Veículo: Tribuna de Minas
Editoria: Notícias
Data: 16/09/2018
Título: Inscrições abertas para encontro sobre saúde mental em Juiz de Fora
A Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) está com inscrições abertas para a 12ª Jornada Acadêmica de Saúde Mental. O evento ocorre entre os dias 3 e 5 de outubro no campus da instituição, em Juiz de Fora.
O encontro é promovido por uma liga formada por alunos dos cursos de Medicina, Psicologia, Enfermagem e Serviço Social e tem como objetivo promover a discussão sobre saúde mental e seu impacto na sociedade.
Os interessados devem se inscrever pelo WhatsApp, através do búmero (31) 98364-8666 ou pelo e-mail lasmental@gmail.com até um dia antes do evento ou enquanto houver vagas.
Programação
A apresentação dos trabalhos enviados será feita no primeiro dia do evento. Em sequência, haverá palestras, das 18h às 21h.
O conteúdo abordado no dia 4, às 20h, será o “Cotidiano das Mulheres Trans nos Atendimentos à Saúde”. A palestra fica por conta da professora e vice-diretora da Faculdade de Enfermagem da UFJF, Zuleyce Maria Lessa Pacheco.
No dia 5, às 19h, a “Saúde Mental da População Negra” será discutida com a mestre em Psicologia Social pela Universidade Federal Fluminense (UFF), Vanessa Diniz da Silva. A linha de estudo da pesquisadora é “Política, Subjetividade e processos de Exclusão”.
Para fechar o evento, será tratado o tema “Na Beira da Tábua da Beirada: a população em Situação de Rua”. A palestra ocorrerá no dia 5, às 20h, e contará com a explanação do médico psiquiatra Uriel Heckert.
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Veículo: Tribuna de Minas
Editoria: Coluna Antes que eu me esqueça
Data: 16/09/2018
Link: https://tribunademinas.com.br/colunas/antes-que-eu-me-esqueca/16-09-2018/sobre-o-intoleravel.html
Título: Sobre o intolerável
Depois de algumas semanas longe do meu computador na redação, retomei o trabalho após as férias. Semiférias, pelo menos, já que ingressei em um curso de especialização na UFJF. Foi preciso voltar a me sentar naquelas carteiras para perceber o quanto sentia falta de estudar, das fofocas de corredor com os colegas – que hoje giram em torno de emprego e carreira acadêmica, diferente do que acontecia na graduação, mas não sem uma boa dose de conversa fiada e bobagens – , do delicioso processo de fazer novos amigos e amigas, de sair da aula com a cabeça explodindo por um aprendizado que transformou uma visão de mundo. Sim, eu sou uma entusiasta incorrigível – e às vezes até um pouco deslumbrada – do poder transformador deste lugar tão subvalorizado, e ao mesmo tempo tão equivocadamente disputado por forças que nada compreendem de educação: a sala de aula.
Dia desses, na aula, discutíamos um texto que falava sobre como certas acepções vão se tornando intoleráveis ao passo que adquirimos certos conhecimentos. Nem sou eu que estou dizendo, mas assino embaixo, com todas as letras e acentos do meu nome, das palavras de Guacira Lopes Louro: “É intolerável conviver com um sistema de leis, de normas e de preceitos jurídicos, religiosos, morais ou educacionais que discriminam sujeitos porque seu modo de ser homem ou de ser mulher, suas formas de expressar seus desejos e prazeres não correspondem àquelas nomeadas como ‘normais’.
Atrevida que sou, eu iria além ainda de Guacira e acrescentaria ao que ela disse que é intolerável viver em um mundo onde há apologia à violência, desdém amplo geral e irrestrito pelas mulheres, ódio a qualquer manifestação considerada diferente, (des)valor atribuído pela cor da pele e por qualquer traço físico, e, de forma geral, exaltação de ideais que diminuem outros seres humanos, em suas individualidades e/ou coletividades.
A questão sobre o que não se pode mais tolerar é que, da incapacidade de continuar suportando, irrompe a ação, a mobilização, o desejo urgente e irrefreável de mudança, que cedo ou tarde converte-se nela própria. E algo me diz que, antes tarde do que nunca, estamos no limiar de não tolerar mais coisas que, nos últimos tempos, temos engolido a seco, ferindo nossas goelas. Não é o caso – jamais – de responder com violência, física, verbal ou moral. Não é disso que trata essa intolerância. Deixemos que ela fique com quem combatemos, porque talvez sejam incapazes de responder de outra forma, completamente esvaziados de argumentos minimamente plausíveis.
Na última semana, em um grupo de Facebook, mulheres de todo o Brasil e do mundo se reuniram virtualmente para fazer frente ao avanço do que representa, atualmente, quase tudo que existe de intolerável nesse caos pré-eleitoral em que nos encontramos. Em poucos dias, tornamo-nos mais de um milhão. Há quem diga que é só um movimento besta e sem representatividade da internet. Mas eu duvido que, do alto da misoginia, não haja alguém temendo tomar uma rasteira justamente de uma multidão delas, justo delas. Fraquejadas, uma pinoia! Pode ser meu deslumbre com o conhecimento, o que vem da sala de aula (como disse) e o que vem da troca de vivências, dores e do que se torna, enfim, inadmissível. Mas eu juro que acredito – não sem medo, claro – que estamos no limiar de soterrar, cedo ou tarde, o que nos é cada dia mais intolerável. Juntas, atentas e fortes. Juro pelos meus ovários.
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Veículo: Tribuna de Minas
Editoria: Coluna Cesar Romero
Data: 16/09/2018
Link: https://tribunademinas.com.br/colunas/cesar-romero/16-09-2018/o-charme-de-isabelle-carapinha.html
Título: Doutorado nos ‘States’
Professor da UFJF, Suprema e especialista em urologia pediátrica, José Murillo Netto está nos EUA para o pós-doutorado na Universidade de Yale, uma das mais importantes do mundo. Com ele foram a mulher Adriana e as filhas Mel e Lis.
