Veículo: Extra
Editoria: Notícias
Data: 07/09/2018
Título: Homem que esfaqueou Bolsonaro é transferido para presídio em Juiz de Fora
JUIZ DE FORA (MG) – Adélio Bispo de Oliveira, de 40 anos, foi transferido nesta madrugada de sexta-feira para o Centro de Remanejamento do Sistema Prisional (Ceresp), em Juiz de Fora. Autor do ataque a faca ao candidato Jair Bolsonaro (PSL) foi transferido por volta das 3 horas da manhã e deve passar por audiência de custódia na Justiça Federal no início da tarde de hoje, segundo o auxiliar da juíza de plantão, Patrícia Alencar.
Bruno Pereira da Silva, de 21 anos, um dos detidos, foi liberado por volta das 23 horas de ontem, após prestar depoimento. Segundo ele, o ex-conselheiro tutelar de Juiz de Fora, Abraão Fernandes, o apontou erroneamente como cúmplice do atentado contra o presidenciável Jair Bolsonaro, do PSL.
Tinha uma desavença antiga com ele (Abraão) aqui na cidade, porque ele foi racista comigo. Quando me viu lá na hora apontou o dedo para mim e o policial veio me prender – disse Silva, que é ativista do coletivo Vozes da Rua e estudante de Ciências Sociais na UFJF, ao sair da delegacia da PF.
A namorada e uma madrinha, além de amigos, o esperavam do lado de fora. Elas haviam sido informadas por uma conhecida que Silva teria sido espancado por policiais e seguranças, informação desmentida por Silva.
A PF de Juiz de Fora não deu informações sobre o terceiro detido, Hugo Ricardo Bernardo.
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Veículo: Super FC
Editoria: Vôlei
Data: 07/09/2018
Título: Sada Cruzeiro mostra superioridade e vence o JF Vôlei em estreia no Mineiro
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Veículo: Congresso em Foco
Editoria: Eleições
Data: 07/09/2018
Título: Juiz de Fora tenta retomar rotina após atentado contra Bolsonaro
O candidato do PSL à Presidência da República, deputado Jair Bolsonaro (RJ), saiu da Santa Casa de Misericórdia de Juiz de Fora (MG) por volta das 8h20 desta sexta-feira (7), com destino ao Aeroporto Regional da Serrinha, onde embarcou para São Paulo, rumo ao Hospital Albert Eistein. Desde a noite de ontem (quinta, 6), uma equipe da instituição paulista já acompanhava o quadro clínico do presidenciável, em mais uma sinalização de que, depois da facada que o presidenciável sofreu durante ato de campanha, o quadro caminha para a normalidade. O mesmo acontece na cidade mineira que, dada a proximidade com a fronteira entre Minas e Rio de Janeiro, é chamada de o “bairro mais distante do Rio”.
Mas tudo indica que o atentado ainda será, por muitos dias, o assunto principal no município. A reportagem do Congresso em Foco falou com alguns personagens centrais no cotidiano da cidade e verificou, em um dia de feriado, que a passagem de Bolsonaro vai deixar cicatrizes na memória dos juiz-foranos.
Diante da remoção do candidato para São Paulo, o presidente da Santa Casa de Misericórdia de Juiz de Fora, Renato Loures, fez questão de tranquilizar o público a respeito da situação de Bolsonaro: “A transferência foi um pedido da família. Ele saiu daqui muito bem, lúcido e falando. Acreditamos que possa haver um desfecho muito bom em São Paulo”, vislumbrou.
Durante a transferência do candidato, estava em curso em frente à Santa Casa de Misericórdia, localizada na Avenida Rio Branco, principal via da cidade, o tradicional desfile em comemoração ao 7 de Setembro. Gritos em apoio a Bolsonaro foram ouvidos e muitas camisas com a estampa do presidenciável eram visíveis. Apesar da aglomeração, o clima na cidade era bem mais tranquilo do que na véspera, quando foguetes já cruzavam os céus desde a chegada do presidenciável a Juiz de Fora.
Em visita de Bolsonaro à Associação Feminina de Combate ao Câncer de Juiz de Fora (Ascomcer), populares relataram tumulto na instituição. Diversos apoiadores do candidato se aglomeraram em frente ao hospital, o que causou dificuldades a pacientes e acompanhantes.
No caso da Santa Casa de Misericórdia, apesar da grande quantidade de apoiadores gritando expressões como “mito”, o presidente da instituição indicou que não houve transtorno: “O tumulto foi na rua, não no hospital. Não houve nenhum prejuízo.”
Efeito colateral
O atentado na tarde de ontem (quinta, 6) alterou a organização do desfile de 7 de Setembro. É o que confirma o coronel da Polícia Militar Alexandre Nocelli. “A gente teve que reduzir um pouco o contingente que iria desfilar para reforçar o policiamento. Potencializamos pensando que poderia ocorrer algum problema, mas não houve nada”, informou.
Segundo o oficial, aumentou o fluxo de pessoas na celebração deste ano. “Relacionado aos outros, pela experiência que temos, a participação foi maior na Avenida.” No local do ataque – a Rua Halfeld, bem próxima à Avenida Rio Branco – o clima era muito tranquilo e poucas lojas funcionavam na manhã do feriado. Nenhuma marca da confusão de ontem era visível.
Muitos políticos locais aproveitaram a ocasião para fazer campanha. Dentre eles se destaca a vereadora mais votada em Juiz de Fora na última eleição, Delegada Scheila. Também do PSL e candidata a deputada estadual, ela comentou o atentado.
“Penso que a população já está insatisfeita com a falta de segurança. Tanto que o Jair Bolsonaro vem despontando nas pesquisas justamente com isso”, avaliou.
A vereadora lamentou o ocorrido na cidade: “Nós não esperávamos que isto fosse acontecer em lugar nenhum, principalmente em Juiz de Fora, que tradicionalmente não é uma cidade tão violenta assim. Acho que a população está toda comovida, orando para que ele se recupere logo”, acrescentou Scheila.
Concorrência
O PSL foi o partido que mais se fez presente em campanha durante o desfile, mas agremiações como o PV também aproveitaram o espaço. Além dos tradicionais santinhos, uma publicação com a manchete “O Brasil exige militares no poder!” também era distribuída (foto abaixo).
Na Santa Casa de Misericórdia, o clima já era o habitual pouco depois da partida de Bolsonaro para São Paulo. Poucos repórteres permaneciam no local, situação diferente da ocorrida ontem, que para funcionários, só teria sido equiparado à morte do ex-presidente Itamar Franco, em 2011. Nas ruas da cidade o assunto, que teve grande repercussão até mesmo no cenário internacional, ainda é presença constante.
Em páginas locais de Facebook e em grupos de Whatsapp, diversas versões sobre o ocorrido foram postadas. Muitos questionavam a ausência de sangue nas imagens divulgadas do ataque, dúvida sanada pelos médicos responsáveis indicando que a especificidade da lesão no abdome provocava apenas uma hemorragia interna.
Ainda assim, teorias reforçadas por informações falsas ainda repercutem na cidade – como a imagem que apresentava Bolsonaro entrando pela manhã na Ascomcer como se fosse após do atentado. As supostas motivações religiosas do autor do atentado também eram frequentemente evocadas em frases como “quem faz uma coisa dessas não pode estar com Deus”. Expressões similares foram muito ouvidas pelas ruas de Juiz de Fora durante este feriado.
Tradição verde-oliva
Uma das propostas de Bolsonaro é a militarização das escolas no Brasil. Juiz de Fora é uma das duas cidades do interior do país dotadas de uma instituição do gênero. São 13 unidades militarizadas em todo o Brasil.
A cidade tem importante presença no cenário militar brasileiro e foi uma das grandes fornecedoras da Força Expedicionária Brasileira (FEB) durante a Segunda Guerra Mundial, com especial participação na tomada de Monte Castelo, na Itália, que dá nome a um bairro na cidade. Também partiram de Juiz de Fora as tropas capitaneadas pelo general Olímpio Mourão Filho responsáveis pelo golpe militar de 1964.
