A estudante da Faculdade de Direito da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Eduarda Alana Tavares, alcançou a sétima posição na modalidade trabalhos acadêmicos dos Jogos Universitários Brasileiros. A 65ª edição da competição reuniu mais de cinco mil atletas de todo o país em 20 categorias de disputa, entre os dias 18 e 29 de outubro, em Goiânia (GO).
Eduarda representou Minas Gerais, competindo com 20 acadêmicos de outros estados. A estudante abordou em seu artigo um tema inovador visando a promoção da inclusão social: a participação de atletas transgêneros (pessoas cuja identidade de gênero difere daquela designada no nascimento) no desporto universitário. A experiência analisada foi a de Maria Cysneiros, primeira atleta trans a disputar o Universitarius, competição desportiva universitária mineira.
“O tema foi apresentado apenas por mim, vindo a banca avaliadora a ressaltar não só a relevância, mas também a coragem tanto da UFJF quanto da Federação Mineira em apoiar a discussão do tema, uma vez que, infelizmente, ainda é muito mitigada a participação de atletas trans nas competições esportivas. A participação da Maria no Universitarius no naipe desejado e sem contar com nenhum episódio de discriminação me fez querer falar sobre o assunto. Nosso evento, que conta com o apoio da UFJF, abrange um público enorme e plural e ver a plena aceitação deste público quanto à participação da atleta demonstra a relevância da questão”, conta Eduarda.
A estudante da UFJF explica que a modalidade “Trabalhos Acadêmicos” surgiu na edição de 2016 dos Jogos Universitários Brasileiros com o objetivo de integrar prática e teoria acerca dos esportes. “A iniciativa foi tão bem sucedida que a modalidade tornou-se oficial, visando a alcançar o que de melhor os estados produzem em pesquisa acadêmica no âmbito do desporto. Conhecer e discutir as diferentes pesquisas nesta área permite compartilhar experiências mesmo, o que para o desporto universitário é muito relevante, pois se busca o alto nível em um ambiente em que o atleta não está focado apenas nas competições.”
Primeira participação de Minas Gerais
Na modalidade “Trabalhos Acadêmicos” da 65ª edição dos Jogos Universitários Brasileiros, o sistema de ranqueamento dos competidores funcionou como o ‘todos contra todos’ das categorias esportivas clássicas. “As pontuações de cada trabalho seguiram critérios padronizados, relacionados à parte escrita, apresentação e relevância do tema, valendo como pontuação para o ranking geral do estado que o acadêmico representava até a oitava colocação. Nesta linha você realmente compete com os demais participantes, tendo que esclarecer plenamente o seu trabalho e persuadir a banca examinadora. A sétima colocação, por ser a primeira participação de Minas Gerais na modalidade e a minha também, foi um ótimo resultado. Além de pontuar para o estado, me deu a oportunidade de competir novamente na próxima edição como ‘cabeça de chave’, assim como acontece nas outras modalidades individuais”, avalia Eduarda.
A estudante da UFJF ressalta, ainda, a relevância do esporte e do trabalho acadêmico para a promoção da inclusão social. “O caso da Maria Cysneiros pode acontecer com muitas pessoas o tempo todo e nós nem ficamos sabendo, pois as pessoas não falam sobre isso. As pessoas não percebem ainda a importância do esporte. O esporte proporciona isso, esse reconhecimento, essa autonomia do indivíduo, como vemos com diversos atletas que por suas características individuais muitas vezes são marginalizados na sociedade que ainda vivemos”, conclui.
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