Veículo: Tribuna de Minas
Editoria: Coluna Cesar Romero
Data: 10/06/2018
Link: https://tribunademinas.com.br/colunas/cesar-romero/10-06-2018/267203.html
Título: No mosteiro
A irmã Maria de Fátima Justiniano da Silva é a nova abadessa do Mosteiro da Santa Cruz, no Paineiras. Depois de se formar em medicina na UFJF, em 1977, e, mesmo contra a vontade dos pais, Maria de Fátima entrou para o mosteiro.
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Veículo: Tribuna de Minas
Editoria: Coluna Cesar Romero
Data: 10/06/2018
Link: https://tribunademinas.com.br/colunas/cesar-romero/10-06-2018/267203.html
Título: Voo livre
Quem visitou o Museu Mariano Procópio foi o historiador italiano Giovanni Levi. Estava com a pró-reitora de Pesquisa e Pós-Graduação da UFJF, Mônica Ribeiro de Oliveira e a professora Maraliz Christo.
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Veículo: Tribuna de Minas
Editoria: Especiais
Data: 10/06/2018
Título: Oxigenoterapia: com mais fôlego para vencer
Em todo o mundo esportivo cresce a utilização por atletas de alta performance da medicina hiperbárica na prevenção e no tratamento de lesões, especialmente as musculares. Ícones como o tenista Novak Djokovik, o nadador Michael Phelps, o astro do basquete LeBron James, o craque do Real Madrid, Cristiano Ronaldo,já se renderam aos benefícios da oxigenoterapia no processo de recuperação, após jogos e treinos extenuantes. No Brasil, há registros de jogadores de clubes do nordeste, no tratamento de lesões, em Pernambuco e Alagoas.
A ciência mostra os benefícios da prática e os pioneiros, na pesquisa e na experiência com atletas, são os japoneses, capitaneados pelo médico Kazuyoshi Yagishita, considerado um dos “papas” mundiais em câmaras hiperbáricas, e responsável pela aplicação da terapia nos atletas nipônicos. Entre os benefícios da oxigenoterapia, segundo ele, está a redução, em até um quarto, do tempo que o atleta permaneceria afastado das competições, ao acelerar a produção de células satélites e a maturação de fibras musculares,em músculos lesados. A aplicação de oxigênio puro, em ambiente controlado, aumenta em até cinco vezes a circulação sanguínea.
“Na Copa do Mundo do Brasil, a seleção do Japãofez a recuperação funcional pós-treinos e pós-jogos, em Sorocaba (SP), nas câmaras hiperbáricas. Ainda não tive acesso aos dados de estudo das lesões da Copa, publicado recentemente, mas creio que a equipe japonesa não estará no grupo das que mais se machucaram. Em termos de observação sobre uso da oxigenoterapia no futebol, já é algo bastante promissor”, avalia o médico ortopedista Adriano Fernando Mendes Júnior, vice supervisor do Programa de Residência em Ortopedia do Hospital Universitário (HU/UFJF), onde também chefia o Ambulatório do Trauma do Esporte. Em jogo, segundo ele, estão muito mais do que a competição pelos pontos ou pelo título: “Considerando que um atleta de alto nível tem um custo elevado para clubes, federações e empresas que o patrocinam, prevenir suas lesões com estratégias acessíveis é poupar muito dinheiro”, destaca o ortopedista.
Jogo limpo
A aposta na oxigenoterapia como método adjuvante para prevenir as lesões, potencializar a recuperação e permitir o retorno mais rápido do atleta às atividades de rotina,tem ainda outro benefício: é uma conduta que não viola nenhuma regra do esporte. “Ela não é considerada doping”defende Dr. Adriano. “Temos que usá-la para melhorar a situação do equilíbrio saúde-doença. Então, sempre que houver uma situação clínica em que a falta de oxigênio pode levar a uma piora do estado de saúde, há potencial indicação para o uso da hiperbárica. E em atletas de alta performance, nos eventos agudos, a principal utilização pode ser nas lesões musculares, corroborando os estudos japoneses”, acrescenta o médico.
Evolução na recuperação dos atletas
Segundo Dr. Adriano,a utilização das câmaras hiperbáricas evidencia uma evolução nas condutas de recuperação dos atletas, ao longo do tempo. “No futebol, por exemplo, na década de 1970, era muito comum usar a massagem e a sauna para o relaxamento e recuperação. Já no final da década de 1990, fazia-se a crio imersão: o atleta era colocado numa banheira cheia de água com gelo, numa temperatura bem baixa, para que a musculatura pudesse se recuperar melhor. Hoje os atletas estão usando a câmara hiperbárica neste processo de recovering. O caso mais emblemático noticiado pela imprensa é o de Cristiano Ronaldo. Casemiro, seu colega de Real Madrid e volante da seleção brasileira, comprou a ideia e está usando também”, afirma o ortopedista.
Para nobres e plebeus
Mas a oxigenoterapia não beneficia apenas atletas de elite. Em Juiz de Fora, ela já foi usada, com sucesso, no tratamento de um caso grave de Síndrome do Compartimento nos braços, em um praticante de crossfit. “Foi um caso raro: depois de uma prática extenuante, ele apresentou sinais francos dessa síndrome: o braço vai aumentando de volume, causando dores insuportáveis, em uma progressão extremamente dolorosa e danosa. Alguns estudos mostram que a hiperbárica junto com outras terapêuticas para esta doença pode ser benéfica; como tínhamos acesso imediato à oxigenoterapia então a utilizamos como conduta principal e deu muito certo, evitando uma cirurgia”, conta Dr. Adriano ao acrescentar que os praticantes de qualquer modalidade esportiva devem conhecer os limites do seu corpo e do seu esporte para evitar lesões. O caso rendeu artigo publicado em revista científica internacional, assinado pela equipe da O2JF.
Hiperbárica utilizada no pós-cirúrgico
Uma das apostas da seleção brasileira para a Copa do Mundo da Rússia, o centroavante Gabriel Jesus, jogador do Manchester City, na Inglaterra, também já lançou mão da medicina hiperbárica. Diferentemente de Cristiano Ronaldo e Casemiro, que usam a oxigenoterapia na recuperação pós treino ou partida extenuantes, o craque da seleção foi submetido ao tratamento no pós-cirúrgico de uma fratura no quinto metatarso, do pé direito, ocorrida durante partida pelo campeonato inglês, em fevereiro do ano passado.
Ele havia acabado de chegar ao clube, tinha disputado cinco jogos e feito três gols e então se lesionou. Os médicos de grandes clubes como o Manchester City estão sempre em busca de tecnologia e práticas avançadas para acelerar a recuperação dos atletas. Por isso decidiram usar a hiperbárica como terapia adjuvante no tratamento do brasileiro”, conta o ortopedista Samuel Mendes, especialista em joelho. Membro da Sociedade Brasileira de Artroscopia e Traumatologia do Esporte, ele integra a equipe da ProSport, a primeira clínica dedicada à medicina do esporte, em Juiz de Fora, que será inaugurada nesta segunda, 11 de junho, com atuação multidisciplinar, para atender atletas e praticantes de qualquer modalidade esportiva.
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Veículo: Tribuna de Minas
Editoria: Cidade
Data: 10/06/2018
Título: Do que (e quanto) você precisa para viver?