O militarismo é um dos últimos signos da importância cada vez mais longínqua que Juiz de Fora já possuiu. Conhecida na virada do século 20 como “Manchester Mineira” devido ao seu fervor industrial – foi sede da primeira grande usina hidrelétrica da América do Sul. Com o tempo, a cidade, tradicionalmente a segunda mais importante de Minas Gerais, perdeu relevância e foi ultrapassada por outras. Hoje, a maior parte da atividade econômica dos cerca de 600 mil habitantes depende do setor de serviços.
Flerte antigo
Outro momento que aproximou o candidato a Juiz de Fora foi em outubro do ano passado. Na ocasião, Bolsonaro publicou em sua página de Facebook um vídeo da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) em que uma personagem drag queen interagia com alunos do Colégio de Aplicação João XXIII, que pertence à UFJF.
Na postagem, o candidato escreveu: “Prestem atenção na canalhice que estão fazendo com nossas crianças”. O caso gerou grande comoção e serviu para demonstrar, à época, a divisão de opiniões sobre o assunto na cidade.
Boletim policial
Além do principal suspeito, Adélio Bispo de Oliveira, que confessou a autoria do crime na tarde de ontem (quinta, 6), as investigações abrangem mais duas pessoas, ainda sem identidade revelada. Segundo o Coronel Nocelli, a conclusão sobre as demais participações ainda não são possíveis e exigem cautela.
A Polícia Federal deve avançar no caso no transcorrer dos próximos dias. O jornal Folha de S. Paulo divulgou que Bispo mora em Juiz de Fora há apenas duas semanas. Em entrevista ao portal G1, o advogado do suspeito afirmou que ele trabalhava na cidade como garçom.
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Veículo: Tribuna de Minas
Editoria: Cidade
Data: 07/09/2018
Título: Obras de condicionantes ambientais têm início na AMG-3085
O Departamento de Edificações e Estradas de Rodagem de Minas Gerais (DEER/MG) deu início às obras de condicionantes ambientais, previstas no licenciamento para implantação da AMG-3085, que interliga as rodovias BR-040 e MG-353. As intervenções preveem a construção de caixas coletoras, canaletas e barreiras do tipo “new jersey”, próximas à barragem Doutor João Penido. A previsão é que as obras sejam concluídas em julho de 2019.
No momento, o DEER/MG está implantando as canaletas para proteção de eventuais resíduos que possam contaminar a represa. De acordo com informações do órgão, as obras irão contemplar cerca de nove quilômetros, dos quais 700 metros estão concluídos. As barreiras serão construídas também ao longo de nove quilômetros, além de estar prevista a contenção de rochas em determinados pontos da via.
Em nota, o departamento informou ainda que, até a conclusão das obras, como medida preventiva e de segurança, “foram instaladas placas educativas e de orientação aos motoristas de caminhão sobre o tráfego de cargas perigosas, incluindo, ainda, ações de fiscalização preventiva e contato com as empresas da região que realizam este tipo de transporte”.
A Companhia de Saneamento Municipal de Juiz de Fora (Cesama) também se manifestou por meio de nota. Conforme a assessoria de comunicação do órgão, as obras são necessárias em virtude do licenciamento ambiental da estrada, e têm como objetivo “mitigar problemas para o manancial, em caso de acidentes ou até em função do uso rotineiro da rodovia, uma vez que ela cruza a bacia da Represa Doutor João Penido.”
Ainda segundo o texto, até que sejam concluídas algumas intervenções, como as bacias de contenção em dispositivos de drenagem e as barreiras de amortecimento, a represa pode estar exposta a algum nível de risco, no entanto, já foram incluídas soluções geométricas para reduzi-los. Além disso, o órgão afirma que, caso seja necessário, o abastecimento de água em Juiz de Fora está garantido pelos outros mananciais, como a Represa de Chapéu d’Uvas.
Especialista alerta para casos de acidentes
Mesmo que as intervenções atuais sejam para evitar danos ambientais, o engenheiro e coordenador do Núcleo de Análise Geoambiental (Nagea) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Cézar Barra, se preocupa com o fato do fluxo de veículos na via acontecer sem a instalação das condicionantes. “Essas intervenções deveriam ser feitas antes de liberar a operação da estrada”, explica. “Atualmente, se acontecer um acidente, o líquido do veículo que porventura venha a se acidentar vai direto para a água da represa. Há um risco muito grande de acontecer esse tipo de evento, e nós em Juiz de Fora não temos tecnologia para conseguir separar um líquido poluente de uma água comum.”
Em um contexto de acidente, os danos podem interferir o abastecimento de água em Juiz de Fora. “O que vai acontecer em uma situação dessa é ter que interromper o abastecimento usando a água da Represa João Penido. Vai ter que usar a água de Chapéu d’Uvas, do Ribeirão do Espírito Santo e da Represa de São Pedro, mas não vai poder usar essa água”, afirma Barra.
Devido ao tráfego em estradas possuir um traçado fluente, é comum que os veículos circulem em velocidades mais altas, também por não haver redutores ao longo da AMG-3085. Esses fatores intensificam a possibilidade de acidentes, de acordo com o engenheiro. Além disso, as condicionantes ambientais em construção podem não ser suficientes em casos de acidentes envolvendo veículos de grande porte. “As barreiras new jersey só têm eficiência comprovada para segurar carro de passeio. Essas barreiras não conseguem segurar veículos pesados”, justifica. “As canaletas e as caixas internalizadas têm que ser dimensionadas para dar conta de um volume de líquido de um caminhão, de combustível, por exemplo, além de ter que ser um dispositivo impermeável, para permitir que esse líquido seja coletado nessa caixa e depois recolhido.”
Histórico
A construção do traçado de acesso ao Aeroporto Regional teve início em maio de 2013. A estrada só foi liberada em dezembro de 2017, seis meses após ser finalizada, devido a exigência de um projeto executivo para construção do trevo com a BR-040, em conformidade com a Concer, responsável pela administração da malha federal no trecho. O tráfego na AMG-3085 passou a operar após autorização da Agência Nacional de Transporte Terrestre (ANTT).
A licitação para execução das obras de implantação do trevo da AMG 3085 com a BR-040, com base no projeto de engenharia aprovado pela ANTT, já foi concluída. Em nota, o DEER/MG informou que “a ordem de início dos serviços aguarda pendência em área a ser desapropriada.”
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Veículo: Tribuna de Minas
Editoria: Coluna Cesar Romero
Data: 07/09/2018
Título: Voo livre
A publicitária Raquel Tomás Cançado e a professora Letícia de Sá Nogueira vão apresentar o trabalho “Grotesco como opção estética: um olhar semiótico sobre South Park”, no Encontro de Semiótica do Projeto da UFJF.
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Veículo: Tribuna de Minas
Editoria: Esportes
Data: 08/09/2018
Título: JF Vôlei perde para SADA Cruzeiro na estreia do Campeonato Mineiro
Na estreia do Campeonato Mineiro 2018, o JF Vôlei perdeu a disputa contra o SADA Cruzeiro por 3 sets a 0 (parciais de 21 a 25; 16 a 25; e 17 a 25), em confronto que aconteceu na última sexta-feira (7), no Ginásio da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). O levantador Fernando Cachoa, da equipe de Belo Horizonte, foi eleito o melhor jogador da partida pelo voto popular. O próximo desafio da equipe juiz-forana é contra o Minas, em partida que acontece neste domingo (9), também no ginásio da UFJF, a partir das 11h.
De acordo com informações da assessoria de imprensa do JF Vôlei, o técnico do time, Marcos Henrique, observou uma melhora em relação aos dois últimos jogos no Campeonato Carioca. “Evoluímos bastante. Bloqueamos e sacamos mais. O time teve um bom começo de set, viemos de duas partidas começando mal e enfrentamos uma equipe de muita qualidade.”
