Veículo: Tribuna de Minas
Editoria: Política
Data: 10/03/2018
Link: https://tribunademinas.com.br/noticias/politica/10-03-2018/ufjf-tera-curso-sobre-golpe-de-2016.html
Título: UFJF terá curso sobre ‘golpe’ de 2016
Após diversas especulações, inclusive da mídia nacional, a Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) confirmou o registro de um curso de extensão que irá debater pontos referentes ao período histórico recente e desdobramentos do processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). O impedimento pela via parlamentar é chamado de “golpe” por segmentos da sociedade. “A UFJF confirma a existência do curso. Há registro do curso de extensão junto à Pró-reitoria de Extensão”, afirmou a instituição em nota encaminhada à Tribuna. A universidade federal, no entanto, reforçou que “não se posiciona sobre a realização de cursos de extensão, em nome da autonomia didática dos professores, que têm liberdade para apresentar suas propostas”.
De acordo com publicação que já corre nas redes sociais, já estão abertas às comunidades acadêmica e não acadêmica as inscrições para o preenchimento de 100 vagas do curso de extensão gratuito, a ser ministrado entre março e junho, no Instituto de Ciências Humanas (ICH). O curso foi intitulado como “O golpe de 2016 e o futuro da democracia no Brasil”. As inscrições podem ser pleiteadas por e-mail, mediante a apresentação de informações como nome, telefone, e-mail e identificação se o interessado é ou não aluno da UFJF.
Assim, o curso de extensão a ser ministrado na UFJF será homônimo ao utilizado na movimentação inicial surgida na Universidade de Brasília (UnB), que foi o estopim de ações similares em várias universidades do país, com a sugestão de uma disciplina para estudar “elementos de fragilidade do sistema político brasileiro que permitiram a ruptura democrática de 2016, com a deposição da presidente Dilma Rousseff”, conforme o programa a ser adotado na UnB.
Tão logo sugerida na UnB, a adoção da disciplina gerou polêmica. Posicionamentos contrários à proposta vieram, inclusive, do ministro da Educação, Mendonça Filho, que chegou a afirmar que tal intenção trata-se de “proselitismo político e ideológico de uma corrente política, usando uma instituição pública de ensino”. A partir do primeiro passo, várias outras instituições federais de ensino superior seguiram o mesmo caminho e já criaram ou planejam adotar cursos e projetos de extensão similares para debater sobre o período e suas consequências.
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Veículo: Globo Esporte
Editoria: Zona da Mata e Centro-Oeste
Data: 10/03/2018
Título: Mesmo rebaixado, JF Vôlei pega Canoas e mira melhor posição possível na Superliga
Neste sábado, o já rebaixado JF Vôlei enfrenta o Canoas, a partir das 18h, na Arena UFJF. Alguns podem pensar que a partida não vale muita coisa, já que o time mineiro teve sua queda sacramentada na última terça. Porém, se o JF Vôlei terminar a Superliga masculina na 11ª posição pode herdar uma vaga na elite na temporada 2018/2019, em caso de desistência de alguma equipe.
Desta forma, o técnico Henrique Furtado e o grupo estão mobilizados para tentar colocar o time da Zona da Mata na melhor colocação possível na competição nacional nas duas rodadas finais. Com o Maringá, último colocado, com sete pontos, o treinador afirma que o grupo está comprometido e vai lutar para conquistar este objetivo.
– Sem dúvida é um time que sempre lutou na partida que estava jogando, batalhou demais por tudo que era possível conquistar. Agora a batalha é pela 11ª posição e vemos em busca disso. Vamos enfrentar uma equipe que está fazendo uma Superliga muito boa, consistente. Estamos trabalhando para jogar bem essa partida, acho que o grupo vem jogando bem, são jogadores muito comprometidos, de muito potencial e que está trabalhando demais pelas vitórias. Não vamos mudar esse perfil por nada. Estamos estudando bastante como superá-los – falou o técnico do JF Vôlei, que depois do Canoas, terá o Corinthians, sábado, dia 17, às 21h30, fora de casa .
A parada deste sábado não será fácil para o JF Vôlei. O Canoas, oitavo colocado, com 23 pontos, ainda não está garantido na próxima fase da Superliga. O time está sendo perseguido pelo Caramuru, que tem 19, e precisa vencer na Arena UFJF para avançar aos playoffs. Caso perca, os gaúchos precisam torcer para uma derrota dos paranaenses diante do Minas, também neste sábado, às 20h, em Ponta Grossa, para sacramentarem passagem.
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Veículo: G1 Zona da Mata
Editoria: Notícias
Data: 10/03/2018
Título: Canil Municipal promove feira de adoção em Juiz de Fora
O Canil Muncipal de Juiz de Fora promove neste domingo (11) mais uma feira de adoção. Durante o evento, será lançado o ‘APPets’, aplicativo relacionado ao universo pet, criado pela estudante de Medicina Veterinária da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Lídia Meggiolaro.
O objetivo da interface digital é facilitar a vida de quem possui um animal. No aplicativoé possível marcar consultas, banho, tosa, comprar produtos e até adotar. Cerca de 30 empresas já estão cadastradas.
Os interessados em realizar uma adoção responsável devem realizar um cadastro e participar de uma entrevista. Atualmente, o canil possui mais de 500 cães e cerca de 80 gatos.
Durante a feira, que será realizada no Hotel Green Hill, que fica na Avenida Deusdedit Salgado, n°4351, Bairro Salvaterra, cerca de 25 animais estarão disponíveis para adoção. O evento acontece das 10h às 14h.
Os animais com mais de seis meses são cadastrados e vacinados. Além disso, os filhotes adotados no evento têm garantia de esterilização gratuita quando atingirem a idade adequada, através do programa de Castração do Departamento de Controle Animal (Dcan).
Ações para incentivar a adoção
O Departamento Municipal de Limpeza Urbana (Demlurb) lançou uma conta no Instagram – @canilmunicipaljf – para divulgar fotos dos filhotes que estão para adoção. Um ensaio fotográfico foi realizado com os animais que possuem algum tipo de deficiência, sequelas de doenças ou são idosos. Toda semana, três câes vão estampar a página do canil na rede social.
A gerente do Departamento de Controle Animal (Dcan), Miriam Neder, conta que a próxima feira, que deve ser realiza em abril, será feita apenas com os animais deficientes.
Ela fala sobre impacto gerado pelas redes sociais e a expectativa em aumentar o número de adoções. “O uso dessas plataformas tem trazido grande alcance e visibilidade. São um meio de comunicação prático para divulgar informações”.
Cerca de 80% dos pedidos de doação e visitas feitas ao Canil se devem ao sucesso das redes sociais. “O adotante do canil pode compartilhar fotos e experiências através das hashtags #adoteinocaniljf #audocaodeamor #miaudocaodeamor”, completa a gerente.
Além do Instagram, no Facebook – Canil Municipal Adote um Amigo – também é possível encontrar fotos e informações sobre os pets e as formas de adoção, como o cadastramento on-line dos interessados.
Outras opções são entrar em contato através do Disque-Adoção, pelo número (32)3225-9933, ou ir direto ao Canil, que fica na Avenida Francisco Valadares, n°1000, Bairro Vila Ideal.
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Veículo: Tribuna de Minas
Editoria: Esportes
Data: 10/03/2018
Título: JF Vôlei perde na despedida de sua torcida
A equipe JF Vôlei despediu-se de sua torcida com mais uma derrota na Superliga masculina. Já matematicamente rebaixados para a Superliga B na próxima temporada, os juiz-foranos perderam para o Lebes/Canoas por 3 sets a 1 (25/27, 18/25, 25/19 e 20/25) em partida disputada na noite deste sábado (10) no Ginásio da UFJF. Com o resultado, o JF Vôlei manteve-se na penúltima colocação, com 8 pontos, um a mais que o lanterna Copel/Telecom/Maringá, e fará sua despedida da competição no próximo sábado (17), fora de casa, quando enfrenta o Corinthians/Guarulhos.
Apesar do rebaixamento ter sido sacramentado ainda durante a semana com a vitória do Montes Claros sobre o Sesc-RJ, um número razoável de torcedores buscou incentivar o JF Vôlei, que pecou mais uma vez em não manter o mesmo nível de jogo durante toda a partida, desperdiçando chances de fechar os sets. Foi o que aconteceu logo no primeiro set, quando os mineiros chegaram a abrir uma diferença de cinco pontos (12 a 7) e, mesmo deixando os adversários virarem o marcador em certo momento, tiveram a chance de fechar a primeira parcial quando venciam por 24 a 23. Só que os gaúchos souberam aproveitar as falhas dos anfitriões para fecharem o set em 27 a 25, após 32 minutos de disputa.
Abatidos pelo resultado adverso, o JF Vôlei ainda equilibrou o jogo durante boa parte do segundo set, mas uma série de erros, entre eles no saque e o mal aproveitamento do ataque, permitiu ao Lebes/Canoas abrir até seis pontos de diferença (22 a 16) e fechar a parcial com tranquilos 25 a 18 em 26 minutos. Os donos da casa, porém, aproveitaram o relaxamento adversário para impor seu ritmo e abrir 10 a 4 no terceiro set. Os gaúchos chegaram a esboçar reação, mas o JF Vôlei precisou de 26 minutos para fechar a parcial em 25 a 19.
No quarto set, a questão era saber se os mineiros conseguiriam se superar ou, mais uma vez, deixariam a vitória escapar. Infelizmente o que se viu foi o resultado de partidas anteriores, em que a equipe lutou muito, tentou superar a inferioridade técnica diante de adversários mais fortes, mas voltou a pecar nos detalhes decisivos. Depois de equilibrar o marcador a maior parte do tempo, o JF Vôlei passou a errar muito no final do set, deixando os visitantes abrirem quatro pontos (22 a 18) antes de fecharem o set em 25 a 20, após 28 minutos, decretando a décima derrota do JF Vôlei em 11 jogos como mandante.
Após a partida, o técnico do JF Vôlei, Henrique Furtado, destacou o empenho de seus jogadores, que mantiveram o mesmo espírito de luta, apesar do já anunciado rebaixamento, lamentando que a despedida da torcida tenha sido com uma nova derrota. “O time lutou muito, fez o melhor que pôde. Tenho muito orgulho desses jogadores, que se entregaram, se esforçaram. Infelizmente não tivemos os resultados positivos, mas falei após a partida para seguirem de cabeça erguida para o próximo jogo.”
