Termina nesta sexta-feira, dia 27, na Faculdade de Comunicação (Facom) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), a XII Conferência Mídia Cidadã que traz a temática “O direito à comunicação na luta por uma cidadania ativa”. Organizada pelos professores Cláudia Lahni e Bruno Fuser, a Conferência reúne pesquisadores e comunicadores com o intuito de promover uma comunicação voltada à cidadania.
Na mesa de abertura, na noite da última quarta-feira, 25, a vice-reitora, Girlene Silva destacou o alcance da mídia cidadã para a construção de uma sociedade mais justa. “Precisamos pensar em uma comunicação democratizada. Tendo isto em mente, a Conferência vai nos ajudar a entender e avaliar o papel da mídia neste momento em que vivemos, de uma verdadeira crise estrutural.”
A professora Cláudia Lahni ressaltou a importância do evento para os estudos da comunicação para a cidadania, também conhecida como mídia cidadã. “É importante como oportunidade de encontro de pesquisadores, estudantes e integrantes do movimento social popular de vários locais. Com a participação do movimento popular, fortalecemos redes em favor da Mídia Cidadã e da democratização da comunicação.”
A conjuntura atual do país não deixou de ser lembrada. Cláudia analisou que, neste momento, “é fundamental a união, a reafirmação dos nossos ideais e nossa luta pelo direito à comunicação de todos, para, dessa forma, resistirmos e mostrarmos a importância da comunicação democratizada.”
Palestra de abertura
A primeira palestra, sob o mesmo tema da Conferência, foi conduzida pela militante do movimentos negro e do hip-hop de Juiz de Fora e doutora honoris causa pela UFJF, Adenilde Petrina Bispo. Durante a palestra, Adenilde enfatizou o papel que a mídia do Brasil tem exercido, de desinformar a população. Segundo ela, “o povo precisa ser alfabetizado em relação à mídia. Nestes tempos sombrios, nós, militantes, devemos criar meios alternativos de comunicação, pois estamos sem mídia que nos represente. A que existe está conseguindo nos deixar familiarizados com o espetáculo da nossa própria destruição.”
Como formas de combater possíveis excessos da grande mídia, a militante sugeriu a criação de grupos de alfabetização sobre a mídia, que visam a informar o povo e “reeducar seus olhos e ouvidos”, nem que seja de porta em porta. “É fundamental dar voz às pessoas e ajudá-las a entender o momento em que estamos vivendo. Com a teoria certa para iluminar nossa prática, conseguiremos fazer da revolução não um evento programado, mas uma conquista dia após dia”, afirma.
A subsecretária de Estado de Participação Social, Ana Amélia Penido, representando Nilmário Miranda, Secretário Estadual de Direitos Humanos, Participação Social e Cidadania do Governo de Minas Gerais, discutiu a democratização da comunicação, no sentido de pensarmos também nos direitos humanos, que são aqueles constitutivos do sujeito. De acordo com Ana Amélia, estes direitos não são suficientes para a garantia da cidadania, que só é alcançada com a participação social. “Sem luta, não existe cidadania ativa. É por meio dela que direitos políticos são conquistados.” Segundo Ana Amélia, quando se tem o direito à comunicação, este se torna uma ferramenta imprescindível para a conquista de outros direitos.
A XII Conferência Mídia Cidadã promove atividades durante o dia todo. Confira a programação do evento.
Outras informações: (32) 2102-3602 – Faculdade de Comunicação