Para o ponteiro Thiago Guilherme, o desempenho da equipe na partida contra o SADA Cruzeiro foi positivo. “O jogo foi bom, a equipe deles têm mais experiência que a nossa, somos mais jovens. Mas entramos firmes na partida e com determinação, como o professor pediu, e fomos para cima, mas infelizmente não deu”, afirma.
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Veículo: Globo Esporte
Editoria: Zona da Mata e Centro-Oeste
Data: 08/09/2018
Título: Mesmo desfalcado, Cruzeiro bate JF Vôlei na estreia do Campeonato Mineiro
O Cruzeiro não deu bola para os desfalques e não teve dificuldades para superar o JF Vôlei na noite desta sexta-feira no ginásio da UFJF. Com boas atuações de Rodriguinho, Cachopa e Luan, o time celeste fez 3 sets a 0. As parciais foram 25/21, 25/16 e 25/17.
Com o resultado, o Cruzeiro chega aos três pontos na competição, enquanto o JF Vôlei ainda não somou na tabela. Na próxima rodada, o JF Vôlei pega o Minas, domingo, 11h, na Arena UFJF. No sábado, dia 15 de setembro, o Cruzeiro visita o Minas.
Carregando as baterias para a temporada, a Raposa teve dificuldades na primeira metade da primeira parcial. Sem poder contar com o oposto Evandro e o central Isac, servindo a seleção brasileira, e na ausência do ponta norte-americano Sander e do central francês, Le Roux, que também defendem seus países no Mundial, o Cruzeiro não conseguia abrir margem no placar. Com boas presenças dos pontas Thiago e Antony, Juiz de Fora incomodava os visitantes. Com alternâncias de liderança os times brigaram pelo set até 16 a 16. Depois disso, a qualidade de passe dos donos da casa caiu e o Cruzeiro, liderado por Rodriguinho e Filipe, abriu quatro pontos de frente. O próprio Filipe, em ataque da entrada de rede, fechou a parcial em 25 a 21.
No set seguinte, o Cruzeiro foi soberano. Logo no começo, o time celeste abriu 8 a 2. Atrás do marcador, Marcão fez a inversão do 5 em 1, colocando Tarik e Vítor nas vagas de Gabriel Tosim e Léo. O time chegou a reduzir a diferença pra três pontos. Só que a Raposa restabeleceu margem e com boa distribuição de Cachopa e Sandro – que entrou no decorrer da parcial – fechou em 25 a 16.
A um set de ser derrotado, o Juiz de Fora saiu atrás também no terceiro período. A Raposa chegou a abrir 5 a 2 e dava pinta de que conduziria bem o marcador. Foi aí que apareceu Thiago. Com dois aces e passagem longa pelo serviço, o jogador foi fundamental na reação dos donos da casa, que viraram para 13 a 10. Só que com a equipe de Marcelo Mendez não se pode dar um vacilo. Os visitantes voltaram a imprimir um ritmo intenso e com bolas importantes viradas por Luan, ex-JF Vôlei, e Éder Levi, os cruzeirenses fecharam em 25 a 17, matando o jogo em Juiz de Fora, iniciando bem a temporada.
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Veículo: Tribuna de Minas
Editoria: Cidade
Data: 09/09/2018
Título: Campanha pela prevenção do suicídio marca Setembro Amarelo
Banners amarelos, com mensagens alusivas à preservação da vida e à prevenção ao suicídio, estão instalados por todo o campus da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). As peças fazem parte da programação da instituição para o Setembro Amarelo, e trazem o mote: Precisamos nos entender. O acolhimento também é o tema do vídeo institucional produzido pela Diretoria de Imagem Institucional da universidade, em parceria com a Diretoria de Ações Afirmativas (Diaaf), da Pró-Reitoria de Assistência Estudantil, e do Centro de Psicologia Aplicada (CPA), que foi disponibilizado pela instituição para outras universidades, para que elas anexem informações sobre o atendimento em seus ambientes.
“Trata-se de um tema muito sensível, e a nossa intenção é fazer com que as pessoas conheçam mais sobre os recursos disponibilizados pelas universidades, despertando a comunidade para uma necessidade cada vez maior de abrir espaço para perceber a carência e as dificuldades dos outros”, destaca o diretor de Imagem Institucional, Márcio Guerra.
Ele reforça que, quanto mais se tocar no assunto, com a sensibilidade que ele merece, mais vidas podem ser salvas do autoextermínio. “Todos temos dificuldade em falar sobre o suicídio. Tanto a imprensa, quanto a comunidade acadêmica, porque sempre foi tabu. (O Setembro Amarelo) faz com que a gente tenha a consciência de que há um adoecimento mental na sociedade como um todo, e também é papel das instituições de ensino superior trabalhar em relação a isso. Lidamos nessa dimensão para que as pessoas se ajudem, percebendo seus valores individuais e nas relações em um âmbito mais complexo.”
As pressões e as conjunturas atuais somam ansiedades e muitas dificuldades em todos os níveis da sociedade. Marcos Freitas, pró-reitor de Assistência Estudantil, destaca que esse ambiente de insegurança, de ódio e de falta de garantia de coisas básicas para a sobrevivência, geram um clima de tensão muito grande. “Especificamente dentro da academia, o que temos trabalhado é a possibilidade de transformar esse espaço, que é de construção de conhecimento, em um local em que a liberdade de expressão é verdadeiramente respeitada, de forma que nos dedicamos à construção de um ambiente organizacional mais humanizado. Queremos que as pessoas sejam respeitadas nas suas diferenças, em seus direitos, nas suas pluralidades. Que todos possam se respeitar e aproveitar dessas diferenças para crescer. Enquanto não temos esse ambiente mais saudável, abrimos espaço para que o estudante tenha voz, para que a comunidade acadêmica possa fazer a denúncia.”
Para isso, a universidade criou uma ouvidoria especializada, em que todas as questões são apuradas e investigadas e as violações sejam punidas. Durante o mês, várias atividades estão previstas na UFJF. A Proae promove um seminário no dia 25, envolvendo temas como a prevenção do suicídio na juventude, a comunicação como prevenção e a necessidade de falar sobre o tema.
A importância do acolhimento
Desde o início do mês, alunos da UFJF se reúnem para ‘abraçar’ outros estudantes, abrindo caminho para a informação sobre como chegar à ajuda especializada, por meio de mensagens deixadas em papéis pelo campus e por meio da página do Instagram @intensize. “Apoiamos totalmente esse tipo de iniciativa. Esse é um caminho importantíssimo. A UFJF é muito rica em suas diversas manifestações. Temos vários coletivos e organizações e isso é uma virtude. Particularmente, vejo a ação de valorização da vida como uma atividades transversal. Deve ser executada e desenvolvida tanto pelos estudantes, quanto pelos técnicos-administrativos e professores. Também temos vários programas ofertados pela Proae aos estudantes, sobre assuntos como ansiedade, por exemplo. Ampliamos os espaços institucionais para que as pessoas tenham condições de dialogar, trazer suas questões”, explica o pró-reitor Marcos Freitas.
Saber onde encontrar ajuda é fundamental, pontua o médico psiquiatra Bruno Cruz, vice-presidente da Associação Psiquiátrica de Juiz de Fora e colunista do Papo Cabeça, da Rádio CBN Juiz de Fora. “Conseguimos evitar o suicídio, mas a forma de fazer (a prevenção) é tratando o transtorno mental, buscando a atenção em saúde mental. Se a pessoa não procura o atendimento, perde-se a chance de salvar essa pessoa. Essa rede que sinaliza a forma de encontrar ajuda é fundamental.”
Preconceito
Ele ressalta ainda que os indivíduos não devem ter seus sofrimentos ignorados. “Não temos que ter medo de conversar a respeito, não devemos achar que é frescura, ou que vai passar. É preciso entender que os transtornos psiquiátricos são doenças sérias, mas têm tratamento, e que o preconceito deve ser deixado de lado, para que quem precisa possa chegar a um psicólogo ou a um psiquiatra. São doenças que trazem muito preconceito, e isso tem que ser mudado.”
