Veículo: TV Integração – Globo
Editoria: MGTV
Data: 16/10/2017
Título: Instituições de Juiz de Fora se manifestam sobre vídeo divulgado pela UFJF
Resumo: A reportagem veiculada pela TV Integração ouviu a presidente da Comissão Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, Joana Machado e na visão dela o vídeo reabre as discussões sobre como tratar das questões de gênero no ambiente escolar. A OAB – Juiz de Fora emitiu nota contrapondo o ofício encaminhado ao MPF emitido pelo conselheiro tutelar.
— —
Veículo: TV Integração – Globo
Editoria: MGTV
Data: 16/10/2017
Título: Conselheiro tutelar aciona o Ministério Público por considerar abusivo vídeo da UFJF
Resumo: O Ministério Público Federal recebeu a denúncia do Conselho Tutelar que considerou abusivo o vídeo postado pela UFJF para o mês das crianças. Para o conselho o material fere o Estatuto da Criança e do Adolescente e o Plano Municipal da Educação.
— —
Veículo: G1
Editoria: Zona da Mata – MG
Data: 16/10/2017
Título: UFJF se posiciona após polêmica com vídeo institucional
Resumo: Em vídeo publicado no site do G1 Zona da Mata, o diretor de imagem institucional da UFJF Márcio Guerra esclarece que o vídeo feito pela drag queen Femminino faz parte de um projeto da Diretoria de Imagem Institucional da UFJF, e que nesse mês de outubro o vídeo foi feito com os alunos do Colégio de Aplicação João XXIII, por conta do mês das crianças. Guerra defende também que o vídeo defende a posição da UFJF de ser uma universidade inclusiva, diversa e com respeito a todas as diferenças.
— —
Veículo: Tribuna de Minas
Editoria: Cidade
Data: 16/10/2017
Título: Vídeo da UFJF que toca em questão de gênero gera repercussão nacional
Mais uma enxurrada de comentários em torno da discussão de gênero invadiu as redes sociais a partir de um vídeo publicado pela UFJF em homenagem ao Dia das Crianças. Na gravação, publicada acima e intitulada “Na hora do lanche”, a drag queen Femmenino vai até o Colégio de Aplicação João XXIII saber dos alunos como estava a expectativa para o 12 de outubro e o que os estudantes estavam levando na merendeira. Em determinado trecho, a personagem vivida pelo artista performático Nino de Barros fala sobre não existir separação entre coisas e brinquedos de menino e de menina, fazendo um coro com os pequenos que isso é preconceito. Apesar de ocupar menos de 15 segundos da produção de pouco mais de 4 minutos, o trecho da conversa foi suficiente para gerar discursos inflamados contra a iniciativa.
Três dias depois da publicação oficial, ocorrida no dia 11, o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC) editou o vídeo e o postou em sua página no Facebook, colocando tarjas pretas com os dizeres: “Prestem atenção na canalhice que estão fazendo com nossas crianças”. Até a manhã desta segunda-feira (9), a postagem já tinha 719 mil visualizações, 13 mil curtidas, 6,8 mil comentários e 13 mil compartilhamentos. Enquanto isso, o vídeo na página da UFJF havia sido assistido em torno de 180 mil vezes.
Diante da repercussão, a universidade se posicionou em sua página oficial no Facebook: “Prezados e prezadas, apreciamos a discussão de ideias. As manifestações a respeito do vídeo certamente serão objeto de discussão e análise pelos responsáveis. Mas comentários homofóbicos, que contenham palavrões, injúria ou firam a política de comentários da página serão excluídos. Temos cópia de todos eles para não haver dúvidas sobre o procedimento adotado, como a exclusão das manifestações ‘tem de fuzilar’, ‘poderia jogar gasolina no próprio corpo’. #VaiTerDragSim.”
Resposta
Nino de Barros também não se deixou intimidar pelos comentários hostis, e na página do Femmenino divulgou no sábado outro vídeo rebatendo as críticas, acompanhado de um texto: “Queremos acabar com a família? Sim, mas apenas com um tipo de família, é um formato muito específico de família patriarcal, que mantém homens e mulheres presos em padrões do passado”. A drag esclareceu ter dito no vídeo “Na hora do lanche” sobre não existir separação entre brinquedos de meninos e de meninas e não sobre não existir meninos e meninas. Ela questionou por que isso seria um ataque à família tradicional brasileira e traçou um panorama histórico sobre os antigos padrões.
“A gente quer que meninos brinquem de boneca e cresçam para ser pais carinhosos, queremos que eles brinquem de vassourinha e dividam as tarefas da casa com suas mulheres. A gente quer que as meninas brinquem de carrinho, gritem, corram e tenham liberdade corporal para crescerem mulheres fortes e donas de si, que não continuem reproduzindo o papel da mulher indefesa que precisa de um macho alfa para protegê-la e sustentá-la. Nós queremos mostrar para as crianças que elas podem ser do jeito que elas quiserem, sem necessidade de continuar replicando as performances de gênero tão quadradas e sufocantes”, diz a nota. Uma das ícones da luta pelas causas LGBTTI no meio acadêmico e na cidade, a drag queen desabafou: “Difícil responder esse tanto de ódio, mas a gente não pode recuar nesse momento!”.
Nota oficial
Em nota divulgada pela assessoria de imagem institucional nesta segunda, a UFJF afirmou ter compromisso com uma educação pública, democrática, de qualidade e inclusiva, tanto nos seus cursos na educação superior quanto na educação básica. “O Colégio de Aplicação João XXIII é uma Unidade Acadêmica da UFJF vinculada ao sistema federal de colégios de aplicação e possui, em seu projeto político-pedagógico, o objetivo de assegurar ao educando a formação indispensável ao exercício efetivo da autonomia com a estruturação de uma sociedade justa e democrática.”
— —
Veículo: O Tempo
Editoria: Cidades
Data: 16/10/2017
Título: Vídeo de drag queen em escola de Juiz de Fora é alvo de ação no MPF
Um vídeo publicado no YouTube pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) no qual uma drag queen entrevista alunos do Colégio de Aplicação João XXIII sobre o Dia das Crianças é alvo de um pedido de providência do Conselho Tutelar da cidade ao Ministério Público Federal (MPF).
O documento, protocolado nesta segunda-feira (16) pelo conselheiro tutelar Abraão Fernandes, solicita ao MPF que a diretoria do colégio – vinculado à UFJF – e a drag queen sejam punidas porque desrespeitaram o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e o Plano Municipal de Educação de Juiz de Fora, sancionado pela prefeitura em março deste ano.
De acordo com Fernandes, o pedido de providência não questiona a presença da drag queen no colégio, nem a entrevista da artista com as crianças, mas sim o fato dela ter “disseminado a ideologia de gênero” entre os estudantes, o que desacata o ECA e o plano de educação do município.
A polêmica
Em um determinado momento do vídeo, depois de questionar as crianças sobre quais presentes elas gostariam de ganhar, e ouvir de uma menina “uma boneca” e de um menino “dois bonecos do Pokémon”, a drag queen afirmou dentro da sala de aula: “Vocês vão ficar repensando sobre essas coisas de menino e de menina, isso não existe, tá?”.
“O Conselho Tutelar não está questionando a presença da drag queen na escola. Ela tem o direito de ir e vir. O que contestamos é a forma como ela conduziu a gravação. No vídeo há uma nítida violação do ECA. A artista desrespeitou o artigo 22, pois aos pais incube, além do dever de sustento, guarda e educação dos filhos menores, o direito de resguardá-los quanto à transmissão de crenças e culturas próprias da família”, observou o conselheiro.
Para Fernandes, a drag queen tentou sobrepor o direito dos pais de educar os filhos ao ensiná-los que não existem brinquedos destinados a meninos e a meninas. “Ao todo, 13 pais de alunos entraram em contato comigo para reclamar sobre o que aconteceu no colégio. A drag queen não só feriu o ECA, como a própria lei municipal que proíbe nas escolas qualquer trabalho relacionado à ideologia de gênero. Ela e a própria diretoria, que permitiu essa situação, devem ser responsabilizadas criminalmente”, reiterou.