Para o ponteiro Leozinho, um dos problemas da equipe na partida deste sábado foi a apatia com que começaram o jogo. “Eu e o time começamos muito apáticos, e isso não pode. Você pode até não jogar o seu melhor vôlei, mas tem que vibrar”, pontuou. “A gente sente muito por essa derrota, mas vamos continuar trabalhando duro para a última partida. Foi um campeonato muito difícil, em que lutamos e nos dedicamos muito. Foi a primeira Superliga de muitos jogadores, e, por isso, evoluímos bastante durante a competição. Saio de cabeça erguida, sabendo que dei o meu melhor.”
Além de poder ajudar a encerrar a participação na Superliga de forma digna, uma vitória sobre o Corinthians/Guarulhos na próxima semana ajudará a alimentar uma fagulha de esperança de permanecer na elite do vôlei masculino. Caso uma das dez primeiras equipes abra mão de participar da próxima edição do campeonato, a vaga é oferecida para o penúltimo colocado na tabela – no caso, hoje, o JF Vôlei. O triunfo sobre os paulistas pode confirmar os mineiros à frente do lanterna Copel/Telecom/Maringá, que encara em casa o Vôlei Renata.
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Veículo: G1 Zona da Mata
Editoria: Notícias
Data: 11/03/2018
Título: UFJF seleciona músicos para coral e orquestras do Pró-Música em Juiz de Fora
O Centro Cultural Pró-Música, da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), está selecionando novos integrantes para o Coral, a Orquestra Sinfônica e a Camerata Pró-Música. As inscrições podem ser feitas até dia 22 de março, em dias úteis, pelo telefone (32) 3218-0336, das 9h às 17h.
Os editais disponibilizam até 73 vagas para instrumentistas nas duas orquestras, abrangendo instrumentos como flauta, oboé, fagote, trombone, violino, violoncelo, saxofone, entre outros. Para o Coral Pró-Música, são 21 vagas entre tenor, baixo, contralto e soprano.
Barítonos e mezzo-sopranos serão alocados nos naipes mencionados, de acordo com a tessitura vocal a critério exclusivo do regente. Candidatos que não sabem o naipe também poderão se inscrever.
A seleção para o Coral acontecerá no dia 23 de março, a partir das 18h, no Teatro Pró-Música, localizado na Avenida Rio Branco, nº 2.329, no Centro da cidade. Já a seleção para as orquestras será no dia seguinte (24), a partir das 14h, também no Teatro Pró-Música. O resultado será divulgado a partir do dia 28 de março.
A aprovação não implica o pagamento de bolsa ou remuneração. Os editais para Orquestra Sinfônica e Camerata Pró-Música e Coral Pró-Música estão no site da UFJF. Outras informações pelo telefone (32) 3218-0336.
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Veículo: Tribuna de Minas
Editoria: Coluna Cesar Romero
Data: 11/03/2018
Link: https://tribunademinas.com.br/colunas/cesar-romero/11-03-2018/a-49.html
Título: Em Brasília
O professor doutor da UFJF e secretário Nacional de Ensino Superior, Paulo Barone, foi condecorado com a “Ordem Nacional do Mérito”, conferida pelo Ministério da Educação. A honraria tem por finalidade agraciar personalidades que se destacaram por excepcionais serviços prestados à educação.
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Veículo: Tribuna de Minas
Editoria: Coluna Cesar Romero
Data: 11/03/2018
Link: https://tribunademinas.com.br/colunas/cesar-romero/11-03-2018/a-49.html
Título: Aplicativo pet
O Canil Municipal promove doação de cães e gatos, hoje, no Hotel Green Hill, com direito ao lançamento de um aplicativo relacionado ao universo ‘pet’. Criada por Lídia Meggiolaro, aluna de medicina veterinária na UFJF, a plataforma tem dicas de tosa e banho, além de facilitar a busca de animais perdidos.
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Veículo: Tribuna de Minas
Editoria: Coluna Cesar Romero
Data: 10/03/2018
Link: https://tribunademinas.com.br/colunas/cesar-romero/11-03-2018/a-49.html
Título: Tome nota
Terça-feira, a Faculdade de Letras da UFJF recebe os professores Rebecca Langlands, da Universidade de Exeter (Reino Unido) e Martin Tobias Diner, da King’s College, de Londres, para palestra temática sobre sexo e religião na Roma antiga.
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Veículo: LANCE!
Editoria: Vôlei
Data: 11/03/2018
Link: http://www.lance.com.br/volei/superliga-canoas-vence-consegue-classificacao-para-playoffs.html
Título: Superliga: Canoas vence JF Vôlei e consegue classificação para playoffs
Com possibilidade de garantir vaga para próxima fase da Superliga, o Canoas entrou para partida com vontade conseguir a classificação, e coneguiu. A vitória em Juiz de Fora ficou na conta dos gaúchos, que bateram o JF Vôlei no ginásio da UFJF por 3 sets a 1, com as parciais de 27-25, 25-18, 19-25 e 25-20 e carimbaram a vaga à próxima fase. O ponteiro Rodrigo, do Canoas, levou o prêmio Viva Vôlei. Com o resultado, o Canoas segue em oitavo lugar, agora com 26 pontos, garantido nas quartas de final da competição. O JF Vôlei é 11º, com oito pontos.
O primeiro set foi bastante intenso. Os dois times aproveitaram as oportunidades, que tiveram, especialmente, em saques. Com isso, a parcial foi alta, sendo 27 a 25 para equipe gaúcha.
No segundo set, desta vez, exploraram os pontos nos bloqueios simples ou até mesmo sem posição. A partida terminou em 25-18, caminhada tranquila para vitória.
O set anterior foi tranquilo, entretanto, no terceiro o Corinthians apertou nas jogadas de ataque. O time do Sul tentava reagir, porém sem êxito pela bela atuação de Rômulo.
As duas equipes seguiram com um bom ritmo, com diferença para leve vantagem da rede de gaúcha: 12 a 12. Com o jogo igual, o ponto de desequilíbrio foi a passagem de Eduardo pelo saque, que deixou os visitantes com 19 a 17 no placar. Deste modo, time gaúcho fechou o placar por 3 sets a 1.
Na última rodada, o time do Rio Grande do Sul recebe o Minas, no ginásio La Salle, no sábado, às 20h30. O JF Vôlei, já rebaixado, encerra a temporada contra o Corinthians.
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Veículo: G1 Zona da Mata
Editoria: Notícias
Data: 11/03/2018
Título: Quantidade de chuva
O pluviômetro da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) marcou o acumulado de 140mm em poucas horas. Já os pluviômetros do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), instalados em diversos pontos da cidade, mostraram que nas últimas 12 horas o índice chegou a de 66.68mm na Represa, 56.46mm em Santa Rita de Cássia e 42.71mm em Nova Era.
Quando considerados os volumes das últimas 24 horas, o índice sobe para 74.38mm na Represa, 69.39 em Ponte Preta, 64.34mm em Santa Rita de Cássia, e 55.62mm em Igrejinha.
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Veículo: Tribuna de Minas
Editoria: Cidade
Data: 11/03/2018
Título: Em 5 horas, JF registra 70% da chuva prevista para todo o mês de março
Juiz de Fora enfrentou uma das maiores tempestades dos últimos anos, levando como base os registros do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Entre 19h de sábado (10) e 0h deste domingo (11), o pluviômetro instalado no campus da UFJF registrou 140 milímetros de precipitações, índice que corresponde a 70% do previsto para todo o mês de março. Deste total, 90 milímetros caíram entre 21h e 22h.
Os pluviômetros do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) espalhados pela cidade também marcaram volumes significativos. Na Represa João Penido, o acumulado era de 62 milímetros até 1h deste domingo. Em seguida, aparecem os bairros Santa Rita (55 milímetros) e Nova Era (40 milímetros).
Como resultado, até o início da madrugada de domingo, a cidade enfrentava vários pontos de alagamentos, em bairros como Jardim Esperança, Nova Era, Mariano Procópio e Democrata. Neste último, um carro ficou totalmente submerso na Rua Professora Violeta Santos. No auge da tempestade, o trânsito de veículos em direção ao Bairro Fábrica tornou-se impossível. No Manoel Honório, o nível do Rio Paraibuna impressionou, e a água chegou a encostar na ponte da Avenida Rio Branco. Já no Filgueiras, ruas ficaram alagadas e casas foram invadidas pela água.
Plano de Contingenciamento
Em nota na manhã deste domingo (11), a Defesa Civil informou que foi ativado o Plano de Contingenciamento, e equipes do órgão, além da Secretaria de Obras, Demlurb, Settra e Cesama trabalham deste as primeiras horas da madrugada para minimizar os transtornos causados pela forte chuva. Até a tarde deste domingo, a Defesa Civil registrou 59 ocorrências, sendo 20 na região Sudeste, 13 na Norte, 11 na Leste, 8 na Nordeste, 4 na Oeste, 2 no Centro e 1 na Sul.
Os atendimentos estão relacionados a deslizamentos de taludes, ameaças de deslizamentos de taludes, trincas em piso, ameaças de queda de árvore, infiltração em piso, enxurradas, alagamentos, rua danificada e queda de árvore.
Nas estradas vicinais de Caeté e Torreões, houve queda de barreiras, a mesma situação enfrentada pela população do Bairro Retiro, região Sudeste. Já na Rua Orlando Stefani, Bairro Bela Aurora, Zona Sul, uma ameaça de deslizamento de talude fez uma família ser desalojada da própria casa.
Entre os alagamentos de destaque, a Defesa Civil citou os ocorridos na Rua Henrique Dias, no bairro Nova Benfica, Zona Norte; nas ruas Eurico de Melo e Bárbara Campagnacci Borboni, no Bairro Aracy, na região Sudeste; e na Rua Domingos Del Duca, no Nossa Senhora de Lourdes, também na região Sudeste. Também houve escorregamentos de talude nas Ruas Pedro Trogo, e Francisco Pereira, ambas no Santo Antônio; e na Rua Angelino Beligoli, no Filgueiras.
Outros alagamentos ocorreram nos bairros Santa Luzia, Terras Altas, Jardim Esperança, Linhares e Granbery, além de Nova Era, Democrata e Mariano Procópio, como a Tribuna já havia mencionado.