As pessoas podem encontrar amparo por meio de serviços de saúde, como Centros de Atendimento Psicossociais (Caps), Unidades Básicas de Saúde (UBSs), entre outros serviços públicos, inclusive as unidades de urgência e emergência. O Centro de Valorização da Vida, que atende pelo telefone 141( ligação paga), via site (www.cvv.org.br), para chat, skype e email, é outra opção.
Sua vida vale ouro
Outro evento que abordará a relevância da prevenção será realizado pela Unimed, na Sociedade de Medicina e Cirurgia de Juiz de Fora, no dia 25 de setembro, às 19h30. Assim como o seminário da UFJF, o evento promoverá uma abordagem multidisciplinar do suicídio. A médica psiquiatra Elimar Jacob Salzer, destaca que os transtornos emocionais que podem levar ao suicídio devem ser entendidos dentro de sua complexidade, o que relaciona sua origem, sintomatologia, evolução, tratamento e prognóstico.
“A frequência e a gravidade dos sintomas indicam o grau de comprometimento da pessoa em suas diversas áreas de relação: pessoal, profissional, e de lazer. Ao se detectar o risco, a postura terapêutica vai lançar mão de toda a ajuda possível, incluindo familiares e amigos, presença constante, atividades de grupo, religiosas, tentando-se, em cada caso, o que for mais aceito e adequado ao paciente.” Elimar também reitera a força e a importância da presença e da palavra, mesmo em situações não terapêuticas. “Esse auxílio pode ser recebido de todos que manifestem real interesse na ajuda.”
O papel dos profissionais em suas atividades, do assistente social ao psiquiatra, também estará contemplado no simpósio, que tem entrada gratuita, mas limitada pela lotação do espaço. Os interessados devem se inscrever pelo email ceduc@unimedjf.coop.br .
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Veículo: Tribuna de Minas
Editoria: Cultura
Data: 09/09/2018
Título: Oito acervos de JF sofrem com série de descasos
Os incêndios são constantes e invisíveis. Não causam fumaça, nem odor, nem fuligem. Mas transformam tudo em pó. A cada nova volta do relógio, um tanto a mais dos acervos de Juiz de Fora se perde, num fenômeno irreversível. Modelar na cidade, a biblioteca onde estão os livros do poeta Murilo Mendes, no museu que leva seu nome, possui documentos que preveem a preservação da coleção, equipe especializada e equipamentos para a conservação do material. Ainda assim, a deterioração é uma realidade. “Pela datação histórica, essa biblioteca é constituída de um material que chamamos de papel-madeira, que é um papel que tem origem no lenho da árvore e que tem um processo de deterioração muito intenso. Em inglês, chama-se ‘slow fire’, ou seja, fogo lento, porque vai acometendo toda a estrutura química da composição celulósica”, explica Aloisio Arnaldo Nunes de Castro, especialista no campo da preservação, conservação e restauração de acervos em suporte de papel, referindo-se ao chamado século maldito do papel, que abrange o período entre 1850 e 1950. Um dos restauradores do local e integrante do conselho curador do Museu de Arte Murilo Mendes (Mamm), o profissional acompanha com preocupação o processo, contornado com o auxílio de ar-condicionado, desumidificador e materiais específicos para a neutralização dos efeitos.
“Ela é uma biblioteca rara, de difícil conservação, como qualquer outra biblioteca do mundo, cujo arco de tempo dos livros ou documentos está nesse período. Depois apuraram a tecnologia do papel, e hoje eles já não têm esse problema”, aponta Ricardo Cristofaro, diretor do Mamm. “Esses papéis estão condenados. E o congelamento deles é um dos caminhos ideais”, diz, para logo completar: “Essa biblioteca, então, precisa ser toda digitalizada, um processo que já começamos a fazer, guardando informações importantes para os pesquisadores num suporte digital. Com isso, não será necessário acessar o objeto de origem”.
O incontornável “fogo lento” que acomete a coleção muriliana é veloz no Arquivo Histórico de Juiz de Fora, espaço que reúne documentação datada, principalmente, entre a metade do século XIX e a metade do século XX, e não conta com desumidificadores nem ar-condicionado, além de estar todo o agigantado material acondicionado em caixas de papelão ou envoltos em papel pardo, que contribuem para a deterioração. É igualmente veloz na Biblioteca Municipal, que também leva o nome do autor de “A idade do serrote” e reúne a mais completa coleção de periódicos da região embrulhados em papel pardo, sem sistemas de climatização e com uma área do setor de memória, no último andar do prédio, com restrição de acesso após a queda de uma das janelas do espaço. Degradação semelhante se repete em diferentes acervos de Juiz de Fora, espaços de memória e de descaso, que carecem desde material de consumo básico até equipe para manter as portas abertas. Nos dias que sucederam o incêndio que devastou o Museu Nacional, na Quinta da Boa Vista, no Rio de Janeiro, a Tribuna acompanhou a realidade dos principais acervos da cidade, que pouco a pouco se tornam silenciosos amontoados de cinzas.
O peso da história ou a história de peso
Manuel tinha apenas 2 anos, e sua descrição enumerava seu nome, o adjetivo criolo, a idade e a origem mineira. No mesmo parágrafo está Esperança: “criola, 35 anos, solteira, roceira, mineira”. Os dois, de um conjunto de uma dezena de pessoas, compartilhavam a condição de escravizados pelo senhor Joaquim Fernandes de Carvalho, numa fazenda em Simão Pereira e o fato de terem sido, como reles objetos, penhorados. O registro da objetificação a que também foram submetidos está num dos livros que formam o acervo do Arquivo Histórico do município, onde também está guardado um enorme livro com o registro da movimentação bancária dos correntistas do Banco Territorial e Mercantil em 1890, dentre eles Frederico Ferreira Lage, filho mais velho de Mariano Procópio. Em outra estante está o registro dos seis eleitores juiz-foranos iniciais, do período imperial, além de cadernos tomando nota da qualificação de votantes de 1899, 1901 e 1902. Dentre as fichas criminais, está a de um negro, que, submetido à escravidão, ficou doente e foi isolado junto da família. Depressivo, cortou a garganta dos filhos, da mulher e se matou.
Nas prateleiras abarrotadas de caixas e calhamaços de papel no prédio de número 560 da Avenida Brasil, estão não apenas a documentação da vida cotidiana no passado de Juiz de Fora, como narrativas que dão contam das crueldades do período da escravidão no Brasil e curiosidades acerca da construção da cidade, como a planta com o projeto de construção de um cassino em pleno Parque Halfeld. A isso, agrega-se, ainda, o acervo documental do ex-prefeito Mello Reis, à espera de catalogação. Valioso, o acervo que parte da segunda década do século XIX possui digitalizado apenas o período imperial. O trabalho de registro fotográfico do material, bem como o atendimento a pesquisadores, é realizado por apenas dois funcionários e quatro estagiários, num espaço de estrutura simplificada, com poucos extintores, ainda que disponha de censor de fumaça por toda a sua extensão. A robustez do conteúdo que preenche o espaço não condiz com o sistema de preservação que a ele é oferecido. Em nota, a assessoria de comunicação da Prefeitura de Juiz de Fora informa que o governo municipal “tem buscado fontes de financiamento para novos investimentos no local”.
Da mesma forma, a importância histórica, social e científica do Museu da Malacologia não está refletida no espaço que ocupa. As salas pequenas, na ponta do Instituto de Ciências Biológicas da UFJF, agrupam laboratório, sala de estudos, espaço expositivo e uma biblioteca para a qual a própria curadora do museu, a professora Sthefane D’Àvila, especialista em comportamento, biologia, taxonomia e morfologia de moluscos pulmonados terrestres, helmintologia e histologia de invertebrados, comprou as cortinas. Segundo conta, as persianas antigas estavam quebradas, e o sol que adentrava o lugar acelerava a degradação dos livros.