UFJF contesta conselheiro tutelar
Procurada pela reportagem, a assessoria de comunicação da UFJF ressaltou que não viu qualquer equívoco no trabalho realizado pela drag queen no vídeo publicado nas redes sociais e que o conselheiro tutelar distorceu os fatos no pedido de providência encaminhado ao MPF. Conforme a universidade, as próprias crianças disseram no vídeo que diferir brinquedos para meninos e meninas é preconceito e que essa seria uma “discussão ultrapassada”.
Segundo a UFJF, a drag queen, mais conhecida na cidade pelo nome artístico “Femmenino”, é estudante do curso de Artes e Design da universidade e trabalha como bolsista no programa institucional chamado “A Hora do Lanche” – foco da polêmica envolvendo o Conselho Tutelar. A assessoria explicou que a atração veiculada no YouTube é voltada para o público universitário.
“O vídeo é gravado uma vez por mês, com diversos temas. Assim como em agosto o foco do programa foi o Dia dos Pais, neste mês o tema foi o Dia das Crianças e, por isso, o Colégio João XXIII foi visitado, uma vez que é uma unidade da UFJF”, informou a assessoria.
O que diz o ECA
O artigo 22 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) – lei número 8.069, de 13 de julho de 1990 – diz o seguinte: “Aos pais incumbe o dever de sustento, guarda e educação dos filhos menores, cabendo-lhes ainda, no interesse destes, a obrigação de cumprir e fazer cumprir as determinações judiciais”.
E mais: “Parágrafo único. A mãe e o pai, ou os responsáveis, têm direitos iguais e deveres e responsabilidades compartilhados no cuidado e na educação da criança, devendo ser resguardado o direito de transmissão familiar de suas crenças e culturas, assegurados os direitos da criança estabelecidos nesta Lei. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)”.
O que diz o Plano Municipal de Educação
A Lei número 13.502, de Juiz de Fora, sancionada no dia 28 de março de 2017, diz o seguinte no artigo 2-A. “A promoção da cidadania e dos princípios do respeito aos direitos humanos e à diversidade não poderá sobrepor aos direitos dos pais à formação moral de seus filhos, nem interferir nos princípios e valores adotados ao ambiente familiar, conforme assegurado pela Convenção Americana dos Direitos Humanos, Constituição Federal de 1988, Código Civil Brasileiro e demais normas infraconstitucionais”.
— —
Veículo: G1
Editoria: Zona da Mata
Data: 16/10/2017
Título: Conselheiro tutelar aciona Ministério Público após fala de drag queen em vídeo institucional da UFJF
Um vídeo de um quadro da Diretoria de Imagem Institucional da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) se tornou alvo de um pedido de providência do conselheiro tutelar Abraão Fernandes, protocolado nesta segunda-feira (16) no Ministério Público Federal (MPF) em Juiz de Fora.
A argumentação é que uma fala da drag queen Femmenino, apresentadora do vídeo, durante visita ao Colégio de Aplicação João XXIII desrespeita o Estatuto da Criança e Adolescente (ECA) e o Plano Municipal de Educação, sancionado em março deste ano.
O vídeo “Na Hora do Lanche | Dia das Crianças“, que tem pouco mais de quatro minutos de duração, foi publicado no canal TV UFJF. “Outubro é o mês do Dia das Crianças e nossa Drag Queen institucional, Femmenino, foi até o C.A. João XXIII saber dos alunos como anda a expectativa para a data e, claro, saber o que os baixinhos estão levando na merendeira! “- Tá na hora do que??? – Do lanche!!!” Dá o play e chama na educação infantil ;)”
Em nota, a UFJF informou que a instituição tem compromisso com uma educação pública, democrática, de qualidade e inclusiva, tanto na educação superior quanto na educação básica. “O Colégio de Aplicação João XXIII é uma Unidade Acadêmica da UFJF vinculada ao sistema federal de colégios de aplicação e possui, em seu projeto político-pedagógico, o objetivo de assegurar ao educando a formação indispensável ao exercício efetivo da autonomia com a estruturação de uma sociedade justa e democrática”, diz o texto.
Confira abaixo o posicionamento da UFJF em vídeo com o diretor de Imagem Institucional, Márcio de Oliveira Guerra.
A Secretaria Municipal de Educação explicou, também em nota, qual é a atuação do Plano Municipal de Educação. “Conforme orientação do Ministério da Educação para a elaboração dos planos municipais, tais planos são caracterizados como do território, englobando todas as redes de ensino”, diz a nota.
Trecho contestado
Na quinta-feira (12), o conselheiro tutelar Abraão Fernandes publicou no perfil pessoal a íntegra do pedido de providências que iria apresentar ao Ministério Público Federal (MPF) pedindo a apuração da conduta da escola e da drag queen. A motivação é um trecho de cerca de 20 segundos, onde a drag queen está em uma sala de aula:
- Femmenino: “Vocês vão ficar aí pensando sobre essas coisas de menino e de menina. Isso nao existe”.
- Um menino (fora do microfone): “Isso é preconceito”
- (A drag se abaixa e fica na altura da criança): “Fala pra todo mundo, então. Esse negócio de menino e de menina é o quê?”
- Menino: “Preconceito”.
- Femmenino: “Viu, toma família brasileira. Vamos embora, gente”
No sábado (14), um trecho editado do vídeo foi compartilhado no perfil do deputado Jair Bolsonaro, chamando a atenção para o que chamou de “canalhice”.
— —
Veículo: Tribuna de Minas
Editoria: Concurso e Empregos
Data: 16/10/2017
Título: UFJF abre vagas para docentes em JF, Governador Valadares e Colégio João XXIII
A Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) está com inscrições abertas para o processo seletivo que vai contratar professores substitutos. São oferecidas 15 vagas, distribuídas entre os campi de Juiz de Fora, Governador Valadares e o Colégio de Aplicação João XXIII. A remuneração pode chegar a R$ 5.697,61, conforme a titulação do aprovado. Os interessados devem se inscrever diretamente nas unidades acadêmicas onde há oferta de vagas, até o dia 20 de outubro. Os endereços, assim como a documentação necessária para a inscrição, estão detalhados nos editais nº 32/2017 e nº 33/2017, disponíveis no site www.ufjf.br/concursos. Não há cobrança de taxa de inscrição.
Para o campus juiz-forano são oferecidas seis oportunidades nos departamentos de Artes e Design (1), Enfermagem Materno Infantil e Saúde Pública (2), Engenharia de Produção e Mecânica (1) e Nutrição (2). Outras seis vagas são destinadas para Governador Valadares nos departamentos de Economia (1), Fisioterapia (1), Letras (1) e Medicina (3). As inscrições devem ser feitas das 9h às 12h ou das 13h às 16h.
O edital de seleção para o Colégio de Aplicação João XXIII oferta três vagas para licenciados em Filosofia, História e Letras com habilitação em Língua Inglesa. Os interessados deverão se inscrever na própria instituição (Rua Visconde de Mauá, 300, Bairro Santa Helena) também no horário de 9h as 12h ou das 13h às 16h.
Provas
As provas serão realizadas entre 27 de outubro e 6 de novembro, de acordo com a vaga pretendida. O cronograma, assim como os locais de aplicação dos exames, podem ser consultados nos editais.
— —
Veículo: Tribuna de Minas
Editoria: Concurso e Empregos
Data: 16/10/2017
Título: Hospital Universitário da UFJF abre 73 vagas de residência médica
O Hospital Universitário da Universidade Federal de Juiz de Fora (HU/UFJF) divulgou edital com oferta de 73 vagas para residência médica em 28 programas. Os interessados devem se inscrever até a próxima quinta (19) pelo endereço www.aremg.org.br/processos-atuais. Podem concorrer candidatos graduados em Medicina e que já tiverem concluído ou irão concluir até março de 2018 residência credenciada pela Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM). Para cada programa, o candidato deverá efetuar uma inscrição no valor de R$ 160. A seleção constará de prova de conhecimentos médicos, agendada para 19 de novembro, e análise curricular. O resultado será divulgado em 30 de janeiro. O início das atividades dos programas está previsto para 1º de março de 2018.