Na Cidade Alta, a Rua José Lourenço, próximo ao Borboleta, um barranco deslizou sobre a via, que ficou tomada pela lama. Na manhã deste domingo, máquinas faziam a retirada de parte da terra. Um sofá foi colocado no meio da pista.
Secretaria de Obras
A Secretaria de Obras (SO) está atendendo a ocorrências de quedas de barreiras na Estrada da Lagoa e também no trecho asfaltado do entroncamento para Torreões. Outra equipe da SO está avaliando a situação de outra queda de barreira em Sarandira. Além disso, na Rua Rosalina Praxedes de Albuquerque, no Cesário Alvim a via foi interditada totalmente pela Settra a pedido da Defesa Civil devido a um deslizamento de barranco. A Settra também sinalizou um afundamento de calçada, na Rua Diva Garcia, próximo ao córrego, no Linhares.
Demlurb
O Demlurb atendeu áreas emergenciais e centrais, em razão de serem vias de grande movimentação. Equipes realizaram a limpeza da barreira que caiu no bairro Borboleta e no São Pedro. No Bairro Jardim Esperança, o departamento atua com o serviço de lavação e também de recolhimento de materiais nas vias, danificadas pelas fortes chuvas e, nas ruas centrais, foi efetuada a varrição e retirada do barro. Outras demandas serão atendidas através de um planejamento de trabalho estratégico e especial para a ocasião.
Cesama
De acordo com a Cesama, duas elevatórias de água foram atingidas pelas chuvas. A elevatória do bairro Democrata foi inundada, e a Cesama está realizando a substituição do motor da unidade. O abastecimento foi interrompido. A previsão é de que fornecimento de água seja regularizado durante a tarde deste domingo.
Na elevatória do JK, entrou água no quadro elétrico de comando da bomba. Empregados da companhia estão realizando os reparos, e a unidade está parada. A previsão é de que o abastecimento seja retomado também durante a tarde de domingo.
As equipes da Cesama foram empenhadas ainda em reparos de redes de esgoto rompidas e entupidas. Os casos onde há risco estão sendo priorizados. Os atendimentos estão sendo feitos por meio do teleatendimento da companhia, pelo telefone 115.
Cidades da região também sofrem com chuvas fortes
O município de Ubá, a cerca de 110 quilômetros de Juiz de Fora, ficou alagado após fortes chuvas que atingiram especialmente a região das cabeceiras do Ribeirão Ubá, na noite deste sábado (10). Por meio de nota enviada pela Defesa Civil, a Prefeitura de Ubá informou que esta pode ser a maior enchente dos últimos 30 anos na cidade de pouco mais de cem mil habitantes. O Executivo informou que acionou o plano de contingência da Defesa Civil e, desde as 21h, está mobilizado em um Gabinete de Crise que reúne representantes da Prefeitura, da Defesa Civil, do Corpo de Bombeiros e da Polícia Militar.
A Prefeitura disponibilizou um ponto de coleta de donativos no Fórum Cultural (Praça São Januário). As aulas da rede municipal estarão suspensas nesta segunda-feira e retornam na terça-feira. Também foram adiadas a abertura dos Jogos Escolares Ubaenses (JEUS) e o início das coletas de materiais da Gincana Ambiental.
Na BR-265, uma ponte caiu no trecho entre as cidades de Lavras e São João del-Rei. A queda aconteceu na altura do trevo de Nazareno e impede totalmente a passagem de veículos.
Conforme o Cemaden, a chuva assusta diversos municípios de Minas Gerais desde a noite de sábado. Em Ervália, o acumulado até 1h deste domingo era de 100 milímetros, enquanto que, em Divinésia, a 16 quilômetros de Ubá, 96 milímetros. Neste município, a Avenida Dias Paes, a principal da cidade, chegou a ficar totalmente coberta pela água.
Além dessas cidades, o Cemaden marca como alerta vermelho, ainda, os municípios de Passa-Vinte, Tiradentes, Rochedo de Minas e Simão Pereira. Outros destaques, com acumulados superiores a 50 milímetros, são as cidades de Santos Dumont, Itabira, Além Paraíba, Ubá, Barbacena e Visconde do Rio Branco.
BR-040
Conforme a Concer, concessionária que administra o trecho da BR-040 entre Rio de Janeiro e Juiz de Fora, a subida da Serra de Petrópolis opera em meia pista na altura do km 100, em Caxias, no sentido JF, em razão de uma queda de barreira provocada pelo temporal de sábado à noite na região.
O trecho está sinalizado e exige atenção redobrada dos motoristas. No acesso à localidade do Barreiro, em Xerém, Caxias (km 101, sentido JF), outro deslizamento de menor porte também deixou esse trecho da rodovia parcialmente interditado.
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Veículo: Tribuna de Minas
Editoria: Cidade
Data: 11/03/2018
Link: https://tribunademinas.com.br/noticias/cidade/11-03-2018/resistencia-que-nos-une.html
Título: Coletivos feministas debatem como é Juiz de Fora para as mulheres
A semana que se passou foi marcada por diversas conversas e ações, no âmbito virtual e nas ruas, que discutiram o papel e os direitos da mulher no mundo: em seus lares, no mercado de trabalho, no bairro, na cidade, no país, na política, em absolutamente todos os lugares que ocupam. Em Juiz de Fora, tivemos a histórica entrega da Medalha Rosa Cabinda, outorga criada por coletivos feministas da cidade que se reuniram para homenagear mulheres que se destacaram e se destacam na construção da história de Juiz de Fora, cada uma em sua atuação e com sua trajetória. Na rua, o dia 8 de março foi lembrado por uma militância política de várias expressões, marcada não apenas por uma marcha, mas também um grande evento com manifestações artísticas e culturais pensadas e realizadas por mulheres. Na atualidade, em que os direitos das mulheres vêm tanto sendo discutidos, por um lado, quanto ameaçados, de outro, a discussão sobre o feminismo – os feminismos na verdade, com todas as suas interseccionalidades – torna-se imprescindível para que possamos caminhar em direção a uma sociedade menos misógina e mais acolhedora, em direitos e oportunidades, para elas. Para nós. Neste sentido, a Tribuna convidou integrantes de alguns dos diversos coletivos feministas da cidade para um debate, sobre o qual você poderá ler, nas linhas abaixo, algumas das questões contemporâneas de ser e tornar-se mulher. Diariamente.
Os Coletivos
“Eu sou Giovanna Castro, do Candaces – Organização de Mulheres Negras e Conhecimento. Neste ano, completamos dez anos, e nosso trabalho, nossa ação giram em torno de pautas específicas do feminismo negro.”
Bruna Leonardo, militante transexual. Faço parte do Visitrans, que é o grupo de apoio e acolhimento das travestis, transexuais e interssexuais. É vinculado a Pesquisas e Práticas em Psicologia Social, Políticas Públicas e Saúde, núcleo de pesquisa da UFJF, um projeto de extensão, não é só um espaço de militância – mas também é!”
“Meu nome é Cristina Castro, faço parte da União Brasileira de Mulheres (UBM) e represento a Zona da Mata. Temos organizações estaduais e regionais, é uma instituição com mais de 25 anos de existência e luta por emancipação das mulheres no trabalho, na política, psicológica, econômica, emocional, em todos os sentidos.”
“Meu nome é Juliana Auler, estudante de Letras da UFJF e estou representando o Movimento de Mulheres Olga Benário. O movimento surgiu em 2011, por conta do Congresso das Mulheres, e hoje estamos em mais de 20 estados, em todas as regiões, e nossa principal bandeira vai em torno da violência contra a mulher.”
“Meu nome é Laiz Perrut, sou do coletivo Maria Maria, que é um núcleo daqui de Juiz de Fora da Marcha Mundial das Mulheres, um movimento que tem sede em todos os continentes do mundo, e nossa principal atuação, quando a gente surgiu, com a Marcha Mundial das Mulheres em 2011, foi por conta da pobreza e opressão que atingiam a vida das mulheres. Na Marcha, a gente queria uma nova ordem econômica no mundo que agregasse as mulheres, e nosso entendimento do feminismo é muito a partir disso.”
“Eu sou a Mônica (Cury), também do Coletivo Maria Maria, jornalista do Sindicato dos Metalúrgicos e lá eu tento também levar um pouco do feminismo, para um dos sindicatos com mais homens da cidade.”
“Meu nome é Laís Barbosa, atuo no Movimento Mulheres em Luta (MML), que tem foco em mulheres que trabalham, no mercado ou em casa. Mulheres que estão no sistema para parar o capitalismo, quebrando todos os tabus associados a elas.”
Meu nome é Lucimara Reis, e sou do 8M que, na verdade, não é um coletivo, é um fórum dos coletivos feministas da cidade, alguns deles representados aqui. O Fórum surgiu em 2017 em função do Movimento Internacional de Greve de Mulheres. É importante colocar que é horizontal, aberto à participação de todos os coletivos e entidades que desejam discutir a emancipação feminina e igualdade entre os gêneros. Conseguimos, com apoio de alguns coletivos, puxar uma greve muito vitoriosa, exclusiva de mulheres, em uma categoria inteira, que foi a de técnicas administrativas da UFJF.”
“A categoria ‘mulher’ não cabe em um modelo único”
Qual o real significado do dia 8 de março? Faço a pergunta às representantes dos coletivos feministas sobre a data em que tanto se parabeniza as mulheres, apesar de desrespeitos, abusos e agressões diárias, afinal estamos no país em que uma mulher é assassinada a cada duas horas, segundo dados divulgados pelo Monitor da Violência, parceria do G1 com o Núcleo de Estudos da Violência da USP e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Laiz Perrut diz que vem estudando o significado e que há diversas origens para a explicação da data. “Uma vertente é de que trabalhadoras dos Estados Unidos iniciaram um grande movimento em 1907, sobretudo em prol do voto feminino, que se alastrou para a Europa no ano seguinte. E outra possível origem vem da Rússia, quando houve uma greve de mulheres que foi o estopim para a Revolução Russa, e reivindicava não apenas o voto, mas tratava também de outras questões trabalhistas, como melhores condições de trabalho, diminuição da jornada, licença-maternidade, entre outras coisas.”
