Veículo: G1 Zona da Mata

Editoria: Notícias

Data: 04/02/2018

Link: https://g1.globo.com/mg/zona-da-mata/noticia/dono-da-maior-nota-da-ufjf-pelo-sisu-em-2018-e-filosofo-pela-usp-e-vai-cursar-medicina-em-mg.ghtml

Título: Dono da maior nota da UFJF pelo Sisu em 2018 é filósofo pela USP e vai cursar medicina em MG

Por trás da nota mais alta do processo seletivo da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu) está a história de paciência, maturidade e estratégia do professor Adriano Kassawara, de 28 anos. Ele teve a média de 816,22 no processo, que o permitiu ser o primeiro lugar para o curso de medicina na instituição em 2018.

Esta será a segunda graduação de Adriano, que já é formado em Filosofia pela Universidade de São Paulo (USP) e tem 28 anos. Antes de triunfar, porém, ele bateu na trave. Em 2016, não entrou na UFJF por um ponto, mas ajustou a estratégia, se deu um tempo para preparação e atingiu o objetivo: vai estudar na mesma faculdade onde o pai se formou.

Ao mesmo tempo que estudava para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), ajudou outros alunos a se prepararem para a prova. Deu aulas particulares, em especial de redação e, nos últimos dois exames conseguiu ajudar duas alunas a tirarem nota 1,000 na redação. A curiosidade é que ele mesmo não alcançou o feito.

“A redação exige repertório e bagagem sociocultural. A minha formação anterior foi importante. Eu tirei 980 na redação. Pra falar a verdade, eu não me daria nota mil. O tempo foi apertado e a conclusão ficou corrida, acabei fazendo o que falo para meus alunos não fazerem. Meus alunos conseguiram tirar a nota que eu não tirei. Mas consegui o suficiente para ser aprovado”, disse.

Nem a inclusão das aulas do curso na rotina irá afastá-lo das salas de aulas. A expectativa dele é continuar com os ensinamentos particulares nos dois primeiros anos da faculdade. “Vou ter menos horários que antes, mas vou manter meu trabalho. Pretendo continuar orientando quem quiser se preparar para cursos concorridos e vou usar os bons resultados das minhas alunas e os meus como exemplo”, afirmou.

Preparação estratégica

Ao longo de 2017, ele dividiu o tempo entre o trabalho com as aulas particulares e a própria preparação. Para isso, ciente de que as matérias da área de Humanas eram seu ponto forte, focou em reforçar as outras áreas exigidas no exame.

“O aluno precisa buscar estss assuntos que não domina tão bem, dar a eles maior dedicação e tempo e, se necessário, buscar auxilio especializado. Eu procurei videoaulas na internet. Há uma quantidade muito grande de informação para quem tiver a dedicação de procurar realmente os conteúdos necessários”, comentou.

O fato de ter ficado na lista de espera por um ponto após o Enem 2016 foi um incentivo. Adriano disse que ponderou o que ficou faltando e ajustou a forma de se preparar no ano passado.

“Era uma nota boa, mas, se tivesse acertado uma questão a mais, teria passado. Naquele ano, não tive tempo suficiente para em preparar, outras demandas me impediram de me dedicar o suficiente para o estudo que eu precisava. Respirei fundo, mantive a estratégia e continuei. Deu certo”, narrou.

A história dele, de buscar este novo sonho aos 28 anos, já com família e emprego, serve como exemplo para que os alunos não desistam nem se precipitem. “Alguns estudantes que enfrentam a reprovação aos 18 aos pensam que não vão conseguir. A minha experiência mostra que não é o fim, que tem que ter paciência. Este fracasso ensina uma lição, um amadurecimento para fazer escolhas melhores”, comentou.

Faculdade de pai pra filho

Kassawara é de São Paulo, mas mora em Juiz de Fora porque gosta da cidade onde o pai nasceu. E foram razões familiares que deram prioridade ao curso da UFJF, desde que o exemplo familiar o inspirou a seguir o sonho de fazer medicina.

“Meu pai é obstetra e minha mãe é anestesista. Os dois trabalham em São Paulo porque minha mãe é de lá. Vou estudar na mesma faculdade que meu pai, o que torna a ocasião especial. Em 2016, eu consegui nota para fazer medicina em outras faculdades no Rio de Janeiro, mas meu objetivo era fazer medicina aqui, não queria sair de Juiz de Fora, então tentei outra vez”, contou.

Segundo ele, os pais ficaram felizes porque o filho foi aprovado e com um resultado de destaque. O professor comentou que pretende seguir o caminho deles.

