Por que a finitude é tratada como uma questão problemática na sociedade? Qual o motivo das pessoas ainda terem a morte como algo que transmite medo e insegurança? Como se preparar para esse “fim”? Essas são algumas das questões que serão trabalhadas no próximo “Café Filosófico”, que acontece nesta sexta-feira, 20, às 19h, na Biblioteca Redentorista (Avenida dos Andradas, número 855, no Morro da Glória).
O evento é promovido pelo Núcleo “Pensando Bem”, da Faculdade de Filosofia da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e é aberto ao público, não havendo a necessidade de inscrição prévia. Nesta edição, será abordado o tema “Quem tem medo da morte?”, e vai contar com a presença do professor Luciano Camerino para uma discussão sobre a morte no campo filosófico.
“A questão da morte foi relegada ao campo do absurdo ou do nada, ao mesmo tempo em que as religiões tradicionais não oferecem mais explicações adequadas para essa temática”, observa Camerino. O professor pretende tratar no evento o tema “Ser sujeito da morte” e apresentar ideias de como se preparar para a morte e de como viver diante dessa finitude. “Quero enfatizar a tese de que nos preparamos para a morte vivendo bem, com intensidade, com consciência, já que os filósofos gregos antigos diziam que filosofar é preparar-se para a morte.”
De acordo com Camerino, o medo de morrer significa que se viveu de forma inautêntica e superficial. Ele ressalta também que a morte se tornou um domínio medicalizado. “Os profissionais de saúde decidem sobre os destinos das pessoas somente sob o aspecto fisiológico, sem levar em conta outras dimensões da vida humana, que podem inclusive ser bem mais importantes do que essa.”
Camerino coordena o curso de extensão “Reflexões Filosóficas sobre a morte”, que acontece nas formas presencial e on-line. O professor trata das diversas representações que a filosofia e a cultura produziam a respeito da morte – desde os povos antigos, passando pela comunitária medieval e chegando ao tema da morte medicalizada moderna. Ele procura mostrar que o sentido da morte – antes compreendido a partir da natureza -, passou a ser social, comunitário e posteriormente individual e subjetivo.
O Núcleo
Coordenador do projeto, o professor Juarez Sofiste destaca que um dos objetivos é o de tornar a filosofia mais presente na sociedade para que as pessoas desenvolvam competências filosóficas. “O intuito não é propriamente ensinar filosofia, mas fazer filosofar, por meio de problematizar, argumentar e conceituar”. O projeto conta também com programas que procuram levar a filosofia para as escolas. A proposta é abranger crianças e adolescentes, não limitando o contato somente aos adultos.
Para o monitor do projeto, Juber Pacífico, é importante fazer com que as reflexões filosóficas estejam ao alcance de todos. “O projeto possibilita uma discussão filosófica para fora dos portões da universidade. Essa é uma maneira de oferecer uma participação para aquelas pessoas que não estão presentes na vida acadêmica”, ressalta.
O “Café Filosófico”, além dos encontros mensais, tem também um curso de extensão de “Introdução a Bíblia”, ministrado por Sofiste. O curso acontece todas às quartas-feiras, às 19h30, na Casa de Cultura. Diferentemente dos encontros, para participar do curso semanal, os interessados precisam realizar uma inscrição, que deve ser solicitada através do e-mail: cursodebibliaufjf@gmail.com.
Outras informações:
“Pensando Bem” – Núcleo de Pesquisa em Filosofia e Educação