Em coro, Cristina Castro pondera que, independentemente das raízes do dia histórico, a essência que move a data é a mesma. “Esta data é de mulheres de luta, luta pelo voto, pela representatividade, por igualdade salarial, melhores condições de trabalho. Internacionalmente, é isso que move o 8 de março. Seja qual for sua origem histórica, ele deve ser compreendido como um dia de luta.” Lucimara Reis acrescenta que é fundamental pensar que o dia também deve ser entendido como um movimento para acabar com a opressão de gênero por meio de uma luta contra o sistema. “Afinal de contas, vivemos em um sistema que promove a exploração do ser humano pelo ser humano. Acho importante resgatar essa luta das mulheres trabalhadoras como algo que coloca a economia como causadora de opressão.”
Giovanna Castro destaca a necessidade, além das questões trabalhistas, de as microrresistências serem lembradas em 8 de março, e sobre a necessidade de se entender que a categoria “mulher” não cabe em um modelo único. “Vários enfrentamentos se passam no espaço doméstico, quando a mulher rompe com ciclos de violência em casa. São possibilidades de pequenas conquistas históricas baseadas na necessidade de compreender que ela precisa reverter o sistema e deixar de apanhar do marido e conseguir terminar o ensino médio. É a mulher que vive violência na invasão da comunidade em que ela vive… são referências fundamentais para o 8 de março. Precisamos enxergar a data no contexto de uma sociedade de herança escravocrata em todos os sentidos, do patrão que age de forma escravocrata na base do grito. É preciso pensar o que significa ser mulher dentro de um sistema como esse. “Não é que estas coisas não tenham valor e não tenham significado para a autoestima de algumas mulheres, mas socialmente é uma forma de silenciar o discurso de luta. Lutamos todos os dias, mas esse é o dia para se lembrar disso, e não de receber um ‘parabéns’ que cala nosso discurso.”
Juntas, mas diferentes
Giovanna Castro destaca que, apesar da resistência que une os coletivos em pautas feministas universais, é preciso pensar nas interseccionalidades, nas demandas especificas de cada grupo. “Essa resistência que nos une permitiu que pautássemos muitas demandas comuns debaixo de uma bandeira chamada ‘Juntas na Resistência’. Mas quando se fala de feminismo, o que se compreende como tal? Da minha trajetória de mulher preta e da trajetória de mulheres pretas, é algo muito diferente. Enquanto a mulher branca estava queimando sutiã na rua, tinha uma preta na casa dela tomando conta do lar ou do filho. Enquanto a branca queria o direito de ir trabalhar, a preta queria o direito de ficar em casa, porque trabalha desde a escravidão. A rua sempre foi o lugar da mulher negra, na prostituição, no trabalho doméstico, chefiando lares quando após a escravidão homens negros não conseguiam trabalho. Até hoje, boa parte dos lares femininos são chefiados por mulheres negras. Estamos no topo das estatísticas de feminicídio, somos as que mais sofrem violência obstétrica, as que menos recebem anestesia em cesariana. Então a gente fala de lugares muito distintos.”
Bruna Leonardo destaca que a luta das população trans, travesti e interssexual encontra barreiras até mesmo dentro de algumas vertentes feministas. “São tantas lutas diárias que a gente tem que travar para existir que até chegar ao feminismo não dá. Além disso, existem correntes feministas que não nos consideram mulheres, por causa da socialização da biologia ou do que for. Para estes grupos, nossos corpos dizem que não somos mulheres, então não podemos ser feministas. E é assim que a maioria da sociedade nos vê: como homens que deram errado, não mulheres”, diz ela. Para Bruna, as demandas da comunidade trans ainda são as mais básicas, como direito ao nome, ao emprego, ao reconhecimento da identidade. “Para nosso país, quem é trans não devia estar nem circulando nas ruas, nosso lugar é a rua, a periferia, espaços de vulnerabilidade à violência. E mais: quando existe um espaço de tratamento à saúde das pessoas trans, por exemplo, ainda são ligados a setores de DSTs e Aids, por exemplo, o que descaracteriza e patologiza nossas identidades. Mas apesar de tudo, sinto-me otimista. Porque mesmo com tanto discurso de ódio, antes não havia nem lugar de fala. Hoje, se me chamam de ‘louca, barraqueira’, pelo menos tenho visibilidade, sabem que estou aqui, é um passo de muitos que estamos dando”, reflete.
Para Cristina, o grande desafio dos coletivos feministas é justamente ampliar o discurso para além deles e chegar a uma pluralidade de mulheres. “Não podemos falar somente conosco, temos que conseguir falar com a menina pobre da periferia que está engravidando – e com a de classe média também! É um desafio sair da militância com a militância e chegar a quem precisa ainda mais dela. Como eu tiro de casa uma mulher que mora num barraco, na frente mora a sogra, apanha do marido… Como eu digo “Pare de apanhar?”. Existem questões muito específicas.
Lucimara destaca que, apesar das diferenças e dificuldades de fazer os discursos serem ouvidos, existem hoje possibilidades maiores de alcance dos movimentos e de escuta das várias demandas. “Aí entra um outro desafio do feminismo contemporâneo, conseguir perceber de onde as pessoas estão falando. É cada uma entender seus privilégios, suas opressões e trabalhar nisso. Claro que não é simples, mas temos que ter abertura e capacidade de ter um ouvido mais atento, neste momento em que o movimento feminista tem conseguido ganhar as ruas, mais mulheres têm participado, as marchas têm sido maiores e cada cartaz traz uma questão. É nessa pluralidade que a gente vê como a opressão se faz no dia a dia e, às vezes, um cartaz visto por alguém que nem se envolve com o movimento provoca uma reflexão que pode ser transformadora.”
‘Até que todas estejamos livres’
Ao analisar qualquer seção de comentários de qualquer portal, é perceptível notar que as discussões de direitos humanos, em que o feminismo se inclui, sofrem ataques violentos on-line, questão que também foi abordada pelas debatedoras. “Para mim, a questão política influencia muito neste ataque tão aberto. Discursos machistas, homofóbicos e transfóbicos como o de políticos como o de (Jair) Bolsonaro e (Marco) Feliciano legitimam e dão força para que qualquer pessoa se sinta no direito de reproduzi-los”, pontua Laiz Perrut. “E tem outra questão: independentemente do que qualquer pessoa pense sobre o que foi o governo da presidenta Dilma, houve no Brasil um golpe institucional televisionado em que deputados e deputadas (porque mulheres também reproduzem machismos) foram ao plenário para afirmar que, em nome da família, de Deus, das crianças, iriam derrubar uma presidenta eleita democraticamente”, acrescenta Lucimara.
Especificamente em Juiz de Fora, Cristina Castro fala sobre a dificuldade em se aprovar projetos de políticas públicas que atendam às mulheres. “Tentamos aprovar um plano de políticas públicas que era construído dentro do possível, com muita diversidade: atendia a mulheres negras, idosas, meninas, trabalhadoras… E várias delas eram ‘acopladas’ a ações que já existiam: Bolsa Família, Minha casa, Minha Vida, várias. Mas tivemos que retirar o projeto porque, aos moldes do que a Câmara Municipal queria aprovar, havia se tornado um monstro. Era melhor não ter um plano do que ter um que não atendesse às mulheres de fato”, lamenta.
Também participando do debate, a editora Marise Baesso questiona se a ausência de políticas pode estar associada à falta de representatividade feminina e realmente feminista no poder, ao que Giovanna Castro responde prontamente. “Claro! Nossa Câmara hoje, por exemplo, é um retrato do que é Juiz de Fora, uma cidade extremamente conservadora.” Laiz Perrut fala, ainda, no que tange à política eleitoral, que, mesmo dentro dos partidos, há uma enorme resistência às candidaturas de mulheres. “Se uma mulher fala que quer ser candidata, todo mundo já olha para ela questionando. E aí não tem apoio – isso em todos os partidos que eu conheço – as mulheres não têm apoio financeiro, político, começa aí essa nossa falta de representação, de a política ter mais homem que mulher, não somos nem 10% na política brasileira.
Neste tom, Lucimara acrescenta que a questão não é simplesmente votar em mulheres, mas em mulheres que se proponham a batalhar pela emancipação feminina, coletivamente. “Não basta falar em empoderamento na esfera individual, tem que ser pensando no coletivo. Daí nosso lema tão significativo: “Até que todas sejamos livres.”
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Veículo: Tribuna de Minas
Editoria: Outras ideias
Data: 11/03/2018
Título: Dr. Amaury, o médico de muitos inícios
No início, choraram com a própria chegada. Também choraram ao se tornarem mães. Mais tarde, voltaram a chorar, como avós. Pelos olhos e pelas mãos de Amaury Teixeira Leite Andrade passaram três gerações de mulheres e suas lágrimas da chegada. “Fiz cerca de 10.000 partos”, celebra, sobriamente, um homem que, de dentro de uma maternidade, testemunhou não apenas o começo como também a passagem do tempo, e com ele as transformações de uma sociedade revolucionada pelos avanços da medicina. “Houve um progresso fantástico, principalmente com a ultrassonografia, que nos ajudou bastante”, pontua o ginecologista e obstetra formado nos anos 1950 e aposentado seis décadas depois.
“Eu estava velho demais. Nos últimos anos, fiquei só dando aulas na Suprema. Quando comecei com um quadro de surdez, próprio da velhice, percebi que era hora de parar, deixando para a turma mais jovem tomar conta. Parar foi horrível, sinto muita falta daquele dia a dia, da luta tremenda”, conta ele, aos 87, cercado por livros e um computador, onde passa parte do tempo desde que se aposentou, há menos de dois anos. “Hoje invento o que fazer, faço fisioterapia e me distraio aqui”, diz ele, garantindo ainda se atualizar numa profissão que sempre lhe exigiu atenção máxima com o presente. Cada dia de trabalho representava o disparo num cronômetro. Um novo início.
“Sempre gostei muito de fazer partos. É uma satisfação. Depois de certo tempo, virou rotina, mas era sempre um desafio. Alguns eram muito difíceis”, recorda-se. “A medicina me trouxe muita satisfação, muitos desafios. Até hoje, leio e estudo na internet”, diz ele, mestre para diferentes gerações de profissionais, que o encontravam na Maternidade Therezinha de Jesus, onde exerceu diferentes facetas, ora era administrador, ora professor, ora pesquisador, e sempre médico. “Eu ainda atendia no meu consultório”, orgulha-se, apontando para as mais de oito mil pacientes que registrou em sua sala. “Gostavam de mim”, sorri o pai de cinco – os dois primeiros nascidos nos Estados Unidos, outros dois pelas mãos de sua assistente, Doutora Calina, e o último, pelas mãos de seu pai. Avô de nove e bisavô de duas, o homem que por décadas foi casado com a patologista Dinah, falecida em 2004, em sua descendência transmitiu o ofício para apenas um dos filhos, que especializado em ginecologista e obstetrícia, trabalha, hoje, comandando uma clínica voltada para exames de direção. “Acho que todos se cansaram de tanto ouvir eu falar em medicina”, ri.
