A desigualdade racial entre brancos e negros e a necessidade de buscar estratégias para a redução dessa disparidade, a partir de políticas públicas, estarão em foco no I Encontro Regional de Educação para as Relações Étnico-Raciais. O evento ocorre na próxima sexta-feira, dia 24, no Anfiteatro da Faculdade de Comunicação (Facom), às 8h. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas no site do evento.
O evento é voltado para os gestores e docentes das redes estadual, federal e municipal de ensino, com intuito de realizar um levantamento sobre o que vêm sendo feito e trabalhado sobre esses temas nos currículos e nas metodologias de ensino, visando a socialização de experiências. Durante todo o dia, apresentações culturais, mesas redondas e mostras de práticas pedagógicas ocorrerão no local.
De acordo com a professora do Colégio de Aplicação João XXIII, Carolina Bezerra, o encontro discutirá também as experiências e práticas pedagógicas relacionadas à implementação das leis 10.639/03 e 11.645/08 que alteram o artigo 26 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, estabelecendo a obrigatoriedade do ensino de História e Cultura Afro-Brasileira, Africana e Indígena, em todas as escolas públicas e particulares do país. Na oportunidade, o diretor de Ações Afirmativas da Universidade, Julvan Moreira de Oliveira, participará da mesa que discutirá os 14 anos de implementação da legislação.
“Fomos avaliando que existia a lei e não havia um curso de formação relacionada a esse tema. Existem questões que impactam na dimensão do índice de desigualdade. Nosso objetivo é somar forças para formulação de políticas públicas voltadas para políticas étnico-raciais, trabalhando em várias frentes e várias partes”, ressaltou professora, que organiza o evento em parceria com a Superintendência Regional de Ensino (SRE) de Juiz de Fora.
Em pesquisa publicada em junho deste ano, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), em parceria com o Fundação João Pinheiro e o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), publicaram dados que mostram que Juiz de Fora é a terceira cidade no país, e a primeira no Estado de Minas Gerais, com o pior índice de desigualdade entre negros e brancos. O município fica atrás de Niterói (RJ) e Porto Alegre (RS).
A programação completa pode ser vista no site do evento.