O projeto de extensão “Circuito científico”, da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), desenvolvido por membros do Instituto de Engenheiros Eletricistas e Eletrônicos (IEEE), foi selecionado como o melhor projeto social da América Latina. O trabalho leva laboratórios de ciências de baixo custo às escolas de ensino básico da região e ficou em primeiro lugar na seleção que envolve todos os ramos latinos filiados ao IEEE. O prêmio será entregue na Reunião Regional de Ramos (RRR), que acontece entre os dias 29 e 31 de outubro, em Guadalajara, no México.
Idealizado em 2016, o “Circuito científico” busca atenuar uma problemática que afeta as escolas brasileiras. Segundo dados do Censo Esco lar do Ministério da Educação, cerca de 70% dos alunos do ensino básico estudam em escolas públicas e privadas desprovidas de laboratórios de ciências. Para a realização dos trabalhos, a equipe entra em contato com o colégio e dimensiona a apresentação, definindo quais atividades serão levadas, o tempo e a abordagem de cada uma, além da quantidade de material a ser adquirido. Os monitores visam estimular a criatividade dos alunos, demonstrando que a ciência também está em materiais acessíveis.
Até o momento, três tipos de práticas foram realizadas: circuito de massinha, teste de pH e foguete de palito. Todas as atividades são feitas com materiais acessíveis e de baixo custo, como massinha de modelar, pequenas baterias, repolho, limão, pasta de dente, palito de fósforo, papel alumínio, entre outros.
A intenção principal, segundo o líder do projeto e aluno do quarto período de Engenharia Elétrica, João Lucas de Castro, é demonstrar a viabilidade da construção de um laboratório e motivar alunos e professores a fazer ciência. “Queremos mostrar para as escolas que elas podem montar um laboratório a baixo custo. Isso influencia muito no interesse dos alunos pela área de exatas e na motivação do professor em ensinar ciência”, explica o estudante.
Outro objetivo do projeto, segundo Castro, é inspirar os alunos e demonstrar que é possível ingressarem em um ensino superior público, gratuito e de qualidade. “Em nossas visitas, levamos panfletos da UFJF para mostrar a essas crianças que elas podem ingressar na Universidade um dia. Trabalhamos também abordagens frisando que mulheres podem fazer Ciência e Engenharia. Tentamos desconstruir a imagem do cientista – homem branco que usa óculos – com diversidade e inclusão, que são muito necessárias nessa área”, conclui.
Outras informações:
Reunião Regional de Ramos (RRR)