No sangue
No início da carreira, o pai de Amaury, Dr. Dirceu de Andrade, não podia contar com os hoje tão populares antibióticos. “Ele pegou uma época ainda mais difícil. As pacientes, quando faziam cesariana, morriam com frequência. Eu, quando comecei a clinicar, já existiam os antibióticos, o que dava mais segurança”, conta. O pai também conheceu uma Juiz de Fora onde os partos ocorriam, apenas, em casa. “Eu mesmo nasci na nossa residência na Rua Benjamin Constant”, diz. “Havia uma pressão para ter uma maternidade na cidade. Meu pai e outros dois médicos, então, fundaram a Therezinha de Jesus, mas foi só ele quem ficou. Naquela época, de hospital, tinha a Santa Casa, mas ainda sem maternidade”, conta Amaury, único dos quatro irmãos a seguir o ofício paterno. “Desde cedo tive a ideia. Formei no Rio de Janeiro, na Faculdade de Ciências Médicas, hoje da UERJ, e fiz residência nos Estados Unidos durante três anos. Quando voltei, em 1958, comecei a trabalhar com meu pai. Ele dedicou a vida toda à maternidade. Morreu em 1966, aos 64 anos. Tive contato profissional com ele só durante oito anos. Quando ele já estava adoentado, assumi o comando da Maternidade. Era um abacaxi de todo tamanho. Trabalhei durante oito anos sozinho. Os partos quem fazia eram as parteiras. Se tinha problema eu ia. Naquela época não tinha anestesista lá. Era eu quem fazia a anestesia das cesarianas”, recorda-se o homem, cuja mãe, Marília Teixeira Leite de Andrade, dedicava-se à entidade vizinha do prédio da maternidade, no Bairro São Mateus. “Ela se dedicou à Obra Social Santa Mônica, atendendo gestantes solteiras. Foi ali que passou a vida inteira. A entidade funcionava como uma lavanderia e, assim, recebia recursos para dar assistência social a essas mulheres. Minha mãe morreu aos 92 anos, quando a Obra já havia acabado, porque em tempos recentes ninguém mais liga para as mães solteiras, acham natural. Naquela época, elas passavam apertadas, os pais não aceitavam.”
Na vanguarda
No início de sua trajetória profissional, Amaury sentiu-se impotente para, então, criar coragem e força para intervir. “A luta contra o planejamento familiar era terrível. Mas eu defendia baseando-me na demografia, de forma que as pessoas pudessem escolher quantos filhos queriam ter. Antigamente as famílias tinham mais de dez filhos. Minha avó teve 19. E eu defendia a ideia de programação da família. Com isso, conquistamos muitas coisas. Não se tratava de controle da natalidade, mas de orientação familiar, apresentando métodos contraceptivos. Hoje tem famílias que não querem ter filho. Diminuímos o excesso de natalidade e, agora, nos preocupamos com uma maior quantidade de idosos, já que a medicina evoluiu e a qualidade de vida aumentou”, ri ele, muitas vezes olhado de esguelha pelos conservadores. “A Igreja Católica sempre foi contra os métodos contraceptivos, mas outras igrejas aceitam”, observa ele, professor da primeira turma de médicos da UFJF. “Até hoje os métodos hormonais, as pílulas anticoncepcionais, são os mais usados no Brasil, mas tem a ligadura das trompas, a vasectomia, os dispositivos intrauterinos e alguns outros. Já analisei muitos DIUs que vinham da Europa, para testar e aprovar a circulação. A camisinha, até hoje, é o melhor método para não contrair doenças sexualmente transmissíveis”, argumenta o idealizador do Centro de Biologia da Reprodução da UFJF, em 1970. “Fazíamos estudos de reprodução animal e humana. Ainda existe. Ensinei os alunos a fazerem pesquisa. Não cheguei a fazer o bebê de proveta, era muito assoberbado para isso, mas fiz bebê de proveta em animal, em coelhos e ratos. Dava certo”, conta o homem que também se envolveu com a mais relevante entidade de saúde do globo. “Trabalhei muitos anos fazendo pesquisas para a Organização Mundial da Saúde (OMS) nas áreas de reprodução, fertilidade, contracepção e planejamento familiar. Na entidade, eu fazia parte do conselho diretor da área de reprodução humana, analisando pesquisas do mundo inteiro.”
Na pertinácia
No início e em todo o resto, gerir a primeira maternidade de Juiz de Fora exigiu um tanto de persistência e outro tanto de devotamento. “Como era uma entidade filantrópica, a diretoria não era remunerada. Contávamos com a amizade de colegas que se dedicaram. Sempre tivemos muitas dificuldades. Para construir o prédio da Avenida Independência (atual Avenida Itamar Franco), conseguimos um empréstimo na Caixa Econômica, que tinha um programa para financiar hospitais. Compramos o terreno e construímos o edifício. Quando houve a mudança de endereço, já tínhamos mais médicos trabalhando, e as parteiras pararam de fazer a função delas lá. Quase fechamos as portas em 2005 porque era só maternidade, uma única especialidade, o que é difícil para um hospital. Era preciso chamar médicos de outras especialidades quando havia uma complicação. Fora isso, o SUS pagava mal e atrasado, com um valor por parto muito baixo. Foi então que surgiu a oportunidade de fazer uma parceria com a Suprema, que assumiu o comando e a transformou em hospital geral. Hoje é um hospital de primeira e que ainda serve ao SUS”, comemora ele, que viu outras maternidades inaugurarem e o prestígio da que trabalhava manter-se o mesmo. Em quase oito décadas de existência, a casa fez mais de 150 mil partos, alguns a acordar Amaury. “Acordava de madrugada com frequência, não tinha hora para nada. Fiz muitos partos de madrugada, às vezes dois ou três”, recorda-se, certo de que alguns inícios são incontornáveis.
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Veículo: Tribuna de Minas
Editoria: Cidade
Data: 11/03/2018
Título: Livro critica criminalização seletiva de adolescentes no Brasil
“Se pedirmos à boa parte da população brasileira para fechar os olhos e imaginar um adolescente que acreditam ser perigoso, certamente os relatos serão de jovens com esse estereótipo: negros e pobres.” Por meio desse exemplo simples, mas revelador, a professora Ellen Rodrigues, em entrevista à Tribuna, explica como os processos de criminalização se manifestam a partir de estereótipos, que representam indivíduos de forma negativa em vista dos interesses dominantes que regem a sociedade.
No livro “A Justiça Juvenil no Brasil e a responsabilidade penal do adolescente: rupturas, permanências e possibilidades” (Editora Revan), que será lançado nesta quarta-feira (14), às 19h, no auditório da Faculdade de Direito da UFJF, a autora propõe a crítica da criminalização seletiva dos adolescentes no Brasil. “Como parte do aparato do poder punitivo, a Justiça Juvenil foi incorporada ao projeto de criminalização característico do Estado brasileiro no final do século XIX, que selecionou determinados grupos de pessoas a serem submetidos à sua coação e ao seu controle. Tal seleção, que é percebida pela Criminologia como um “processo de criminalização”, não é levada a cabo de forma aleatória”, ressalta Ellen.
Com 368 páginas, a obra denuncia ainda que, passados mais de 25 anos da edição do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), é possível observar que a realidade infantojuvenil brasileira está bem distante do modelo proposto pela lei. “Ao contrário das propostas igualitárias fixadas pelo ECA, muitas crianças e adolescentes brasileiros ainda não têm acesso pleno à educação, não encontram oportunidades dignas de trabalho, não são contempladas por programas de cultura, entretenimento e lazer e têm suas trajetórias marcadas pela violência. Não obstante, é justamente em relação a esse grupo que são direcionados acalorados debates acerca do aumento da repressão e punição na atualidade.”
Ellen Rodrigues é advogada e professora Adjunta de Direito Penal e Criminologia da Faculdade de Direito da UFJF; doutora em Direito pela UERJ, com estágio doutoral na Universidade de Greifswald (Alemanha). Como ela explica, o livro foi gestado ao longo de dez anos. Sendo resultado do seu mestrado em Ciências Sociais na UFJF, quando Ellen pesquisou sobre a realidade socioeducativa de Juiz de Fora e do Brasil e do doutorado na UERJ, sob orientação dos professores Vera Malaguti e Nilo Batista, quando sua pesquisa buscou analisar a questão da justiça juvenil e do processo de criminalização da juventude, das respostas penais do estado em face dos jovens, a partir de uma perspectiva do direito penal e da criminologia. Suas análises se completaram com estudos na Universidade de Greifswald, onde foi orientada pelo professor Frieder Dünkel, que é considerado uma referência na Europa sobre a Justiça Juvenil, principalmente das propostas inovadoras que tiveram bons resultados nos países europeus e em outros países do mundo.
– Tribuna – De outras vezes que conversamos, você apontou sobre a necessidade de superação das tendências repressivas no que diz respeito à questão de enfrentamento à violência. Como a obra aborda esse tema?
– Ellen Rodrigues – Para superação das tendências repressivas, impõe-se ao Estado brasileiro a criação de programas que promovam positivamente a personalidade juvenil. As principais reações às tendências repressivas no âmbito infantojuvenil apoiam-se em sólidas pesquisas criminológicas realizadas em diferentes países, as quais vêm demonstrando que os programas que investem em escolarização, capacitação profissional, incentivos ao esporte, lazer, música, fortalecimento dos vínculos comunitários e Justiça Restaurativa, além de diminuírem os efeitos estigmatizantes, apresentam resultados amplamente mais eficientes quanto à prevenção da delinquência e a redução da reincidência. Ao longo do livro, procurei destacar os avanços alcançados com essas propostas em relação à redução da violência, embora reconheça que no Brasil prevalece a falsa crença de que “punir mais é punir melhor” e que “bandido bom é bandido morto”, crença essa que em nada contribui para a resolução do problema. Como sempre digo: “- Se quisermos outros resultados, temos que fazer outras escolhas”.
– O título do livro aponta para a questão de rupturas, permanências e possibilidades no campo da Justiça Juvenil no Brasil? O que você assinala como rupturas?