“O meu pai ficou mais emocionado com a aprovação do que esteve no dia do meu casamento. Demorou para cair a ficha. Para mim, é uma satisfação muito grande estar seguindo o caminho deles. Ser médico, dedicar a vida para ajudar os outros, trazer a cura, a saúde para os outros é uma missão muito bonita que espero seguir”, refletiu.

Dicas de Adriano para vestibulandos:

  • Usar a tecnologia a favor: “Está todo mundo conectado mas, nas redes sociais e na internet, muitas vezes não é um bom uso, pedagógico e produtivo para quem está estudando. Todos estes recursos podem ser muito úteis e quem souber usar estas ferramentas estará um passo adiante dos outros concorrentes”
  • Construir base no ensino médio: “Faz 10 anos que concluí o ensino médio e ainda me lembro de muita coisa que aprendi, agora apenas recordei. Na época, eu me dediquei bastante, acompanhava a matéria, nunca deixei acumular conteúdo. Deixar para aprender depois ou no cursinho é mais trabalhoso”
  • Transformar “fracasso” em motivação: “É o que falo para meus alunos: a pessoa deve ter a convicção, a perseverança, paciência e humildade em fazer a preparação que ainda precisa para conseguir ser aprovado na faculdade que você quer”
  • Adquirir experiência de vida: “Os alunos que saem do ensino médio não têm a bagagem sociocultural para fazer a reflexão no nível que o Enem pede. E é o que eu tento passar a eles: ampliar o repertorio e a visão de mundo é o caminho para conseguir ter uma nota boa na redação, sem ela não consegue passar em curso concorrido”

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Veículo: Tribuna de Minas

Editoria: Esportes

Data: 04/02/2018

Link: https://tribunademinas.com.br/noticias/esportes/04-02-2018/por-dentro-do-novo-complexo-esportivo-da-ufjf.html

Título: Por dentro do novo Complexo Esportivo da UFJF

Falta pouco para Juiz de Fora ganhar um dos equipamentos esportivos mais aguardados dos últimos tempos. O novo Complexo Esportivo da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), localizado na Faculdade de Educação Física e Desportos (Faefid), com cerca de 10 mil m² de construção e investimento estimado em torno de R$ 40 milhões (que compreende também a construção do prédio novo da Faculdade de Comunicação e um prédio administrativo que abrigará a segurança e setores administrativos da UFJF), deve ser entregue pela Construtora Guia, responsável pelas obras, no final de abril deste ano. Apesar disso, a área deve ser utilizada para eventos somente no final de 2018. A obra, iniciada em junho de 2014, tinha previsão inicial de finalização em 2016. As cadeiras das arquibancadas fixas, o piso em madeira flutuante para absorver o impacto dos atletas e os isolantes acústicos dispostos no teto já mostram a cara que o local terá e desperta a curiosidade dos juiz-foranos. A Tribuna esteve lá com exclusividade na última segunda (29) com o diretor da Faefid, Jeferson Vianna, que explicou o andamento da obra e os detalhes de cada instalação.

O piso do ginásio, por exemplo, é fosco e feito de madeira flutuante para otimizar a absorção de impacto dos atletas. A pintura foi realizada pela mesma empresa contratada recentemente pelo Minas Tênis Clube em trabalho semelhante. No teto, material de isopor faz as vezes de isolante acústico, além de proporcionar detalhe estético no palco esportivo, que tem área de sete mil m².

Abaixo dos 1.304 assentos fixos, feitos de material anti-chamas, serão colocadas arquibancadas móveis. Inicialmente, há a confirmação de mais 576 lugares. Há possibilidade de novos lugares, mas essa capacidade extra ainda não foi autorizada pela equipe de fiscalização da obra. O atual ginásio da Faefid tem capacidade para 500 pessoas. Entre a quadra e as arquibancadas ainda será posicionado gradil de proteção para a segurança e separação dos profissionais envolvidos nos eventos e público.

No primeiro andar do prédio há cinco vestiários – dois para os torcedores, outros dois para atletas e demais membros de equipes, e um para a arbitragem. No segundo piso, há mais três vestiários, quase finalizados, para atender atletas e arbitragem de eventos no campo e pista de atletismo da Faefid. Este pavimento conta ainda com seis cabines de imprensa e um camarote praticamente prontas. Jeferson Vianna diz que a ideia é que seja construída uma passarela de 12 metros para ligar o segundo andar do ginásio ao campo, mas a obra ainda depende de aprovação da Pró-Reitoria de Infraestrutura e Gestão da UFJF.

