No centenário de Mandela, reunimos imagens que mostram a crueldade do regime que ele combateu (Foto: Iasanta.com.ec - 2013 cc)

No centenário de Mandela, reunimos imagens que mostram a crueldade do regime que ele combateu (Foto: Iasanta.com.ec – 2013 cc)

Por mais de 40 anos, o apartheid (“separação”, em africâner) submeteu a população negra da África do Sul a opressões e violências sistemáticas. O regime, que durou entre 1948 e 1993, deixou grandes marcas na história do país e se tornou um exemplo mundial da institucionalização do racismo.

Em 1993, durante um discurso, Nelson Mandela relembrou que, apesar das negociações, “para as pessoas negras e comuns deste país, o apartheid está vivo e muito bem”. Para comemorar o centenário do nascimento do líder político, principal símbolo da luta contra a segregação, separamos algumas fotos que mostram os horrores deste episódio tão recente da história ocidental.

 (Foto: ONU)

(Foto: ONU)

Crianças brincam em um dos distritos nos arredores da cidade de Joanesburgo. A população negra era obrigada por lei a morar em territórios segregados, longe das cidades brancas – os chamados bantusões. As pessoas eram removidas à força de suas casas e realocadas para estas áreas.

 (Foto: Universidade de Michigan)

(Foto: Universidade de Michigan)

A Faixa Negra foi uma organização não violenta constituída por mulheres brancas que eram contra o apartheid. Elas ficavam paradas, em silêncio, em locais públicos das cidades sul-africanas, esbanjando cartazes com palavras de ordem. Além disso, elas ofereciam assistência jurídica para a população negra. A organização está em atividade até hoje, monitorando questões relacionadas aos direitos humanos.

(Foto: ONU)

(Foto: ONU)

Sul-africanos não brancos eram obrigados a carregar documento de identidade específico quando estivessem em determinadas áreas ou fora de suas terras natais. No documento para negros, constavam nome, foto e tribo. Em alguns documentos, a linha que indica cidadania aparece em branco. Conforme o Museu do Apartheid, a ausência indicava que os negros não faziam parte da nação.

(Foto: ONU)

(Foto: ONU)

Em 21 de março de 1960, a polícia matou mais de 60 manifestantes negros durante o que ficou conhecido como o Massacre de Sharpeville. Exatos 25 anos depois, outras 20 pessoas são mortas em um novo massacre, na estrada entre as cidades de Uitenhage e Langa.

 

O sul-africano Ernest Cole (1940-1990) foi um dos primeiros fotojornalistas a expor ao mundo a vida sob o regime de Apartheid. A visibilidade do trabalho de Cole e repressão do regime o levou à prisão em 1966. Em seguida foi exilado – viveu entre a Suécia e os Estados Unidos. Morou nas ruas e nas estações de metrô de Nova York até morrer de câncer aos 49 anos, uma semana depois de Nelson Mandela ser libertado da prisão.

Earnest boy squats on haunches and strains to follow lesson in heat of packed classroom.

(Foto: Ernest Cole)

O calor é visível no rosto deste estudante negro, que, como seus colegas, conviviam em condições precárias de ensino

(Foto: Ernest Cole)

(Foto: Ernest Cole)

Homens negros algemados por estarem em área destinada a brancos (Foto: Ernest Cole/The Ernest Cole Family Trust)

(Foto: Ernest Cole/The Ernest Cole Family Trust)

(Foto: Ernest Cole/The Ernest Cole Family Trust)

Na foto, mineiros negros forçados a se realocarem para centros urbanos, principalmente para Joanesburgo, após a terra deles ter sido tomada pelo regime de Apartheid. São postos nus como parte de um procedimento de inspeção física para o trabalho subterrâneo em minas. 

(Foto: Ernest Cole/The Ernest Cole Family Trust)

(Foto: Ernest Cole/The Ernest Cole Family Trust)

Uma corda divide a arquibancada entre brancos e negros em uma possível apresentação de dança

Veja mais fotos no site da exposição.