– A obra mostra que, desde as primeiras regulamentações sobre Justiça Juvenil brasileira como um ramo especializado do Direito, ocorridas no século XIX, as reprimendas destinadas às crianças e aos adolescentes pertencentes às classes privilegiadas ficavam somente a cargo de suas famílias. Já em face das crianças e adolescentes pobres, foram desenvolvidos complexos mecanismos de controle, vigilância e apartação social, que caracterizam o chamado “modelo tutelar” ou de “situação irregular”, segundo o qual o contingente infantojuvenil pobre, tido como perigoso, deveria ser recolhido às instituições não apenas em situações de conflito com a lei penal, mas também em razão de sua irregularidade social e seu ambiente familiar desestruturado. O livro destaca que, apesar da permanência histórica desse modelo no Brasil, suas premissas foram superadas em muitos países, o que teve reflexos também entre nós, ainda que de forma tardia e incompleta. Daí tratar tais mudanças como rupturas, sendo que algumas delas foram extremamente positivas, como as mudanças ocorridas ao final dos anos 1970, quando os chamados “modelo de bem-estar” e “modelo educativo” promoveram a superação do “modelo tutelar” e incentivaram novas políticas de controle social que privilegiaram propostas alternativas à segregação institucional e aos procedimentos puramente repressivos. Tal modelo foi adotado por muitos países ao longo dos anos 1980 e 1990 e determinou a edição de importantes reformas legislativas sobre o tema. O Brasil, dada a forte permanência dos discursos e práticas característicos do “modelo tutelar”, a realidade social, marcada por elevados índices de desigualdade social, pela cultura punitiva e por sucessivas ditaduras, não refletia o quadro político-ideológico que marcou a emergência do “modelo de bem-estar”, de modo que, entre nós, tais propostas não contaram com maior expressão e, somente em 1990, as mudanças trazidas pelo Estatuto da Criança e do Adolescente começaram a representar rupturas positivas entre nós. A partir da mirada internacional, à luz do Direito comparado, a obra chama a atenção, portanto, para a grande permanência do “modelo tutelar” no Brasil e destaca as rupturas que este modelo sofreu ao longo da história brasileira.
– E o que é bom que permaneça?
– Diante das propostas regressivas que ocupam as pautas parlamentares e midiáticas sobre a Justiça Juvenil no Brasil, o livro destaca a importância de se defender as conquistas já alcançadas no âmbito infantojuvenil, tais como o desvelamento da seletividade dos processos de criminalização da infância e juventude; o reconhecimento do “modelo tutelar” e paradigma da “situação irregular” como reprodutores de violência; o reconhecimento da ineficácia dos métodos puramente repressivos para a prevenção da delinquência juvenil; o reconhecimento dos efeitos deletérios do cárcere para o desenvolvimento humano e social de crianças e adolescentes, entre outras. Essas conquistas, que se refletem no ECA e na Constituição de 1988, representam fortes instrumentos de resistência diante dos desafios da atualidade e, por isso, devem ser amplamente destacadas.
– O que seriam essas novas possibilidades no campo da Justiça Juvenil ?
– Para garantir uma resposta estatal mais eficiente, é preciso lutar pela efetivação de mecanismos que privilegiem novos modelos de resolução de conflitos, como os programas de Justiça Restaurativa, fazendo com que se expandam para além dos círculos restaurativos realizados no ambiente forense e sejam incorporados ao âmago dos sistemas municipais de execução das medidas socioeducativas de liberdade assistida e prestação de serviço à comunidade e também às práticas escolares. Além disso, são necessárias políticas públicas de combate à desigualdade social e à violência praticada contra as crianças e adolescentes. Assim, ao contrário de empreendimentos punitivos, que, historicamente, vêm demonstrando seu insucesso quanto à reintegração social e à prevenção da delinquência juvenil, uma opção promissora seria a criação de programas de apoio familiar que atendessem às desproteções infantojuvenis, como exploração do trabalho infantil, evasões escolares, prostituição, drogadição, entre outras. Esses e outros encaminhamentos, bem como as pesquisas que respaldam novas possibilidades, o leitor poderá acessar ao longo da obra.
– A professora de criminologia da UERJ, Vera Malaguti, que assina o prefácio da obra diz que o livro “revigora o debate com um profundo lastro histórico, criminológico e jurídico na produção de argumentos para nossas lutas presentes e futuras no sentido de libertar nossos meninos das garras de um poder punitivo em radical expansão”. Quais lutas ainda estamos lutando e quais podemos vislumbrar para o futuro, caso não haja mudanças?
– De acordo com estudos realizados pelo Instituto de Pesquisa e Estatística Aplicada (Ipea), no ano de 2013, mais de um milhão de jovens brasileiros não estudavam e nem trabalhavam; 584,2 mil só trabalhavam e não estudavam; e, aproximadamente, 1,8 milhão conciliavam as atividades de estudo e trabalho. Entre os jovens que estavam fora da escola e só trabalhavam, a maioria era composta por indivíduos negros (61,46%) e pobres (63,68%) e, predominantemente, do sexo masculino. Esse perfil também foi identificado em relação aos jovens que trabalhavam e estudavam, que majoritariamente eram do sexo masculino (60,75%), negros (59,8%) e pobres (63,03%). Dentre os jovens de 15 a 17 anos que trabalhavam, mais de 60% sequer chegavam a auferir um salário mínimo por mês. A imensa maioria exercia atividade laboral na informalidade, sem proteção social. Em relação ao envolvimento de adolescentes e jovens negros e pobres com a violência, verifica-se que essas pessoas, ao contrário do que é comumente veiculado pelos meios de comunicação de massa, não aparecem nas estatísticas oficiais como os principais autores de crimes violentos, mas sim como o grupo mais vitimado por mortes por arma de fogo no país. De acordo com os registros do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM/Datasus, do Ministério da Saúde), no ano de 2012, 42.426 pessoas foram mortas por arma de fogo em todo o território nacional, desse total 24.882 (aproximadamente 58%) eram jovens de 15 a 29 anos, dos quais 77% eram negros (pretos e pardos) e 93,30% do sexo masculino. A desproporção entre jovens e adultos também é verificada no sistema prisional. Segundo o Departamento Penitenciário Nacional, no ano de 2014, enquanto os jovens de 18 a 29 anos representam 21,5% do total da população brasileira, no sistema carcerário, a proporção era bem maior: 56% da população prisional. As principais lutas a serem travadas no Brasil em relação à juventude implicam em reverter esses números. Caso isso não ocorra, continuaremos a assistir a esse verdadeiro genocídio dos jovens negros e pobres e ao aumento da criminalização e exclusão social da juventude popular brasileira.
– Os adolescentes e jovens negros e pobres fazem parte do grupo mais vitimado por crimes violentos, mas não é isso o que é majoritariamente veiculado. O que mais aparece é a participação deles nesses crimes como autores. Isso pode ser explicado por essa criminalização seletiva?
– Em relação ao envolvimento desses adolescentes e jovens negros e pobres com a violência, verifica-se que essas pessoas, ao contrário do que é comumente veiculado pelos meios de comunicação, não aparecem nas estatísticas oficiais como os principais autores de crimes violentos, mas sim como o grupo mais vitimado por mortes por arma de fogo no país. Como demonstrado pela Comissão da Infância e Juventude da Associação Nacional dos Defensores Públicos, na comparação entre o total de atos infracionais cometidos por adolescentes e a soma de todos os crimes verificados no Brasil, verifica-se que os adolescentes são responsáveis por apenas 4% dos crimes cometidos no país. Se comparados apenas os índices relativos aos homicídios, esse número corresponde a 0,5%.
– Qual a importância de entregar aos adolescentes e jovens o protagonismo e a participação social?
– Ao longo do livro, abordo a questão do protagonismo juvenil como forma de potência, ou seja, destaco a capacidade inventiva da juventude de fazer com que as sociedades respirem e evoluam. No entanto, destaco que, no Brasil, tal potência também é seletivamente controlada. Destaco, por exemplo, o ano de 2013, que foi marcado por efervescências juvenis de diferentes matizes. A Campanha da Fraternidade da CNBB, sob a égide da Jornada Mundial da Juventude, realizada no Brasil no mês de julho daquele ano, renovou os discursos de proteção insculpidos nas políticas governamentais, apontando o protagonismo juvenil como alternativa de superação e desempenho na vida e no mercado. O que tais plataformas não contemplaram foi o debate crítico sobre os dilemas que atravessam o cotidiano da juventude popular brasileira e que reafirmam a sua impossibilidade de protagonizar os papéis que se lhe são designados pelos discursos politicamente corretos. Assim, para que os adolescentes e jovens pobres, que representam a maior parte do contingente infantojuvenil brasileiro, possam exercer seu protagonismo é preciso que o Estado antes lhes garanta condições de acesso à saúde, escola, trabalho e outros fatores que são determinantes para que esses meninos e meninas possam pensar em estratégias que não as de sobrevivência. Os programas de participação e fortalecimento dos vínculos comunitários são promissoras oportunidades para engajamento e protagonismo dos jovens em suas cidades, mas para que funcionem é necessária a crianças de políticas públicas e parcerias institucionais voltadas a essa finalidade.
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Veículo: Tribuna de Minas
Editoria: Meu imóvel
Data: 12/03/2018
Link: https://tribunademinas.com.br/especiais/meuimovel/11-03-2018/na-medida-do-conforto.html
Título: Ergonomia é importante para evitar desconforto em ambientes domésticos
Dentre os inúmeros fatores que causam desconforto em um ambiente, existe um que muita gente se esquece na hora de projetar a casa: a ergonomia. Não dar importância aos seus conceitos para que a dinâmica do morar seja prática e funcional é ter duas certezas para o futuro: problemas de saúde e desperdício de dinheiro.
Segundo o professor e pesquisador da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e líder do grupo de pesquisa em Arquitetura de Interiores, Design & Decoração, Frederico Braida, a ergonomia possui diferentes definições, sendo que as medidas antropométricas dizem respeito apenas a uma parte dela.
Existem duas outras ergonomias, a Cognitiva, que abrange aspectos psicológicos, mentais, de percepção, memória e raciocínio, e a Organizacional, que diz respeito à otimização dos sistemas sociotécnicos, suas estruturas organizacionais, políticas e de processos. “Na arquitetura, sobretudo de interiores, a ergonomia também diz respeito, por exemplo, às cores do mobiliário e das paredes do ambiente, às questões de conforto térmico e acústico, à disposição/distribuição do mobiliário no ambiente”, destaca Braida.