— —
Veículo: Tribuna de Minas
Editoria: Política
Data: 16/10/2017
Título: Câmara discute moções de repúdio em caso de drag queen nesta terça-feira
A polêmica envolvendo o vídeo divulgado pelas redes sociais da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), em que a drag queen Femmenino visita o Colégio de Aplicação João XXIII também ecoou na Câmara Municipal nesta segunda-feira (16). Durante a primeira reunião ordinária do período legislativo de outubro, duas moções de repúdio apresentadas pelos vereadores André Mariano (PSC) e José Fiorilo (PTC) foram lidas e colocadas para apreciação do plenário. A votação, no entanto, acabou não ocorrendo por pedido de avulso de Roberto Cupolillo (Betão, PT), o que faz com que as propostas voltem a ser debatidas individualmente na ordem do dia desta terça-feira. Para justificar o adiamento da apreciação, Betão ressaltou a necessidade de se aprofundar os debates.
A moção de repúdio apresentado por Mariano é mais concisa e direcionada à direção do Colégio João XXIII. De acordo com o texto do dispositivo, o vereador considera que a instituição, escarneceu e desrespeitou a família tradicional. Segundo ele, o desrespeito se justifica pelo uso do que classifica como “ideologia de Gênero” e pela desconstrução de “valores éticos e morais das crianças. Já o texto apresentado por Fiorilo é mais longo e traz citações da Constituição Federal, da Convenção Americana de Direitos Humanos (CADH), do Código Civil, e dos planos nacional e municipal de Educação (PME) para repudiar os eventos realizados na instituição de ensino. Assim como Mariano, Fiorilo revelou entendimento de que houve apologia ao que também chama de “ideologia de gênero”.
Argumentos distintos
Os debates foram além dos dispositivos e beiraram a rispidez de argumentos em alguns momentos. Primeiro a falar durante o Pequeno Expediente, André Mariano afirmou que a UFJF e o João XXIII poderiam ter escolhido outra personagem para a atividade que integrava a semana de comemoração ao Dia das Crianças. “…mas levaram uma drag queen para chamar a atenção das crianças e fazer ali uma defesa da ‘ideologia de gênero”, condenou o parlamentar, antes de completar: “São informações contrárias a de vários pais. Coisas que ferem o ensino familiar. O papel da escola é de contribuir com o futuro e a formação vocacional das crianças.”
Após a fala de Mariano, Betão entrou na discussão defendendo que não existe qualquer tipo de teoria como a que os colegas de legislatura chamam de ideologia de gênero. “Isto não existe em lugar nenhum. Foi criado pela cabeça de deputados que o senhor (Mariano) segue. Deputados que atacam os direitos dos trabalhadores e usam disto para afastar a população das discussões mais importantes.” Betão lembrou ainda que Mariano a Fiorilo foram autores de emendas ao Plano Municipal de Educação (PME) que restringem o conceito de diversidade no sistema de ensino da cidade, minimizando o uso do texto como justificativa para as moções. “O plano foi considerado ilegal e inconstitucional pelo Conselho Municipal de Ensino (CME) exatamente por reduzir o conceito de diversidade a pessoas com deficiências físicas e mentais. Respeito tem que ser para todos, mas não é isto que o senhor quer quando restringe o plano.”
Por outro lado, Fiorilo minimizou os questionamentos sobre a constitucionalidade das emendas feitas por ele e Mariano ao PME, alegando ter se embasado em legislações vigentes. “Não são ideias aleatórias tiradas de minha cabeça. Citei a Constituição Federal, o Código Civil, o Estatuto da Criança e Adolescente (ECA)… Não entendo os questionamentos sobre sua legalidade.” Argumentos semelhantes foram utilizados para justificar a moção de repúdio. “Não é por que sou católico. Estaria aqui me manifestando contra isto mesmo que não fosse.”
Cuidados
Betão ainda leu alguns comentários feitos por usuários de redes sociais em postagens de André Mariano, questionando o vídeo da UFJF. Para o petista, o discurso do colega incitaria o ódio, visto que, em alguns posicionamentos, podia se observar até mesmo situações de incitação à violência. Após o apontamento feito por seu companheiro de Wanderson Castelar (PT) alertou aos colegas sobre a necessidade de se tomar cuidados para não alimentar um sentimento de beligerância crescente na sociedade. Presidente da Câmara, o vereador Rodrigo Mattos (PSDB) seguiu caminho semelhante ao destacar que o país atravessa um momento de intolerância e defendeu a necessidade do diálogo, do respeito e do debate democrático.
Como exemplo disto, citou a ocupação da Câmara na semana passada por manifestantes contrários ao aumento da tarifa dos ônibus que prestam serviço de transporte coletivo urbano na cidade. Rodrigo destacou que o fim da ocupação foi resolvida na base do diálogo. “Discordava frontalmente de alguns argumentos, mas tentava entender em busca de um consenso”, destacou. A postura do tucano durante a ocupação foi elogiada por vários vereadores.
— —
Veículo: Tribuna de Minas
Editoria: Esportes
Data: 16/10/2017
Título: Copa Bahamas ajusta tabela e realiza dois jogos nesta terça
Após fim de semana sem partidas por conta do feriado de Nossa Senhora Aparecida, na última quinta-feira (12), a Copa Prefeitura Bahamas de Futebol Amador volta a receber jogos pelos campos da cidade. Já nesta terça (17), dois confrontos ocorrem no campo do Cerâmica, a partir das 18h. No primeiro, o Ponto do EPI enfrenta o Botafogo pela categoria infantil. Logo depois é a vez de Uberabinha/UFJF e Bom de Bola atuarem. Segundo a organização, estes encontros foram marcados por ajustes na tabela.
O próximo fim de semana, dos dias 21 e 22, recebe novamente rodada completa de duelos, pela nona semana de jogos, com a previsão de mais eliminações e as consequentes definições de partidas pelas quartas de final da disputa adulta, a principal da Copa. O boletim com todos os compromissos agendados será divulgado pela Secretaria de Esporte e Lazer (SEL) nesta quarta (18), às 14h, e divulgado pela Tribuna na sexta (20).
— —
Veículo: Tribuna de Minas
Editoria: Esportes
Data: 16/10/2017
Título: Mesmo com derrota, Henrique Furtado vê amadurecimento do JF Vôlei
No sábado (14), o JF Vôlei estreou na Superliga Masculina 2017/2018 com derrota por 3 sets a 1 para o Minas Tênis Clube, parciais de 11/25, 22/25, 26/24 e 21/25 no ginásio da UFJF. Apesar do resultado, a atuação da equipe local foi reiterada pelo técnico Henrique Furtado e jogadores em função do aprendizado e do crescimento no decorrer do duelo. A maturidade demonstrada no confronto reflete, segundo o comandante, como deve ser a caminhada local no campeonato.
“A equipe tem muito a evoluir, só que precisa de tempo. O jogador mais velho do time desse ano tem oito anos a menos que o mais velho da equipe passada. É um grupo muito jovem e que vai precisar passar por essas experiências, provações, momentos difíceis em que eles têm que assumir o protagonismo e mudar o panorama do jogo. Por um momento, acho que conseguiram, e a cada partida vão melhorar. Essas experiências na Superliga são muito valiosas, o time está, talvez, longe de seu melhor jogo, mas fez uma partida muito digna e demonstra que está no caminho certo”, avalia Henrique.
Em quadra, o JF Vôlei iniciou a partida com o oposto Emerson Rodriguez, o levantador Felipe Hernandez, os ponteiros Leozinho e Rammé, os centrais Bruno e Franco Drago, e o líbero Juan Mendez. Ainda entraram o levantador Adami, o ponteiro improvisado como oposto Raphael, e os meios de rede Rômulo e Matheusão. Duas destas mudanças foram realizadas já no início da partida, quando o Minas abriu vantagem de 12 a 3 no primeiro parcial, diferença justificada por Henrique em avaliação do confronto.