“Eu mesma comprei o blecaute, vim aqui, com a furadeira, e instalei. Em qualquer museu e coleção, verá que as pessoas fazem isso, porque sabem do valor que as obras têm, a raridade que possuem e que estão acondicionadas de forma inadequada. Tentamos preservar da forma que conseguimos, mas sem um especialista em museologia, sem um bibliotecário para os livros, sem armário adequado para acondicionar. Guardamos da forma que podemos”, emociona-se a pesquisadora, revelando a paixão envolta em seu ofício e no de muitos outros trabalhadores cuja maior parte do tempo que possuem é vivida nesses acervos, sustentados, sobretudo, pelo entusiasmo e dedicação desses profissionais, como é o caso do próprio Arquivo Histórico, da Biblioteca Municipal Murilo Mendes e tantos outros endereços.
Com brilho nos olhos, Roberto Dilly, que convidado para cuidar do Museu do Crédito Real (instituição estadual) por três meses acabou permanecendo por mais de duas décadas, apresenta cada canto do agigantado prédio, com o qual parece ter um carinho quase doméstico. “Sou historiador, estou comprometido com esse trabalho há 45 anos, amo essas coisas, não quero que se perca nenhum botão de uma cadeira. Quando me acusam de preservacionista, na verdade, estão me elogiando. Temos vontade, mas não temos dinheiro. O pouco de verba que conseguimos, vamos criando prioridades. Infelizmente vivemos essa realidade”, reforça.
Futuro preservado no passado
Preservados por séculos a fio, os moluscos guardados no passado em vidros com substâncias conservantes serviram às pesquisas contemporâneas acerca da genética. Curadora do Museu da Malacologia, Sthefane D’Ávila conta o fato para ilustrar o alcance incalculável de acervos como o iniciado pelo professor Maury Pinto de Oliveira. “Só quem trabalha numa coleção sabe o quanto é custoso, são anos de vida e de pesquisa de várias pessoas. Não é só história, porque esse material pode servir para gerações futuras, que vão usar de maneira que agora não sabemos, com as possibilidades que virão do avanço tecnológico. É um trabalho de formiguinha, porque não temos um funcionário aqui, ninguém especializado em acervo. Sou professora, não tenho esse cargo de curadora remunerado, e faço esse trabalho com bolsistas de graduação e pós-graduação e vamos tocando o museu”, diz a pesquisadora, numa sala onde o ar-condicionado há algum tempo já não funciona, em contradição com as modernas estantes para onde ela e os bolsistas transferem, pouco a pouco, o acervo, retirados dos antigos armários de madeira.
Repleto de caixas com dúzias de garrafas de álcool, armários em madeira e ainda muitas peças envoltas em algodão e caixas de papel (o que por si só já ajuda na deterioração das peças), o museu cercado por grossas grades nas janelas tem redigido um plano museológico, ainda sem previsão para ser implementado. “O Museu da Malacologia está cadastrado no Ibram, mas não existe um documento de criação oficial da universidade. Hoje em dia não temos verba direcionada para cá. O que conseguimos de material de consumo, como o álcool e os produtos de limpeza, vem via secretaria do ICB, o que é bastante limitado”, lamenta Sthefane, que espera comemorar no local, em 2019, os 50 anos da Sociedade Brasileira de Malacologia, também fundada por Maury Pinto de Oliveira. “É uma das coleções mais importantes do Brasil, com material do mundo todo. É uma coleção rica em termos da representatividade da diversidade de moluscos”, pontua ela, mostrando etiquetas originais provenientes de Recife, Angola, Austrália e Filipinas, locais para onde, certamente, também foram conchas enviadas de Juiz de Fora, já que era uma prática da área a permuta de peças.
Ironicamente e como toda coleção científica, a do Museu de Malacologia da UFJF permanece crescendo sem ter para onde expandir. A pequena parcela das peças exposta no novíssimo Centro de Ciências, na Praça Cívica, não ajudou a desafogar as salas no ICB. “Toda coleção científica, seja de animais ou plantas, tem uma importância por si só, porque é da biodiversidade que vem tudo o que precisamos. Mas os moluscos, em particular, permeiam a nossa cultura de maneira muito profunda. A forma das conchas influenciaram e influenciam a arquitetura. Tem conchas importantes na religião, outras são usadas como moedas, além de os moluscos serem fontes de alimentos e as conchas terem o fascínio da natureza”, defende a curadora do lugar, ainda bastante abalada com a experiência vivenciada pelos colegas no Museu Nacional, que, caso tenha extinto por completo sua coleção de malacologia, alçou em relevância o museu juiz-forano.
A tragédia carioca também voltou os olhos para o Museu Mariano Procópio, que, como o espaço na Quinta da Boa Vista, também se notabilizou por contribuir na leitura do período imperial brasileiro. No ano em que a reabertura do parque, após reformas, completa uma década, a Villa Ferreira Lage segue fechada para visitações. Considerando as janelas e portas cerradas e a ausência completa de movimentação de obra no local, a recuperação do prédio aparenta estar paralisada, mais uma vez. Questionada pela Tribuna sobre a constatação, a Prefeitura, por nota, afirmou que a “instituição está trabalhando para a liberação de outros processos para o andamento das obras necessárias”.
De acordo com a professora do curso de história da UFJF, Maraliz de Castro Vieira Christo, uma das maiores especialistas no acervo da casa, a coleção de artes plásticas do local é comparável à do Museu Nacional de Belas-Artes e à da Pinacoteca do Estado de São Paulo. “É um acervo que precisa ser conhecido para ser mais compreendido. Só uma peça não dá a dimensão do todo. É uma coleção eclética, muito rica em várias áreas do conhecimento. Há uma parte de artes plásticas importante, com pintura, desenhos e esculturas. Também há artes decorativas, arte de numismática, dentre outras. É um museu que nasceu de uma coleção privada, não tinha caráter de uma história regional”, aponta Maraliz, lamentando o fechamento do espaço para visitações: “O Museu Histórico Nacional, no Rio de Janeiro, fez toda uma reestrutura em seu circuito e pôde se planejar, fechando uma parte e mantendo o museu aberto. Ele teve tempo de se planejar. O Mariano Procópio não teve tempo algum. Começou a ter problemas em sua estrutura, com reboco caindo, e precisou fechar por completo, como o Museu Paulista (fechado há cinco anos).”
Mariano Procópio: O museu sem museólogo
A ausência de sinalização ostensiva, a presença de apenas dois vigias na Galeria Maria Amália, no prédio onde está a parte mais significativa do acervo, e a falta de demarcação no chão para os seis extintores dispostos na ala aberta para visitação só não chama mais atenção do que o fato de o reconhecido acervo do Museu Mariano Procópio não contar, atualmente, com museólogo em seu quadro de profissionais. De acordo com a professora Maraliz de Castro Vieira Christo “as condições de pesquisa estão piorando bastante. Se temos um museu como campo de pesquisa e ele está fechado, não tem os funcionários adequados, dificulta todo o trabalho”. Segundo nota da assessoria de comunicação da PJF, “com a reabertura de outras alas, a equipe deve aumentar, de acordo com a demanda, e por isso o quantitativo atual é suficiente.”
Sem equipe disponível para a recepção dos visitantes do Museu do Crédito Real, o espaço perdeu seu horário de visitação. Com um vigia na portaria do prédio, o local teve duas de suas vagas de colaboradores alocadas em outros órgãos da Secretaria Estadual de Cultura, responsável pela gerência do museu. Ao contrário do Mariano Procópio, de responsabilidade do município, o lugar possui uma museóloga, que divide com o diretor do local a tarefa de abrir e fechar a porta para os visitantes, revezando-se para dar conta de presenciar as atividades sediadas no edifício que faz a esquina do Calçadão com a Avenida Getúlio Vargas. “A grande demanda do museu, hoje, é recurso humano, gente para abrir o espaço nos finais de semana, o que aumentaria bastante a visitação. Eu venho, quando me pedem e posso. Mas o ideal seria que as pessoas pudessem vir num horário de visitação amplo”, confirma o diretor Roberto Dilly.