Ergonomia: padrões
Pia
Deve estar em uma altura máxima de 90cm e mínima de 87cm do chão
Armários
Os armários superiores de cozinha devem ficar a uma distância de 60cm da bancada aproximadamente
Mesa para refeições
A altura da mesa deve ficar entre 76cm e 78cm do chão. Esta medida é a ideal para o apoio do prato e talheres e perfeita postura durante o uso. A distância entre as cadeiras deve ser, em média, de 60cm, para que uma pessoa não esbarre na outra do lado durante a refeição. A distância entre as cadeiras deve ser de 20cm. A circulação em volta da mesa deve ser ampla, com uma passagem mínima de 70cm.
Corredores
Os corredores de acesso à área íntima da casa, por exemplo, devem ter entre 80cm e 1,20m. Quanto mais largo, melhor, pois oferece uma sensação de amplitude
Distância entre móveis
Deve obedecer a uma distância mínima. No caso das TVs e o observador, cada tamanho de tela exigirá uma distancia para que a vista não seja forçada. Por exemplo, TVs de 32” precisam estar distantes 1,80m do observador, enquanto uma TV de 71” pede uma distância de 3,8m. Os espaços entre sofás e mesas de centro deve ser de 50cm; as bancadas de ilha em cozinha devem ter de 90cm em seu entorno; nos dormitórios, a distância entre a cama e a parede deve ser de 50cm.
Atenção
O problema ergonômico, nem sempre, está em um móvel específico. Pode surgir a partir da relação dele com os demais móveis ou até mesmo no próprio ambiente em que estão inseridos. Um móvel pode ser ergonômico para um determinado tipo de pessoa, não para todos
Danos físicos e psicológicos
Os problemas de origem ergonômica são difíceis de serem detectados. De acordo com Braida, é a nossa percepção que vai apontar os defeitos, quando a pessoa passa a não se sentir confortável dentro de sua própria casa. “Se o fato de assistir televisão sentada em um sofá gerar algum tipo de desconforto, há que se fazer um levantamento desse espaço, pois provavelmente há algum problema, seja do sofá, da distância da televisão, ou do ambiente onde tudo está inserido.”
Além da percepção, a falta de ergonomia pode causar danos físicos ou mentais ao morador em curto ou longo prazo. Um móvel com altura equivocada pode causar lesões ortopédicas, e as cores, por exemplo, se aplicadas de forma incorreta, despertam o estresse. “A altura equivocada de um degrau de uma escada pode favorecer o risco de queda. Com esses exemplos, os danos causados pela não preocupação com a ergonomia são muito variáveis”, aponta o professor.
Mais do que a medida dos móveis, o osteopata Eduardo De Cunto faz um alerta quanto à forma em que as pessoas exercem as atividades laborais dentro de casa, principalmente aquelas ações que forçam a inclinação da coluna, bem como a utilização de pias muito baixas e até o ato de limpar a casa. “Deve-se utilizar uma vassoura com cabo compatível com a sua altura e alternar os lados do corpo na hora da varrida, por exemplo. O mesmo vale para passar pano no chão. O agachamento não traz muito conforto pois provoca uma torção na pelve muito grande, então, é bom evitar. Dê preferência a posição em quatro apoios.”
Rotina deve ser levada em conta
Embora haja medidas padronizadas, estipuladas para determinados tipos de pessoas, Braida ressalta que as mesmas podem até ser seguidas, mas, dependendo do caso, é importante relativizar. “Não é um cálculo simples, pois não envolve apenas questão numérica, matemática. A rotina dos moradores deve ser levada em conta para que se tenha uma casa ergonomicamente eficiente”, aponta.
Antes de projetar ou reformar, o professor recomenda buscar um profissional, pois, às vezes, a autoprescrição ou a indicação de compra realizada por uma pessoa não capacitada pode ser o “barato que sai caro”. “Arquitetos, designers e outros profissionais têm sido preparados para projetar de forma ergonômica e especificar produtos ergonômicos. Mas não há uma fórmula geral. Cada caso é um caso”.
Na visão da arquiteta Fernanda Nicolau, a ergonomia é um dos grandes diferenciais do trabalho do arquiteto de interiores, que garante conforto, segurança e eficiência dos espaços. “A interação entre o homem e o ambiente otimiza o desempenho de suas atividades, condiciona relações e produz qualidade de vida.”
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Veículo: Globo Esporte
Editoria:
Data: 12/03/2018
Título: UFJF avalia 69 adolescentes que sonham em ser jogadores de futebol
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Veículo: TV Integração – Globo
Editoria: MGTV
Data: 12/03/2018
Título: Movimentos estudantis denunciam entrada irregular de alunos cotistas na UFJF
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Veículo: G1 Zona da Mata
Editoria: Notícias
Data: 12/03/2018
Título: Movimentos estudantis denunciam entrada irregular de alunos cotistas na UFJF
O Diretório Central dos Estudantes (DCE) e representantes de movimentos sociais e estudantis denunciam a entrada irregular de alunos cotistas na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). A instituição está investigando mais de 60 alunos, entre calouros e alunos matriculados em 2017, que se autodeclararam pretos, pardos ou indígenas para conseguirem uma vaga.
Um abaixo assinado com quase três mil assinaturas denuncia pelo menos 40 suspeitas de fraudes na última edição do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) e do Programa de Ingresso Seletivo Misto (Pism).
De acordo com a coordenadora do DCE, Ana Emília Carvalho, uma reunião com a Diretoria de Ações Afirmativas da UFJF foi feita para entender qual o processo de apuração das denúncias e cobrar a resolução dos casos de anos anteriores.
“As fraudes acontecem basicamente por pessoas brancas que se autrodeclaram pretas, pardas ou indígenas no processo seletivo. Nós temos denúncias desde o fim do primeiro semestre de 2017”, afirma Ana Emília.
Além das possíveis fraudes denunciadas pelos estudantes, a UFJF está investigando oito casos de suspeita de uso indevido de cotas raciais referentes ao ano de 2017. O Ministério Público Federal (MPF) também confirmou o recebimento de duas denúncias sobre o mesmo assunto no ano passado.
A Diretoria de Ações Afirmativas já recebeu as denúncias e diz que o número de casos é ainda maior e passam de 60, informou o diretor Julvan Moreira. Desse total, 27 são matriculados que já estão sendo investigados. Mais de 50% dos casos são de alunos da Faculdade de Medicina.
“Os estudantes têm um prazo para apresentar a defesa e a comissão vai verificar, analisar e chamá-los individualmente. Esperamos finalizar esse processo até o dia 23 de março”, explica.
Uma comissão de políticas de cotas raciais foi criada pela UFJF para verificar se os universitários que ingressaram na Instituição se enquadram dentro das condições estabelecidas pelo edital, mas por enquanto os critérios de avaliação ainda não foram definidos e não há prazo para que o trabalho seja concluído.
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Veículo: Diário Regional
Editoria: Cidade
Data: 12/03/2018
Título: UFJF confirma o curso “Golpe 2016 e o Futuro da Democracia no Brasil”
A Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) passará a contar com um curso de extensão nomeado “Golpe 2016 e o Futuro da Democracia no Brasil”. A informação foi confirmada por meio de nota encaminhada pela universidade.
De acordo com informações repassadas ao Diário Regional, “há registro do curso de extensão junto à Pró-reitoria de Extensão. Os dados sobre o curso de extensão são os que estão sendo divulgados pela internet.” O curso conta com uma página no Facebook (https://www.facebook.com/Golpe2016eoFuturoDaDemocracianoBrasil/ ) com o intuito de divulgar informações. Nas publicações é possível encontrar as unidades do curso, temas abordados e professores que ministrarão as aulas.
Dentre alguns dos assuntos discutidos estarão o golpe de 1964, arte e política, mídia, reformas do governo Temer, dentre outros. As inscrições para o curso podem ser realizadas através de solicitação via email (cursogolpe2016@gmail.com ) ou na aula inaugural, programada para o dia 21 de março. Entretanto, todas as 100 vagas disponibilizadas já estão ocupadas e 150 pessoas ainda aguardam com expectativas de participar. O curso é gratuito e tem duração prevista para ocorrer entre os meses de março a junho.
A aula inaugural ocorrerá no dia 21 de março, em local ainda a ser confirmado, devido ao grande número de interessados. A UFJF ainda reforçou que “não se posiciona sobre a realização de cursos de extensão, em nome da autonomia didática dos professores, que têm liberdade para apresentar suas propostas”, informou a nota.
De acordo com outra postagem da página, com data do último dia 5 de março, além da UFJF, outras 22 universidades também passarão a contar com o mesmo curso, dentre elas, a Universidade de Brasília (UnB), a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Universidade Federal fluminense (UFF), Universidade Federal da Bahia (UFBA), Universidade de Brasília (UnB), dentre outras.
O processo de impeachment de Dilma Rousseff é considerado por diversas pessoas, setores da sociedade, partidos políticos, estudiosos, etc., como um golpe parlamentar. Em contrapartida, outra parte da sociedade, defende a legalidade total do processo.
A polêmica envolvendo os cursos iniciou-se a partir de uma fala do Ministro da Educação, Mendonça Filho, em que afirmava que mandaria investigar a legalidade da disciplina.
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Veículo: Globo Esporte
Editoria: Zona da Mata e Centro-Oeste
Data: 12/03/2018
Título: Técnico do JF Vôlei explica papo em quadra após despedida em casa
Um ponto final, uma roda, uma conversa. Ao final da partida contra Canoas neste fim de semana, em que saiu derrotado por 3 sets a 1, o JF Vôlei tirou alguns minutos para uma conversa no centro da quadra do ginásio da UFJF. Antes de atenderam à imprensa e aos fãs, comissão técnica e jogadores bateram um breve papo.
Na coletiva após o jogo, o técnico Henrique Furtado contou o que disse ao jovem grupo de atletas que comandou pela segunda temporada seguida em Juiz de Fora.
– Tenho muito orgulho desses jogadores, da luta, da entrega. Grupo que gosto muito de trabalhar e que vejo um potencial incrível. Não chegou aonde gostaria, queria ter tido mais vitórias, mas mostrou muito trabalho. Minha conversa foi de seguir com a cabeça levantada, com olhar para frente, porque temos mais um jogo e uma semana de trabalho. Vamos procurar fazer da melhor maneira possível.