A greve dos caminhoneiros ao longo da última semana evidenciou não apenas como dependemos de combustíveis fósseis para que toda uma rede econômica funcione harmonicamente, mas também como estamos habituados a uma lógica de consumo imediatista, industrializada e pouco sustentável. Segundo Júlia Righi, doutora em geotécnica ambiental pelo Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe/UFRJ), e professora da Faculdade de Engenharia da UFJF, a crise de abastecimento vivida na semana passada mostra como os hábitos de consumo do povo brasileiro levam ao desperdício. “Quando uma crise como essa se instala, fica claro o que é essencial. A falta de combustível nos faz avaliar quais deslocamentos são realmente necessários. Em dias comuns, não costumamos fazer essa reflexão. Ter o carro à disposição e poder ir com ele a qualquer lugar sem um mínimo de planejamento criará gastos não só com a gasolina, mas também com estacionamentos, pedágios e outros. Além disso, a crise também nos faz repensar os hábitos de consumo quando somos ‘obrigados’ a pagar preços exorbitantes por determinados produtos que até então custavam bem menos. Isso nos leva a refletir que, no dia a dia, acabamos gastando muito com supérfluos”, avalia a especialista.
Segundo Júlia, os brasileiros vivem em uma cultura de excessos, apesar da desigualdade social no país. “Pelo fato de o Brasil ser rico em recursos naturais, pode haver uma sensação de que os mesmos são inesgotáveis, mas isso é um grande engano. Acabamos nos tornando extremamente dependentes das grandes redes de supermercado, e nesse episódio da greve foi possível ver pessoas estocando alimentos que nem mesmo iriam consumir em um período tão curto. Mais uma vez, entra o desperdício e até mesmo a falta de empatia para com aqueles que, de fato, poderiam estar precisando de tal produto, o que também aconteceu quando os postos começaram a ter gasolina”, observa.
‘Vivendo equivocadamente’
A escassez dos recursos levou alguns juiz-foranos a se repensarem como consumidores dentro da sociedade. Quando a gasolina foi sumindo dos postos da cidade, a professora universitária Renata Vargas deixou o carro na garagem e passou a fazer seus trajetos rotineiros de bicicleta. “Eu já tenho a atividade física incorporada à minha rotina. A falta de combustível, para mim, foi uma forma de ver o quanto estamos vivendo equivocadamente, pegando carro para fazer percursos que poderíamos fazer a pé ou de bicicleta. Até como opção ao transporte coletivo também, porque muitas pessoas só têm ele como opção. A correria aos postos e a histeria das compras de supermercado mostram o quanto estamos egoístas, sem senso de comunidade e empatia”, pontua ela.
Renata reconhece, entretanto, que trocar o carro pela bike não é uma opção para todo mundo, inclusive pela falta de infraestrutura da cidade. “Além de ter acesso à bicicleta, moro relativamente perto do trabalho e dos lugares que preciso ir no cotidiano. Mas as ruas cheias de buracos são um grande empecilho. Tenho duas bicicletas, uma levinha, que uso em provas de duathlon e triathlon. Mas com essa é impossível circular na cidade, pois, o asfalto como está, iria destruí-la. Uso a mountain bike, que é mais pesada, mas mais resistente”, diz ela, que pretende incorporar ainda mais o uso da bicicleta como opção de transporte. “Comprar e usar carro (sem necessidade, claro) só alimenta uma indústria da qual economicamente não fazemos parte. Como sociedade, precisamos exigir transporte público de qualidade, infraestrutura e mudanças em como o trânsito opera atualmente na cidade. Individualmente, eu vou passar a usar a bicicleta muito mais para afazeres e deslocamentos possíveis com ela.”
‘Precisamos cortar os excessos’
Conforme observou Júlia Righi, a crise aponta para a necessidade cortar os excessos, e que isso deve ser um exercício diário. “Podemos sim, comprar apenas o que realmente vamos consumir, evitando o desperdício de alimentos, por exemplo. Isso tem um impacto também em nossa dependência de combustível, que sempre existirá, mas pode ser amenizada, por exemplo, com a diminuição de lixo gerado, já que ele deve ser transportado até o aterro sanitário, seu destino final. Porém, a utilização e queima desse combustível seria menor caso a quantidade de lixo gerada fosse menor. Nesse caso, voltamos na questão do consumo. Quanto menos consumirmos, menos impactamos o planeta. Claro que não é fácil parar de gerar lixo, mas podemos pelo menos tentar reduzir o consumo e ainda reutilizar e reciclar os produtos. Dessa forma, menos lixo chegaria aos aterros, o que só beneficiaria o meio ambiente em diversos níveis”, analisa a especialista.
Ao contrário do que muitos pensam, não é necessário dispor de muito espaço ou recursos para realizar a compostagem do lixo, processo de transformação de sua matéria orgânica em adubo, considerada uma espécie de “reciclagem” do lixo orgânico. Bem no Centro de Juiz de Fora, em um apartamento situado na Rua Halfeld, a aposentada Maria Inês Dias Vieira Prata, de 77 anos, realiza, há mais de dez anos, o procedimento. “É muito fácil, não dá cheiro, não atrai insetos. A gente tem um sistema de caixas em que uma recebe o chorume, e a gente troca quando enche. Temos minhocas que trabalham silenciosamente transformando o lixo em adubo orgânico e doo o material para produtores que precisam dele. É surpreendente como a quantidade de descarte diminui”, diz a idosa, que pensou muito nas dificuldades de transporte de resíduos com a falta de combustível. “Situações como a greve podem afetar o funcionamento da coleta, inclusive. As pessoas precisam pensar em alternativas para que não haja transtornos em momentos como este”, opina.
Pequenos hábitos fazem a diferença
Para a engenheira Júlia Righi, a busca por um consumo mais sustentável vai além da preservação dos recursos naturais e de “contribuir com o planeta”. “Produzir menos lixo, priorizar a qualidade e não a quantidade de produtos, deixar o carro na garagem quando possível, dar preferência ao comércio local… tudo isso tem um impacto muito positivo na qualidade de vida das pessoas. São pequenos hábitos, mas que a longo prazo pode sim fazer a diferença”, analisa.
Depois de uma viagem pela América do Sul de bicicleta com três amigos, carregando somente o que era possível e vivendo disso, o empresário Kico Zaninetti, ao retornar ao Brasil, teve dificuldade de se reenquadrar no modelo consumista de sociedade em que vivemos. “Sempre fui da bike, sou ativista do Mobilidade JF (ex Mobilicidade) e sempre militei em prol de condições para o uso do ciclismo como alternativa no meio urbano. Hoje uso menos porque me mudei para uma granja em Grama, mas não tenho carro por opção, uso transporte público e tenho uma moto, mas contingencio muito o seu uso. Outra coisa que priorizei quando quis abrir meu negócio, uma agência de comunicação, foi priorizar o home office para todo mundo, limitando encontros presenciais a reuniões que não podem ser virtuais, o que diminui muito a necessidade de deslocamento e ajuda a evitar a saturação do espaço urbano. É uma atitude pequena, mas pensando no coletivo, que se mais pessoas tomassem, poderia ter um efeito muito relevante.”