No interior da edificação que completa 90 anos em 2019, estão 82 mil itens de um acervo que já soma 54 anos e, em seus primórdios, servia apenas ao marketing do banco homônimo. Ao ser doado ao Governo de Minas Gerais, em 1998, passou por uma profunda restauração, inclusive revitalizando e atualizando toda a parte elétrica e trocando elevador. No projeto de transformar o prédio em Palácio da Cultura, o local passou a abrigar diferentes e independentes instituições, como o Instituto Teuto-Brasileiro William Dilly, a Associação de Cultura Luso-Brasileira e o Instituto Itamar Franco, além da área expositiva, com peças que ajudam a contar a história de um pioneiro banco, que funcionou sem interrupção desde o Império, quando nem mesmo as capitais possuíam bancos.
“Encontramos o museu abandonado, mas intacto”, conta Dilly, referindo-se ao cenário de 20 anos atrás. “A primeira coisa que fizemos foi inventariar tudo. A manutenção periódica é feita, todos os anos, pelo Iepha (Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico), que elabora um diagnóstico completo do prédio, fotografa e examina tudo, o próprio desgaste natural. Eles produzem um documento, que é enviado para mim e para o Governo Estadual”, pontua o diretor, apontando para as pinturas de Angelo Bigi nas paredes e o tombamento municipal e estadual do imóvel, cujas marcas por todos os cantos ajudam a não deixar esquecer a cruel ação do tempo. “Quando fizemos o projeto, nossa ideia era que fosse autossuficiente. Originalmente, ocuparíamos a área onde está o Banco Bradesco hoje. Imagina a visibilidade de um museu no nível do Calçadão?”, questiona Dilly.
“Sacrificamos essa proposta com o desejo de que o aluguel para o banco fosse repassado integralmente ao prédio. Se esse dinheiro tivesse permanecido no museu, teríamos como trocar vitrines, fazer novas exposições, trabalhar com painéis, multimídia, totens, toda essa parafernália da tecnologia que existe a serviço da memória e que conhecemos. Dá a impressão de que ainda estamos no século passado, pensando em museu da forma como ele foi fundado, há 50 anos. Mas isso se deve ao fato de não recebermos uma verba maior do que a que chega para nós”, lamenta o diretor, rodeado por uma mobília a provar padrões expográficos bastante obsoletos atualmente.
Acesso restrito
Uma faixa amarela e preta, da Defesa Civil de Juiz de Fora, delimita a distância que deve ser mantida das janelas que formam uma das laterais da Biblioteca Municipal Murilo Mendes, no Complexo Bernardo Mascarenhas. Após a queda de uma das janelas do quarto andar, a área foi interditada. No lugar do vazio que se formou, possibilitando a entrada de pássaros, chuva, luz solar e outros elementos que colocam em risco todo o acervo, foi fixada uma placa de madeira. Para um ambiente composto por jornais, revistas e livros em diferentes estados de conservação, a orientação para que as janelas – algumas também em risco de queda – mantivessem fechadas não se fez possível. Sem ar-condicionado, o local exige circulação de ar para que o odor não impeça a circulação de gente, um dos objetivos do espaço.
Segundo nota da assessoria da PJF, “ciente de que o projeto de adequação de todo o complexo está em fase conclusão, o Corpo de Bombeiros não classifica o fato como risco iminente de queda da janela. Na vistoria realizada pela Defesa Civil não foi constatado risco iminente de queda, mas a área foi mantida interditada como medida de segurança. A janela danificada foi lacrada. O vidro quebrado não é encontrado na cidade devido à sua especificidade. O reparo da janela está em fase de levantamento de custos.”
Retrato da deterioração, o lugar que preserva a história literária local, e pretende difundi-la, afasta o público já na rampa de acesso, com as telhas quebradas que não protegem mais contra a chuva. Ainda segundo nota da assessoria de comunicação da Prefeitura, “o telhado avariado por uma chuva forte recebeu reparos emergenciais com um tipo de telha diferente do modelo que compõe toda a estrutura. Este reparo também está em fase de levantamento de custos.”
Prevista para esta segunda, 10, uma força-tarefa do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais (CBMMG) será realizada em todo o Estado, com o objetivo de vistoriar as principais edificações e conjuntos históricos. Procurada para se pronunciar sobre os espaços em Juiz de Fora, a Quinta Seção do Estado-Maior (BM5) informou que só irá se manifestar após as fiscalizações, quando divulgará um levantamento atualizado acerca da situação real dos locais. Além da avaliação conjunta de segurança, o CBMMG comunicou, em nota, que a força-tarefa também terá caráter educativo, visando trabalhos de orientação aos responsáveis pelos espaços. O propósito é atualizar as regras de segurança, como, por exemplo, troca programada de extintores, verificação de sinalização de emergência e revisão dos planos de prevenção e combate a incêndios e pânico.
Em contraposição ao agonizante cenário do Complexo Bernardo Mascarenhas, onde também está localizado o centro cultural homônimo, fechado ao público por sugestão do Corpo de Bombeiros há cerca de três anos, outro espaço gerido pela Prefeitura passa por pequenos reparos e conclui seu plano museológico. Após cerca de um mês com as portas fechadas, o Museu Ferroviário reabre com as paredes pintadas, algumas peças do acervo restauradas e polidas e uma nova identidade visual. Com um acervo diminuto e equipe formada por quatro profissionais (uma produtora, um técnico de manutenção, um guia e um coordenador), além de dois vigias e serviço de limpeza terceirizado, o endereço vê, pouco a pouco, seu público se ampliar, somando, em 2017, cerca de dez mil visitantes. O Plano Museológico, documento inédito na história da instituição, contudo, prevê a realização de um mapeamento de danos e a necessidade de uma reforma mais completa, já que o último trabalho de revitalização do prédio foi feito em 2003, quando o acervo do museu foi repassado à PJF.
Gestão de risco é caminho
Primeiro ele observou a região central, em específico a área que circunda a esquina das ruas Benjamin Constant e Santo Antônio. Depois, adentrou o Museu de Arte Murilo Mendes. Seguiu pelas salas, galerias, reserva técnica e biblioteca. Concentrou-se no local onde estão as peças artísticas e seus suportes. Por último, deteve-se no acervo que preserva a memória do poeta e suas prestigiadas coleções de livros e obras de arte moderna europeia, com nomes como os do espanhol Pablo Picasso, do francês georges Braque e do italiano Alberto Magnelli. Considerado uma das principais referências em gestão de risco e patrimônio do Brasil, José Luiz Pedersoli Júnior passou, em julho deste ano, cerca de uma semana no endereço para fazer uma palestra e avaliar a situação das coleções que lá se encontram. O diagnóstico produzido pelo profissional, que segue a teoria dos níveis envoltórios em sua avaliação (do macro ao micro), contempla a Política Nacional de Museus, instituída de forma pioneira no país em 2007, observando a necessidade de conservação preventiva. Primeiro museu da Zona da Mata certificado pelo Instituto Brasileiros de Museus e 26º em Minas Gerais, o museu persegue o documento, nem por isso deixa de enfrentar dificuldades.