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Veículo: Tribuna de Minas
Editoria: Cultura
Data: 16/09/2018
Título: Em contraste com tombamento, Poço Rico sofre com abandono
Eram 18h30 na Rua Doutor Vilaça, no Bairro Poço Rico, quando dois jovens pararam suas bicicletas no meio da via precariamente iluminada por um poste de luz fraca. Cada um de um lado, urinaram num portão de garagem. O morador vinha ao longe, observando a cena e, ao chegar mais perto, se pôs a gritar com os rapazes, que rapidamente fecharam a calça, montaram nas magrelas e saíram em disparada. Levavam consigo uma situação com potencial de tragédia. Deixaram no ar a revolta que se estende nas fragilidades de uma região aparentemente esquecida e que, retrato de sucessivos descasos do Poder Público, segue em processo de tombamento na Prefeitura. Um ano após serem notificados pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Cultural (Comppac) de que 49 imóveis em cinco ruas do bairro (Ruas Antônio Dias, da Bahia, Pantaleone Arcuri Neto, Pinto de Moura e Dr. Vilaça) configuravam o possível Conjunto Paisagístico Urbano do Bairro Poço Rico, moradores assistem incrédulos à morosidade de um processo que pode levar, ainda, longos anos, considerando a presença de mais de 30 outros processos anteriores ao do conjunto e uma previsão de no mínimo dois anos para levantamento de dados sobre as edificações. Após uma audiência pública na Câmara Municipal, encontros com a PJF e reuniões entre os moradores, um grupo com a maioria dos proprietários ameaça ajuizar ação solicitando o embargo da obra do prédio de 11 pavimentos, erguido num lote entre as casas, e, também, da alça do viaduto Augusto Franco, na proximidade do conjunto de casas.
“Juridicamente, por não estar sendo respeitado o entorno dessas casas, é possível entrar com ação, mas pode demorar muitos anos. Nosso interesse é que a questão seja resolvida de maneira mais rápida”, observa o advogado do grupo Luiz Picorelli. “Esperamos que haja bom senso do Poder Público e que esse processo seja encerrado”, reforça, pontuando a ausência de estudos de impacto das obras que fazem vizinhança com as casas tombadas provisoriamente. “Pedimos o arquivamento desse processo. E quando pensarem em algo, que incluam a comunidade e estudem mais o caso para que não vejamos essa quantidade absurda de equívocos como vemos agora”, critica Alexandre Reis, presidente da Associação de Moradores do Poço Rico. “O que revolta a gente é saber que a política de tombamento não tem um prazo. A gente não é contra as obras, mas queremos ter o direito de fazer isso na nossa casa também. É importante que a Prefeitura enxergue que errou. Não há conjunto paisagístico aqui”, faz coro Ricardo Capra, representante dos moradores.
De acordo com a assessoria de comunicação da Funalfa, “sobre o prédio do Poço Rico, a Prefeitura de Juiz de Fora informa que a aprovação de projetos de construção segue as conformidades da legislação urbana vigente, e, portanto, todos os parâmetros urbanísticos, inclusive questões relacionadas ao patrimônio histórico e cultural, foram verificados, não existindo nenhum impedimento para a sua implantação. Sobre o viaduto, a obra não tem impacto neste local.” Ainda segundo informações da pasta, o processo encontra-se em fase de instrução, e estão sendo feitos levantamentos históricos e arquitetônicos e estudos sobre a área, que, posteriormente, serão repassados ao conselho, seguindo para votação. “Deve ser considerado que a instrução de processos de tombamento é apenas uma das atribuições da Dipac, que também é responsável por assessorar o Comppac em todas as suas demandas, gerenciar as ações de educação patrimonial do município, como o ‘Seminário Olhar sobre o que é Nosso’, que ocorre em setembro, fiscalizar posturas municipais nos bens tombados pelo município, além da elaborar o ICMS Cultural, que consiste em laudos, declarações e prestação de contas relacionadas ao tema para o Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha/MG)”, pontua a assessoria da PJF.
Câmeras, cadeados e medo
Da janela de casa, na Rua da Bahia, Regina Souza, de 58 anos, viu uma mulher, há algumas semanas, ter o celular roubado por um homem que fugiu pulando o muro que separa a linha férrea. Também viu uma tentativa de estupro. “Aqui dá medo”, diz ela, moradora do bairro há 23 anos. Mudou-se num tempo em que a paisagem da janela sequer contava com o viaduto. “Era um sossego”, recorda-se ela, que mora no segundo andar de um sobrado ao lado do marido e de dois filhos. No primeiro andar da edificação, pastilhas azuis e janelas pretas de alumínio, instaladas antes da notificação do tombamento, alteram a fachada original, como o telhado que cobre o terraço da residência. “Quando fiquei sabendo do tombamento, já tínhamos feito a coberta em cima da casa. Estava com muita infiltração e foi preciso fazer isso para melhorar a situação. Levamos um susto quando recebemos a carta. Não achávamos que havia algo histórico aqui”, diz a mulher, que ainda que não pretenda reformar ou vender o imóvel, prevê pequenas alterações num futuro próximo. “O que passamos mais aperto atualmente é em relação às janelas, que estão muito deterioradas e não encontramos mais esse modelo na região”, observa.
Correntes grossas, pesados cadeados, câmeras por todos os lados, cercas elétricas, serpentinas nos muros e muitas grades conformam o cenário do Poço Rico. “Tudo fica trancado aqui, 24 horas por dia. Agora vou colocar uma cerca, porque pularam o portão, como ninjas, para roubar um carro meu”, revolta-se Ricardo Capra, que carrega um pesado molho de chaves para abrir as muitas portas que dão a acesso à sua casa, monitoradas por câmeras e por um atento cachorro.
Segundo o presidente da Associação de Moradores do Poço Rico Alexandre Reis, a insegurança também está no trânsito, que este ano fez uma moradora do local vítima das frequentes conversões erradas. Como solução, a instituição deverá instalar, nas próximas semanas, uma câmera na esquina da Rua da Bahia com a linha férrea para registrar a frequência das conversões irregulares na região. “Não existe contrapartida para o bairro. Não temos área de lazer e temos um trânsito muito impactante. O fluxo na Rua da Bahia é muito grande. Caminhões circulam no trecho que pode ser preservado. Isso mostra que a falta de critério é enorme nesse processo”, pontua Reis.
“A 50 metros, podemos evoluir como cidade com a construção da alça de um viaduto, e a 50 metros para trás, retrocedemos com esse injustificado tombamento. Esse será o primeiro projeto de tombamento coletivo com uma estação de esgoto, três viadutos, linha de trem e cracolândia no entorno”, lamenta Capra. “A comunidade está unida, mas desacreditada. A política no Brasil se faz com o tempo, vencendo pelo cansaço”, critica o morador, aponta para a possibilidade de que o superlativo prazo para a conclusão do projeto possa levar à desmobilização dos proprietários, majoritariamente contrários ao tombamento.
Conservar o passado e conversar com o futuro
Ao longo de um ano, ao menos duas casas já deixaram de ser como eram quando seus proprietários foram notificados do processo de tombamento. Uma delas perdeu o muro lateral, abrindo uma garagem. A outra recebeu novas cores e azulejos na fachada. Um dos 50 imóveis presentes no edital inicial, no entanto, já foi demolido e não consta no processo, já que a autorização para sua demolição foi anterior à notificação. “Avisei dos riscos de eles serem multados, mas ninguém aguenta mais esperar sinalização para o fim desse processo”, defende Alexandre Reis. “A maioria das casas, para não falar em todas, já foi descaracterizada em outros momentos. Não há lembrança do que era antes. O processo começou errado, sem fundamentação, e é difícil compreender o que motivou a origem disso”, acrescenta o advogado Luiz Picorelli, para logo destacar: “Onera muito os moradores ter que consultar a Prefeitura e arquitetos para fazer pequenas alterações em suas casas.”
