Avaliações do primeiro dia serão de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias, Redação e Ciências Humanas e suas Tecnologias
O primeiro dia de provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) é neste domingo, 5, e os candidatos devem seguir algumas dicas antes de encarar o desafio. Este é o primeiro ano em que o exame será realizado em dois domingos consecutivos. O Enem é uma das formas de ingresso na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).
As avaliações do primeiro dia serão de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias; Redação e Ciências Humanas e suas Tecnologias. Já no domingo, 12, será a vez de Ciências da Natureza e suas Tecnologias e Matemática e suas Tecnologias. Cada uma das provas objetivas tem 45 questões. Já para a Redação, os alunos devem desenvolver um texto dissertativo-argumentativo a partir de uma situação problema – política, social ou cultural – com limite de 30 linhas.
O candidato deve levar o cartão de confirmação de inscrição até o local da prova. Este documento pode ser obtido na Página do Participante e conta com informações como o número de inscrição, a opção de língua estrangeira e o atendimento específico ou especializado, caso solicitado. As informações sobre data, hora e local de provas também estão presentes no cartão de confirmação.
A orientação é para que o candidato visite o espaço com antecedência, e nos dias de prova, chegue pelo menos uma hora antes. “Para não haver tumulto, não ter problema com imprevistos. Com uma hora de antecedência, ele fica tranquilo para entrar e calmamente achar o seu lugar”, afirma a coordenadora de Ensino Médio do Colégio de Aplicação João XXIII, Nati Borba.
Para enfrentar as horas de prova, o candidato pode levar alimentos leves, além de água. Nati recomenda barras de cereal, sanduíches e frutas. Estar descansado e com o sono em dia também é fundamental para um bom resultado. “Não indicamos estudar no dia da prova ou poucas horas antes. O que o estudante tinha que absorver, já foi absorvido. O ideal é que ele descanse e vá fazer essa prova com a cabeça fresca”, afirma.
Com tantas provas a fazer, o candidato pode se perder na hora de responder as questões. A dica é começar pelas disciplinas mais fáceis. “Para ele eliminar já o que tem mais facilidade e deixar as mais difíceis para depois. Se ele começa pelas mais difíceis, pode ficar preso nessas questões, acabar perdendo tempo e deixar de fazer questões que sabe fazer”, explica a coordenadora.
Redação como diferencial
Bom desempenho na redação pode ajudar a alavancar o resultado final do candidato (Foto: Leandro Mockdece/UFJF)
A prova de Redação tem peso importante no resultado final e pode ajudar a alavancar a nota do candidato. Por isso, é sempre objeto de grande expectativa. Seguindo o formato de um texto explicativo-argumentativo, o candidato deve fazer a defesa de uma tese sobre o tema proposto, apoiada em argumentos consistentes, com coesão e coerência. No final, é preciso fazer uma proposta de intervenção social para o problema apresentado.
“É importante destacar que não basta ao candidato apenas expor seus conhecimentos sobre o tema, mas é imprescindível que ele sinalize seu ponto de vista e o defenda, utilizando-se de exemplos, comparações, explicações coerentes, entre outros recursos argumentativos”, afirma o doutor em Linguística e professor de Língua Portuguesa do Colégio de Aplicação João XXIII, Paulo Goliath.
Estar bem informado sobre temas destacados pela mídia é importante para quem quer fazer uma boa redação no Enem. O histórico de temas escolhidos para a avaliação mostra uma preferência por questões atuais e amplamente discutidas na sociedade. “O aluno deve ler bastante, procurando informar-se sobre temas atuais, relevantes, sobretudo de caráter social e político, tomando-se o cuidado de conferir a veracidade das informações a que teve acesso”.
O professor também destaca a importância de se consultar outros textos bem avaliados em redações de edições anteriores e deixar bem clara a mensagem que se quer passar ao avaliador. “É sempre bom consultar outros textos, a fim de exercitar a criticidade em relação ao seu conteúdo, bem como atentar para sua estruturação e suas estratégias de persuasão. É muito importante que os alunos tentem fazer uma leitura do seu texto desvinculada do seu próprio olhar. Deve-se considerar sempre que o leitor não sabe quais são as ideias que o redator deseja passar. Elas precisam ficar muito claras na redação. Isso, entretanto, deve ser feito de forma concisa”, ressalta.
O aluno também precisa estruturar uma estratégia para otimizar o tempo e não se dedicar à redação com prejuízo para as provas objetivas. Goliath defende um tempo máximo de uma hora e vinte minutos, incluindo o rascunho e o momento de passar a limpo, a serem aplicados na redação. “É aconselhável que se leia, no início da prova, a proposta de redação e os textos motivadores. Em seguida, o aluno deve fazer um planejamento (ainda que mentalmente) de como irá estruturar seu texto e redigir, logo em seguida, o rascunho. Só depois que ele terminar de resolver as questões objetivas é que deverá reler o texto, buscando melhorá-lo, antes de passá-lo a limpo. O distanciamento em relação ao texto, durante a resolução das questões objetivas, certamente fará com que o aluno perceba falhas no seu texto inicial”, avalia.
Para o professor, a redação pode não só apenas ser um fator de impulso para a nota final. Atingir a nota máxima da avaliação é possível. “Uma boa nota na redação pode ser um diferencial em relação a outros candidatos, visto que, dificilmente, alguém obterá a nota máxima de mil pontos nas outras áreas em que é avaliado. Na redação, contudo, se forem cumpridos os requisitos relativos às cinco competências estabelecidas, é muito possível atingir o valor máximo”, considera.
O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), vinculado ao Ministério da Educação (MEC) e responsável pelo Enem, lançou um manual de redação, com amostras de redações que tiraram a nota máxima no Enem 2016. Confira no link.