“Há um tempo grande sem jogar a Superliga, houve um excesso de boa vontade de fazer as coisas muito bem feitas e não tivemos um primeiro set bom, com certa ansiedade. Depois, fomos colocando as coisas no lugar, buscamos um rendimento mais correto nos fundamentos, nos organizamos para o saque muito agressivo deles, e conseguimos nos equilibrar e atacar”, relata o técnico.
O Troféu Viva Vôlei acabou destinado a um juiz-forano, mas que defende o Minas. O oposto Felipe Roque recebeu a homenagem como melhor atleta em quadra. Do lado dos donos da casa, Leozinho e Raphael foram mais consistentes. O primeiro anotou, inclusive, 32 pontos na partida, com protagonismo sobretudo no terceiro set.
O JF Vôlei volta aos treinos nesta semana e possui novo embate pela competição no sábado (21), às 11h, contra o Montes Claros, fora de casa.
— —
Veículo: Tribuna de Minas
Editoria: Cultura
Data: 16/10/2017
Título: Festival Primeiro Plano abre inscrições para oficinas gratuitas
Estão abertas as inscrições para as oficinas da 16ª edição do Primeiro Plano – Festival de Cinema de Juiz de Fora e Mercocidades, que acontece entre os dias 23 e 28 de outubro, em Juiz de Fora. As adesões são gratuitas e podem ser feitas até a próxima sexta-feira (20), no site da mostra. As oficinas acontecem na Casa de Cultura da UFJF (Avenida Rio Branco, 3372, Alto dos Passos) e são destinadas a estudantes e profissionais da área de comunicação, cinema, artes ou a pessoas interessadas na temática.
Ao todo, 60 vagas são oferecidas ao público, que poderá escolher entre os temas “A Luz no Cinema”, “Atuação para Cinema” e “Direção de Arte”. Os espaços visam a discutir assuntos relacionados à produção cinematográfica, como a importância do diretor de artes e fotografia, descrever os equipamentos de iluminação e oferecer um recorte desde o período de preparação, ensaio e filmagem de uma cena.
O restante da programação do festival acontece no Cinemais Alameda (Rua Morais e Castro, 300, Alto dos Passos). Realizado desde 2002, o evento é uma oportunidade que o público tem de assistir aos filmes que estão fora do circuito comercial de cinema. Além de curtas e das oficinas, o festival exibe longas-metragens inéditos na cidade. A programação completa é gratuita e será divulgada ainda nesta semana.
Conheça das oficinas:
Oficina “Atuação para cinema”, com Rômulo Braga
24 a 27/10, das 9h às 12h, na Casa de Cultural da UFJF – 20 vagas
Objetivo: A oficina consiste em um recorte desde o período de preparação, ensaio e filmagem de uma cena. Buscando um paralelo do atuar com experiências subjetivas, na tentativa de transformar sentimentos e sensações em algo prático e funcional.
Rômulo Braga é brasiliense e vive em BH desde dezembro de 1992 onde começou a atuar. Com formação em grupos de teatro da capital mineira, fez sua primeira participação no cinema em 2006 no filme “Mutum” da diretora Sandra Kogut. Recentemente estreou os filmes “Joaquim” de Marcelo Gomes e “Elon Não Acredita na Morte” de Ricardo Alves Júnior.
Oficina “Direção de arte para cinema”, com Yves Moura
24 a 27/10, das 9h às 12h, na Casa de Cultura da UFJF – 20 vagas
Objetivo: Explicitar a importância do Diretor de Arte como um dos responsáveis, ao lado do Fotógrafo e do Diretor, pelos aspectos visuais e estéticos de um filme. Fornecer aos alunos uma noção geral sobre o processo de direção de arte para cinema, com enfoque no curta-metragem. A proposta é analisar e decupar junto com os alunos um roteiro de curta-metragem, de modo a apresentar de forma prática, todo o processo de pré-produção de um projeto. Serão utilizados trechos de filmes e materiais de projetos realizados para exemplificar e auxiliar na discussão dos temas apresentados.
Yves Moura nasceu no Rio de Janeiro em 1984. Formado em Cinema pela UNESA em 2008. É sócio da empresa Buendía Filmes. Atua no Mercado audiovisual como diretor e produtor de arte; tendo participado de inúmeros curtas-metragens, longas, filmes publicitários e videoclipes. Como produtor de arte participou da série “Acertos de Contas” de José Joffily, “Cê Faz o quê” de Julia Rezende a ainda da etapa brasileira de “Mister Maker Around the World”. Foi responsável pela direção de arte de diversos vídeos do canal PORTA DOS FUNDOS entre 2013 e 2015. Assina a direção de arte dos longas “O Último Virgem” de Rilson Baco e Felipe Bretas, “Paixão e Acaso” de Domingos de Oliveira, “1932 – a Medalha Esquecida.
Oficina “Direção de fotografia – Luz no cimema: teoria e prática”, com Tiago Scorza
25 a 27/10, das 9h às 13h, Casa de Cultura da UFJF – 20 vagas
Objetivo: De onde vem a fonte de luz que ilumina a cena? Qual a sua natureza, direção, intensidade e temperatura de cor? Partindo destes questionamentos, trabalhar o conceito de luz em cinema, exemplificando com imagens e trechos de filmes. Abordar as funções de um diretor de fotografia em uma produção, desde a preparação até a finalização. Descrever equipamentos de iluminação, ilustrando com fotos. Destacar a importância do tratamento de cor. Realizar aula prática em três momentos: 1. montagem de luz inicial e demonstração de conceitos básicos, como exposição; 2. situação em externa dia e suas especificidades; 3. iluminação de um mesmo cenário interno com três variações de luz: manhã de sol, dia nublado e noite.
Tiago Scorza é formado em Cinema pela UFF, atua como diretor, diretor de fotografia e câmera. Dirigiu vários curtas, com destaque para “O Som da Luz do Trovão” e “Com os Pés na Cabeça”, e um longa, o documentário “O Gigantesco Ímã”. Como diretor de fotografia e câmera realizou, entre outros, os longas metragens “Copa 181”, exibido recentemente no Festival do Rio, e “Notas sobre Passion”, o especial para TV “Manual Prático da Melhor Idade”, e os premiados curtas “O Nome do Dia” e “Hooji”, além dos documentários “Clementina de Jesus”, “Vidas Extraordinárias”, “Luto como Mãe”, “L.A.P.A.” e “Memória para Uso Diário”. Operou câmera em séries para televisão como “Detetives do Prédio Azul”, “220 volts” e “Gentalha”. Em festivais e mostras de cinema participou de debates, mesas e como jurado. Ministra oficinas de Realização de Filmes e Direção de Fotografia. Sócio da produtora carioca Aiuru Filmes.
— —
Veículo: Tribuna de Minas
Editoria: Política
Data: 17/10/2017
Título: Moções de repúdio a vídeo e à UFJF são retiradas de tramitação
As discussões relativas ao vídeo divulgado pela UFJF seguiram ecoando no plenário da Câmara pelo segundo dia consecutivo. Na noite desta terça-feira (17), as dependências da Casa foram ocupadas por manifestantes, a maioria contrária às duas moções de repúdio apresentadas pelos vereadores André Mariano (PSC) e José Fiorilo (PTC). Nelas os parlamentares questionam a instituição federal e o vídeo em que a drag queen Femmenino visita o Colégio de Aplicação João XIII. Após articulações realizadas pela Mesa Diretora, as notas acabaram retiradas, sem a necessidade de discussão destacada das propostas, pleito requerido por Roberto Cupolillo (Betão, PT). No caso do texto apresentado por Mariano, no entanto, a suspensão é temporária, e a moção ainda pode retomar tramitação e ser apreciada em plenário.
A despeito da suspensão da tramitação das moções, o clima permaneceu acirrado entre os presentes nos momentos que antecederam a reunião ordinária da Câmara, que chegou a ser interrompida por várias vezes. Por fim, diante dos ânimos exaltados, a sessão acabou sendo cancelada antes de algumas votações previstas para o dia e a realização de tribuna livre, que seria aberta ao presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais (Sinserpu), Amarildo Romanazzi.