Sobre o jogo, Henrique comentou que o time buscou tirar a equipe gaúcha da zona de conforto, mas os visitantes tiveram méritos em contornar o saque imposto pelo JF Vôlei para levar a melhor em quadra.
– Pegamos um adversário muito inspirado no ataque. Lutamos como podíamos, defesa, saque acelerado para complicação as ações e quebrar a recepção para trabalhar bem no bloqueio. Tivemos constância muito grande no ataque, trabalharam com muita agressividade, com passe bom ou ruim e mereceram a vitória.
Em 11º lugar com oito pontos, o JF Vôlei encerra a Superliga no sábado, às 21h30, contra o Corinthians, em Guarulhos.
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Veículo: Tribuna de Minas
Editoria: Concurso e Empregos
Data: 12/03/2018
Link: https://tribunademinas.com.br/empregos/12-03-2018/ufjf-seleciona-professores-substitutos-4.html
Título: UFJF seleciona professores substitutos
A Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) abriu inscrições para processos seletivos que oferecem 14 vagas para professor substituto. Do total de oportunidades, 11 são para lotação no campus juiz-forano e três para Governador Valadares. As inscrições são gratuitas e devem ser feitas presencialmente nas secretarias das unidades acadêmicas das 9h às 12h ou das 13h às 16h. Os endereços estão no edital, disponível no site da UFJF. O prazo segue até a próxima sexta-feira (16). Em Juiz de Fora, as vagas são destinadas às faculdades de Administração e Ciências Contábeis, Direito, Enfermagem, Engenharia, Letras, Medicina, e para os institutos de Ciências Biológicas e Ciências Humanas. Em Governador Valadares, são ofertadas pelo Instituto de Ciências da Vida.
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Veículo: Tribuna de Minas
Editoria: Cidade
Data: 12/03/2018
Título: UFJF inaugura planetário do Centro de Ciências nesta sexta-feira
A Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) inaugura, nesta sexta-feira (16), às 18h30, o planetário do Centro de Ciências da instituição. Com cúpula de 12 metros de diâmetro e com equipamento internacional, o ambiente é considerado o maior planetário de Minas Gerais. Segundo a universidade, o local promove um ambiente de imersão e transporta o público diretamente para as estrelas, demonstrando, de uma forma lúdica, elementos do nosso universo.
Com capacidade para 90 pessoas, o planetário funcionará, a partir do dia 20 de março, de terça-feira a domingo, oferecendo sessões com duração de 30 minutos cada. O agendamento de visitas pode ser realizado a partir desta terça-feira (13), por meio de cadastro on-line no site do Centro de Ciências. Uma vez marcado, o ingresso poderá ser baixado no próprio celular do visitante e, então, apresentado na porta do local. Quem estiver realizando uma visita espontânea ao Centro, sem ter marcado anteriormente, poderá participar de uma sessão, caso ainda existam lugares disponíveis. A entrada é gratuita.
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Veículo: Tribuna de Minas
Editoria: Cidade
Data: 12/03/2018
Título: Creche estima prejuízo de R$ 20 mil após alagamento
A creche comunitária pertencente à Associação Assistencial Adalberto Teixeira Fernandes Filho, no Bairro Santo Antônio, região Sudeste de Juiz de Fora, amanheceu nesta segunda-feira (12) sem o movimento habitual das crianças. As atividades no local, porém, foram intensas, já que funcionários e a própria comunidade trabalharam para contabilizar os danos depois da forte chuva que caiu sobre a cidade no último sábado (10), que correspondeu a 70% do volume de precipitações previsto para este mês e foi considerada umas das maiores dos últimos anos. A água invadiu a creche, chegando a uma altura de 60cm, atingindo alimentos, materiais de trabalho, colchões, lençóis e documentos. Um prejuízo estimado em, aproximadamente, R$ 20 mil, segundo a entidade.
“Toda vez que chove, a água invade a creche e sempre temos perdas. Desta vez, recebemos o material na sexta, e, por conta da chuva, perdemos tudo, praticamente. Tudo o que seria para o mês de março foi perdido”, relata a coordenadora da creche, Joanita de Almeida. Segundo ela, desde a construção de uma escola, localizada na Rua Manoel Alves, uma das manilhas instaladas na via para captação da água da chuva teria sido fechada. A que restou não seria suficiente para atender a essa região do bairro, principalmente quando chove mais forte. Já a captação da Rua Pedro Trogo, onde a creche está construída, fica comprometida.
A coordenadora conta que, em janeiro desse ano, a creche passou por uma reforma e, entre as intervenções, foram colocadas portas de alumínio e mesas cuja bases foram construídas em tijolos. “Não podemos mais colocar portas e móveis de madeira, pois sempre que chove muito é esse problema”, ressalta ela, acrescentando que nesta segunda, o local será limpo, mas que ainda precisa ser dedetizado, já que as águas trouxeram muitos animais, como ratos e baratas, que furaram os sacos de mantimentos. Ainda não há previsão para o local ser reaberto. A creche atende a 250 crianças, dos 4 meses aos 12 anos de idade.
Um veículo recém-adquirido pela creche para auxiliar no transporte de doações foi atingido e boiou na via durante a chuva, somando mais um prejuízo à creche. Entretanto, no final da manhã desta segunda, um amigo da creche se prontificou a arrumar o carro e arcar com as despesas.
A instituição está recebendo doações, principalmente de colchões para berços, material de limpeza e mantimentos, de preferência leite, açúcar e Nutribom. Joanita pede que as doações sejam entregues direto à creche, que fica na Rua Pedro Trogo, 60. Outras informações podem ser obtidas pelo telefone 3235-5500.
Defesa Civil registra 85 ocorrências
Em novo boletim divulgado nesta segunda-feira (12), a Defesa Civil informou ter registrado 85 ocorrências relacionadas às chuvas do final de semana, dentro do Plano de Contingência da Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) para tentar minimizar os danos. Foram 30 ocorrências na região Sudeste, 20 na Leste, 15 na Norte, nove na Nordeste, cinco na Oeste, e três no Centro e três na Sul. Os atendimentos estão relacionados a deslizamentos de taludes, ameaças de deslizamentos de taludes, trincas em piso, ameaças de queda de árvore, infiltração em piso, enxurradas, alagamentos, rua danificada e queda de árvore.
Além disso, como medida preventiva, cerca de 30 pessoas foram desalojadas devido aos deslizamentos de taludes nos bairros Bela Aurora, Filgueiras, Santo Antônio e Nossa Senhora de Lourdes. O órgão informou que o serviço social realizou o atendimento a essas pessoas, que, no momento, estão acolhidas nas casas de parentes e amigos.
Em entrevista à Tribuna, o prefeito Bruno Siqueira (MDB) disse que acompanha os trabalhos da Defesa Civil e das demais pastas envolvidas – Secretaria de Obras, Demlurb, Settra e Cesama – para que os problemas sejam resolvidos rapidamente. Ele avalia que, na comparação com anos anteriores, como 2013, o número de ocorrências foi menor.
“Essa redução é muito em função das obras de contenção que foram executadas nas encostas e da remoção famílias residentes em área de risco para programas habitacionais que a PJF, em parceria com o Governo Federal, entregou à população. Mas temos problemas a serem resolvidos em relação a obstrução de vias, limpeza de residências, locais que tiveram inundações. Vamos trabalhar a semana inteira para minimizar os problemas causados pelas fortes chuvas”.
Já o Corpo de Bombeiros realizou, no domingo (11), 19 atendimentos, entre eles dez deslizamentos, quatro cortes de árvores, quatro vistorias de árvore e deslizamento e um afogamento. Entretanto, a corporação reiterou que esse afogamento, ocorrido em Torreões, não teve relação com as chuvas e informou que o corpo da vítima foi encontrado boiando às margens da represa em uma fazenda próxima desta região. Nesta ocorrência, segundo os Bombeiros, a vítima, que não teve seu nome e sua idade divulgados, teria saído no sábado para procurar gado no pasto.
Volume de chuvas
Conforme a Defesa Civil, o pluviômetro da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) chegou a marcar o acumulado de 140mm, índice que corresponde a 70% do previsto para todo o mês de março. Deste total, 90 milímetros caíram entre 21h e 22h. Já os equipamentos do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), instalados em diversos pontos da cidade, mostraram o índice de 74.38mm na Represa, 69.39mm em Ponte Preta, 64.34mm em Santa Rita de Cássia, e 55.62mm em Igrejinha. O nível Rio Paraibuna estava em 3m29, sendo que entre meia noite e três horas da madrugada deste domingo (11), o curso d’água subiu quase dois metros.
De acordo com a Cesama, duas elevatórias de água foram atingidas pelas chuvas, e os reparos já foram concluídos, fazendo com que o abastecimento fosse retomado na tarde do próprio domingo. As equipes da companhia estão empenhadas ainda em reparos de redes de esgoto rompidas e entupidas. Os casos onde há risco estão sendo priorizados, e os atendimentos estão sendo feitos por meio do telefone 115. Na manhã desta segunda, segundo dados da Cesama, o nível da Represa Dr. João Penido variou entre 85,5% e 78,1%, sendo que na última quinta-feira, o índice era de 61%.
Trabalhos
A Secretaria de Obras realizou a retirada de barreiras que caíram em diversos pontos na Estrada da Lagoa, na estrada de Torreões, e em Sarandira. Nesta segunda, a pasta ainda atua no conserto de erosões nas ruas Luiz Fávero, no Bom Jardim; Henrique Dias, em Benfica; e Rua Goiás, no São Bernardo. A Settra, por sua vez, interditou totalmente as ruas Rosalina Praxedes de Albuquerque, no Bairro Santos Anjos, e a Monte Líbano, no Bandeirantes. Além disso, estão com trânsito parcialmente impedido a Diva Garcia, no Linhares, próximo ao Ecoponto do Demlurb, e a Henrique Dias, em Benfica. Ainda no domingo, o Demlurb realizou atendimentos emergenciais em toda região Central e nos bairros Borboleta, Jardim Esperança e Mariano Procópio. A retirada da barreira que deslizou no Borboleta foi concluída, e, na manhã desta segunda, o departamento dará continuidade aos atendimentos de limpeza e capina no Jardim Esperança e no Mariano Procópio, que tiveram início no domingo. Vale lembrar que a Defesa Civil atende 24 horas por dia pelo telefone 199.
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