Professor Girley Francisco e equipe participante de projeto desenvolvido junto à comunidade ribeirinha de Ilha Brava, em Governador Valadares (Foto: Divulgação)

Professor Girley Francisco e equipe participante de projeto desenvolvido junto à comunidade ribeirinha de Ilha Brava, em Governador Valadares (Foto: Divulgação)

Estimular, apoiar e promover projetos que atendam às demandas das comunidades ribeirinhas afetadas pelo rompimento das barragens em Mariana. Este é o principal objetivo do programa Boa Vizinhança, desenvolvido pelo campus de Governador Valadares e que completa seis meses de atividades. Coordenado pela Pró-reitoria de Extensão (Proex), o programa conta com cinco projetos desenvolvidos por servidores docentes e técnico-administrativos da UFJF-GV, e contempla as áreas de Saúde, Meio Ambiente, Comunicação e Direitos Humanos e Justiça.

A coordenadora de ações de extensão da UFJF, Fernanda Cunha Sousa, destaca a importância do envolvimento acadêmico com a comunidade. “A democratização da universidade passa necessariamente pelo fortalecimento de seu diálogo com os segmentos que a compõem – docentes, técnico-administrativos e discentes – mas, também, com a comunidade externa. Nesse sentido, a extensão universitária é um dos meios fundamentais para que o saber acadêmico, articulado com a vida social, incorpore as demandas sociais e direcione a produção do conhecimento”.

Da mesma forma, o coordenador acadêmico da UFJF-GV, Fábio Pieri, destaca que embora o campus avançado ainda possua necessidades estruturais, as atividades demonstram o esforço coletivo em promover melhorias à comunidade valadarense: “nossos docentes, jovens, atualizados e com vontade de buscar melhorias junto a comunidade local, atuam fortemente na extensão universitária, desde o início das aulas em Governador Valadares”.

Durante esta semana, serão divulgadas as principais ações institucionais e atividades realizadas pelos integrantes dos projetos junto à comunidade de Governador Valadares. Na primeira matéria, apresentamos algumas das atividades que envolvem a população atingida pelo rompimento das barragens da Samarco, em 2015.

Combate e prevenção de vermes e parasitas

(Foto: Divulgação)

Posto de Saúde onde a comunidade recebe apoio do projeto da UFJF/GV (Foto: Divulgação)

A contaminação do Rio Doce, provocada pelo rompimento da barragem de rejeitos da mineradora Samarco incentivou a criação de um projeto relacionado à qualidade de vida da comunidade ribeirinha de Ilha Brava, em Governador Valadares. A iniciativa é do professor do Departamento de Ciências Básicas da Vida, Girley Francisco. Ele desenvolve, em Governador Valadares, o projeto “Prevalência e aspectos epidemiológicos de enteroparasitoses na comunidade ribeirinha de Ilha Brava, GV, MG”, vinculado ao Programa Boa Vizinhança Rio Doce.

Junto a estudantes de Medicina e Farmácia da UFJF-GV, o professor busca avaliar os moradores da comunidade ribeirinha através da realização de exames parasitológicos de fezes, a fim de determinar os parasitos prevalentes e propor ações que possam ser empregadas nesta comunidade. “É objetivo também deste projeto trabalhar aspectos relacionados à educação em saúde envolvendo verminoses, qualidade da água, educação ambiental e destino correto do lixo e esgoto”, destaca Francisco. Todas as ações acontecem em parceria com professoras da Escola Municipal de Ilha Brava e com a Coordenação de Atenção Básica à Saúde, via Programa de Estratégia da Saúde da Família, de Baguari.

Melhorias na qualidade da água
Outro beneficiado pelas ações de extensão da UFJF-GV é o Assentamento Liberdade, zona rural de Periquito (MG). A comunidade, localizada a 47 quilômetros de Governador Valadares, também foi afetada pelos rejeitos da mineradora Samarco, o que motivou a implementação do projeto “Qualidade e usos da água no Assentamento Liberdade após rompimento da barragem de Fundão/Mariana”. Seu principal objetivo é proporcionar confiança quanto ao uso da água no local, seja para consumo humano e animal, ou para irrigação de plantios.

Entre as ações previstas no projeto estão o mapeamento das fontes hídricas da comunidade e dos problemas encontrados em relação ao seu uso, assim como a coleta e análises físico-químicas e microbiológicas de amostras de água do local. Além disso, oficinas vão ensinar a população a interpretar os resultados desses estudos.

Outra preocupação do projeto, coordenado pela professora do Departamento de Farmácia, Andreia Peraro do Nascimento, é a conscientização sobre os usos da água e os cuidados necessários na perfuração de poços artesianos e semi artesianos. Com esse objetivo, serão promovidas oficinas de interpretação de laudos de análise de água, além de palestras e rodas de conversa.