Após suspensões
O presidente da Casa, o vereador Rodrigo Mattos (PSDB), afirmou que o intuito é o de buscar o diálogo com a UFJF e o João XXIII antes de colocar a moção de repúdio, agora suspensa temporariamente, em votação. Em conversa com a reportagem, Rodrigo reforçou atuação adotada pela Mesa em busca de abrandar ânimos e ampliar os debates. “Considero uma moção de repúdio como última instância.” As conversas internas resultaram na decisão de Fiorilo e de Mariano de retirarem as moções de tramitação. Assim, Rodrigo tem agenda institucional com o reitor da UFJF, Marcus David, definida para a tarde desta quarta-feira. Uma reunião entre representantes da universidade e parlamentares também deve ser marcada nos próximos dias.
Manifestação contra conselheiro
Antes mesmo da abertura dos trabalhos, a maioria dos presentes pedia o afastamento do conselheiro tutelar Abraão Fernandes. Já no início da sessão, as dependências da Câmara estavam ocupadas por manifestantes. Quando da chamada dos vereadores, André Mariano, José Fiorilo e Charlles Evangelista (PP) foram vaiados pela maior parte da audiência. Por outro lado, Roberto Cupolillo (Betão, PT) foi aplaudido. Durante a leitura dos requerimentos, Abraão apareceu na audiência do Palácio Barbosa Lima e foi recebido com vaias e acusado de racista pela maioria dos presentes.
Com a presença do conselheiro na plateia, os ânimos se exaltaram entre uma maioria que defendia conceitos de diversidades e um grupo menor contrário ao vídeo da UFJF. Os bate-bocas, inclusive, chegaram ao plenário, e a Mesa Diretora suspendeu a sessão pela primeira vez. Presidente da Câmara, Rodrigo Mattos (PSDB) chegou a pedir respeito às falas dos parlamentares. O tucano adiantou ainda que haveria informações importantes relacionadas aos pleitos dos manifestantes, já que, até aquele momento, apenas a retirada da moção apresentada por Fiorilo havia sido informada.
Na abertura da palavra aos vereadores, André Mariano foi o primeiro a falar. “A atividade promovida (no Colégio João XXIII) trouxe indignação aos pais de algumas famílias”, afirmou o parlamentar, antes de ser interrompido por vaias. Após reforçar que não concorda com o vídeo, o parlamentar do PSC revelou que iria acatar movimentação dos vereadores que defenderam a ampliação do debate antes de colocar o repúdio em votação. “Em respeito aos vereadores, retiro a moção temporariamente e aguardo que seja feita uma discussão com pais e professores.”
Provocações constantes
As retiradas das moções, em caráter definitivo ou temporário, não arrefeceram os ânimos e as provocações entre partes que defendem opiniões distintas se perpetuaram no plenário. Em um momento de maior embate, o grupo em que se encontrava o conselheiro tutelar Abraão Fernandes gritou o nome do deputado federal Jair Bolsonaro (PSC), no que foi prontamente rechaçado pela maioria aos gritos de “fascista”. O clima beligerante levou a sessão a ser interrompida novamente.
— —
Veículo: Tribuna de Minas
Editoria: Cidade
Data: 17/10/2017
Título: UFJF se manifesta pelo respeito à diversidade
Nesta terça-feira (17), a Diretoria de Imagem Institucional da UFJF, responsável pelo programa gravado no Colégio de Aplicação João XXIII, afirmou que ficou surpresa com a proporção tomada. Segundo a Diretoria, a Administração Superior da Universidade manifesta o total apoio ao trabalho desenvolvido por Nino de Barros, que se apresenta como a drag queen Femmenino, e ratifica a política voltada para uma educação cada vez mais inclusiva e de respeito à diversidade. A UFJF tem compromisso com uma educação pública, democrática, de qualidade e inclusiva, tanto nos seu cursos na educação superior quanto na educação básica.
Sobre as duas moções de repúdio que chegaram a ser apresentadas na Câmara pelos vereadores André Mariano (PSC) e José Fiorilo (PTC) contra o João XXIII, a UFJF ressaltou que o colégio é uma unidade acadêmica da UFJF vinculada ao sistema federal de colégios de aplicação e possui, em seu projeto político-pedagógico, o objetivo de assegurar ao educando a formação indispensável ao exercício efetivo da autonomia com a estruturação de uma sociedade justa e democrática.
Em nota, a direção do Colégio de Aplicação João XXIII, informou que educar para a diversidade significa estímulo ao reconhecimento de que somos diferentes e que respeitar as diferenças, sejam elas quais forem, é a alternativa para a construção de uma sociedade mais fraterna e tolerante.
A Secretaria de Estado de Direitos Humanos, Participação Social e Cidadania (Sedpac) de Minas Gerais também manifestou seu apoio à UFJF, ao Colégio de Aplicação João XXIII, ao artista Nino de Barros e aos demais envolvidos na atividade intitulada “A hora do lanche”, divulgada no dia 11 de outubro de 2017. “O termo “ideologia de gênero”, citado para tentar criminalizar a ação da drag queen Femmenino, é utilizado impropriamente por forças políticas retrógradas com objetivo de desqualificar esse importante conteúdo de ensino. Longe de ser ideologia, o gênero é fenômeno social observável, importante objeto de estudo nas mais diversas áreas das ciências sociais e humanas, designando os papéis sociais atribuídos a homens e mulheres.
A Sedpac reitera que o Estado brasileiro ao ratificar junto à Organização das Nações Unidas (ONU) a Convenção de Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Contra a Mulher, comprometeu-se a “modificar os padrões socioculturais de conduta de homens e mulheres, com vistas a alcançar a eliminação dos preconceitos e práticas consuetudinárias e de qualquer outra índole que estejam baseados na ideia de inferioridade ou superioridade de qualquer dos sexos ou em funções estereotipadas de homens e mulheres”. A discussão de gênero nas escolas, portanto, é medida imprescindível a ser tomada para cumprir a obrigação internacional de direitos humanos.”
Sequência de trabalho como drag
Segundo Nino de Barros, que foi atacado em seu perfil pessoal e na página da drag queen “Femmenino”, em reunião com o reitor da UFJF, Marcus David, foi assegurado que a instituição lhe daria todo respaldo jurídico que viesse a ser necessário. “Estou recolhendo alguns prints de ameaças para tentar fazer um boletim de ocorrência ou, pelo menos, arquivar, por segurança”, diz ele, que, apesar de sentir a negatividade dos comentários, garante que não interromperá seu trabalho como drag queen. “Não costumo me abater, nem me ofender. Sinto a vibração ruim coletiva, mas isso não vai interferir na minha vontade de fazer o que faço e nem de lutar por igualdade.”
Em seu Facebook, a mãe de Nino, Cacá Martins de Barros, manifestou seu apoio ao filho e o orgulho que tem dele, defesa que Nino considera importante para argumentar contra o preconceito. “Isso deixa muito claro que tenho família, ter uma estrutura familiar de apoio não é privilégio de heteros, de cis, da classe média e de branco. Onde tem amor e não existe imposição de padrões existe isso.”
Preconceitos reproduzidos impunemente
Para a professora Giovanna Castro, militante em diversas iniciativas ligadas ao movimento negro e feminista, e uma das idealizadoras do projeto “Soul Black”, voltado para a prática da Lei 10.639/2003, que versa sobre o ensino da história e cultura afro-brasileira e africana nas escolas, ataques racistas, homofóbicos, misóginos e discriminatórios em geral, sobretudo na internet, são mais que sintomáticos, mas sim, como diz ela, “epidêmicos”. “No Brasil atual, todas as vezes em que há uma discordância teórica ou argumentativa, manifesta-se toda forma de discriminação, transformando a discussão em desacato pessoal, e aí ataca-se a cor, a orientação sexual, o gênero. Deixa de ser um questionamento sobre o que se diz para se tornar um ataque baseado na pergunta ‘quem você é para discordar de mim e falar comigo assim?”, expõe a ativista . “A resposta nunca é hierarquizada pelo que a vítima diz. Não se responde à ideia, mas ao corpo que a emite, e ataca-se, por isso, o corpo negro, o da mulher, o corpo do homossexual”, destaca.