Representante do patrimônio no Conselho Municipal de Cultura (Concult), o historiador Fabrício Fernandes considera essa como uma das principais problemáticas, já que os proprietários envolvidos não têm o direito de acessar os benefícios do tombamento ao longo do processo, estando obrigados a conservar a casa conforme a legislação atual. “É um mal necessário”, comenta, certo de que é preciso garantir a integridade do bem caso seu tombamento seja procedente.
“Uma vez que alguém declara que há interesse de preservação em um ou mais imóveis, ainda que o resultado não seja o tombamento, isso gera um documento público e histórico. Então, é preciso um prazo para colher informações”, explica Fernandes, sustentando a produção de uma documentação robusta que dê conta de cada bem. “No meu ponto de vista, o processo foi bem instruído. A demora da notificação se deu por envolver muita gente. O processo acatou um pedido e deu sequência a ele. Não sei se sou favorável a esse tombamento, muito embora reconheça que algumas das casas devam ser preservadas. Questiono se o conjunto seria a melhor condição de preservação”, comenta o profissional, um dos cinco funcionários da Divisão de Patrimônio Cultural, que também conta com oito estagiários e, segundo ele, é um setor que “merece ser ampliado, ser mais equipado para dar conta da quantidade de demandas de sua incumbência”.
Conforme informações da assessoria de comunicação da Funalfa, “o processo de conjunto paisagístico tem como objetivo a preservação da paisagem como um todo. Havendo descaracterizações após a notificação de que os imóveis eram objeto de proposta de tombamento, os proprietários estarão sujeitos às penalidades previstas em lei. A Divisão de Patrimônio Cultural da Funalfa monitora os imóveis tombados e, através de denúncias, atua no sentido de repassar à Secretaria de Atividades Urbanas – SAU demandas relacionadas ao patrimônio cultural, considerando que esse é o órgão responsável pela ação fiscalizatória da Prefeitura de Juiz de Fora”.
Para o diretor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da UFJF José Gustavo Francis Abdalla, que assina o pedido que deu início ao processo, uma solução possível para o caso é a instituição de uma Área de Diretrizes Especiais (ADE) no local. “Duas situações que a gente não pode alterar: a partir da proposição, a Prefeitura não pode desconsiderar esse processo de tombamento. Ela precisa dar um fim legal a isso, pelo sim ou pelo não. É um procedimento institucional. Paralelo a isso, tem a questão da ADE, que é um conceito diferente de tombamento e segue parâmetros internacionais, que já são adotados no Brasil. No bairro Buritis, em Belo Horizonte, já é uma realidade. São instrumentos usuais de preservação, e seria uma inovação em Juiz de Fora preservar ao invés de tombar, sem que um anule o outro. O tombamento pode continuar existindo para imóveis que o valor patrimonial exija isso”, ressalta Abdalla, que na audiência pública ocorrida no final de 2017 comprometeu-se a elaborar uma proposta do tipo para o caso.
Durante a confecção de um projeto de ADE para o Poço Rico, sob responsabilidade da vice-diretora da faculdade Luciane Tasca, cujas pesquisas dialogam sobre as leis urbanas locais, um novo dado se deu: a aprovação do novo Plano Diretor municipal, que contempla a existência de Áreas de Diretrizes Especiais (ADEs) em Juiz de Fora, o que ajudaria a agilizar um projeto do tipo. “Quando falamos em preservar nesse caso, deixamos o imóvel ter sua vida natural. Ele não pode sofrer modificações significativas, como derrubar para construir um prédio, mas a vida das pessoas tem um cotidiano que exige adaptações por gosto, necessidade ou mesmo mudança de gerações. Preservar paisagisticamente como ADE é bastante interessante, portanto. E a Prefeitura tem uma parcela de participação nisso por ter que pensar nas áreas verdes do bairro, na circulação e em diversos outros instrumentos que fazem parte do equipamento urbano. Não deve depender só dos moradores, mas de um coletivo da cidade, que envolve diversos órgãos do município”, defende Gustavo Abdalla.
“As ADEs Cultura se constituem a partir de corredores e caminhos representativos da identidade e memória cultural, histórica, artística, paisagística, arqueológica, urbanística para a formação da cidade, podendo conter parte de territórios e paisagens culturais e de áreas envoltórias de interesse de preservação”, descreve o artigo 90, na terceira seção do Plano Diretor, que indica, ainda, a construção de “Planos de Preservação para cada ADE Cultura, transformando-as em Territórios de Preservação da Cultura e Paisagem – TPCPs”, além da requalificação da região. “É uma alternativa de proteção viável. Acho que, de certo modo, é possível aliar as duas coisas, tombando uma ou outra casa. A ADE talvez seja mais capaz de prever uma proteção eficiente”, comenta Fabrício Fernandes.
A cidade e suas ruínas
Enquanto sua presença no passado de Juiz de Fora justifica um processo que garanta sua preservação, isso não é o bastante para que o Poço Rico seja conservado no presente da cidade. Alexandre Reis, presidente da associação de moradores do bairro, aponta para a Rua Dona Mariana Evangelista, perpendicular à Rua Antônio Dias, ao lado do Cemitério Municipal. Há alguns anos, o endereço ainda contava com as casas de uma antiga vila operária, hoje substituída por dois agigantados prédios que servem de cenário ao Castelinho dos Bracher quando visto da Avenida Getúlio Vargas. “Outro que se perdeu foi o Marco do Centenário (projeto de Arthur Arcuri com mosaico de Di Cavalcanti, tombado como patrimônio nacional). Esse primeiro exemplar modernista a céu aberto no país está totalmente destruído. Querem (o Poder Público) gerar mais ônus para os moradores, quando, na verdade, não são capazes de preservar os próprios bens”, critica Reis, que chegou a iniciar um projeto de revitalização do monumento, avaliado, há mais de um ano, em R$ 300 mil. A ideia da associação era de que empresas do entorno da Praça da República, em parceria com a Prefeitura, assumisse a empreitada. Reis lamenta que a proposta não tenha ganhado fôlego.
De acordo com Gustavo Abdalla, diretor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da UFJF, o Poço Rico possui peculiaridades no contexto urbano local. “Ali foi a entrada de Juiz de Fora com a (Estrada) União e Indústria, tem o Marco do Centenário, a ligação da Catedral com o Cemitério Municipal através da Rua Espírito Santo, além da própria paisagem da relação com o rio (Paraibuna) e o conjunto de habitações dos funcionários da Pantaleone Arcuri. Há muitos elementos históricos, sociais e culturais que sugerem a preservação do bairro, mais que o tombamento. Porque se olharmos especificamente para arquitetura de excelente qualidade estilística podemos encontrar uma ou duas, não 50 casas. Não há uma arquitetura de interior que mostre o modo de vida daquela sociedade no início do século XX. Se tiver, deve estar muito descaracterizada. Então, defendo que tombar do jeito que está é um exagero”, analisa Abdalla.