Como vive em um espaço que lhe permite, Kico também tem uma horta e um pomar, algo que transformou não apenas sua relação com os alimentos, mas seu perfil como consumidor. “Não tenho autossuficiência, mas tenho minha horta, minhas frutas e uma variedade enorme de ervas como manjericão, tomilho, orégano e outras. É urgente pensar na maneira como consumimos, dependendo menos de combustíveis fósseis, de grandes indústrias… Se as pessoas ficaram nessa histeria com a falta de gasolina, imagina quando houver escassez de água?! É preciso começar a pensar nisso agora, antes que isso aconteça”, preocupa-se ele.
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Veículo: Tribuna de Minas
Editoria: Cidade
Data: 10/06/2018
Título: Avaliação mostra insuficiência de alunos na leitura e na matemática
Mais da metade dos alunos do terceiro ano do ensino fundamental da rede municipal de Juiz de Fora têm níveis de leitura e matemática considerados insuficientes pelo Ministério da Educação (MEC). Em escrita, o aprendizado de 28% dos alunos está defasado. Isso significa que eles não conseguem, por exemplo, fazer uso adequado da pontuação – problema que compromete uma narrativa -, e não têm a competência de localizar uma informação explícita em textos como lenda e cantiga folclórica, por conta da dificuldade em interpretar textos. Em matemática, eles não resolvem, por exemplo, contas de subtração com dois algarismos.
Os dados divulgados em 2017 pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) são da Avaliação Nacional de Alfabetização (ANA) realizada em 2016 pelo MEC. A prova é realizada anualmente para avaliar o nível de alfabetização dos educandos no terceiro ano do ensino fundamental. Em Juiz de Fora, mais de 2.400 crianças, de 67 instituições de ensino, participaram da avaliação, sendo que a maioria avaliada possuía 8 anos de idade ou mais no momento da aplicação.
O resultado das escolas gerenciadas pela Prefeitura de Juiz de Fora é pior que a média obtida pelas instituições de ensino das redes municipais nas outras localidades do estado, cuja avaliação também é aplicada no terceiro ano do ensino fundamental. A média de insuficiência em matemática e leitura dos alunos de outras cidades foi de 38%, o que aponta melhor desempenho dos estudantes de escolas municipais de outras cidades. Já nas escolas estaduais, o aprendizado de um terço dos alunos do terceiro ano do ensino fundamental avaliados é insuficiente em leitura e matemática. Nas instituições federais, o número é de 18% em leitura e de apenas 9% em matemática. A situação de Juiz de Fora torna-se ainda mais grave quando compara-se às médias obtidas pelos estados, uma vez que os resultados de Minas Gerais são melhores que os das crianças nessas condições no restante do país, dado que mostra o abismo entre o desempenho dos juiz-foranos em comparação com os do restante do estado.
Comparação
No entanto, apesar dos resultados negativos, o desempenho dos colégios de Juiz de Fora melhorou em comparação com os dados da mesma avaliação feita em 2014, último ano de aplicação da prova. Em leitura e matemática, as escolas municipais obtiveram média de insuficiência de 57,32% e 61,23% naquele ano, respectivamente. Em 2016, a insuficiência foi de 52,49% em leitura e 55,41% em matemática. Os resultados relacionados à escrita não podem ser comparados em decorrência de mudança metodológica.
Os números escancaram a preocupante situação da educação pública nas escolas municipais, uma vez que os Municípios são o ente responsável legalmente por fornecer a educação de base até os 14 anos. Na comparação com escolas estaduais e federais que oferecem a alfabetização, as redes municipais demonstram dados menos eficazes na aprendizagem dos estudantes.
Indicativos mostram necessidade de intervir no ensino
Conforme Hilda Micarello, professora da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), doutora em Educação e especialista em Alfabetização e Linguagens, é preciso levar em consideração diversos fatores, como as estruturas oferecidas pelas escolas, o nível de capacitação dos professores, a forma como a direção das instituições direciona suas políticas pedagógicas e questões ligadas às famílias dos alunos, como condições socioeconômicas e nível de escolaridade dos pais. Por isso, é preciso manter a cautela ao comparar os indicativos de diferentes redes de ensino.
“A gente precisa considerar que os índices de insuficiência são mais elevados quando se trata das escolas municipais, porque também está nessas escolas o maior número de alunos nessa etapa de escolarização. O Estado também atende aos primeiros anos, mas, comparativamente, é um quantitativo menor de estudantes. Outro ponto é que, no contexto de Juiz de Fora, as escolas municipais estão localizadas nos bairros, e as estaduais estão concentradas nas áreas centrais. Sendo assim, nas municipais, é que estão realmente os alunos das classes populares, da periferia, cujas famílias têm níveis mais baixos de letramento. Embora estejamos falando de escolas públicas em geral, não estamos falando do mesmo público.”
No entanto, ela é categórica em afirmar que os dados são um indicativo de que a rede municipal tem um problema localizado nesta etapa de ensino, que precisa de intervenções. “Ter que considerar vários fatores não significa que não haja motivos para preocupação. Não podemos continuar sem pensar em intervenções que busquem minimizar esse quadro e sanar essas deficiências. Realmente é preocupante quando você tem alunos que chegam no terceiro ano de escolarização sem terem desenvolvido atividades muito básicas de leitura e de escrita, pois isso vai repercutir nas demais etapas de ensino.”
Problemas irreparáveis
A consequência provocada por essa falha nos anos iniciais, quando, na teoria, o aluno deveria ter acesso a um ensino multidisciplinar, lúdico, favorável para seu aprendizado e que estimulasse seu interesse na escola, gera problemas irreparáveis durante o restante da vida acadêmica. “Quando esses alunos terminam o terceiro ano sem ter alcançado níveis básicos de alfabetização, é muito provável que eles tenham uma trajetória acadêmica de insucesso, pois, dali em diante, não há mais o investimento sistemático no desenvolvimento dessas habilidades iniciais, a não ser nos projetos de contraturno. Estamos diante de um problema complexo”, diagnostica.
Desempenho depende de variados fatores
Os dados da Avaliação Nacional de Alfabetização (ANA) também possibilitam identificar, por meio de comparação entre os resultados obtidos, quais instituições de ensino se destacam em diferentes quesitos. Além dos índices de insuficiência ou satisfatoriedade de cada disciplina, a avaliação também traz informações sobre as estruturas das escolas e as ferramentas pedagógicas que podem contribuir para melhorar o desempenho dos alunos. Conforme a doutora em Educação Hilda Micarello, os indicativos resultantes da avaliação podem contribuir para que as redes de ensino compreendam quais ferramentas contribuem para melhorar o aprendizado das crianças em etapa de alfabetização. “A ANA não é uma avaliação apenas cognitiva, mas integra questionários contextuais, cujo objetivo é mapear as condições de oferta, ou seja, o quanto a escola está aparelhada para oferecer um bom ensino. São questionados aspectos como a existência de sala de leitura, o tipo de metodologia utilizado na alfabetização e a situação dos contratos dos professores na rede, por exemplo”, explica a especialista.
Professorado
Contudo, a estrutura nem sempre é um indicativo de melhores resultados. Em Juiz de Fora, segundo o Censo Escolar da Educação Básica de 2017, a escola mais bem avaliada em leitura na ANA não tem sala de leitura e nem biblioteca, o que aponta que a boa avaliação dos alunos se deve a outros fatores. Por isso, conforme a especialista, é preciso avaliar cada escola individualmente e tentar aprender com os casos de sucesso. “É por meio dos questionários que podemos entender o que existe em escolas com bons resultados e que podemos atribuir como algo favorável, que agrega valor ao aprendizado dos alunos. Tendo a achar que escolas que têm materiais e sala de leitura nas salas de aula, com professores com melhor formação e com plano de carreira, terão resultados melhores. Isso porque quando a escola tem professores efetivos, qualquer iniciativa de formação repercute positivamente, pois se aquele grupo estabelece um trabalho que não deu tão certo, ele é modificado no próximo ano, considerando aqueles erros”, explica.