Entrega definitiva deve ocorrer só no fim do ano

Na última matéria produzida pela Tribuna, no dia 6 de agosto de 2017, a previsão de entrega da obra do complexo era o final de janeiro deste ano. A programação atual, agora foi estendida para o final de abril. Segundo a Pró-Reitoria de Infraestrutura da UFJF, o novo prazo ocorre em função de alterações no projeto.

Até a inauguração, novos processos licitatórios terão que ser abertos para a concorrência na instalação de três elevadores e novas rampas de acesso ao complexo esportivo. Em planejamento conservador, o diretor antecipa que “a ideia é que tudo esteja funcionando no segundo semestre, e que que no final do ano ocorra a entrega definitiva. Existem questões que ainda demoram um pouco para serem solucionadas como o acesso do campo ao ginásio. O prédio da ginástica, lutas e laboratórios deve ser entregue um pouco antes e já utilizado. E, na estrutura do ginásio, como estamos com dificuldades de salas de aula para atender todas as disciplinas, é possível que o uso interno das salas comece antes”, detalha Vianna.

A construção do novo Complexo Esportivo da UFJF começou em junho de 2014. A primeira expectativa de término das obras era ainda em 2016, com o intuito de auxiliar na recepção das delegações olímpicas de outros países que se prepararam para a Olimpíada do Rio no mesmo ano. O não cumprimento do cronograma ocorreu, de acordo com a construtora, por atrasos nos repasses vindos do Governo Federal por até seis meses.

Prédio anexo para dança, artes marciais e laboratórios

As novidades não param por aí. Há ainda um prédio anexo, com três andares em aproximadamente 3 mil m², também com as obras em estágio avançado. No térreo, os profissionais devem finalizar o piso para a ginástica, a pintura e as escadas nas próximas semanas. No segundo andar há um salão destinado às aulas de dança e artes marciais com tatame olímpico. Já o terceiro piso – que abriga laboratórios e salas para as pós-graduações, está concluído. Segundo o diretor da Faefid, Jeferson Vianna, os equipamentos foram adquiridos serão brevemente instalados. Ele ressalta que ainda existem pendências financeiras. “Já foram gastos cerca de R$ 80 mil em equipamentos de ginástica, mas a Faefid busca R$ 1.750.000 para os equipamentos de ponta para avaliar o desempenho dos atletas, além de idosos e portadores de deficiência atendidos pelos projetos de extensão da UFJF.

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Veículo: Tribuna de Minas

Editoria: Editorial

Data: 04/02/2018

Link: https://tribunademinas.com.br/opiniao/editorial/04-02-2018/questao-de-lado-2.html

Título: Questão de lado

Os números do Datafolha anunciados no meio da semana, indicando a preferência do eleitor e como ele se comporta diante dos recentes fatos da cena nacional, devem ser analisados em profundidade, pois apontam para questões que se voltam diretamente para o futuro do país. Os pesquisadores, entre as muitas perguntas, quiseram saber a preferência das ruas numa eventual eleição sem o ex-presidente Lula. Ele lidera em todos os cenários, mas tem pela frente a inelegibilidade, prevista na Lei da Ficha Limpa, e a condenação em segunda instância por um colegiado do Tribunal Regional Federal.

Os resultados foram emblemáticos. Os votos se pulverizam sem apontar, de fato, uma linha de preferência. O eleitor se mostra indeciso, e os resultados são preocupantes, mesmo diante do fato de o ano estar apenas começando. Com Lula, vale o discurso do “nós contra eles”; sem sua presença na urna, esse maniqueísmo se desfaz, pois os demais atores não conseguem se destacar ante o olhar do eleitor, e os que saem na frente, como o deputado Jair Bolsonaro, não se descolam do grupo.

Ao analisar o quadro, a convite da Tribuna – veja coluna Painel ao lado -, o professor Rubem Barboza, da UFJF, adverte para várias questões. Uma delas é a falta de discurso dos candidatos e a tática de buscar o centro – para acolher votos da direita e da esquerda – por desconhecer que ele não é um vazio de ideias. Quem quiser convencer o eleitor terá que se esforçar um pouco mais.

Convidado no ano passado pela Câmara dos Deputados para falar na Comissão Especial da Reforma Política, o cientista político, já naquela ocasião, chamava a atenção para a necessidade de mudanças profundas, sob o risco de o país enveredar-se por um processo raso de escolhas eleitorais, quando há demandas importantes que só se explicitariam após mudanças profundas na política.

O Congresso tocou sua agenda com uma reforma tosca, e os resultados já se apresentam nos debates iniciais em torno da sucessão. Os políticos não apresentam programas de Governo, se prendendo à velha forma de falar bem ou mal do atual gestor, quando o que se espera são propostas consistentes para mudar o país.