“Até 2009, o Brasil não tinha órgão que controlasse essa área. O Ibram (Instituto Brasileiro de Museus) não tem dez anos e traz uma legislação, um estatuto, uma série de comprometimentos para que os museus atendam normas, muitas vezes, internacionais. Até 2009 cada um fazia o que queria, do modo mais empírico possível, muito amador, apesar de já existirem ótimos profissionais”, comenta o diretor do museu Ricardo Criostofaro. “O Pedersoli passou uma semana aqui com a gente para fazer um balizamento. Porque não adianta o Corpo de Bombeiros dizer o que precisa, ou o engenheiro da universidade, a Pró-reitoria de Infraestrutura e Gestão, eu, o restaurador com uma experiência enorme. É preciso que um especialista na área nos diga o que precisa ser feito. A gestão de risco envolve tudo, até se o som da rua acarreta risco, ou a luz de fora, ou a poeira, ou um entorno com botequins. É muito mais sério do que a perspectiva simplificada que encontramos neste momento”, defende Cristofaro, artista visual e professor do Instituto de Artes e Design da UFJF.
Na perspectiva da gestão de riscos, o fogo – que acometeu todo o Museu Nacional no domingo passado – é apenas um dos dez agentes de risco que ameaçam os museus. Forças físicas, roubo e vandalismo, água, pragas, poluentes, luz e radiações, temperatura incorreta, umidade incorreta e dissociação (quebra) são os outros fatores que colocam acervos em risco. “É preciso tratar de tudo, numa dinâmica, que está no foco doutrinal, estudada por uma ciência própria, a ciência da conservação”, observa Aloisio Arnaldo Nunes de Castro, restaurador do museu com formação em artes com doutorado na área da preservação do patrimônio cultural. Mais novo espaço museal da cidade, o Memorial da República Presidente Itamar Franco, também da UFJF, ao lado do Museu de Arte Murilo Mendes, ainda que esteja preparado com modernas instalações de combate a sinistros, nasceu com uma questão de complexa resolução: “É um prédio em que entra muita luz. Vemos que há um efeito fotoquímico sobre certos objetos que precisa ser revisto. Hoje não se faz um espaço museal aberto, de vidro, para não entrar luz”, pontua Cristofaro, também diretor do Memorial.
Atualização enfrenta cortes orçamentários
Acondicionados em estantes ideais, que contribuem para uma conservação adequada, os livros e os documentos de Itamar Franco ainda aguardam a instalação de climatizadores e desumidificadores. Enquanto isso, a equipe do lugar implantou uma rigorosa rotina de higienização das peças. A compra de novos equipamentos e atualização dos antigos configuram desafio não apenas para a UFJF, como para os demais órgãos públicos. “O orçamento da universidade tem dois corredores. Um é chamado de custeio, que envolve a química necessária aqui, tinta de parede, transporte, papel, café, papel higiênico e pessoal. O custeio do Mamm é suficiente, às vezes até sobra. Outra coisa é o capital, onde está o gargalo. Não é um valor fixo, ele varia. O capital da universidade já foi maior que o custeio. E hoje é ínfimo e disputado por todas as demandas, do Hospital Universitário até uma unidade acadêmica que precisa reformar uma sala. O capital abre e fecha em função da capacidade do Governo federal. Se a gente precisa, por exemplo, fazer uma reforma na reserva técnica, não podemos fazer com o custeio, mas com o capital”, explica o diretor do Mamm.
Cristofaro garante que os repasses de custeio permitem um bom funcionamento do memorial e do museu. “Mas precisamos de capital para renovar equipamentos, como trocar o sistema de monitoramento por câmeras que já está ultrapassado. Isso está afetando muito, porque as instituições, que precisam de renovação de equipamentos, atualizações como as de segurança e de preservação que envolvam obras, estão envelhecendo”, lamenta ele, pontuando que, com o repasse de capital deste ano, coincidentemente, foram adquiridas quatro portas corta-fogo, uma delas para a biblioteca de Murilo Mendes e três para serem instaladas numa nova reserva técnica, que deve ser maior para abrigar todo o acervo do museu e atualizada para garantir um melhor acondicionamento das obras. “Hoje percebemos, claramente, que para uma instituição dessa natureza, com um acervo valioso como esse, o orçamento da universidade não dá conta sozinho. Vislumbramos possibilidades como o uso da Lei Rouanet”, avalia o gestor.
Segundo Aloisio Arnaldo Nunes de Castro, a mentalidade da conservação preventiva é muito recente no Brasil, que até então trabalhava primordialmente com as questões relativas a restauração. “Quando inauguramos o museu, há 12 anos, foi feito o melhor que havia, com detectores de incêndio, câmeras de segurança. Isso coincide com um momento muito feliz para o museu, com a aprovação do projeto da reserva técnica no programa Caixa de Adoção de Entidades Culturais. Já tendo em vista esse risco do incêndio, com a verba que obtivemos eliminamos todo o mobiliário em madeira e trocamos por móveis de aço. A madeira é um grande inconveniente, porque propaga o fogo em caso de incêndio, atrai insetos e exala gases químicos que deterioram peças em sua constituição orgânica. Isso foi um grande passo e, naquela época, ela foi considerada uma reserva técnica exemplar. Hoje já existem materiais mais sofisticados, e o museu com essa idade de 12 anos pressupõe uma atualização”, reforça o restaurador, autor de “A trajetória histórica da conservação-restauração de acervos em papel no Brasil” (Funalfa Edições/Editora UFJF).
‘Um museu deve estar preparado para o pior’
O Rio de Janeiro poderia ser Juiz de Fora. E o Museu Chácara do Céu, uma das instituições locais. Em “A arte do descaso” (Editora Intrínseca), a jornalista Cristina Tardáguila se atém ao ocorrido em 24 de fevereiro de 2006, semana de carnaval, quando a instituição em Santa Teresa teve roubadas cinco de suas obras – um Dalí, um Matisse, um Monet e dois Picassos – num valor estimado em mais de U$ 10 milhões. O livro reportagem denuncia a vulnerabilidade de uma casa que se reflete em muitos outros espaços país afora, sob diferentes ângulos. “O patrimônio cultural brasileiro precisa de mais atenção do que anda tendo. O episódio desta semana é uma representação evidente disso que venho alertando desde 2016, quando lancei o livro. Em relação à segurança de museus, especificamente em relação a roubo de arte, o Brasil também está desatento. Temos muito pouco cuidado com esse assunto, e muitas obras de arte de relevância nos nossos museus públicos. O caso da Chácara do Céu é o exemplo mais evidente do descaso de todas as instâncias com a segurança em relação ao acervo cultural brasileiro. As obras estão bem guardadas? Estão em museus bem protegidos? Em espaços com estruturas arquitetônicas bem pensadas para dificultar a entrada de pessoas armadas ou portando objetos que possam danificar as obras? Nossos museus estão arquitetonicamente bem desenhados para dificultar a fuga? Nossas obras de arte estão perto das janelas? Nossas obras estão asseguradas contra roubo, temos isso nos museus públicos? Nossos espaços têm catálogo das peças que guarda? Se hoje em dia um museu for roubado, será rapidamente capaz de fornecer à imprensa uma fotografia e dados objetivos do quadro de forma a facilitar a divulgação da peça desaparecida?”, indaga a profissional, em entrevista por telefone à Tribuna.
De acordo com Cristina, que reúne passagens por veículos como “O Globo” e “Folha de S.Paulo” e a criação da primeira agência de fact-checking do Brasil, a Lupa, o país carece, dentre outras coisas, de desenvolvimento de um banco de obras roubadas. “Existe a base da Interpol, mas que não é tão robusta em relação às obras de arte roubadas no país”, diz, apontando que a experiência italiana, com sua La Unidad de los Carabineros para la Tutela del Patrimonio Cultural, serviria como modelo, por ter não apenas uma catalogação ideal, como também um instrumental policial voltado para a questão patrimonial. “Os museus públicos brasileiros ainda não têm o grau de cuidado com o acervo que se vê em outras instituições de outros países como Itália, Inglaterra e França. Existem muitos museus no Brasil que continuam pendurando peças com fios de náilon, continuam botando peças ao lado das janelas, continuam não tendo vigilância ostensiva, sistema de alarme, seguros e catalogação das peças do acervo, enfim, uma série de medidas que podem evitar o roubo e servir de reação rápida para uma eventual ocorrência”, comenta a jornalista, cujo livro acaba de ter os direitos autorais vendidos para um filme de ficção com produção da Urca Filmes (de “Tropa de Elite 2” e “O filme da minha vida”).