Ela quer dizer que a existência isolada de ferramentas ou instrumentos, como as próprias salas de leitura ou bibliotecas, não é suficiente para garantir que os alunos sejam estimulados, de fato, a ler mais. Para Hilda, é preciso, então, que as redes de ensino se debrucem sobre essa questão, se perguntando se os indicadores, tanto da ANA como do Censo Escolar, são coerentes com a realidade da escola. “Quando uma rede vai olhar seus indicadores com base no Censo, ela vê que 90% das escolas têm sala de leitura, mas é perceptível que há muita diferenciação entre as escolas. É preciso se perguntar: qual é o uso que estamos fazendo dessas ferramentas? Penso que precisamos ter indicadores mais qualitativos e menos quantitativos”, defende.
Sindicato defende concurso para professores
O Sindicato dos Professores de Juiz de Fora (Sinpro/JF) concorda que as condições dos professores impactam diretamente no aprendizado, principalmente se eles não são efetivos e mudam de escola a cada ano, em decorrência dos rodízios. Segundo dados do sindicato, 60% dos professores da rede municipal são contratados e não têm garantias de continuar na mesma escola a cada ano, o que enfraquece o vínculo do profissional com os estudantes e com as famílias, fator essencial para melhorar o desempenho dos alunos, principalmente daqueles que estão nos anos iniciais do ensino fundamental.
“A cada ano, nossos professores fazem rodízio, porque nem sempre estão em uma mesma escola e em uma mesma comunidade. Mas não se pode pensar a educação de forma fragmentada, o professor tem que ter envolvimento com a comunidade, temos que conhecer nosso aluno e os pais. Há professores alfabetizadores de excelente qualidade na rede municipal. Eles são capacitados, têm condições de ensinar muito bem, mas há todo um cenário por trás desta questão”, aponta a diretora-geral do Sinpro, Aparecida de Oliveira Pinto.
A diretora se refere aos diferentes fatores que envolvem a questão da alfabetização na rede municipal, tanto para os professores como para os alunos. “Precisamos conhecer a realidade dessas famílias, assim como suas condições financeiras. Normalmente, eles são filhos de pessoas com uma jornada de trabalho muito grande, que não conseguem acompanhar o desempenho escolar das crianças. Também temos que observar que a maioria das nossas escolas está localizada na periferia da cidade, onde a carência é muito grande, em todos os sentidos. Temos alunos que têm, na escola, sua única refeição. Para esses meninos, a merenda é de extrema importância”, relata Aparecida.
Condições de trabalho
Para que o aprendizado tenha efeito, então, é essencial que a proposta pedagógica acompanhe a realidade em que o aluno vive. Mas, para desenvolvê-la, segundo o sindicato, é preciso que o profissional tenha condições de trabalho adequadas, com a possibilidade de acompanhar o trabalho desenvolvido ao longo dos anos nas escolas. “O professor de PR-A, que é o segmento do profissional que trabalha com o processo de alfabetização, por não ser efetivo, sente com a precarização do trabalho. Eles são formados, têm pós-graduação, têm capacitação, mas quando chega na questão salarial, da infraestrutura e do trabalho, têm muito poucas condições. Esse professor vai trabalhar em duas ou três redes para que possa ter melhores condições de vida, para que possa sobreviver. É urgente que a Prefeitura abra concurso público para que possamos atender essa demanda enorme de alfabetização no município e para que o professor passe a ter identidade com o aluno, os pais e a escola”, pontua.
Projeto Mais Alfabetização é nova aposta desde início do ano
Os projetos de contraturno têm o objetivo de aprimorar ou incrementar uma área do ensino. Nos anos iniciais, o Mais Alfabetização, projeto criado pelo MEC no início deste ano, tem como estratégia melhorar os índices revelados pela ANA. O programa visa a cumprir a nova determinação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) sobre a ação pedagógica tendo como foco a alfabetização apenas nos dois primeiros anos do ensino fundamental. A mudança, oficializada em 2018 e prevista para ser implantada já no ano que vem, modifica a política que vinha sendo praticada, de concluir a alfabetização no fim do terceiro ano do ensino fundamental.
No entanto, para Hilda Micarello, as mudanças propostas e os próprios projetos de contraturno não resolvem os problemas relacionados à educação no país. “As redes de ensino não estão preparadas para essa mudança, porque elas estavam ainda se ajustando à ideia de haver uma política de formação de professores alfabetizadores nos três anos de ensino. A intenção era que a própria prova da ANA, que não será mais aplicada, oferecesse uma linha de base, para, a partir dela, fazer ajustes na própria avaliação e nas estratégias de formação, mas esse processo foi interrompido”, explica Hilda.
Novo método
Uma nova avaliação também será aplicada para verificar o aprendizado dos alunos, extinguindo a ANA, mas a nova proposta reduz a expectativa dos alunos, já que eles serão avaliados ainda mais novos e terão um ano a menos de ensino direcionado à alfabetização. Além disso, a modalidade de aplicação do teste será diferenciada, o que a especialista considera prejudicial, já que a medida pode mascarar os dados que poderiam, de fato, contribuir para um diagnóstico mais parecido com a realidade das escolas brasileiras.
“Corre o risco de termos um diagnóstico mais favorável, pois o aluno do segundo ano não fará a avaliação sozinho. O professor lerá parte da prova, até por conta da pouca idade das crianças neste ano do ensino fundamental. Então é muito provável que seja uma aplicação conduzida pelo aplicador e talvez tenhamos uma noção equivocada de que, antecipando a alfabetização, tudo melhorou. Além disso, não será possível comparar nada. O que foi feito até agora se perde”, lamenta.
Ainda de acordo com ela, as alterações têm a ver com diferentes políticas educacionais governamentais e demonstram a necessidade de distribuir melhor as responsabilidades, para que possam ser feitos investimentos reais na educação. “Esse é um problema histórico nas nossas políticas educacionais, e é muito complexo quando se trata de um país que tem uma distribuição de responsabilidades também complexa entre os entes federados. O município acaba sendo responsável pelos maiores investimentos, sendo o ente mais frágil. A política de financiamento é um nó, e, se não houver uma revisão dessa relação, vamos apenas maquiar dados e continuaremos com dificuldades de ter um avanço efetivo”, finaliza.
Secretária reconhece problemas, mas aponta melhora
Em entrevista à Tribuna, a secretária de Educação de Juiz de Fora, Denise Franco, avaliou os índices revelados pela Avaliação Nacional de Alfabetização (ANA) e reconheceu que há problemas no cenário apresentado, tanto em Juiz de Fora como em outras localidades, já que, segundo ela, os gargalos nesta etapa de ensino são históricos no país. Apesar disso, a secretária destacou a melhora de cerca de 5% nos níveis de insuficiência dos alunos do terceiro ano do ensino fundamental, em leitura e em matemática, de 2014 para 2016.