Na visão de Giovanna, em nome de uma suposta defesa da liberdade de expressão, preconceitos, opressões e discriminações têm sido reproduzidos impunemente. “O argumento ‘é minha opinião’ é negligente com a ação de violentadores, opressores e algozes. Por conta desta suposta manifestação de ‘opinião’, ninguém se reconhece como agressor, mas temos vítimas todos os dias. Nenhum posicionamento político (num sentido muito mais amplo que o partidário) é indestrutível. Ser mulher negra, ser drag queen, são posicionamentos políticos e de resistência e qualquer pensamento que afete as possibilidades de saúde, segurança, bem-estar e existência de alguém com seu corpo político não é questão de liberdade de expressão.”
A professora orienta que vítimas de casos de racismo e outras manifestações de discriminação procurem apoio de instituições representativas como coletivos, e também tomem as providências legais, registrando ocorrência. “É preciso buscar as prerrogativas enquanto cidadão. Ataques fazem com que as vítimas tenham medo de falar, de opinar e serem desconsideradas pelo que dizem, mas, ao contrário, por aquilo que são, por sua raça, gênero, orientação sexual. Este medo leva a um adoecimento, a um pânico de interações sociais por temor de novos ataques pessoais.”
Movimento Gay de Minas também se manifesta
Em nota pública, o Movimento Gay de Minas (MGM) e o PDT/Diversidade da cidade Juiz de Fora ressaltou que aplaude e apoia a UFJF pelo vídeo institucional sobre o Dia das Crianças, do Projeto “Hora do lanche”, apresentado pelo artista Nino de Barros e produzido nas dependências do Colégio de Aplicação João XXIII. O texto destaca: “entendemos que é função das universidades e escolas, sobretudo as escolas públicas, promoverem o desenvolvimento do pensamento crítico sobre as questões sociais, econômicas, de cidadania e direitos humanos entre seus alunos, acadêmicos e formandos. O Brasil é campeão de assassinatos de pessoas em razão de sua orientação sexual e a discussão de igualdade de gênero é fundamental nos ambientes escolares, familiares e sociais. Nesse sentido, está de parabéns a UFJF por exercer, de forma competente, o seu papel de educadora e promotora do debate de temas atuais, históricos e fundamentais de nossa sociedade”.
O MGM também lamenta que “pessoas usando de suas funções públicas se utilizem dessa posição para fomentar o ódio, a discórdia e um debate falacioso, populista e sensacionalista. Queremos um país de cidadãos livres. Repudiamos toda forma de censura, seja ela artística, social ou de direitos humanos”. A nota ainda aproveita para convocar a comunidade LGBT a pensar essas questões na hora do voto, uma vez que as eleições se aproximam, e o voto pode mudar essa situação. O MGM também colocou à disposição o seu projeto de Assessoria Jurídica ao artista Nino de Barros caso se faça necessário.
— —
Veículo: Tribuna de Minas
Editoria: Cidade
Data: 17/10/2017
Título: Vídeo de drag queen em escola provoca polêmica
Uma grande polêmica envolvendo a UFJF, o Colégio de Aplicação João XXIII, a drag queen Femmenino e um conselheiro tutelar de Juiz de Fora mobilizou a internet, causando reação de movimentos sociais, da OAB Juiz de Fora, da Câmara Municipal e da Prefeitura. Tudo começou depois que um vídeo publicado pela universidade em homenagem ao Dia das Crianças foi ao ar. Na gravação intitulada “Na hora do lanche”, o artista performático Nino de Barros, que incorpora a drag queen Femmenino, vai até o Colégio de Aplicação João XXIII saber dos alunos como estava a expectativa para o 12 de outubro e o que os estudantes estavam levando na merendeira. Em determinado trecho do vídeo, a personagem fala sobre não existir separação entre coisas e brinquedos de menino e de menina, fazendo um coro com os pequenos de que isso é preconceito. Apesar de ocupar menos de 15 segundos da produção de pouco mais de 4 minutos, o trecho da conversa foi suficiente para gerar discursos inflamados contra a iniciativa. Três dias depois da publicação oficial, ocorrida no dia 11, o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC) editou o vídeo e o postou em sua página no Facebook, colocando tarjas pretas com os dizeres: “Prestem atenção na canalhice que estão fazendo com nossas crianças”. Até a manhã desta segunda-feira (16), a postagem já tinha 719 mil visualizações, 13 mil curtidas, 6,8 mil comentários e 13 mil compartilhamentos. Enquanto isso, o vídeo na página da UFJF havia sido assistido em torno de 180 mil vezes.
Diante da repercussão do caso, a universidade se posicionou em sua página oficial no Facebook: “Prezados e prezadas, apreciamos a discussão de ideias. As manifestações a respeito do vídeo certamente serão objeto de discussão e análise pelos responsáveis. Mas comentários homofóbicos, que contenham palavrões, injúria ou firam a política de comentários da página serão excluídos. Temos cópia de todos eles para não haver dúvidas sobre o procedimento adotado, como a exclusão das manifestações ‘tem de fuzilar’, ‘poderia jogar gasolina no próprio corpo’. #VaiTerDragSim.”
Já Nino de Barros não se deixou intimidar pelos comentários hostis, e, na página do Femmenino, divulgou, no sábado, outro vídeo rebatendo as críticas, acompanhado de um texto: “Queremos acabar com a família? Sim, mas apenas com um tipo de família, que mantém homens e mulheres presos em padrões do passado.” A drag esclareceu ter dito no vídeo “Na hora do lanche” sobre não existir separação entre brinquedos de meninos e de meninas e não sobre não existir meninos e meninas. Ela questionou por que isso seria um ataque à família tradicional brasileira e traçou um panorama histórico sobre os antigos padrões. “A gente quer que meninos brinquem de boneca e cresçam para ser pais carinhosos, queremos que eles brinquem de vassourinha e dividam as tarefas da casa com suas mulheres. A gente quer que as meninas brinquem de carrinho, gritem, corram e tenham liberdade corporal para crescerem mulheres fortes e donas de si, que não continuem reproduzindo o papel da mulher indefesa que precisa de um macho alfa para protegê-la e sustentá-la. Nós queremos mostrar para as crianças que elas podem ser do jeito que elas quiserem, sem necessidade de continuar replicando as performances de gênero tão quadradas e sufocantes”, diz a nota. Uma das ícones da luta pelas causas LGBTTI no meio acadêmico e na cidade, a drag queen desabafou: “Difícil responder esse tanto de ódio, mas a gente não pode recuar nesse momento!”.
Conselheiro entra com representação no Ministério
Nesta segunda-feira, o conselheiro tutelar Abraão Fernandes entrou com uma representação no Ministério Público Federal pedindo que seja verificada a conduta da drag queen e da direção do colégio de Aplicação João XXIII. Em sua página oficial no Facebook, Abraão afirma que o vídeo faz apologia à ideologia de gênero e seu conteúdo deseja desconstruir o que foi ensinado pelos pais, “ferindo de morte um dos direitos fundamentais dos pais e responsáveis”. O conselheiro diz, ainda, que, quando Nino se refere à família brasileira de forma pejorativa, irônica e desrespeitosa, a drag não apenas fere as famílias, mas também as crianças que ali estão, já que estas são integrantes da família e, como sujeitos de direitos, devem ser reconhecidos e respeitados.