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Veículo: Tribuna de Minas

Editoria: Cultura

Data: 04/02/2018

Link: https://tribunademinas.com.br/noticias/cultura/04-02-2018/parangole-valvulado-reverencia-pluralidade-da-getulio-vargas.html

Título: Parangolé Valvulado reverencia a pluralidade da Getúlio Vargas

Em uma mesma avenida moram muitas outras. O que não falta à Getúlio Vargas são as saídas. Literais ou não. Construída a pedido de Mariano Procópio, formando um ângulo de 45º com a Rua da Direita (Avenida Rio Branco), a via servia como trecho da Estrada União e Indústria. Banhada pelo Rio Paraibuna durante fortes enchentes, passou a chamar-se Rua do Imperador, em 1880. Com menos de um quilômetro de comprimento, desenvolveu-se como a cidade. Proclamada a República, tornou-se Rua XV de Novembro. Homenageando o político que por tantas e tantas vezes passou pela via e contribuiu para que obras fossem feitas no rio, impedindo seu transbordo, carrega no nome um presidente-ditador e na forma a liberdade. Plural desde o princípio, guardava em sua extensão a cadeia pública, hoteis, bancos e o curioso cinema de João Carriço, que dividia lugar com a funerária e a empresa de carruagens de aluguel de seu pai. Hoje preserva antigas e novas construções e negócios, numa mistura que dá samba, como confirma o Bloco Parangolé Valvulado, que neste domingo (4) desfila, pela segunda vez, na via que resolveu tornar tema de seu frevo-enredo. “Minhas Getulhão é o coração/ da diversidade e tolerância/ carro e busão, camelô e confusão/ é uma canção em dissonância”, canta “Getúlio of my life”.

Segundo um dos fundadores, o músico Angelo Goulart, que comanda a bateria do bloco, a reverência surgiu ainda no carnaval passado. “No final do desfile do ano passado, terminamos com o tema praticamente escolhido, porque foi a avenida que nos permitiu voltar a andar”, diz, referindo-se, também, à ideia de Walter Benjamin acerca do flâneur, tipo frequente numa rua onde deslocar-se a pé pode ser mais rápido do que sobre rodas. “É meu caminho de quase todos os dias. Não tenho carro, sou um pedestre, e a Getúlio é sempre opção do meu trajeto. Se posso escolher entre ela e a Rio Branco, escolho a Getúlio. No meu modo de ver, é uma avenida discriminada. Ela recebe pouca atenção do Poder Público, justamente porque por ali circulam as pessoas mais pobres. Ela está sempre cheia porque tem um fluxo de consumidores, está sempre pulsando”, confirma Roger Resende, um dos vocalistas do Parangolé.

Nas lembranças de Roger está uma receptividade diferente da que se vê em bairros como Alto dos Passos e São Mateus, cujas associações de moradores recusaram a presença dos blocos Come Quieto e Meu Concreto Tá Armado, respectivamente. “Uma coisa que marcou muito o desfile do ano passado, depois de dois anos parado na Praça da Estação, foi ver os moradores da Getúlio descendo dos prédios para receber e acompanhar o público. Foi muito emocionante. Não vejo lugar melhor do que esse, porque temos um bom espaço para concentrar, que é a Praça dos Três (Podres) Poderes, com a estátua do Getúlio Vargas com uma cara feia danada”, observa o cantor e compositor. “Foi amor à primeira vista”, reforça Dani Brito, também, uma das fundadoras e integrante da bateria, que concentra às 12h, executando composições antigas e, às 14h, começa a desfilar, concluindo o trajeto na Praça Antônio Carlos, às 17h30.

‘A Getúlio não tem frescura’

São muitas as cores. Em busca de uma palheta que representasse a Avenida Getúlio Vargas, a responsável pela identidade visual do Parangolé Valvulado, Dani Brito, deparou-se com muito mais do que cinquenta tons de cada cor. “A própria logo se inspirou em vários elementos, com a roupa como se fosse o asfalto, comércio e sinalização. Os parangolés, com tiras de tecido, enfoca a multiplicidade de estampas e brilhos, com um visual bem eclético. As maquiagens faciais vão ser como uma aquarela de cores”, pontua ela, que identificou o padrão justamente na ausência dele.

“De tanta informação, ela (a avenida) acaba ficando harmônica. Os prédios antigos acabam combinando com o mix de variedades. Isso está colocado na identidade estética da rua. O contraste ajuda a manter um estilo peculiar. Não é uma rua programada visualmente. Ali transparece o movimento da cidade”, comenta Dani, que também é coordenadora do curso de design gráfico do Centro Universitário Estácio de Juiz de Fora e professora do Instituto de Artes e Design da UFJF, além de assinar a marca própria Mercado da Salvação.

