Como se constrói o conhecimento novo das escolas? Como compreender e administrar o ensino em tempos de desvalorização da educação? Estas foram algumas das questões levantadas pelo professor da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Eduardo Magrone, nesta manhã de quarta feira, 24, na Escola Estadual Coronel Antônio Alves Teixeira, no bairro Progresso. A conversa sobre a relação entre escola e as pessoas que a compõe aconteceu com alunos do ensino médio e com o 9º ano do fundamental.
Intitulada “O estudante que salvou uma escola”, a palestra do professor, além de estimular a necessidade de autocrítica do sistema de ensino público, trouxe para os alunos a reflexão de como devem atuar para melhorar o ambiente escolar. O principal foco de Magrone é a sociologia na educação, que representa uma interseção entre a Universidade e escola. O professor ressalta a importância de considerar a institucionalidade como ponto chave para esse estudo. “Hoje, o debate está muito influenciado por espetáculos de terror. São pessoas diferentes, idades diferentes, escolas localizadas em regiões diferentes, escolas onde as pessoas professam determinada religião — então, não há como reproduzir o clima de uma escola em outra escola.”
A área da sociologia na educação permite a real mudança social através dos resultados que são diretamente aplicáveis no meio que se insere. “O retorno imediato traz mais questionamento dos alunos acerca da sociologia. Acho que essa informação pode resultar na manutenção de um bom clima escolar. Reforçando isso na sala de aula, pode-se ter um resultado prático bom também na formação intelectual desses alunos”, pondera o professor de sociologia da escola, Rodrigo Dutra.
Os resultados
“O estudo do professor Eduardo é muito interessante, mostra pra nós uma perspectiva na qual temos pensado, mas não vemos como estatística. Temos que parar pra pensar e revisar as nossas ações dentro da escola”, reflete a supervisora pedagógica da escola, Isabel Cristina. “Abriu uma oportunidade pra a gente pensar coisas que não sabíamos. Eu acho que as pessoas que estudam a questão da educação são confiáveis e podem contribuir”, reforça o estudante do 3º ano do Ensino Médio, Vinícius Daniel.
“A ciência que fazemos”
Parte do projeto “A ciência que fazemos”, a palestra tem como objetivo tornar acessível, para os estudantes das escolas públicas, o debate fomentado dentro da Universidade, além de ser um estímulo para que esses jovens busquem ingressar no ensino superior, estimulados pelo contato inicial com as pesquisas que são apresentadas pelos pesquisadores da área.