Para Fabrício Fernandes, representante do setor de patrimônio cultural no Conselho Municipal de Cultura, o debate acerca do processo configura, por si só, um marco na história patrimonial da cidade. “A gente precisa discutir muito mais. Temos mais de 180 tombamentos em Juiz de Fora, mas muito frágeis, não há um entorno definido, com diretrizes para construções ao redor. A maioria desses tombamentos foi feita nos anos 1990 e 2000”, reflete, citando que a discussão acerca do possível Conjunto Paisagístico Urbano do Bairro Poço Rico contempla não apenas os 49 imóveis notificados, mas todos os demais que estão no entorno, o que amplia ainda mais o impacto do projeto. “Ainda que seja votado o não-tombamento, ele será um divisor de águas, porque força estudos que nunca foram feitos. E esse estudo precisa ser profundo”, comenta ele.
Ainda que o assunto remeta ao vivido, o que pulsa no debate, segundo Gustavo Abdalla, é a capacidade de planejamento urbano da cidade hoje.
“Uma crítica de toda a classe de arquitetos e urbanistas da cidade é a falta de um setor dentro da Prefeitura que responda ao que o Instituto de Pesquisa e Planejamento (Ipplan) fazia lá atrás na cidade, pensando o hoje e o amanhã. Ouço a respeito dessa deficiência há muito tempo. Não é só uma questão de preservação, mas do próprio desenho da cidade, das áreas de expansão, da infraestrutura, do transporte, da localização industrial, da instalação de grandes equipamentos. Tudo isso está sendo feito sem termos um planejamento bem arquitetado, que pense a cidade como um todo e não como um pedaço, apenas. O que vemos hoje é que as coisas são feitas, e, depois, é preciso administrar as consequências de uma falta de planejamento”, lamenta o professor e pesquisador, citando, como exemplo, os grandes e recentes condomínios que Juiz de Fora assiste serem construídos sem que que a área onde estão seja preparada ou adaptada para recebê-los. “Essa falta de pensar a cidade globalmente, e não localmente, é que o instituto poderia estar, se não resolvendo, ao menos amenizando.”
Histórico
Em outubro de 2017 um edital de notificação de 140 proprietários de 50 casas de cinco ruas do Bairro Poço Rico (Ruas Antônio Dias, da Bahia, Pantaleone Arcuri Neto, Pinto de Moura e Dr. Vilaça) tornou público o processo de tombamento do Conjunto Paisagístico Urbano do Bairro Poço Rico, considerado o maior e mais impactante gesto de preservação patrimonial da história de Juiz de Fora
Situação atual
Processo está em fila para análise na Divisão de Patrimônio Cultural da Funalfa, sem previsão de conclusão. Pesquisadores da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da UFJF finalizam projeto de Área de Diretrizes Especiais (ADE) no local para apresentarem aos moradores. Casas seguem, até que o processo se encerre, tombadas, mas algumas já sofreram descaracterização
Reivindicação dos moradores
Celeridade no processo, melhorias para o bairro – em segurança, no trânsito, iluminação e limpeza pública, dentre outros fatores – e estudo de impacto para a viabilidade e construção da alça do viaduto Augusto Franco, no entorno do conjunto, e do prédio de 11 pavimentos, no núcleo do complexo de residências, além da revitalização do Marco do Centenário, na Praça da República
Perspectiva
Considerando reduzido número de profissionais que atuam na divisão responsável pela análise do processo, que deverá realizar estudo das casas e sujeitar ao Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Cultural (Comppac), é possível que o caso se estenda por anos, enquanto moradores driblam a legislação e se arriscam descaracterizando seus imóveis. Existe, ainda, a possibilidade de que o grupo de proprietários peça o embargo da obra da alça do viaduto e do condomínio
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Veículo: Tribuna de Minas
Editoria: Cidade
Data: 16/09/2018
Título: Atendimento em saúde mental muda realidade de crianças e adolescentes
Os sintomas de que há algo de errado com a saúde mental de crianças e adolescentes podem se apresentar de várias formas. Desde a mudança brusca de comportamento, passando pela recusa alimentar, irritabilidade, queda de rendimento escolar e dores que aparecem sem causas orgânicas que as expliquem, até a insônia ou sonolência incontrolável. Esse conjunto de sinais pode ser notado não só no convívio familiar, mas também nos ambientes frequentados pelas crianças, em especial, nas escolas.
Quando as alterações começam a ser percebidas dentro dos muros das instituições municipais de ensino, os profissionais começam um processo de observação. “Quando alguma questão é trazida pelos professores, chamamos a família para avaliar a situação e fazer encaminhamentos, se eles forem realmente necessários”, explica a diretora da Escola Municipal Bela Aurora, Ivanilza Bandeira Gomes. Em seguida, a criança pode ou não ser encaminhada para atendimento com psicólogos ou outros profissionais da saúde mental.
Segundo a Secretaria de Educação, uma alteração preocupante, quando identificada, pode gerar um relatório feito pela instituição de ensino, encaminhado à Supervisão de Acompanhamento da Saúde Escolar do Departamento de Inclusão e Atenção ao Estudante (Diae). Esse órgão faz a interlocução com a Subsecretaria de Atenção Primária à Saúde, da Secretaria de Saúde, que poderá identificar os sintomas e realizar o encaminhamento compatível com as necessidades desse estudante.
Em seguida, ele é encaminhado à Unidade Básica de Saúde (UBS), onde é acolhido e avaliado pelo médico de saúde da família ou pelo clínico geral. Caso seja identificada a necessidade de atendimento especializado, o paciente é direcionado para a Rede de Atenção Psicossocial, mais especificamente para o Centro de Atenção Psicossocial (Caps) Infância e Juventude.
No Caps, a criança ou o adolescente são avaliados por uma equipe multiprofissional, e é estabelecido um plano de cuidado denominado projeto terapêutico singular, que varia de acordo com as necessidades de saúde apresentadas, podendo incluir consultas médicas, acompanhamento psicológico, oficinas terapêuticas e articulação com outros dispositivos da assistência social ou comunitários.
Escolas estaduais
Segundo a Secretaria de Estado de Educação (SEE), o tratamento dessas questões nas escolas estaduais é semelhante. Nelas, os professores também são orientados a observar os comportamentos que possam ser características de transtornos mentais como depressão, ansiedade e tantos outros distúrbios, que comprometem a saúde, o aprendizado, a socialização, o desenvolvimento e o bem estar dos alunos. Quando há suspeita de casos, a coordenação pedagógica se encarrega de facilitar o contato e prestar os esclarecimentos aos pais. Também é papel da coordenação desenvolver atividades que auxiliem a sociabilidade e ações educativas. Se necessário, o mesmo caminho do estudante do município é recomendado.