A fragilidade dos acervos gera vergonha. No público e nas instituições. Dessa vergonha, segundo Cristina, surgem as omissões, prejudiciais para a reversão do cenário atual. “O (Museu) Isabella Gardner (em Boston, nos Estados Unidos), por exemplo, mantém as molduras nas paredes para escancarar o roubo. Hoje em dia, se você perguntar sobre o quadro ‘La danse’, as pessoas não sabem. Não é a mesma coisa que perguntar: ‘Você conhece a Monalisa?’. Deveria haver um jeito de pôr um outdoor na rua para que todos saibam como é ‘La danse’ (de Picasso), ‘Marine’ (de Monet), ‘O Jardim de Luxembourg’ (de Matisse) e ‘Os dois balcões’ (de Dalí), que foram as quatro pinturas roubadas na Chácara do Céu e que podem estar em qualquer feirinha hippie ou em qualquer leilão. É preciso que os Governos federal, estadual e municipal levem a sério a proteção de nosso bem cultural”, sugere a jornalista, apontando, ainda, para outro nocivo engano, que faz público e privado se misturarem. “Há uma mistura entre uma vergonha pessoal e uma vergonha pública. Os administradores acham que dizer publicamente que a instituição vai mal é o mesmo que dizer que ele é um mau gestor. Mas dizer que uma instituição pública está caindo aos pedaços é dar um alerta e pedir ajuda. É preciso falar das feridas para curá-las”, defende Cristina. E finaliza: “Um museu deve estar preparado para o pior. Se não tem verba suficiente, pessoal suficiente, a função dos administradores, da mídia e da sociedade é pressionar.”
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Veículo: Tribuna de Minas
Editoria: Coluna Cesar Romero
Data: 09/09/2018
Título: Fala quem sabe
Fala Quem Sabe
Museus para pessoas
Os desafios para os museus no século XXI não são mais uma questão de futuro. Eles estão postos e esperando soluções que cada vez mais exigem uma visão pautada em significativas mudanças por parte dos gestores e equipes. Uma delas é encantar novos públicos e garantir o interesse dos que foram consolidados ao longo do tempo. Não existe receita fácil, pois cada instituição tem suas próprias características, exigindo soluções personalizadas. Mas, de forma prioritária, devemos perguntar todos os dias:qual contribuição podemos oferecer a comunidade?
Ao longo de minha atuação profissional, seja na imprensa, seja na gestão de museus, dediquei-me a difundir e a valorizar o patrimônio cultural. Precisei rever parte de minhas convicções conservacionistas e perceber o público como prioridade. E, assim, entender de forma mais ampla que os museus são para as pessoas, muito além dos seus edifícios e suas coleções.
É preciso que tanto um quanto o outro estejam voltados para o visitante, especialmente para garantir a acessibilidade integral, frente a barreiras físicas, sensoriais e intelectuais, e o conforto, desde o acolhimento inicial até os discursos e as narrativas.
Outro ponto fundamental é a gestão, independente das fases de abundância ou de crises políticas e financeiras. Por isso, venho priorizando instrumentos de gestão fundamentais aos museus. Durante minha experiência à frente do Museu Mariano Procópio, criamos um fundo de apoio financeiro de caráter público, regulamentado e sancionado, assim como aprovamos regimento interno e plano museológico.
Aprendemos a construir estratégias e parcerias para viabilizar ações que os recursos públicos não provêm, visto a ausência de verbas para investimentos nos orçamentos e o fato de que os valores liberados são quase totalmente consumidos pelo pagamento de pessoal, tanto efetivo quanto terceirizado. Por isso, buscamos recursos em diferentes fontes externas e firmamos convênios por meio de projetos de extensão com outras instituições, como a UFJF, por exemplo, que continuam a garantir a execução de ações educativas e culturais com verbas do Ministério da Educação, capacitando e aproximando pessoas.
E concordo com Gilberto Gil, que diz: “gosto de todo e qualquer museu. E tenho especial apreço por aqueles que têm cheiro de vida e querem, por decisão de quem os alimenta, inundar a vida de mais vida; gosto dos museus que seguem se fazendo e refazendo”.
(Douglas Fasolato é ex-diretor do Museu Mariano Procópio, gestor da Casa da Marquesa de Santos, do comitê da Rede Brasileira de Jardins e Paisagens e leitor convidado)
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Veículo: Tribuna de Minas
Editoria: Esportes
Data: 09/09/2018
Link: https://tribunademinas.com.br/noticias/esportes/09-09-2018/jf-volei-inicia-duelos-com-o-minas.html
Título: JF Vôlei inicia duelos com o Minas
Às 11h deste domingo (9), no Ginásio da UFJF, o JF Vôlei recebe o Minas Tênis Clube em duelo válido pela segunda rodada do Campeonato Mineiro. A partida marca o primeiro de dois encontros entre as equipes, que voltam a medir forças em quadra na terça-feira (11), desta vez em Três Corações (MG). Se em quadra os mandantes terão novo árduo desafio, após perder por 3 sets a 0 para o Sada Cruzeiro (parciais de 21 a 25; 16 a 25; e 17 a 25), na última sexta (7), na estreia do Estadual, fora das quatro linhas a atenção será redobrada para um profissional.
O fisioterapeuta Lucas Mostaro, 27 anos, há cinco anos no projeto, centraliza energia durante treinos e jogos no estado físico de cada atleta desde a temporada 2014/2015. “O principal objetivo como fisioterapeuta é evitar a lesão. Temos um foco muito grande na prevenção destes problemas. Normalmente os movimentos repetitivos geram lesões justamente por esse fator de repetição de ações. Trabalhamos para tirar um pouco disso para evitar estes problemas. Mas existem as lesões agudas que não conseguimos, como entorses de tornozelo, em que temos que contar um pouco com a sorte e estar sempre ligados”, explica à Tribuna.
Juiz-forano, Lucas é formado na Universo, onde também registra pós-graduação em Traumato-Ortopedia com Ênfase em Terapias Manuais. Apaixonado por esporte, ele tem o prazer de trabalhar na representação de sua cidade natal. A identificação com a equipe, logo, foi natural. “Desde 2014 venho crescendo, evoluindo com o projeto, e a tendência é que seja um trabalho ainda mais duradouro. Não estou dizendo que o rebaixamento foi uma coisa boa, mas vejo o lado positivo de, nesse momento dar um passo atrás, mas com o objetivo de chegar forte lá na frente.”
E desde os primeiros passos no JF Vôlei, Lucas possui uma função pouco vista nos treinos e jogos, mas vital no decorrer das temporadas. “Acaba que fazemos um pouco de tudo aqui. Normalmente realizamos a parte de tratamento antes dos treinos para que todos estejam em condições de estar em quadra para realizar normalmente as atividades, além de um trabalho pós-treino também. E durante os treinamentos ajudo no que der, tanto na minha área, como no andamento do exercício, para que seja feito com a maior qualidade possível”, relata.
Em início de temporada ou não, Lucas conta que cada detalhe é importante para evitar as lesões, mesmo diante de um elenco jovem. “É um trabalho constante, não tem um momento da temporada em que a função seja mais valiosa. Durante a pré-temporada temos trabalhos mais individualizados, porque fazemos avaliações antes para ver o que o atleta mais precisa para evitar lesões em pontos específicos. E com o andamento do ano, passamos a fazer um trabalho praticamente igual para todo o elenco.”
Ingressos
Para torcedores que não adquiriram o combo promocional de bilhetes para acompanhar também o duelo contra o Sada Cruzeiro, da última sexta (7), há a possibilidade de compra da entrada antes do jogo, na bilheteria do Ginásio da UFJF, nos valores de R$ 16 (inteira) e R$ 8 (meia).
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