Para Angelo Goulart, a identificação entre os artistas que formam o grupo e a via vai além da “loucura de ver o Mc Donalds, a Subway, um camelô em seguida, a loja do candomblé mais à frente”. O belo está sempre observando o caos. “É uma avenida com uma arquitetura muito bonita, e isso pesou muito na nossa decisão”, diz, referindo-se ao trecho da cidade que preserva todos os principais estilos arquitetônicos de Juiz de Fora. Expoente do ecletismo, o prédio do extinto Banco de Crédito Real, projetado pelo engenheiro-arquiteto Luiz Signorelli, fronteia a edificação modernista assinada por Oscar Niemeyer onde, no térreo, está uma agência do Banco do Brasil. Dois bens imóveis protegidos pelo município no mesmo encontro entre Getúlio Vargas e Halfeld. No total, a via possui 11 imóveis tombados, o equivalente a mais de 5% dos prédios cuja preservação é assegurada por lei na cidade. Outros dois, inclusive, conservam a história da arquitetura e também cultural de Juiz de Fora.

Ser ponte ou ser divisa

O punk não seria o mesmo na cidade se não tivesse encontrado o DCE, na esquina da Floriano Peixoto com a Getúlio, como casa. “Foi um espaço para a cultura alternativa da cidade e para a noitada, também. Era um lugar da boemia, onde as ideias fluíam. A primeira fase, como bar, nos anos 1980, foi importante para o nascimento do movimento punk. O bar era do Chico Amieiro (chamou Bar DCE e depois NAC – Núcleo de Ação Cultural), com aquela galera da Virgínia (Loures) e da Márcia (Carneiro). Era um espaço que reunia a galera do punk e do pós-punk, do dark. O (grupo) I.D.R. ensaiava no DCE. Ao longo das várias gerações, ele foi sede de outros espaços, como o Efeito Laranja e, nos anos 1990, ficou ligado ao metal e à galera do hip hop”, resgata Edson Leão, vocalista do Eminência Parda e do Parangolé Valvulado. “Um dos primeiros shows do Eminência, que tocava pós-punk e MPB, foi num evento chamado Quinta Maldita, juntando outras bandas como Corrente Sanguínea, de Leopoldina. Vieram bandas alternativas de outras cidades tocar no DCE, como o Liberdade Condicional e a Crucifix.”

Décadas mais tarde, o mesmo Eminência Parda decidiu gravar seu primeiro DVD num prédio na mesma avenida, o Centro Cultural Bernardo Mascarenhas, cuja trajetória de luta para que a fábrica de tecidos transformasse em espaço da cultura inscreveu-se na história da urbe. “Talvez tenha sido um dos mais fortes movimentos por agregar um número grande de pessoas do meio cultural. Vieram pessoas de peso, como o Affonso Romano de Sant’Anna. Era uma expectativa grande de que aquele lugar se transformasse numa fábrica de cultura. Depois de criado, ele teve grandes momentos, recebeu eventos de porte nacional. O Chico Buarque se apresentou no pátio. Os festivais de rock eram realizados lá. Onde hoje é o estacionamento, era utilizado para shows. DeFalla, Picassos Falsos e outras bandas de vanguarda também tocaram lá”, recorda-se o jornalista e músico.

Para Roger Resende, o que a Getúlio Vargas produz como experiência é substrato para a produção artística. “Como compositor, me inspiro muito no cotidiano. O som urbano é como o de outros lugares. É barulho de ônibus, de camelô, de muita conversa. O que me chama atenção é que a Getúlio não tem frescura”, ri. “Vemos uma senhora de salto toda arrumada e outra de chinelo de dedo, todo mundo fazendo compras nas lojas e nas barraquinhas dos camelôs”, reforça Angelo Goulart. União ou diáspora? “A Getúlio é muito interessante como a faixa que divide a cidade socioeconomicamente privilegiada e uma outra área, mais real”, responde Edson Leão, chamando atenção para as muitas avenidas que a Getúlio tem: “Ali é tanto um divisor que significa o apartheid da cidade como um espaço de encontro das várias faces de Juiz de Fora, o lugar onde quebra a dicotomia.”