Mãe descobriu TDAH com ajuda da escola
Em casos específicos, é preciso agir. Buscar rapidamente o atendimento em saúde mental, para que as crianças e adolescentes tenham suas necessidade atendidas, sem prejuízos para o seu desenvolvimento. Uma dessas histórias é a de um menino de 8 anos, que terá sua identidade preservada para evitar qualquer constrangimento. Ele estuda em uma das escolas da rede municipal. No primeiro semestre, apresentou grande dificuldade em aprender a escrever com letras cursivas e a concentrar a atenção na fala da professora.
Antes das férias de julho começarem, a mãe dele foi alertada pela diretora da escola sobre a dificuldade. “Ela me mandou mensagem, disse que ficou um dia todo na sala de aula dele e percebeu que qualquer coisa tirava a atenção do meu filho. Ele não se concentrava, não conseguia ter foco. Ela recomendou que eu procurasse uma professora particular, mas fiquei com o que ela falou na cabeça. Meu outro filho nunca tinha tido problema algum nesse sentido, por que o caçula teria?”, relata a genitora.
Coincidentemente, aquela era a semana de conscientização sobre o Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). Com a divulgação do tema, a mulher percebeu que várias das informações e sintomas citados se encaixavam nas atitudes do filho. “Eu ia lendo e via meu menino em tudo. Ele perdia muito material na escola, se sentava para fazer o dever, mas qualquer coisa tirava a atenção. Conversei com pessoas próximas, mas ninguém levou em conta”.
Mesmo contra as opiniões das pessoas, ela insistiu em levar o filho ao pediatra. Quando relatou o que percebia, o profissional indicou que ela procurasse um neuropediatra. Os exames solicitados pelo especialista comprovaram que o garoto tinha TDAH e uma medicação foi indicada, mas a mãe ficou reticente. Procurou a opinião do pediatra e ele também a orientou a administrar o remédio. “Meu filho se tornou outra criança. Tinha medo de que pudesse ser coisa pior. Hoje, além de se manter concentrado, ele consegue fazer todas as atividades que lhe traziam dificuldade, como a letra cursiva. Nada mais consegue tirar a atenção dele. Ao ver o resultado, até quem não tinha acreditado no que eu falava, me deu razão.”
“Deixem o medo de lado!”
Em determinadas situações, a família pode buscar outra alternativa e levar este retorno para a escola. Mas, segundo a diretora escolar Ivanilza Bandeira Gomes, o acolhimento é a chave para qualquer dificuldade, seja ela um acontecimento pontual, um sintoma, ou alguma questão que precise passar por avaliação mais profunda. Por isso, a escola, muitas vezes, acaba tomando frente do processo de ajuda.
“Precisamos da família, mas nem sempre contamos com esse apoio, nem sempre ela compreende as necessidades da criança ou toma uma atitude em relação ao que acontece com ela. O desafio é constante e a demanda é grande. Os encaminhamentos, quando necessários, demoram um pouco, mas geram resultados muito satisfatórios”, diz Ivanilza. Para ela, o ideal seria que todas as escolas pudessem contar com o acompanhamento de psicólogos. Eles poderiam contribuir para uma leitura mais cuidadosa dos comportamentos e na avaliação das situações.
Para a mãe do aluno diagnosticado com TDAH, o apoio e o suporte da escola foram fundamentais para seu filho. “Fui rápida, embora estivesse com medo. A diretora se sentiu à vontade para falar comigo e eu só agradeço. Agora, além dela, a coordenadora e todas as professoras estão acompanhando o caso do meu menino. Sempre me relatam qualquer coisa que aconteça. Talvez se não fosse a diretora, eu não tivesse visto o problema do meu filho e, hoje, pudesse ser algo muito maior.”
Ela sabe que a temática ainda é um grande tabu para a sociedade, mas ela recomenda a outros pais e responsáveis que deixem o preconceito de lado em nome da saúde e do bem-estar de seus filhos. “Hoje vivemos em um mundo sem paciência, que tem muita pressa, a necessidade de estar sempre trabalhando. Eu posso me dedicar aos meus meninos, cuido, ajudo, estudo junto. É o que a gente pode fazer. O que eu digo para outros pais é: deixem o medo de lado. Foquem no bem dos seus filhos.”
Cuidado com a medicalização
A técnica em saúde mental do Sistema Único de Saúde (SUS) e doutoranda em educação pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Rita Almeida, salienta a importância de ouvir a criança, antes de qualquer outra atitude. “Precisamos começar a pensar criticamente sobre essa assunto, e não atender uma demanda por medicalização ou diagnóstico rápido. Porque se o sistema parte para uma solução mais rápida, seja incentivada pelos pais, pelas escolas, ou por qualquer outro agente, você corre o risco de interpretar um mal-estar como um problema psíquico da criança ou do adolescente.”
De acordo com o estudo de Rita, há um excesso nos encaminhamentos feitos ao sistema de saúde. “O que chamamos de mal-estar, que pode estar ligado a indisciplina, problemas de relacionamento, agressividade, dificuldade de aprendizado ou qualquer outra situação, que antes tinha uma outra explicação não médica, passa a ser tratado como problema psíquico. Resolve-se o ‘problema’, que, às vezes, é muito mais complexo, simplificando isso, e nomeando que a criança é o problema. Isso é muito preocupante.”
A medicalização cada vez maior e mais precoce silencia outros problemas, conforme a técnica. “Assim como quando você tem uma doença grave e cura só a febre, sem investigar a causa dela. Toma um antitérmico e pronto, supõe que acabando com a febre você resolveu tudo. Mas na verdade, só se mascara os sintomas. Há casos em que não há o menor sentido ocupar o campo médico.” Isso tem uma série de consequências. Uma delas ocorre quando a criança entra em um rol de tratamento muito nova, e depois do diagnóstico, há uma dificuldade muito grande em tomar uma posição diferenciada. “É preocupante, porque ela está só começando a se desenvolver, está no início do seu processo de subjetivação. Outras questões surgem com a entrada na adolescência, em relação à autoestima, ao relacionamento com o outro.”
Escuta atenta
Para reverter esse quadro, Rita argumenta que é necessário investir na escuta atenta. “Precisamos recuar dessa pressa, pensar com mais critério, observar com mais cuidado, para que essa medicalização não se torne algo automático, para que uma agitação não seja vista como hiperatividade, por exemplo. Esse mal-estar é um reflexo de algo. É a maneira como esse indivíduo mostra que algo não vai bem. Então, ao invés de silenciar o problema, é preciso ter mais paciência. Ouvir até mesmo as crianças menores, pois elas dizem, ao seu modo, o que as incomoda. Por mais que pareça que elas estejam se esforçando para causar incômodo ou sofrimento nas outras pessoas, essa é uma maneira de dizer como elas estão sofrendo muito.”
