Com o objetivo de debater junto à sociedade do campo e da cidade sobre a necessidade de garantir o acesso à terra e aos alimentos produzidos naturalmente, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) encerra em Juiz de Fora o “Circuito Mineiro de Arte e Cultura da Reforma Agrária”. Em parceria com a Faculdade de Serviço Social da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), o evento visa também à promoção, não só do debate político, mas da necessidade de trazer em pauta a produção de alimentos saudáveis e livres de agrotóxicos, além de promover a arte que emerge do Movimento. O Circuito acontece de sexta-feira a domingo, na Praça Antônio Carlos, das 8h às 20h, segundo programação.
Com a temática “Alimentar a luta, cultivar a arte!”, o Circuito passou por seis regiões do Estado de Minas Gerais em sete etapas, levando atrações artísticas gratuitas, em mostras camponesas de alimentos orgânicos, debates e rodas de conversa sobre assentamento, luta pela terra e vários debates políticos abordando a alimentação saudável.
Em Juiz de Fora, haverá mostras artísticas dos assentamentos e acampamentos da região, como exposição de poesia, comidas típicas, além de uma feira, que propõe oferecer produtos agroindustrializados e naturais, em transição agroecológica e orgânicos a preços acessíveis para a população. Cerca de 20 atrações culturais, de projeção estadual e regional estão previstas como Pereira da Viola; Aline Calixto; MC Xuxu; e Grupo Ingoma, que pesquisa as manifestações artísticas do Tambor Mineiro, tendo como foco a tradição do Congado.
Para a diretora da Faculdade de Serviço Social da UFJF, Cristina Simões Bezerra, a parceria entre MST e Serviço Social existe há 18 anos, perceptível nas interfaces entre ensino, pesquisa e extensão. “Os vínculos são fortes em todos os âmbitos. O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra está presente em projetos de ensino com a UFJF, trabalhos acadêmicos, uma vez que trazem à tona a pauta da reforma agrária e, consequentemente, a equidade e a necessidade de discutir a questão de forma justa, evidenciando uma lacuna que ainda não foi preenchida.”
Cristina também aponta a importância do Circuito como forma de apresentação do cotidiano social do campo e dos assentamentos. “Nós apoiamos o evento que divulga a cultura do campo e a promoção de seus produtos e alimentos saudáveis cultivados também por meio da agricultura familiar. Outro ponto interessante é entender a cultura camponesa em seu sentido amplo, em suas manifestações pela culinária, pela música, pela poesia, pelo teatro, já que pouco se fala sobre a cultura que nasce do campo e que podemos sentir principalmente quando a articulamos com a cidade num encontro como esse, nessas dimensões.”
De acordo com uma das organizadoras, Elis Carvalho, o evento é a continuação de uma iniciativa de 2016, que se concentrou em Belo Horizonte e, como a demanda foi bem recebida, o MST atendeu à solicitação de ampliar o público, visitando várias regiões do Estado. “O Circuito pretende sintetizar e ampliar a experiência do ano passado, além de discutir a necessidade do alimento sem veneno, dialogando também sobre garantir acesso à terra.”
Outras informações: (32) 99806-0686 (Setor de Comunicação do MST)