Abraão defende que “aos pais incumbe o dever de sustento, guarda e educação dos filhos menores” e que educar é bem mais amplo do que simplesmente sustentar, ultrapassa a esfera econômica atingindo questões psicológicas, sociais, religiosas, afetivas, implicando a formação integral do ser como uma pessoa crítica, participativa, política e valorizada em todas as suas potencialidades, sendo responsabilidade da família repassar para as crianças informações sobre os temas mencionados. “A promoção da cidadania e dos princípios do respeito aos direitos humanos e à diversidade não poderá se sobrepor aos direitos dos pais à formação moral de seus filhos, nem interferir nos princípios e valores adotados ao ambiente familiar, conforme assegurado pela Convenção Americana dos Direitos Humanos, Constituição Federal de 1988, Código Civil Brasileiro e demais normas infraconstitucionais. ” (…) Vejo com extrema preocupação essa ingerência estatal crescente no seio da família, entretanto algo que precisa ser esclarecido é que existem leis aprovadas que vão à contramão desta “evolução cultural”, e que garante aos pais o direito de educar os seus filhos e de recorrer judicialmente caso o Estado extrapole os limites legais. Assim, é urgente o combate à ideologia de gênero que, com a noção de igualdade de gênero e o incentivo às relações homoparentais, coloca em risco as diferenças sexuais que possuem função estruturante no desenvolvimento psíquico da criança. O grande dano provocado pela ideologia de gênero consiste em subverter os papéis sociais atribuídos a cada sexo, que reafirmam e consolidam a identidade sexual. Esse dano vai muito além de um desvio dos desejos heterossexuais, de uma estética corporal ou até mesmo de uma revolução dos costumes. Ele chega, na verdade, às raias de uma confusão mental deliberada. Ora, assim como não cabe exigir de uma criança que ela corra antes da fase do engatinhar, também não se deve esperar que uma criança compreenda e assimile a homossexualidade num momento em que ela ainda está construindo a sua identidade sexual por meio da elaboração das diferenças entre os sexos”, afirmou.
Moções de apoio
Ainda na segunda-feira, uma moção de apoio à UFJF e ao Colégio de Aplicação João XXIII foi publicada pelo Sindicato dos Trabalhadores Técnico-Administrativos em Educação das Instituições Federais de Ensino de Juiz de Fora (Sintufejuf). “O Sintufejuf vem a público manifestar seu integral apoio à UFJF, ao João XXIII e ao aluno da UFJF, Nino de Barros, e aqueles e aquelas que idealizaram e produziram o vídeo intitulado “Na hora do lanche – especial Dia das Crianças” gravado nas dependências do colégio. Na avaliação do Sintufejuf e de sua base, o referido conteúdo audiovisual sinaliza que a Universidade vem cumprindo seu papel de instituição educadora, cujo objetivo é oferecer educação pública de qualidade e socialmente referenciada. Ao conferir visibilidade a um de seus talentosos estudantes que interpreta a personagem Femmenino, uma drag queen, a UFJF faz-nos refletir sobre a necessidade de desconstrução dos modelos estereotipados de gênero, sobre a cultura do machismo e suas violências contra as mulheres; e, sobretudo, a cerca da necessidade de combate às discriminações sofridas por lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e intersexuais, a LGBTfobia.”
As Comissões de Direitos Humanos e Cidadania da OAB/JF e de Defesa dos Direitos das Crianças, Adolescentes e Jovens da OAB/JF também se manifestaram a favor da UFJF, do Colégio João XXIII e do artista. “Fomentar reflexão sobre gênero nas escolas é contribuir para a desconstrução da cultura do machismo, que produz das mais diversas violências contra as mulheres, desde a mais tenra idade; para o combate à LGBTfobia, que mata diariamente seres humanos no Brasil; é contribuir para o reconhecimento da diversidade e respeito aos direitos humanos. Trata-se de construir uma educação socialmente referenciada; de observar normas constitucionais como o art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. (…) Omitir-se quanto aos domínios inteiros da vida, quanto à diversidade que marca as vivências humanas é uma escolha, ideológica (na medida em que não há neutralidade), perigosa, ofensiva ao pluralismo, ao direito de aprender a partir de variadas perspectivas”, diz a nota.
Câmara debate moções de repúdio
A polêmica envolvendo o vídeo divulgado com a drag queen Femmenino também ecoou na Câmara Municipal nesta segunda-feira (16). Durante a primeira reunião ordinária do período legislativo de outubro, duas moções de repúdio apresentadas pelos vereadores André Mariano (PSC) e José Fiorilo (PTC) foram lidas e colocadas para apreciação do plenário. A votação, no entanto, acabou não ocorrendo por pedido de avulso de Roberto Cupolillo (Betão, PT), o que faz com que as propostas voltem a ser debatidas individualmente na ordem do dia desta terça-feira. Para justificar o adiamento da apreciação, Betão ressaltou a necessidade de se aprofundar os debates.
A moção de repúdio apresentado por Mariano é mais concisa e direcionada à direção do Colégio João XXIII. De acordo com o texto do dispositivo, o vereador considera que a instituição escarneceu e desrespeitou a família tradicional. Segundo ele, o desrespeito se justifica pelo uso do que classifica como “ideologia de gênero” e pela desconstrução de “valores éticos e morais das crianças. Já o texto apresentado por Fiorilo é mais longo e traz citações da Constituição Federal, da Convenção Americana de Direitos Humanos (CADH), do Código Civil e dos planos nacional e municipal de Educação (PME) para repudiar os eventos realizados na instituição de ensino. Assim como Mariano, Fiorilo revelou entendimento de que houve apologia ao que também chama de “ideologia de gênero”.
Jovem acusa conselheiro de racismo
Foi em meio a toda essa polêmica que a formanda do curso de Artes e Design da UFJF, Mariana Martins, amiga de Nino, conheceu o perfil do conselheiro tutelar Abraão Fernandes no Facebook. Ela diz que questionou a postura dele quanto a temas da atualidade, como a redução da maioridade penal, e que, diante de suas colocações, teria sido insultada por Abraão Fernandes. Como “prova” da conversa que afirma ter mantido com ele inbox, Mariana mostra um post atribuído ao conselheiro no qual ela o questiona e diz que ele é um “exemplo de bosta” para crianças e adolescentes. Mariana recebeu em resposta o seguinte texto: “Olá, não nos tornamos exemplos de bostas. Quem tem cor de bosta é você. O que mais você esconde nessa cabeça aí? Um monte de coisas, né…menos um pente e champô…vai se cuidar garota.”
A frase causou indignação na família de Mariana, que registrou um boletim de ocorrência contra Abraão por crime de racismo. “Abraão estava incitando a violência, com discurso de ódio, usando a prerrogativa da defesa da família. Para mim, não faz mais diferença se ele é a favor ou não do vídeo do Nino. Um conselheiro tutelar não pode ser racista e nem incitar a violência em relação à diversidade”, afirmou a jovem de 25 anos.
O conselheiro tutelar, no entanto, negou ter feito o post e sugeriu que ele pode ter sido montado. “Isso nada mais é do que uma manifestação no sentido de me desqualificar, no sentido de dizer: olha quem está criticando a ideologia de gênero: um machista, homofóbico, racista, que é o discurso deles, né? Quem disse que eu falei? Print é construído. Eu não tive, em nenhum momento, diálogo com essa menina, não sei nem quem é, nem o nome dela. Eu jamais, em hipótese nenhuma, iria falar dessa maneira, porque eu nem sabia o teor, estou sabendo agora pela reportagem. Queixa crime qualquer um pode fazer. Vou apresentar minha defesa e mostrar quem está com a verdade. Não disse isso, é uma tentativa de me desqualificar perante a sociedade. Não tive acesso a ela. E, mesmo que tivesse, eu não diria nada semelhante. Eu respeito a diversidade, respeito as religiões de matriz africana, tenho descendência, não tinha porque agir assim”, afirmou, alegando que o público que ele atende, em sua maioria, é exatamente o negro.
Procedimento apuratório
Em nota, a Prefeitura informou que repudia toda e qualquer forma de racismo e desrespeito às pessoas e que Abraão pode vir a ser punido. “A Prefeitura de Juiz de Fora repudia toda e qualquer forma de racismo e desrespeito às pessoas. Os conselheiros tutelares são regidos no âmbito municipal pela Lei 9666/99 que, em seu artigo 39, diz: aplicam-se aos conselheiros tutelares, naquilo que não forem contrárias ao disposto nesta Lei ou incompatíveis com a natureza temporária do exercício da função, as disposições do Estatuto dos Servidores Públicos do Município e da legislação correlata referentes ao direito de petição e ao processo administrativo disciplinar”, afirmou. Segundo a administração municipal, os Conselhos Tutelares têm o apoio da Secretaria de Desenvolvimento Social (SDS) nas áreas logística e administrativa, porém, por serem eleitos democraticamente, por voto direto da população, possuem autonomia no exercício de suas funções. “Diante da publicização do caso em questão, determinou-se a abertura de procedimento apuratório. Em casos gerais de transgressões à lei, denúncias podem ser formalizadas para a SDS, que encaminhará o caso à Secretaria de Administração e Recursos Humanos (SARH) para abertura de sindicância ou até mesmo processo administrativo disciplinar para apuração dos fatos”, informou.