A discussão sobre a medicalização da educação e da sociedade é feita em nível nacional e não se restringe a questões relativas à saúde mental. Combater a redução dos acontecimentos à lógica médica é visto como uma prioridade. Nesse sentido, conforme Rita, pais, professores, equipes pedagógicas e os próprios profissionais de saúde mental devem buscar entender as causas dos sintomas dentro de um contexto mais amplo, sem silenciar os comportamentos, mas buscando entendê-los. “Quando uma criança ou adolescente manifesta uma alteração, é um pedido de ajuda inconsciente. Então, é fundamental começar a escutar mais. Isso não exige formação específica. No caso do atendimento em saúde mental, vejo que o SUS tem um critério maior e não tem uma pressão tão grande, que costuma recair sobre profissionais do sistema privado. Conseguimos desconstruir um diagnóstico de maneira mais fácil no SUS, e tentamos estudar a situação como um todo. ” Mas essa maneira é apenas uma das estratégias de desmedicalização do sistema, uma posição política que ganha cada vez mais espaço, de acordo com a doutoranda.
Novas ferramentas
Além da observação dos comportamentos e sintomas que podem se manifestar, há outras técnicas que podem ajudar a traçar um perfil do estudante e indicar possibilidades de ação para pais e profissionais. Uma possibilidade é o coaching educacional, que chega agora para as escolas de Juiz de Fora. “Com a ferramenta Findline conseguimos traçar um perfil detalhado do estudante, o que pode ajudar a identificar campos nos quais a criança ou adolescente se sai melhor e quais são as áreas que necessitam de maiores estímulos, indicando como trabalhar determinada habilidade”, explica o coach Luiz Carlos Coelho, que trabalha o método junto do coach Nelson Araújo. A análise dos dados do estudante, colhida na fala e em suas informações escolares, ajuda a montar gráficos que cruzam as informações, gerando uma série de indicativos sobre o seu desempenho, desde as relações sociais, até a forma como ele lida com uma disciplina específica.
O projeto visa facilitar o caminho do estudante. “É comum o jovem fazer vestibular, entrar na faculdade, fazer dois, três períodos e depois descobre que aquele curso não é o que ele quer. Quando a família tem condições, ele pode fazer outro curso. Do contrário, a frustração pode fazer, até mesmo, com que ele se torne um mal profissional. Fora o desgaste em saúde física e mental por trabalhar com o que não gosta, para o resto da vida”, explica Luiz. Ainda de acordo com ele, a ferramenta é um bom norte para os pais, que conseguem lidar melhor com os filhos, o que pode gerar uma aproximação familiar maior.
Com os indicadores em mãos, é possível identificar estratégias mais adequadas para atacar o problema. “Se vários alunos apresentam um déficit de comunicação, podemos fazer uma palestra ou coaching em grupo. Se não, podemos ver quais ações individuais são possíveis. Podemos ajudar os estudantes a administrarem melhor suas responsabilidades, inclusive envolvendo a família nesse processo. Se falta essa dedicação, não conseguimos agregar a família, e esse é um ponto crucial”, finaliza Luiz.
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Veículo: Tribuna de Minas
Editoria: Cidade
Data: 17/09/2018
Título: JF tem quase 50% das chuvas previstas em dois dias
As chuvas que caíram entre o início da noite de sexta-feira (14) e a madrugada de domingo (16) acumularam 33 milímetros, quase que a totalidade do registrado em todo setembro, que são 34,4 milímetros, índice que representa 49% do previsto para todo o mês. Os dados são do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), que mantém um pluviômetro no campus da UFJF. Para fins de comparação, em setembro do ano passado a cidade registrou acumulado de apenas 7,7 milímetros.
Por causa das chuvas, a Defesa Civil registrou uma ocorrência de destaque no fim de semana, no Bairro Retiro, Zona Sudeste. No local, uma família precisou sair de casa, e buscar abrigo com parentes, após o rompimento de uma rede de captação pluvial na Rua Saulo Villela.
Um sistema de baixa pressão atmosférica, chamado pelos meteorologistas de “cavado”, atua sobre a região, fazendo com que o ar se eleve, formando nuvens carregadas que deixam o céu nublado.
Segundo o Inmet, as precipitações devem continuar pelos próximos dias, com maior incidência nesta segunda (17) e terça-feira (18). As previsões, no entanto, apontam possibilidade de chuva até a sexta-feira (22), que podem ser acompanhadas de raios e rajadas de vento.
O céu deve permanecer encoberto e, até quarta-feira (19), as temperaturas podem chegar a 24 graus a máxima e 17 a mínima. A partir de quinta (20), a máxima aumenta, podendo chegar a 28 graus.
Nesta sexta-feira, a temperatura mínima registrada foi de 14,6 graus, e a máxima não deve passar dos 22.
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Veículo: Tribuna de Minas
Editoria: Podcast
Data: 17/09/2018
Link: https://tribunademinas.com.br/podcast/sociedade/17-09-2018/ufjf-no-ar-memorias.html
Título: UFJF No Ar- Memórias
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Veículo: Tribuna de Minas
Editoria: Cidade
Data: 17/09/2018
Título: Família fica desalojada durante forte chuva em JF
Durante a forte chuva da madrugada de domingo (16), a Defesa Civil registrou uma ocorrência, no Bairro Retiro, Zona Sudeste, na qual a família ficou desalojada. Os moradores precisaram buscar abrigo na casa de parentes, após o rompimento de uma rede de captação pluvial, na Rua Saulo Villela. A moradora Mary Aparecida Barbosa, de 43 anos, contou que ela, o marido e duas filhas tiveram que sair às pressas. “Foi um susto muito grande. Ouvimos o barulho e tivemos que sair correndo. Minha filha mais nova, de 8 anos, estava dormindo e só deu tempo de salvá-la”, contou a mulher, acrescentando que perdeu móveis, roupas, calçados e mantimentos. A televisão da família foi parar no quintal vizinho. “Até a cadeira de rodas da filha de 9 anos que tem paralisia cerebral foi perdida. Agora, teremos que recomeçar nossa vida”, disse a moradora que, depois da ocorrência, está provisoriamente na casa sogra. Segundo ela, os estragos atingiram a residência da sua cunhada e de uma vizinha.
