Crescer não é um processo fácil e transitar da infância para a adolescência é uma de suas fases mais complicadas. Pensando nos jovens que estão na puberdade, a então estudante da Faculdade de Enfermagem da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Jamille Galil, criou o jogo Adolescer, em 2010.
O jogo de tabuleiro aborda temas referentes à adolescência, muitas vezes tidos como tabu para a nossa sociedade, como a conscientização sobre o uso de álcool e drogas, a prevenção de doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) e gravidez precoce, distúrbios alimentares, bullying, etc. O Adolescer teve seu depósito de patente feito pelo setor de Proteção ao Conhecimento do Centro Regional de Inovação e Transferência de Tecnologia (Critt) da instituição.
Hoje já graduada, Jamille Galil relembra que o jogo foi criado por ela durante o quinto período, em uma aula da disciplina Saúde da Criança e do Adolescente, ministrada pela professora Iêda Maria Ávila Vargas Dias. “A proposta era desenvolver atividades lúdicas para abordar temas referentes à saúde para os adolescentes. Com um texto rico em informações do Ministério da Saúde, me inspirei em fazer um jogo de tabuleiro que abordasse questões pertinentes da fase em questão.”
O jogo de tabuleiro conta com casas e cartas relacionadas às situações cotidianas dessa fase da vida. As cartas abordam temas do cotidiano familiar, escolar, etc. Para cada desafio proposto, o jogador depara-se com duas atitudes positivas, que o fará prosseguir no jogo, e duas atitudes negativas, que retardam seu avanço no tabuleiro.
No Adolescer, os jovens têm a oportunidade de conhecer e tirar dúvidas sobre sexualidade, bullying, inserção na vida acadêmica e demais assuntos. “Brincando, eles sentiam-se confortáveis para questionar e discutir sobre os temas do jogo, de maneira descontraída e muito produtiva”, conta Jamille Galil.
A professora Iêda Maria Ávila Vargas Dias montou um projeto de pesquisa e extensão junto com Jamille para expandir o jogo. O mesmo foi aplicado a uma turma do 9º do Ensino Fundamental de uma escola pública de Juiz de Fora. De acordo com Galil, houve uma preparação para a aplicação da dinâmica. “Conseguimos um financiamento do Pró Saúde e industrializamos o jogo, elaboramos camisas, imprimimos cartilhas e investimos na pesquisa. A escola e os jovens nos receberam com muito carinho e curiosidade.”
Segundo a criadora do Adolescer, a equipe que participou da pesquisa pôde produzir vários estudos a partir dele. “Escrevemos artigos científicos completos publicados em periódicos, realizamos apresentação em congresso internacional, ganhamos prêmio de pesquisa científica da UFJF e o expusemos em palestras e seminários.”
Com o sucesso do jogo e as pesquisas que ele rendeu, a professora Iêda Maria Ávila viu a oportunidade de procurar o Critt UFJF para realizar o depósito de patente do mesmo, o primeiro da unidade acadêmica. Outras tecnologias criadas a partir de pesquisas da Universidade encontram-se disponíveis no setor de Transferência de Tecnologia do Critt. Elas podem ser consultadas aqui.
Outras informações: (32) 2102 3435 ramal 212 – Centro Regional de Inovação e Transferência de Tecnologia