“Esse indicador mostra uma parte da nossa realidade, e é desafiador, porque nos chama para pensar e mexe com o sistema. Mas não dá para ignorar a nossa série histórica, porque ela é que vai fazer com que projetemos ações para o desenvolvimento e atuemos na intervenção pedagógica necessária. A melhora verificada no município nos mostra que a rede não está parada, mas em processo de desenvolvimento. É porque nesse intervalo existiu um processo de organização, não só da formação de professores, mas também de intervenção pedagógica, que proporcionou esses índices”, afirmou.
Segundo a secretária, os dados são discutidos juntamente com os diretores e coordenadores das escolas, formando uma espécie de rede de acompanhamento, por meio da qual é possível discutir as mudanças necessárias para melhorar o desempenho dos alunos e de toda a equipe comprometida com o ensino em determinada escola, já que diversos fatores, como a localização, condições socioeconômicas da população e oferta de outras atividades também impactam nos resultados. Para Denise, só entendendo este panorama será possível desenvolver uma proposta pedagógica que contemple as proposições do Governo federal, mas sem deixar as especificidades do Município de lado.
Um exemplo é o programa Mais Alfabetização, uma das ferramentas utilizadas para monitorar o avanço e eficácia da alfabetização dos estudantes, principalmente dos índices demonstrados pela ANA. Segundo a secretária, a ação governamental teve início no município no começo deste ano e envolve 72 escolas e 4.072 alunos do primeiro e segundo ano do ensino fundamental. Ao todo, 225 professores da rede e 67 assistentes de educação estão vinculados. “Eles estão discutindo a mesma matriz de conhecimento, de trabalho pedagógico e didático. Isso tem surtido um grande efeito para que os assistentes, que serão futuros professores, saibam como aprender a alfabetizar, pois ficam mais próximos do trabalho diário de ser professor na área de alfabetização.”
A secretária garantiu que a pasta está capacitando os docentes para analisar os dados das quatro avaliações aplicadas dentro do programa, a fim de monitorar e criar metas para melhoria da alfabetização municipal. Para Denise, o Mais Alfabetização também pode ser uma forma de avaliar os impactos da mudança do período de alfabetização para o segundo ano do ensino fundamental, prevista na BNCC. No entanto, ela acredita ser muito cedo para fazer análises sobre essa alteração, diante das necessidades de adequações entre o currículo do Município e as novas exigências da BNCC. “Pensar que o período de alfabetização de uma criança tem data para terminar é padronizar o desenvolvimento de cada um. Isso é um complicador.”
Concurso
Sobre o questionamento do Sindicato dos Professores (Sinpro) com relação ao percentual de professores efetivos e contratados na rede municipal, a secretária afirmou que as formações de ambos os profissionais são as mesmas e que não há motivos para questionar se a falta de estabilidade ou diferentes condições burocráticas de trabalho interferem no desempenho dos alunos, visto que as competências dos profissionais também são as mesmas. De acordo com ela, 51,35% dos profissionais da rede, atualmente, são contratados, mas afirmou que o Município tem interesse em colocar na rua o edital para o concurso público do Magistério. “Temos 5.919 profissionais atualmente, sendo 2.880 efetivos e 3.039 contratados. Destes,19,35% são profissionais que atuam na docência compartilhada, e 23% trabalham em projetos. O restante está cobrindo licenças, de forma geral. Porém, a realização de concurso é de suma importância, e é um fator preponderante. Por isso, estamos no processo de precificação e encaminhamento para o processo de licitação da empresa que vai soltar o edital”, pontuou. A expectativa é lançar a licitação no mês que vem, mas não há prazo para que o edital seja divulgado.
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Veículo: Tribuna de Minas
Editoria: Outras ideias
Data: 10/06/2018
Título: Zélia, a cientista ultrarresistente como o vidro que cria
“A ciência é muito competitiva. Quer sempre provar o melhor.” Mas se não deu certo, essa mesma ciência oferece nova oportunidade. “A gente aprende com o erro e o acerto”, conta Zélia Maria da Costa Ludwig e seu entusiasmo diante de um excelente espectro de um filme plástico. É preciso insistir. E continuar persistindo. “O espectro é o resultado da interação do laser quando passa pela amostra”, explica ela, pesquisadora colaboradora do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen) na caracterização de materiais dosimétricos. “O dosímetro é um material que você irradia, e ele te dá informações da quantidade de energia que recebeu. Isso serve para que, quando for irradiar um paciente num tratamento, não precisa testar com ele, mas com o dosímetro. Quando comecei, mexia com dosímetros que se pareciam com alguma parte dos tecidos humanos. Já quando fui fazer o pós-doc, adaptei meu trabalho para o vidro. A pesquisa cresceu, e, em Minas Gerais, vim trabalhar com alimentos. Tenho alunos que pesquisam café, plástico e vidros. Tem mecânica quântica por trás disso, eletromagnetismo, física do estado sólido e muito mais”, aponta a mulher de riso fácil, didática constante e 50 anos de caminhada, mesmo tempo de existência do Departamento de Física da UFJF onde leciona há uma década e onde ajudou a criar o Centro de Pesquisa, Ensino e Inovação em Materiais.
Zélia fez algumas descobertas. Em colaboração com a agência espacial Nasa, após intercâmbio com um físico que conheceu durante o pós-doutorado no Missouri, participou do desenvolvimento de um vidro ultrarresistente. O mais importante, no entanto, foi a descoberta de si mesmo. “Trabalhei com materiais novos. Ajudei a caracterizar um material, hoje muito citado. Estou contente com tudo, e mais feliz com o fato de ter acordado para a vida diante da ciência. Eu poderia ter morrido num laboratório sem ter acordado para o mundo a minha volta. Conheci novas pessoas e descobri que existe muita gente certa de que precisamos de humanidades dentro das exatas. Precisamos aceitar o outro como ele é. Precisamos não ter preconceito, de raça, de gênero ou de classe social. Sou mais feliz desde que acordei, olhei para os lados e perguntei: quantas mulheres negras têm na física? Saí à caça. E não têm tantas, mas têm biólogas, engenheiras, todas cientistas. Criei uma página no Facebook chamada ‘Mulher, ciência e sociedade’. Foi então que percebi que não precisava ser a advogada que eu pensei um dia, para mudar o mundo. Posso mudar a minha realidade e a das pessoas que estão a minha volta sendo física.”