“Há dois anos, estamos pedindo a Cesama para arrumar essa rede, que eles chamam de servidão, e passa aqui no meu quintal. Isso nunca aconteceu e, agora, estourou, e perdemos tudo. Minha casa era um grande galpão, onde já funcionou uma igreja, mas dividíamos com os móveis, fazendo os cômodos. Todavia, com o risco de desabamento, podemos perder o que sobrou”, lamenta Mary. De acordo com ela, uma equipe da Cesama visitou o terreno, na manhã desta segunda-feira (17). “Eles vieram aqui, olharam a situação, mas não nos procuraram. Não falaram nada com a gente. Amanhã (hoje), vou procurar a Cesama a fim de ver que providências podem ser feitas.” A Cesama informou ao jornal que o problema no terreno está relacionado à rede pluvial e que a Secretaria de Obras está à frente da situação.
Conforme a Defesa Civil, a Secretaria de Obras já foi acionada, promoveu vistorias na via e realizará o reparo da rede de drenagem assim que as chuvas pararem. Ainda segundo o órgão, os moradores foram orientados a não permanecer na edificação até que as devidas regularizações sejam executadas. A equipe de assistência social da Defesa Civil promoveu o atendimento dos familiares e realizaram a doação de alguns itens. A Defesa Civil informou que não foi localizado na Prefeitura nenhum registro de vistoria anteriormente solicitada neste endereço.
Outra ocorrência foi registrada na Rua Helio Fellet, também no Retiro, onde houve o destelhamento de uma cobertura. Não houve feridos ou desalojados, no local.
A Defesa Civil orienta a população que fique atenta e, a qualquer sinal de perigo, acione o órgão imediatamente, através do 199. As vistorias podem ser feitas pelo Centro de Operações da Defesa Civil, que funciona em regime de plantão 24 horas. A ligação é gratuita e pode ser originada de qualquer telefone público, residencial, comercial ou celular. O endereço é Avenida Garibaldi Campinhos 169, no Vitorino Braga.
JF tem quase 50% das chuvas previstas para setembro em dois dias
As chuvas que caíram entre o início da noite de sexta-feira (14) e a madrugada de domingo (16) acumularam 33 milímetros, quase que a totalidade do registrado em todo o mês de setembro, que são 34,4 milímetros, índice que representa 49% do previsto para o período. Os dados são do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), que mantém um pluviômetro no Campus da UFJF. Para fins de comparação, em setembro do ano passado, a cidade registrou acumulado de apenas 7,7 milímetros.
Um sistema de baixa pressão atmosférica, chamado pelos meteorologistas de “cavado”, atua sobre a região, fazendo com que o ar se eleve, formando nuvens carregadas que deixam o céu nublado. Segundo o Inmet, as precipitações devem continuar pelos próximos dias, com maior incidência nesta segunda (17) e terça-feira (18). As previsões, no entanto, apontam possibilidade de chuva até a sexta-feira (22), que podem ser acompanhadas de raios e rajadas de vento. O céu deve permanecer encoberto e, até quarta-feira (19), as temperaturas podem chegar a 24 graus a máxima e 17 a mínima. A partir de quinta (20), a máxima aumenta, podendo chegar a 28 graus.
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Veículo: Tribuna de Minas
Editoria: Esportes
Data: 17/09/2018
Título: Sexta rodada da Copa Bahamas registra 133 gols em 52 jogos
A sexta rodada da Copa Prefeitura Bahamas registrou 133 gols em 52 jogos, uma média de 2,56 por partida no último fim de semana (ver quadro). O Sport Club Juiz de Fora se destacou na vitória por 5×0 sobre o Futebol UFJF. E o artilheiro da rodada foi o jogador Hugo Kopke, com três gols pelo Núcleo Oficial Vasco da Gama, garantindo vitória por 4×2 contra o AA Lima Duarte. Na categoria adulta, o Cruzeirinho goleou o Meninos da Vila por 5×0. Com o mesmo placar, o Flor da Esquina venceu o Valadares na categoria master. No jogo da rodada, pela categoria sênior, Bavet e Alegria empataram por 0x0 e foram para a disputa de pênaltis. Com três bolas na rede, Bavet venceu a chave B da categoria. Já o time Tô Maluco continua na competição, agora na repescagem, depois de ser derrotado nos pênaltis pelo Arsenal Mundo Novo, por 7×8. Nesta rodada, 26 equipes foram eliminadas, sendo 11 times nas categorias de base e mais 15 nas demais.
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Veículo: Tribuna de Minas
Editoria: Cidade
Data: 17/09/2018
Título: Cerimônia dá posse a nova juíza na direção do Fórum
A juíza Raquel Gomes Barbosa toma posse na direção do Fórum Benjamin Colucci, biênio 2018/2020, nesta terça-feira, às 18h30. Natural de Juiz de Fora, ela é formada em Direito pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), em 1987. Raquel entrou para a magistratura, em 1993, e trabalhou nas comarcas de Betim, Brumadinho, Esmeralda, Ibitirama, Varginha, Elói Mendes, Rio Novo, Belo Horizonte e Leopoldina. Ela atuou na 1ª Vara da Família, 1ª, 3ª e 7ª varas cíveis, 1ª e 2ª varas Criminal e Vara da Juventude.
Também nesta semana, na quinta-feira (20), o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) assina o contrato para a construção do novo fórum de Juiz de Fora. O responsável pela obra será o Consórcio Juiz de Fora, formado por duas empreiteiras de Curitiba (PR). Elas se tornaram vencedoras com a proposta de R$ 65.912.959,30, valor 22,8% inferior ao apresentado como referência no edital, de R$ 85.446.588,91. A construção terá prazo de 990 dias consecutivos, ou dois anos e sete meses, que começam a ser contados a partir da autorização de início dos trabalhos.
O novo Fórum será construído em terreno, no antigo Terreirão do Samba, às margens da Avenida Brasil. Entre as exigências do edital consta a obrigação de as instalações comportarem 38 juízes em 37 varas judiciais. A necessidade do novo prédio existe porque as atuais 29 varas não conseguem ser instaladas no Edifício Benjamin Colucci, no Parque Halfeld. Além disso, deverão ser erguidas estruturas auxiliares, como bicicletário e um estacionamento interno e outro externo.
A área do Terreirão do Samba é uma doação da Prefeitura, que, em contrapartida, deverá receber o Edifício Benjamin Colucci para a instalação da nova Câmara Municipal. Esta troca é prevista em um protocolo de intenção registrado em 2015 pelo TJMG, além de uma lei municipal, do mesmo ano.
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Veículo: Tribuna de Minas
Editoria: Cidade
Data: 18/09/2018
Título: Juíza toma posse na direção do Fórum Benjamim Colucci
Nesta terça-feira (18), tomou posse na direção do Fórum Benjamim Colucci a juíza Raquel Gomes Barbosa, que ficará à frente da comarca Juiz de Fora no biênio 2018/2020. Entre os principais desafios do mandato, a magistrada elegeu a consolidação do novo prédio do Fórum, cuja assinatura do contrato de construção, pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), está prevista para esta quinta-feira (20). Além disso, em entrevista a Tribuna, a juíza disse que visa “melhorar a prestação juricional, no que for possível, no atendimento das partes (…), buscando melhor aparelhamento das dependências do Fórum, aprimoramento profissional dos funcionários e dos servidores da casa, estando sempre aberta ao diálogo”.
