizagem crítica e de descobertas.”
Depois da conclusão do estudo, um manual de como realizar a feira de matemática nos locais de ensino foi redigido com informações sobre as etapas que devem ser desenvolvidas com aspectos como: modalidades, categorias e logística. “Com essa iniciativa, outros professores podem realizar as feiras em seus respectivos colégios”, esclarece Edjane.
O professor orientador, Marco Antonio Escher, acredita que a feira de Matemática tem a função de estimular e desmistificar o ensino da disciplina dentro das escolas. “Existe a ideia de que a ciência está ligada com as áreas biológicas: química, física, biologia, na ideia do ser vivo, em coisas que se movimentam, misturas, composição de reagente, entre outras. A feira de matemática vem para quebrar esse paradigma e comprovar que é possível fazer da matéria algo interessante e estimulante.”
Segundo Marco Antonio, colocar números e operações matemáticas de maneira palpável, através de experiências e jogos didáticos, faz com que os alunos enxerguem sentido e aplicação ao que eles fazem, proporcionando entendimento diferenciado. Dessa forma, na opinião do professor, o estudante tem a capacidade de conceber o conteúdo e aplicar da maneira que ele achar mais conveniente.
Banca Examinadora:
Prof. Dr. Marco Antonio Escher (Orientador – UFJF)
Prof. Dr. Reginaldo Fernando Carneiro (UFJF)
Profa. Dra Viviane Clotilde Silva (FURB)
Outras informações: (32) 2102-3328- Mestrado Profissional em Educação Matemática