Minha cara
Foi numa festa no prédio, um dia. “Uma vizinha me falou: ‘Nossa, olhando para você não dei nada. Você não tem cara de cientista!’. Eu tenho que ter cara de cientista? Não. A gente tem que ter a nossa cara, o nosso estilo, o nosso jeito”, comenta. Outro dia, foi na entrada do prédio. “Uma criança me perguntou: ‘Você trabalha em qual apartamento?’ Eu parei, abaixei e contei que trabalho na universidade, sou cientista, e o envolvi. Faço isso porque a criança já tem uma visão estereotipada de achar que uma pessoa como eu só pode ser empregada nesse prédio. Quero que ela mude para criar um novo mundo, sem reproduzir esses equívocos”, conta. Dia desses, foi quando descia a rua de casa, no Bairro Paineiras, de manhã bem cedo. “Uma mulher me parou. Eu estava com meu marido. E ela disse: ‘Vocês são cuidadores de idosos? Vejo sempre vocês descendo e preciso muito de gente para cuidar de idosos’. Na cabeça dela, ela achava que não morávamos no prédio, mas éramos cuidadores, porque não podíamos morar naquele lugar. Meu marido foi embora, não teve paciência. Eu parei e falei: ‘Não cuido de idoso e nem conheço ninguém para indicar. Moro aqui. E saio cedo para chegar cedo na universidade, onde dou aulas. Cuido de jovens e ajudo para que não tenham essa visão estereotipada de mundo’.” O dia era hoje, quando Zélia recordou o que havia lhe acontecido minutos antes. “Agora mesmo uma aluna me contou que um colega perguntou para ela: ‘Como é a aula da Zélia? Ela tem bastante formalismo matemático? Ela pega pesado? Porque ela está dando teoria do eletromagnetismo, e eu quero saber para fazer com ela’. Ele faz essa pergunta para outro professor? Será que sou boa? Fiz USP, o pós-doc no Materials Research Center da Universidade do Missouri, participei do programa da Max Planck de Dresden, na Alemanha, fui aceita com bolsa no International Centre for Theoretical Physics na Itália. E ainda sou sempre testada. Não basta publicar um artigo por ano, é preciso mostrar que é o melhor, é preciso conquistar o respeito a todo tempo.”
Meu lugar
Foi nos corredores da universidade que Zélia viu com clareza o lugar a que tantas mulheres como ela, negras como ela, estão relegadas. “Sei que outros colegas meus, que viveram a mesma realidade que eu, não fizeram o mesmo caminho que fiz”, diz. “Vejo tantas meninas limpando a universidade. Quero fazer uma campanha para incluir essas meninas, as mulheres e, sobretudo, as mulheres negras na universidade. Muitas pessoas se incomodam com as cotas, mas não acham ruim que essas pessoas sejam empregadas delas. Elas podem limpar o ambiente que você estuda, mas não podem se sentar do seu lado? Peraí! Larga essa vassoura e vem ser doutora!”, sugere. “Há resistência até mesmo no meio acadêmico, com pessoas de mente fechada, que não querem que as pessoas tenham acesso à ciência. Como popularizar, então? Passou o tempo em que o médico escrevia receita com aquela letra de garrancho, que o paciente não entendia. Hoje a ciência tem que ser para todos e facilitar a vida de todos. Não dá para ter uma ciência que beneficia alguns e outros são apenas objetos de estudos. O negro, o índio, o pobre não pode ser sempre objeto de estudo. Ele tem que ser parte do estudo, estudar junto”, avalia a pesquisadora que se fez militante no entra e sai de laboratórios, às voltas com números e equações. “Ciência não deve ficar só dentro de laboratório”, defende ela, convidada para o fórum “ELAS nas exatas”, da ONU Mulheres, e para o comitê de avaliação do CNPQ, além de uma das homenageadas do Mérito Comendador Henrique Halfeld, cuja solenidade acontece no próximo dia 26.
Minhas mãos
Foi diante das caixas fechadas que Zélia encheu-se de fôlego. “Não tive auxílio para fazer isso aqui”, afirma, apontando para toda a sala, atendo o dedo numa tubulação de gás. “Eu, meu pai e meus alunos carregamos tijolos, fizemos estrangulação e montamos uma linha de gás que custaria R$ 19 mil. Se não tem ninguém para fazer, nós fazemos. E isso eu também ensino para os meus alunos. Não somos super-heróis, só não vamos ficar de braços cruzados esperando a máquina apodrecer num caixote. Esse equipamento era para se perder, mesmo tendo custado meio milhão de euros. Foi montado por mim e pelos meus alunos. Não temos um técnico para operar essa máquina, e quem opera é o Vitor, meu aluno no mestrado”, pontua ela, referindo-se a um aparelho acoplado responsável por fazer espectofotometria e análise térmica. Numa outra parte da sala, estão duas máquinas projetadas pelo pai de Zélia. “Não gosto de dizer que ele é um Professor Pardal, porque associam o cientista ao cara que faz engenhoca. Não é assim. O cientista é um cara engenhoso, que pensa. Tudo o que o meu pai vai fazer, prepara um dispositivo antes. Se tiver que subir um concreto para cima da casa, trabalha dois dias fazendo carretilhas e, na hora, até uma criança puxa a corda. Meu pai também sempre incentivou as filhas. E esse é o papel dos pais, não é mesmo?! Meu pai cerrava pontas de madeira em casa para a gente brincar. Fazíamos casinhas, trenzinhos. Minha mãe fazia vestidos de boneca para nós”, recorda-se. “Quando eu era pequena, meu pai dava para a gente ler ‘Ciência ilustrada’, ‘Tecnirama’, e éramos criadas dentro da oficina. Meu pai é um cientista”, afirma, certa de que espalham-se pelo globo cientistas como ele. “Nas nossas culturas quilombolas e indígenas, já sabiam sobre o poder da cura das ervas medicinais. Isso é ciência, só não foi colocada num papel, quantificada, medida num equipamento de última geração. Quando esse conhecimento for aproveitado, teremos muitos Einsteins no Brasil. Basta olhar os meninos brincando nas favelas, montando carrinhos de rolimã, empinando pipas. Eles são criativos, fazem brinquedo com cada coisa inacreditável. Imagina a criatividade desses meninos e meninas sendo aproveitada pela universidade! A dificuldade socioeconômica não deve ser uma limitação. Eu conseguir chegar aqui não significa que todos também podem. É preciso haver apoio. A sociedade precisa apoiar para que outras mulheres negras estejam aqui comigo.”
Minha casa
Foi em Ituiutaba, no Triângulo Mineiro, que Zélia teve o umbigo enterrado. “Meus pais foram para São Paulo quando éramos crianças (ela e a irmã, também doutorada, hoje radicada na Alemanha), em busca de melhores condições. Meu pai é torneiro ferramenteiro e concluiu que lá não conseguiria estudar as filhas. Ele achava que filho estudado conseguiria se virar. São Paulo, naquela época, era a terra do sonhos. E fomos em busca de um sonho. Naquela época, não prezava mulher trabalhar, então, minha mãe ficava em casa, tomando conta da gente, garantindo o estudo, e ele, o sustento da casa. No estado, moramos no subúrbio, em Francisco Morato. Era uma cidade muito longe das universidades. Hoje já colocaram metrô. Fazer o trajeto até a USP de carro, de trem ou de ônibus era cansativo. Era complicado. E ainda hoje vejo que é complicado. E se a universidade quer ser inclusiva, se o povo não vai até ela, ela precisa ir até o povo”, comenta ela, que por muitos e muitos anos fez o trajeto entre a cidade periférica e a capital, até concluir o pós-doutorado, justamente quando conheceu Valdemir Ludwig, casou-se e foi mãe de Isabella. A física experimental (dela) encontrou a física teórica (dele). Hoje física teórica-experimental, Zélia sofre por outros deslocamentos. “As dificuldades que não são físicas eu não sentia quando era mais nova, no tempo de Francisco Morato. Os tetos de vidro que me impediam de crescer fui percebendo à medida que minha carreira ia afunilando. Falam que são invisíveis, mas a gente sente essas barreiras, sente que precisa lutar mais que o outro”, lamenta, ultrarresistente como os vidros que cria em laboratório. Onde deseja chegar? “Vou te responder com a mesma resposta da minha filha, Isabella, quando fiz essa pergunta a ela. ‘Quero ser feliz!’.”