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Veículo: Tribuna de Minas

Editoria: Esportes

Data: 05/02/2018

Link: https://tribunademinas.com.br/noticias/esportes/05-02-2018/atletas-locais-conquistam-dois-ouros-tres-bronzes-e-vaga-na-selecao-brasileira.html

Título: Atletas locais conquistam dois ouros, três bronzes e vaga na Seleção Brasileira

Cinco medalhas e convocação para a Seleção Brasileira sub-20. A participação da equipe Cria-UFJF na Copa Brasil Caixa de Cross Country, em Bragança Paulista (SP), no último fim de semana, foi novamente recheada de conquistas. Pelas provas adultas de 10km, Amanda Aparecida de Oliveira (40min26s), no feminino, e Eberth Silvério (33min11s), no masculino, conquistaram o bronze, mesma colocação de Noemi Alves da Cruz, mas nos 4km sub-18 e com tempo de 16min42s. Não bastassem os resultados do trio, Pedro Henrique de Oliveira foi campeão nos 6km sub-18, após prova finalizada em 20min42s, e Francisco Perrout trouxe o título dos 8km no sub-20 com o tempo de 27min17s.

A soma rendeu a terceira posição por equipes para a UFJF no masculino, com 55 pontos, atrás apenas de Pinheiros, com 66, e Orcampi Unimed, com 58. A conquista de Francisco rendeu ainda convocação para defender a Seleção Brasileira na disputa da Copa Pan-Americana de Cross Country, programada para o dia 16 de fevereiro, em El Salvador. Curiosamente, o jovem acaba de retornar do exterior após período com o técnico e pai, Jorge Perrout, no Quênia. Eles passaram o mês de janeiro ao lado de corredores africanos para troca de experiência.

A Copa Brasil foi disputada em circuito de 2km montado dentro da Marina Estância Confiança, em Bragança Paulista (SP), e promovida pela Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt). Além do Cria UFJF, Amanda Aparecida representou a Faculdade Metodista Granbery, onde recebe bolsa de estudos. Já Noemi e Pedro Henrique levaram a bandeira do Colégio Apogeu, onde são alunos e também representam no cenário estadual. Os atletas recebem monitoramento dos treinadores Gabriela Fernandes Lopes, Zirlene Adriana dos Santos e Jorge Perrout.

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Veículo: Tribuna de Minas

Editoria: Cultura

Data: 05/02/2018

Link: https://tribunademinas.com.br/noticias/cultura/05-02-2018/forum-da-cultura-lanca-edital-para-ocupacao-da-galeria-de-arte.html

Título: Forum da Cultura lança edital para ocupação da Galeria de Arte

Estão abertas as inscrições para ocupação da Galeria de Arte do Forum da Cultura, da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Os interessados podem fazer a inscrição pessoalmente, na secretaria do Forum da Cultura, de segunda a sexta-feira, das 14 às 18h, até 2 de março. Os projetos também podem ser enviados pelos Correios (Rua Santo Antônio 1112, Centro, Juiz de Fora, CEP 36016210), observando o prazo final fixado para a postagem.

O edital visa a dar oportunidade de difusão de trabalhos de artistas jovens ou consagrados, dos mais diversos estilos. Poderão participar artistas e curadores em mostras individuais ou coletivas.

Os interessados deverão enviar o currículo atualizado e a ficha de inscrição (o modelo se encontra disponível para download no site do Forum da Cultura), apresentando claramente a proposta para a mostra (relatar os objetivos pretendidos para a exposição, quantas obras pretende expor, a categoria delas, se são inéditas ou não, as técnicas, as temáticas), com documentação fotográfica das obras e de outras produções. O resultado será divulgado no dia 21 de março, no site do Forum da Cultura.

A galeria

A Galeria de Arte, localizada no segundo pavimento do Forum da Cultura, é o espaço onde o público aguarda a abertura do Salão do Teatro. Abriga uma produção eclética com exposições de artes plásticas, documentais e pedagógicas.

O espaço tem três linhas de ação. A primeira dedica-se ao resgate da pintura juiz-forana; a segunda, a novos talentos, abrindo espaço para carreiras iniciantes; e a terceira volta-se para a iconografia das artes cênicas.

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Veículo: Tribuna de Minas

Editoria: Cidade

Data: 05/02/2018

Link: https://tribunademinas.com.br/noticias/cidade/05-02-2018/semana-comeca-com-no-no-transito-em-jf.html

