Dois programas de pós-graduação (PPG) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) tiveram seus conceitos aumentados após análise de recursos da avaliação quadrienal (2013-2016) promovida pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) 2017. O PPG em Linguística subiu do conceito 4 para 5, enquanto o PPG em Ambiente Construído aumentou a nota de 3 para 4. Outro programa que teve sua nota reconsiderada após os recursos foi o de História, que conseguiu manter a nota 5.
Com a mudança, a UFJF passa a contar com nove PPGs avaliados com conceito 5 – numa escala de 1 a 7, baseada em conceitos atribuídos (muito bom; bom; regular; fraco; e insuficiente) a cada item da ficha de avaliação, sendo 5 a nota máxima aferida por PPG’s que oferecem apenas mestrado.
De acordo com o pró-reitor adjunto de Pós-graduação e Pesquisa, Luis Paulo da Silva Barra, as notas obtidas refletem um sistema de pós-graduação que está se tornando mais maduro. “Quando os programas começam, normalmente, eles iniciam com notas mais baixas. Temos uma pós-graduação que é muito recente – em pouco mais de dez anos, triplicamos o número de programas – e, ainda assim, o conceito médio da nossa instituição tem subido sistematicamente.”
PPG em Linguística aposta na análise e reformulação do trabalho
Em funcionamento desde 2007, com cursos de mestrado e doutorado, o Programa de Pós-graduação em Linguística comemora 10 anos com nota 5 na avaliação da Capes. O programa entrou com pedido de reavaliação do quesito de Produção Intelectual que resultou no aumento de 1 ponto na análise inicial.
Segundo o professor ex- coordenador do PPG, Luiz Fernando Rocha, foram revistas importantes produções do programa. “Temos livros publicados em editoras de reconhecimento internacional na área, que num primeiro momento acabaram desconsideradas. Nosso pedido de recurso foi baseado nesses e em outros artigos publicados por nossos membros.”
A fim de aprimorar as atividades realizadas no programa foi feita uma consultoria externa que resultou na reformulação das linhas de pesquisa. Para Rocha, esse momento foi crucial para o amadurecimento do PPG- Linguística. “Nós ponderamos todas as sugestões dos consultores que nos levaram a repensar o trabalho de maneira crítica. Todas as alterações foram feitas a partir de muita discussão e chegamos na fusão de duas linhas de pesquisa que deixaram o programa mais enxuto.” O professor ainda ressalta que “todos os membros se envolveram muito nos projetos, o trabalho em equipe foi fundamental e esse resultado é importante para nossos atuais e futuros alunos.”
Ambiente Construído em crescimento
O coordenador do Programa de Pós-graduação em Ambiente Construído (Proac), Klaus Chaves Alberto, percebe a avaliação da Capes como momento inaugural de uma fase de crescimento para o Programa de Pós-graduação em Ambiente Construído. “Esse aumento de nota representa o aumento de boas perspectivas do programa. Com a nota 4, podemos solicitar o doutorado, que é uma oportunidade de desenvolvermos pesquisas mais densas, com alunos que trabalham, durante quatro anos, se aprofundando em seus respectivos temas. Também representa uma maior possibilidade de internacionalização, porque começamos a estreitar o contato com outras instituições, na medida em que nossos alunos, em seus doutorados sanduíche, vão para outras instituições e voltam, desenvolvendo outros vínculos.”
Além disso, o professor ressalta a importância da nota como indicativo do reconhecimento de outros pesquisadores da área, apontando que o direcionamento tomado pelo programa vem sendo bem sucedido. “É resultado de um trabalho, realmente, de uma equipe muito séria de professores, alunos e técnicos envolvidos com o programa. É importante enfatizar o trabalho dos técnicos, sem o qual não conseguiríamos dar esse passo. No campo da Arquitetura e Urbanismo, a avaliação da Capes exige uma atuação muito forte em diversos setores, não apenas na produção científica. Então, temos membros do programa focados em cada aspecto das atividades, que se complementam.”
História busca internacionalização
A coordenadora do Programa de Pós-graduação em História, Cláudia Maria Ribeiro Viscardi, esclareceu que o programa já contava com a nota 5 e que o recurso anuído pela Capes destinou-se a manter essa nota. “Na verdade, já contávamos com a nota cinco e, na última avaliação quadrienal, inexplicavelmente, caímos para quatro. Então, elaboramos um recurso demonstrando que, na ficha de avaliação deles, havia uma série de equívocos em relação ao nosso programa.”
Conforme a professora, dentre os pontos revisados pelo Capes estava a exigência de um número mínimo de doutorandos já diplomados. “O que seria impossível, uma vez que nosso curso de doutorado é novo. Outro erro foi o preenchimento da nossa planilha de produção científica, na qual só foram consideradas as produções de três dos quatro anos avaliados.”
Prontamente aceita pela Capes, essa reavaliação representa para Cláudia a confirmação do padrão de excelência em que o Programa se encontra. “Com isso, podemos continuar mirando no futuro, que é alcançar a nota seis e, para isso, é necessário internacionalizar. Mas estamos a caminho disso, com apoio da Pró-reitoria de Pós-graduação e Pesquisa, com o programa de visitantes, com a tradução do nosso site e com os demais programas de fomento desenvolvidos pela pró-reitoria.”
A professora aponta, ainda que a avaliação da Capes incluiu uma série de recomendações, que serão adotadas pelo programa, além de uma série de elogios. “Nos cinco quesitos avaliados, fomos considerados como ‘muito bom’ em quatro e ‘bom’ em um”, conclui.
Nove programas já haviam subido de nota
Em setembro deste ano, a Capes divulgou o resultado da primeira etapa de avaliação quadrienal. Na ocasião, nove PPGs da UFJF melhoraram seus desempenhos: Educação Física, Engenharia Elétrica; Psicologia; Artes, Cultura e Linguagens; Clínica Odontológica; Ciências Farmacêuticas; e Geografia; além dos Mestrados Profissionais em Educação Matemática; e Gestão e avaliação da Educação Pública.