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Veículo: G1 Zona da Mata
Editoria: Notícias
Data: 11/06/2018
Título: Equipamento desenvolvido pela UFJF que identifica adulteração no leite é patenteado
Um equipamento desenvolvido pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) que é capaz de verificar a qualidade do leite produzido pelas indústrias recebeu a patente do Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI). É a primeira vez que alguma criação da instituição recebe um reconhecimento do tipo.
A máquina, que é portátil e funciona com bateria recarregável, é de fácil manuseio, pois pode ser levada até os locais de produção e armazenamento do leite. Ela mede a temperatura e faz o processamento que avalia se a qualidade da bebida é adequada ou não, verificando a porcentagem de água acrescentada.
Segundo a pesquisadora Maria José Bell, que participou do projeto, foram dez anos de pesquisa para chegar ao resultado final.
“A nossa proposta era ter uma metodologia que fosse rápida e simples para acusar a adição de água, que era um problema que a gente vinha percebendo que era muito comum, inclusive no nosso dia a dia. A nossa ideia era um método físico que pudesse detectar a adição de água de uma forma simples e confiável”, conta.
Além disso, o equipamento consegue detectar casos de fraude, como a presença de sal, soda cáustica e outras substâncias que possam afetar a qualidade do leite.
De acordo com o pesquisador Virgílio de Carvalho dos Anjos, coordenador do programa em Tecnologia de Leite da UFJF, atualmente, o método que verifica o leite e que é reconhecido pelo Ministério da Agricultura é feito em outro tipo de aparelho.
“Ele é chamado de crioscópio. Ele mede o ponto de congelamento do leite. Mas Infelizmente ele é um equipamento que é suscetível a falsificação”, diz.
A UFJF tem 118 projetos de pesquisa que aguardam a concessão de patentes. A gerente de propriedade intelectual do Núcleo de Inovação Tecnológica da universidade, Albertina Souza, diz que são vários os critérios para a conquista registro, que garante exclusividade de exploração à instituição.
“Os requisitos são novidades, atividades inventiva e aplicação industrial. A novidade é no mundo inteiro, a atividade tem que ter um desenvolvimento, não pode recorrer de matéria óbvia e a aplicação industrial tem que ser algo que vá da bancada para o mercado”, ressalta.
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Veículo: TV Integração – Globo
Editoria: MGTV
Data: 11/06/2018
Título: Pesquisadores da UFJF desenvolvem aparelho que identifica adulterações no leite
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Veículo: Tribuna de Minas
Editoria: Esportes
Data: 11/06/2018
Título: 3ª Mexa-se Pela Vida tem vitórias de Albertino Luz e Aline Barbosa
Albertino Luz (Imperadores/Cria UFJF) e Aline Barbosa (Faculdade Granbery) foram os mais velozes na 3ª Mexa-se Pela Vida, quinta etapa do Ranking de Corridas de Rua da Prefeitura de Juiz de Fora, realizada na manhã do domingo (10), com largada no Parque da Lajinha, em distância de 6km.
O primeiro colocado no masculino precisou de 20min07s para cravar o título, seguido por Jocemar Corrêa (Visão de Águia), com o tempo de 20min22s, e pelo trio dos Imperadores/Cria UFJF, formado por Matheus Morais (20min57s), Adan Arroio (21m07s) e Pedro Henrique de Oliveira (21min09s). Já entre as mulheres, Aline completou o percurso em apenas 25min54s. A vice-campeã foi Claudete Nunes (Profit Running), que completou em 26min44s, à frente de Ivaniz Aparecida (Imperadores/Cria UFJF), que fez os 6km em 26min51s, Talita de Oliveira (Vidativa), em 27min40s, e Noemi Alves (Imperadores/Cria UFJF), após 27min53s de corrida.
Na competição coletiva, os Imperadores/Cria UFJF somaram mais pontos, com 678, entre os homens, enquanto a Gemacom Tech/Tate Lyle obteve o melhor desempenho conjunto, de 311 pontos na disputa feminina. Entre os times de pessoas com deficiência (PCD’s), o JF Paralímpico triunfou nos dois naipes.
Todos os resultados divulgados até o momento pela Secretaria de Esporte e Lazer (SEL) são extraoficiais e sujeitos à alteração. A próxima etapa do Ranking será a 7ª Meia Maratona de Juiz de Fora, marcada para o dia 1º de julho.
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Veículo: Tribuna de Minas
Editoria: Cultura
Data: 11/06/2018
Título: Alexandre Maestrini lança livro sobre a imigração de seus antepassados
Cada cidade tem uma “alma”, e ela é feita a partir de sua história e das pessoas que dela participam, mesmo que de forma anônima. Pois são elas que, com o passar das décadas e séculos, fazem com que cada município ganhe seu corpo e personalidade. Uma dessas histórias que permitem entender a Juiz de Fora que temos hoje está contada no livros “Franz Hill – Diário de um imigrante alemão”, do professor Alexandre Müller Hill Maestrini, que tem lançamento nesta terça-feira (12), às 19h, no saguão do Aeroporto da Serrinha, exatos 160 anos depois da chegada de Franz e seus amigos e parentes à então Cidade do Parahybuna.
O trabalho é fruto da pesquisa iniciada por Alexandre, tetraneto de Franz Hill (1824-1881), há quatro anos, na esteira do trabalho que já fazia para conhecer o passado da família. A decisão surgiu após uma visita à Alemanha e à terra natal de seus antepassados, Wendelsheim, quando sua esposa, a alemã Christine, visitou os pais. Na esticada até Wendelsheim, ele conheceu o ex-prefeito, um historiador e um especialista em genealogia, daí para a elaboração do livro foi questão de colocar mãos à obra.
“Sempre perguntei para meus parentes mais velhos de onde e por que viemos (para cá), mas muitos não queriam falar. Diziam que era para olharmos para frente e não olhar para o passado. Meu bisavô Jacó Hill, que cheguei a conhecer, também não queria responder às minhas perguntas. Mas eu era curioso, até porque morei 20 anos na Europa e não entendia o que levou meu tetravô a vir para o Brasil. A verdade é que a situação era muito diferente há 160 anos, eles foram praticamente expulsos por falta de oportunidades.”
Um ‘diário’ para o neto que não conheceu
Para a publicação, Alexandre desenvolveu uma prosa que mistura o caráter documental a uma narrativa romanceada, como se o próprio Franz “escrevesse” um diário para seu descendente, em que conta o início de sua jornada, num povoado da antiga Renânia-Palatinado (um dos reinos que futuramente se tornaria a Alemanha), até a chegada à futura Juiz de Fora e a vida em um novo continente. “Achei que esta seria a melhor forma de contar essa história, pois a grande pergunta do livro é saber o que leva alguém a abandonar a terra natal e partir para um território desconhecido, deixar a miséria para trás e tentar a sorte no Brasil com a promessa de uma nova oportunidade”, explica.
A partir do “relato” de Franz, Alexandre conta a trajetória do tetravô, que deixou a terra natal, próxima a Frankfurt, junto com a esposa, três filhos (eles teriam mais dois no Brasil) e o sogro, além de outros amigos e suas respectivas famílias. A partida de Wendelsheim se deu em 1º de abril de 1858, e eles zarparam em uma embarcação no porto de Hamburgo seis dias depois.