Título: Semana começa com nó no trânsito em JF

Quem saiu de carro pela cidade nesta segunda-feira (5) precisou de uma dose extra de paciência. Além da associação de chuvas contínuas com volta às aulas, outras situações contribuíram para que, por volta das 13h, um verdadeiro nó se formasse na área central. De acordo com a Settra, não houve registros de acidentes, embora possam ter ocorrido colisões pontuais sem vítimas, quando os agentes não são acionados. Mesmo assim, um fato chamou atenção no início da tarde, de acordo com o gerente do Departamento de Fiscalização da pasta, Paulo Peron Júnior. Um ônibus da linha 524 (São Mateus) fechou o cruzamento da Avenida Rio Branco com a Rua Oswaldo Aranha por sete minutos, conforme imagens das câmeras de monitoramento de trânsito. Não se sabe a causa da interrupção do motorista, mas é provável que esteja relacionado a alguma obstrução da rua que impedia a passagem do coletivo. Como efeito cascata, as avenidas Rio Branco, Itamar Franco, Olegário Maciel e Andradas, além das ruas Santo Antônio, Tiradentes e Barão de Cataguases ficaram com fluxo além do considerado normal. Houve reflexos ainda na Rua São Mateus, principal via do Bairro São Mateus, na Zona Sul. O caos na área central só foi reduzido depois das 14h, mas às 17h novas retenções voltaram a ser observadas, de acordo com informações do aplicativo Waze.

O problema do ônibus urbano não foi o único observado no início da tarde. No mesmo momento, quem descia do anel viário da UFJF em direção ao Bairro Cascatinha, na Zona Sul, ficou preso na descida da Curva do Lacet. Além do fluxo maior na Itamar Franco, reflexo do problema na Avenida Rio Branco com a Rua Oswaldo Aranha, um ônibus de fretamento estava quebrado na altura da entrada lateral do Independência Shopping. Das três pistas de descida, duas estavam obstruídas pelo veículo, causando um afunilamento pontual.

Na semana passada, a Settra estimou aumento de aproximadamente 10% no número de veículos em circulação na cidade, em razão do fim das férias escolares de parte da rede privada e da rede municipal de ensino, na última quinta-feira (1º). Porém, esta foi a primeira segunda-feira do ano letivo, o que pode ter acarretado em movimento ainda maior. Segundo Peron, não era possível estimar o percentual de aumento do fluxo nesta segunda, pois era preciso aguardar o fim do dia para coletar os dados dos radares. Isso porque os equipamentos, além de fiscalizarem excesso de velocidade e, em alguns casos, avanço de semáforo, também fazem contagem volumétrica.

Operação especial

Para reduzir o impacto no trânsito nestes primeiros dias de aula, Peron afirma que todo o efetivo está nas ruas para uma operação especial. Além de agentes deslocados para a porta de algumas escolas, outros mais se posicionam em corredores de tráfego no entorno, para evitar as paradas irregularidades e orientar os motoristas, pois muitos podem estar se habituando a novas rotinas de deslocamentos. “Temos também os agentes que fazem ronda de moto, mas este é um serviço que deixamos de fazer nos dias chuvosos, por questões de segurança. Por isso, não sabemos dizer o que provocou a parada inesperada do ônibus (entre a Rio Branco e a Oswaldo Aranha), mas é fato que isso causou um efeito cascata refletindo em outras vias. Por azar, o fato ocorreu exatamente em um horário de pico.”

Tempo deve continuar instável

As chuvas contínuas devem continuar na cidade e região pelo menos até a próxima quinta-feira (8). De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), grande parte de Minas Gerais, o que inclui a Zona da Mata, está na influência da Zona de Convergência do Atlântico Sul. O sistema meteorológico, comum no verão, é o que cria uma corrente de umidade desde a Amazônia até o Sudeste brasileiro e, quando em atuação, favorece ao aumento da nebulosidade associado a um considerável volume de precipitações. Para se ter ideia, entre domingo (4) e o fim da tarde desta segunda-feira (5), o município contabilizou 64 milímetros de chuvas, resultado que corresponde a quase 30% do previsto para todo o mês de fevereiro. A Defesa Civil não registrou ocorrências consideradas de destaque.

Nesta terça-feira (6), os termômetros devem registrar entre 15 e 20 graus em Juiz de Fora, e o céu permanece fechado. Nesta segunda, a mínima foi de 15, e a máxima não passou dos 20,2 graus. Esta foi a menor temperatura máxima identificada na cidade desde 16 de dezembro do ano passado, quando ainda era outono.

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Veículo: Tribuna de Minas

Editoria: Esportes

Data: 06/02/2018

Link: https://tribunademinas.com.br/noticias/esportes/06-02-2018/jf-volei-mantem-promocao-de-ingressos-para-o-jogo-desta-quinta.html

Título: JF Vôlei mantém promoção de ingressos para o jogo desta quinta

Na noite desta quinta (8), o JF Vôlei tem novo adversário de ponta da tabela da Superliga Masculina 2017/2018 no Ginásio da UFJF. A partir das 19h30, a equipe comandada pelo técnico Henrique Furtado recebe o EMS Taubaté Funvic (SP) de nomes como o oposto Wallace, o ponteiro Dante e o levantador Rapha. Para repetir público do duelo contra o Sesi-SP, de 427 pessoas (277 pagantes), a equipe local manteve a promoção de ingressos na compra antecipada, já permitida.

