Você sabia da existência de uma poesia matemática? E que a música está, também, repleta de matemática? E no teatro? Já pensou em uma peça em que o herói, Geométricos, é um príncipe extraterrestre filho da Soma e da Subtração? Todas essas ideias podem parecer, a princípio, um pouco fora da caixinha. Mas é exatamente esta a intenção da Caravana da Matemática: estimular o pensamento através de diferentes ângulos e explorar a matemática sob diversas perspectivas.
Na última segunda-feira, 12, os alunos do 4º e 5º ano da Escola Estadual Padre Frederico Vienken S.V.D. receberam a Caravana da Matemática da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), liderada pelo professor Marco Aurélio Kistemann, acompanhado pelos estudantes de graduação Alexandre Guedes, Davi Fiuza, Edyenis Rodrigues, Gabriela Soares e Tiago Santos. Com a chegada da equipe, um leque de possibilidades se abriu para que a matemática fosse explorada de maneira lúdica e descontraída, contando com teatro, poesia e até mesmo jogos de perguntas e respostas.
Com tantas atividades interativas e dinâmicas, não foi muito difícil capturar a atenção dos estudantes do ensino fundamental. Por meio da poesia matemática, Gabriela citou a hipotenusa, os poliedros e as bissetrizes. No teatro, Davi explicou um pouco da matemática por trás das novas tecnologias e revelou que, sem elas, provavelmente não poderiam sequer assistir aos vídeos de seus youtubers favoritos. Ao final, todos já estavam empolgados e imersos em uma competição acirrada para descobrir quem conseguiria acertar o maior número de desafios propostos.
A iniciativa ajuda a desconstruir um modelo formal, inserido nas grades escolares, que pode provocar o distanciamento do aluno em relação ao campo das Ciências Exatas. Mesmo a matemática sendo fundamental na manutenção de diversos aspectos da nossa vida, ela ainda pode aparecer como um monstro de sete cabeças – sobretudo para crianças do ensino de base. “A proposta da Caravana é apresentar a matemática de um jeito diferente. Tem muita gente que tem o tabu de não gostar de matemática. Apresentando-a através de jogos e brincadeiras é mais fácil de gostar”, explica Tiago Santos.
A agitação nas carteiras, os olhares atentos e a animação que eclodia na sala demostravam que as dinâmicas sugeridas alcançaram seu objetivo. Cada aluno que se levantava para poder participar da atividade que estava sendo proposta e mostrava uma vontade inerente de se fazer presente dentro daquele novo processo de aprendizagem. O entusiasmo pelo conhecimento estava ali, presente. No fim da experiência, a visão de um novo modo de ver e pensar a matemática contagiava cada um deles, dos mais novos aos mais velhos.
“A gente sabe que a matemática é um bicho-papão para muitos deles, estudantes, até para mim, pessoalmente”, relata a professora da Escola Estadual Pe. Frederico Vienken S.V.D., Fabiana Faria. “Então quando trabalham uma forma dinâmica e lúdica, que prende a atenção e eles participam, é muito interessante perceber a forma como eles podem guardar essa experiência.”