Bem humorado e com o papo descontraído, o professor da Faculdade de Farmácia da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Marcos Brandão, apresentou, para 40 anos alunos da Escola Estadual Batista de Oliveira, fatos inspirados obre como a ciência pode ser transformadora. Os estudantes, que cursam a modalidade de Educação de Jovens e Adultos (EJA), assistiram à palestra do professor, intitulada “A incrível viagem das moléculas pelo organismo”.
Em sua apresentação, o pesquisador aproxima a história da ciência com a realidade de cada aluno. Segundo Brandão, o cientista é uma pessoa normal, como todo mundo. Ele motiva os alunos contando a sua de história de superação e de outros cientistas, a fim de mostrar o poder que a educação tem na vida das pessoas. ”A educação mudou minha vida. Eu era muito pobre e, assim como a maioria de vocês, precisava trabalhar durante o dia e estudar à noite. Além disso, eu era um dos piores alunos da escola, vivia com notas ruins. Só que, através da ciência, eu consegui transformar minha vida.”
Ao longo da palestra, o professor menciona o percurso — em sua maioria, também cheio de obstáculos — que cientistas como Einstein e Faraday enfrentaram. E, ao contar a história do criador do WhatsApp — que é extremamente presente na vida dos jovens atualmente –, o professor consegue cativar os estudantes desde o início da palestra. A trajetória de Jan Koum, o faxineiro que teve sua vida transformada através da educação e, que anos depois, criou um dos aplicativos mais baixados da história, vendendo por 19 bilhões de dólares, serve de inspiração para os alunos. ”A educação transformou minha vida e a dele, e também pode mudar a sua”, afirma Marcos Brandão.
Por meio desta e de outras histórias, o professor, além de tornar a ideia de fazer pesquisa mais acessível, também frisa que a UFJF está aberta para todas as pessoas, independentemente de classe social, sexo ou cor. ”Cientista é igual a todo mundo — também tem problemas, passa dificuldades… Mas, através da educação, consegue transformar a vida das pessoas. A cura da AIDS ainda não foi descoberta. Graças à ciência, já é possível viver com o vírus. Mas, quem sabe, um de vocês consegue, finalmente, descobrir a cura para a AIDS? Através da educação, tudo é possível”, incentiva o pesquisador.
A ciência que fazemos
A palestra do professor faz parte do projeto “A ciência que fazemos”, formado por uma série de palestras para o público jovem com o intuito de aproximar o cientista dos estudantes, mostrando que a ciência produzida por eles está presente no cotidiano de cada um, além de demonstrar que a possibilidade de aquele aluno se tornar um pesquisador não é remota.