Terceira mulher a presidir a instituição — precedida pelas juízas Selma Maria Toledo e Sônia de Castro Alvim —, Raquel afirmou se sentir prestigiada, ao mesmo tempo que sua posse demonstra o avanço da mulher no meio jurídico. “É um prestígio sem igual. Isso vai realmente coroar minha carreira já em fase final. Um crédito destes é muito importante, e poder fazer parte desta distinta lista de três mulheres é enobrecedor. Mostra o avanço da mulher no meio jurídico, o nosso reconhecimento como profissionais zelosas e dedicadas”, reconheceu.
Natural de Juiz de Fora, ela se formou em Direito pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) em 1987. Raquel entrou para a magistratura em 1993, e trabalhou nas comarcas de Betim, Brumadinho, Esmeralda, Ibitirama, Varginha, Elói Mendes, Rio Novo, Belo Horizonte e Leopoldina. Atuou ainda na 1ª Vara da Família, 1ª, 3ª e 7ª varas cíveis, 1ª e 2ª varas Criminal e Vara da Juventude.
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Veículo: G1 Zona da Mata
Editoria: Notícias
Data: 18/09/2018
Título: Professora de Juiz de Fora ganha prêmio estadual por campanha de prevenção ao suicídio
A professora Lucilene Hotz Bronzato, do Colégio de Aplicação João XXIII, de Juiz de Fora, foi premiada na etapa estadual da 11ª Edição do Prêmio Professores do Brasil 2018. A honraria foi concedida por conta do projeto “Campanha educativa: sim. O melhor é falar sobre o suicídio!”, cuja temática é a prevenção do suicídio e a valorização da vida.
Outra professora de Juiz de Fora que apareceu na lista de destaques da edição estadual do prêmio foi Ellen de Paula Moreira. Ela trabalha na Escola Municipal Santos Dumont e desenvolveu um projeto que mescla aprendizagem com diversão.
O Prêmio Professores do Brasil é uma iniciativa do Ministério da Educação em conjunto com instituições parceiras para reconhecer, divulgar e premiar trabalhos de docentes de escolas públicas que contribuem para a melhoria da qualidade da Educação Básica no Brasil.
“Esse trabalho me abalou demais psicologicamente. Eu tive que me fortalecer, me convencer de algumas crenças, me encher de amor para só então lidar com esse drama contemporâneo. É uma recompensa ao meu esforço psicológico”, destacou a professora.
Ela ressaltou ainda o empenho demonstrado pelos alunos e alunas no desenvolvimento das ações da campanha.
“É um alento e um prêmio para todos os alunos e alunas que participaram da campanha, porque mostra que nem toda luta passa despercebida ou é em vão. Incentivou os alunos a exercitarem a alteridade e a compaixão, indo, pois, ao encontro da valorização da vida. Estou muito feliz, satisfeita e emocionada”, revelou.
De acordo com a professora, o objetivo inicial era o ensino da argumentação escrita e oral, mas ela se surpreendeu com os alunos, pois ao invés de sugerirem a discussão de temas mais corriqueiros como violência, gravidez na adolescência e aborto, os principais temas propostos foram a depressão e o suicídio.
Diante desta demanda, Bronzato se preparou para tratar dos temas com artigos científicos e dossiês disponibilizados na internet, que convergiam em um ponto específico: “É essencial tratar abertamente sobre esse tema”.
Por ser ainda considerado delicado e pouco abordado na sociedade, a professora buscou fortalecer os estudantes para aguentarem emocionalmente as discussões. Para isso, ela desenvolveu a dinâmica “Sobra alegria em nossas vidas”, que resultou em um mural, onde os alunos preenchiam com “coisinhas à toa que deixam a gente feliz”.
A discussão evoluiu e acabou se tornando uma campanha educativa na escola, com relatos de tentativas de suicídio. A proposta foi feita pelos próprios estudantes, com base nos estudos tratados com a professora. A campanha abordou a valorização da vida e propostas de possíveis soluções para problemas como depressão e solidão.
A campanha incluiu confecção de cartazes divulgando as principais informações colhidas, um adesivo para quem quisesse aderir à campanha, bem como contatos para obter ajuda, como o Centro de Valorização da Vida (CVV) através do telefone 188. Além disso, os alunos dividiram-se para visitar as 21 salas de aula do Colégio, do Ensino Fundamental II ao Ensino Médio.
A professora destacou que a rotina que a maioria dos jovens vive atualmente representa uma rotina de pressões e solidão.
“A invisibilidade que hoje avassala as relações tem de ser superada, ao menos, na escola. Os alunos do 9º ano do João XXIII contribuíram concretamente para a valorização de uma cultura da paz e de boa convivência, essenciais a quem procura e precisa de uma sociedade mais humanizada”, completou.
Projeto de aprendizagem divertida é destaque
A professora de Juiz de Fora, Ellen de Paula Moreira, apareceu na lista de destaques na etapa estadual da 11ª Edição do Prêmio Professores do Brasil 2018.
Ela trabalha na Escola Municipal Santos Dumont e desenvolveu o projeto “A mala maluca da vovó Zenilda: Aprendizagem significativa e divertida” com alunos do 1º ao 3º anos do Ensino Fundamental.
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Veículo: Tribuna de Minas
Editoria: Coluna Cesar Romero
Data: 18/09/2018
Link: https://tribunademinas.com.br/colunas/cesar-romero/18-09-2018/a-128.html
Título: Posse no fórum
A juíza da 1ª Vara de Família, Raquel Gomes Barbosa toma posse, logo mais, como diretora do Fórum Benjamim Colucci. Ela formou-se na UFJF em 1987 e, em 1993, entrou para a magistratura.
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Veículo: Tribuna de Minas
Editoria: Coluna Cesar Romero
Data: 18/09/2018
Link: https://tribunademinas.com.br/colunas/cesar-romero/18-09-2018/a-128.html
Título: Bom desempenho
Arquitetos juiz-foranos se destacaram no concurso nacional de projetos para o novo prédio da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da UFJF, vencido por um grupo de São Paulo.
André Coronha Lima Vieira, Naiara Barbosa Corrêa e Luan de Carvalho Rocha conquistaram o segundo lugar.Felipe Oliveira Ribeiro, Denyse Pereira Neves Delgado (com apoio dos colaboradores Herivelton Gonçalves Veloso, Fred Simão, Caio Thomé Marinho e Nivalda Maria de Campos Valeriano) ficaram em terceiro lugar.
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