Os bilhetes custam, até esta quarta (7), R$ 20 (inteira) e R$ 15 (meia). No dia do jogo, os valores sobem para R$ 30 e R$ 15, respectivamente. Os pontos de venda também não sofreram alterações. O torcedor pode confirmar presença online, pelo site acesseingressos.com.br ou nas lojas físicas das Óticas Carol (Rua Halfeld, 704, Centro / Av. Barão do Rio Branco, 2.307, Centro), Bela Padoca (Rua Sampaio, 371, Granbery), Cirúrgica Equilíbrio (Rua São Mateus, 416) e Brasil Imóveis (Rua Chanceler Oswaldo Aranha, 28, Centro).

O JF Vôlei ocupa a penúltima colocação da Superliga Masculina, na zona de rebaixamento, a sete rodadas do término da primeira fase do campeonato. A primeira equipe fora do Z2 é o Ponta Grossa/Caramuru (PR), detentora de 11 pontos. O Taubaté, oponente desta quinta, é o quarto lugar com 33 pontos somados.

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Veículo: G1 Zona da Mata

Editoria: Carnaval 2018

Data: 06/02/2018

Link: https://g1.globo.com/mg/zona-da-mata/carnaval/2018/noticia/corredor-da-folia-leva-festividades-a-praca-antonio-carlos-em-juiz-de-fora.ghtml

Título: ‘Corredor da Folia’ leva festividades à Praça Antônio Carlos em Juiz de Fora

O “Corredor da Folia” começa nesta terça-feira (6) em Juiz de Fora. Os shows de Thiago Miranda, Alessandra Crispin e Ronaldo Golfinho na Praça Antônio Carlos, no Centro, se somam à programação de blocos no carnaval 2018 na cidade. O tema deste ano é “Carnaval Tropical”, que trouxe como slogan “Festa para todo gosto” e com uma campanha de conscientização para coibir os casos de assédio.

O mau tempo causou uma baixa na programação: o bloco “Unidos Pela Vida”, que desfilaria nesta terça, foi cancelado pela Fundação Hemominas.

Os foliões podem aproveitar à tarde, com o desfile do Louco-Motiva, com concentração a partir de 14h no Parque Halfeld. Reunindo pacientes, familiares e trabalhadores da saúde mental, o Centro de Apoio Psicossocial (Caps) – Liberdade – do Hospital Universitário (HU) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e outros Caps de Juiz de Fora esperam levar mais de 280 pessoas às ruas do Centro. A previsão é de descer o Calçadão a partir de 15h, com dispersão na Rua Batista de Oliveira.

O Parque Halfeld será o ponto de concentração de dois blocos: o dos Servidores, a partir das 17h, e o tradicional Bloco do Batom, a partir das 19h.

Corredor da Folia

Thiago Miranda, Alessandra Crispin e Ronaldo Golfinho farão a abertura do “Corredor da Folia” no palco “Ministrinho” a partir das 19 horas, na Praça Antônio Carlos.

Thiago Miranda vai apresentar o repertório do CD “Samba pra Elas”, que reverencia as mulheres, com a participação das rappers Jô Brandão, Tatá Dellon e Hannah Khooller, que cantam a música “Maria do Socorro” (de Edu Krieger) com Miranda no disco.

Alessandra Crispin vai cantar as músicas do CD “Meu Nome é Crispin”, lançado em 2016, além de clássicos do samba e dividirá o palco com Ronaldo Golfinho.

A 8ª edição do Corredor da Folia será realizada nos dias 6, 7, 8 e 11 de fevereiro, na Praça Antônio Carlos, no Centro. De acordo com o superintendente da pasta, Rômulo Veiga, o orçamento para as atividades foi de R$ 460 mil. Ao todo, serão 66 eventos, entre eles são 53 blocos que vão se concentrar e desfilar em diversos bairros da cidade até 12 de fevereiro.

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Veículo: Tribuna de Minas

Editoria: Coluna Cesar Romero

Data: 06/02/2018

Link: https://tribunademinas.com.br/colunas/cesar-romero/06-02-2018/249561.html

Título: Trabalho inédito

A estudante colombiana Cristina Fuentes Mejía desenvolveu pesquisa na UFJF para sua tese de doutorado, abordando a complexidade da relação existente entre família e escola na educação de estudantes (com e sem deficiência), no Brasil e em seu país. O trabalho teve orientação da professora Nara Liana Pereira.

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