A chegada em Juiz de Fora, então Cidade do Parahybuna, aconteceu pouco mais de dois meses depois, há exatos 160 anos. “Enquanto os responsáveis por trabalhar na agricultura foram alojados no Borboleta e Cidade Alta, a família do meu avô ficou na região do atual bairro Fábrica”, conta Alexandre Maestrini. Isso se deu, segundo ele, porque seu antepassado trabalhava como pintor na Europa, e aqui foi contratado pela Companhia União Indústria, de Mariano Procópio, para exercer a mesma função na Estrada União Indústria. Ele, porém, teve que ficar por seis meses, com a família, em um dos casarões da empresa, pois sua futura casa, na atual Rua Bernardo Mascarenhas (algumas ainda de pé, mas não a de seus antepassados), ainda não estava pronta.
Pesquisa profunda
A reconstituição da trajetória de Franz Hill, idêntica à de muitos compatriotas de então, foi possível graças aos documentos de sua família, boa parte obtidos em cartórios e paróquias de Juiz de Fora e também dos que obteve em Wendelsheim. “Foi então que consegui fazer uma ligação entre os que partiram e os que ficaram”, ressalta Maestrini, acrescentando que incluiu no livro fatos da história do Brasil Império para contextualizar a terra que seu tetravô encontrou por aqui, graças a pesquisas suplementares no Museu Mariano Procópio, Arquivo Municipal, Arquivo Nacional, Museu Imperial, UFJF, cartórios municipais, Arquivo Público Mineiro, Arquivo Diocesano e na Alemanha, entre outros. A publicação ainda é enriquecida por fotografias históricas e de sua família a partir dos bisavós.
O livro ainda desenvolve a história da família até décadas mais recentes, mas um mistério permanece: Por quanto tempo Franz trabalhou para a União Indústria, e qual foi sua atividade na cidade depois de sair da companhia até a data de sua morte, em 28 de dezembro de 1881, aos 57 anos? “A história do meu tetravô é 99,999% igual à dos outros mil imigrantes que vieram com ele. Acredito que o livro seja importante para as cerca de 60 mil pessoas que hoje, em Juiz de Fora, têm algum tipo de ascendência alemã. E também é importante para os estudantes e, principalmente, para a população negra, que tem a sua importância na história de Juiz de Fora subestimada em relação aos germânicos. Afinal, quando esses mil germânicos chegaram aqui, em 1858, já havia cerca de 14 mil negros em condições de escravidão por aqui. Eu, que sempre falei da importância da presença alemã, fico até com vergonha disso ao conhecer a história dos negros na cidade.”
“FRANZ HILL – DIÁRIO DE UM IMIGRANTE ALEMÃO”
Lançamento nesta terça-feira (12), às 19h, no Saguão do Aeroporto da Serrinha (Avenida Prefeito Mello Reis, Aeroporto)
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Veículo: G1 Zona da Mata
Editoria: Notícias
Data: 12/06/2018
Título: UFJF abre 933 vagas para segunda edição do Sisu 2018
A Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) abriu 933 vagas para 42 cursos de graduação na instituição, que serão distribuídas por meio da segunda edição do Sistema de Seleção Unificada (Sisu). As inscrições tiveram início nesta terça-feira (12). Por meio da iniciativa, estudantes concorrem a vagas em universidades públicas de todo o país.
Na UFJF, serão 738 oportunidades em 33 cursos no campus sede e 195 para nove cursos no campus de Governador Valadares. As vagas estão disponíveis no site da instituição.
O resultado da chamada regular será divulgado no dia 18 de junho e o primeiro edital de reclassificação está previsto para sair no dia 11 de julho. Além disso, a UFJF disponibiliza uma tabela com a nota de corte dos cursos da universidade nas últimas quatro edições.
Podem se inscrever no Sisu quem realizou as provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em 2017 e não zerou a redação. As inscrições no Sisu ficam abertas até a próxima sexta-feira (15).
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Veículo: Tribuna de Minas
Editoria: Cidade
Data: 12/06/2018
Título: Equipe de Robótica da UFJF disputa Mundial de Robôs
A Copa da Rússia não é a única que começa nesta semana. A RoboCup 2018, Copa Mundial de Robôs, também acontece neste mês, entre 16 e 22 de junho, e terá participação de uma equipe juiz-forana: a Rinobot. Oito alunos e dois professores da equipe de Robótica da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) participarão da competição, que acontece em Montreal, no Canadá.
Da equipe juiz-forana, cinco alunos já viajaram para participar da RoboCup, e outros três embarcam na próxima quinta-feira (14), juntamente com os professores. No total, quatro mil pessoas e cinco mil robôs, de 35 países diferentes, vão participar da competição. São 24 equipes classificadas. Uma delas é a equipe brasileira da Universidade de Brasília (UnB), UnBeatables. Para a categoria mista, os participantes vão se unir à Rinobot para jogar pelo Brasil.
Com cinco robôs autônomos “em campo”, programados antes da partida, a disputa simula um jogo de futebol tradicional. De acordo com a professora Ana Sophia Cavalcanti, coordenadora da equipe Rinobot, o objetivo é incentivar a robótica e constituir, até o ano de 2050, um time de androides com habilidades suficientemente desenvolvidas para jogar contra humanos.
Ainda conforme a professora, o que estimulou os alunos a tentarem uma das 24 vagas da Copa de Robôs foi a participação da Rinobot, em novembro do ano passado, na Standard Platform League (SPL), Competição Latino-Americana e Brasileira de Robótica. Na ocasião, a equipe sagrou-se campeã em duas categorias.
Fundada em 2016, a Rinobot tem o intuito de participar de competições na área da robótica e contribuir e avançar com o desenvolvimento tecnológico. Atualmente, a equipe de robótica da UFJF conta com 80 integrantes, de mais de 20 cursos da instituição. Para conseguir realizar a viagem, além do apoio da UFJF e do Centro Regional de Inovação e Transferência de Tecnologia (Critt), a Rinobot contou com a ajuda de patrocinadores e fez uma vaquinha online.
Confiança
Para o aluno de engenharia elétrica e membro da Rinobot, Alexander Silva Barbosa, a equipe tem grandes chances no RoboCup 2018. “Durante esse último ano, revisamos tudo o que já tínhamos e tentamos trazer mais inovação. Esse ano, pelos testes que fizemos, estamos bem melhor que no ano passado. Estou confiante e muito empolgado”.
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Veículo: Tribuna de Minas
Editoria: Coluna Painel
Data: 12/06/2018
Título: Constituição
No debate desta terça-feira, das 10h35 às 11h30, a CBN estará discutindo os 30 anos da Constituição Federal, promulgada pelo Congresso, por meio da Assembleia Constituinte, em 5 de outubro de 1988. Entre os debatedores estão o cientista político Rubem Barboza, da UFJF, o ex-deputado constituinte Paulo Delgado e o sociólogo Bruno Stigher. A mediação será do radialista Marcelo Juliani.
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Veículo: Tribuna de Minas
Editoria: Coluna Cesar Romero
Data: 12/06/2018
Título: Voo livre
As alunas de arquitetura da UFJF, Sâmyla Souza e Érica Della Garza estão de malas prontas para a Tailândia. Vencedoras do concurso “As Cidades Somos Nós”, elas vão representar o Brasil no Mobilize 2018, um dos maiores encontros de mobilidade urbana do mundo.
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