Guardião da lei
Para o doutor em educação e consultor em políticas públicas Rudá Ricci, “um conselheiro tutelar não é uma pessoa física, mas representa uma instituição. Ao ser eleito e nomeado conselheiro, ele é pago com recurso público. O que está acontecendo no Brasil é um relaxamento do autocontrole. Estamos nos infantilizando, nos tornando incapazes de nos conter. Um conselheiro é um guardião da lei”, analisa.
Segundo Rudá, o episódio confirma que o Brasil precisa discutir o processo eleitoral em todos os níveis, inclusive na escolha de conselheiros tutelares e até diretores de escolas.
Já Mariana disse que não recuará. “Farei a denúncia na Secretaria de Desenvolvimento Social. Eu tenho os posts. O conselheiro pode dizer o que quiser”, reiterou a jovem.
— —
Veículo: G1
Editoria: Zona da Mata – MG
Data: 17/10/2017
Título: Polícia Civil apura denúncia de injúria racial envolvendo conselheiro tutelar e estudante em Juiz de Fora
A Polícia Civil e a Prefeitura de Juiz de Fora abriram procedimentos para apurar a denúncia de um possível caso de injúria racial envolvendo um conselheiro tutelar e uma estudante negra em Juiz de Fora. A jovem Mariana Cristina Dias Martins, de 25 anos, acusa Abraão Fernandes de ter enviado uma mensagem privada após uma discussão em uma rede social, onde ele diz que ela tem “cor de bosta”. Ela registrou uma ocorrência na noite desta segunda-feira (16), na Polícia Militar (PM).
O G1 entrou em contato com o conselheiro, que disse que não vai se manifestar enquanto não for notificado oficialmente sobre a acusação.
De acordo com a ocorrência, a estudante contou que entrou em uma discussão entre várias pessoas em uma rede social e que o conselheiro tutelar a enviou uma mensagem privada dizendo que “ela tinha cor de bosta e que ela deveria se cuidar melhor pois devia esconder um monte de coisas na cabeça de menos pente e xampu”, conforme o relato.
A estudante afirmou que tem provas materiais do ocorrido. Ela foi orientada a pegar uma cópia para solicitar outras providências. De acordo com a assessoria da Polícia Civil, o caso foi encaminhado para a 1ª Delegacia, no Bairro São Mateus. O delegado Luciano Vidal informou que Martins foi ouvida na manhã desta terça-feira (17) e que foi aberto inquérito para apurar a denúncia.
Diante da divulgação do caso, a Prefeitura de Juiz de Fora divulgou uma nota repudiando comportamentos desrespeitosos e informando que determinou a abertura de procedimento apuratório sobre a denúncia.
“Os Conselheiros Tutelares são regidos no âmbito municipal pela Lei 9.666, de 1999 que, em seu artigo 39, diz: ‘Aplicam-se aos conselheiros tutelares, naquilo que não forem contrárias ao disposto nesta Lei ou incompatíveis com a natureza temporária do exercício da função, as disposições do Estatuto dos Servidores Públicos do Município e da legislação correlata referentes ao direito de petição e ao processo administrativo disciplinar'”, conforme a nota.
Ainda segundo o Executivo, os Conselhos Tutelares têm o apoio da Secretaria de Desenvolvimento Social (SDS) nas áreas logística e administrativa, mas possuem autonomia no exercício de suas funções, por serem eleitos democraticamente. Em casos gerais de transgressões à lei, a Prefeitura orienta que as denúncias sejam formalizadas na SDS, que encaminhará o caso à Secretaria de Administração e Recursos Humanos (SARH) para abertura de sindicância ou até mesmo processo administrativo disciplinar para apuração dos fatos.
De acordo com o Código Penal, a pena para casos de injúria racial é de um a três anos de reclusão e multa “se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião, origem ou a condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência”, conforme a redação atualizada em 2003.
Polêmica com vídeo da UFJF
Nesta segunda, o conselheiro tutelar protocolou no Ministério Público Federal (MPF) um pedido de providencia sobre um vídeo de um quadro da Diretoria de Imagem Institucional da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) em que uma drag queen visita o Colégio de Aplicação João XXIII em uma ação em comemoração ao Dia das Crianças.
Segundo a denúncia, no vídeo há desrespeita ao Estatuto da Criança e Adolescente (ECA) e ao Plano Municipal de Educação, sancionado em março deste ano.
O vídeo “Na Hora do Lanche | Dia das Crianças”, que tem pouco mais de quatro minutos de duração e foi publicado no canal TV UFJF. “Outubro é o mês do Dia das Crianças e nossa Drag Queen institucional, Femmenino, foi até o C.A. João XXIII saber dos alunos como anda a expectativa para a data e, claro, saber o que os baixinhos estão levando na merendeira! “- Tá na hora do que??? – Do lanche!!!” Dá o play e chama na educação infantil ;)”, diz a chamada.
Em nota, a UFJF informou que tem compromisso com uma educação pública, democrática, de qualidade e inclusiva, tanto na educação superior quanto na educação básica. “O Colégio de Aplicação João XXIII é uma Unidade Acadêmica da UFJF vinculada ao sistema federal de colégios de aplicação e possui, em seu projeto político-pedagógico, o objetivo de assegurar ao educando a formação indispensável ao exercício efetivo da autonomia com a estruturação de uma sociedade justa e democrática”, diz o texto.
A Secretaria Municipal de Educação explicou, também em nota, qual é a atuação do Plano Municipal de Educação. “Conforme orientação do Ministério da Educação para a elaboração dos planos municipais, tais planos são caracterizados como do território, englobando todas as redes de ensino”, conforme a nota.
Na quinta-feira (12), Fernandes publicou no perfil pessoal a íntegra do pedido de providências que iria apresentar ao MPF. A motivação dele é um trecho de aproximadamente 20 segundos, onde a drag queen está em uma sala de aula. O diálogo é o seguinte:
Femmenino: “Vocês vão ficar aí pensando sobre essas coisas de menino e de menina. Isso nao existe”
Um menino (fora do microfone): “Isso é preconceito”
(A drag se abaixa e fica na altura da criança): “Fala pra todo mundo, então. Esse negócio de menino e de menina é o quê?”
Menino: “Preconceito”
Femmenino: “Viu, toma família brasileira. Vamos embora, gente”
OAB manifestou apoio à UFJF
Em nota publicada na tarde desta segunda, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e de Defesa das Crianças, Adolescentes e Jovens da OAB de Juiz de Fora declararam apoio ao material produzido pela UFJF e afirmaram que fomentar a reflexão sobre gênero nas escolas é contribuir para a desconstrução da cultura do machismo, para o combate à LGBTfobia e para o reconhecimento da diversidade e respeito aos direitos humanos.
— —
Veículo: Rede Globo
Editoria: TV Integração
Data: 17/10/2017
Título: Integração Criança: brincadeiras e música animam o ‘Dia das Crianças’ em Juiz de Fora
O “Dia das Crianças” foi de festa em Juiz de Fora. A cidade recebeu mais uma edição do “Integração Criança”, projeto desenvolvido pela TV Integração. O evento ocorreu na Praça Cívica da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) , com diversas atividades não só para o público infantil, mas para toda a família. Cerca de 10 mil pessoas marcaram presença no evento.
Cerca de 20 parceiros se uniram ao evento para proporcionar atividades de lazer, esporte, cultura e saúde. As crianças tiveram inúmeras opções, como a recreação infantil, ping-pong, totó, escorregador inflável, futebol de sabão, entre outros. A música ficou por conta das bandas infantis Trupicada e Abracadabra, além da banda do Exército. Todo lucro obtido com a venda de lanches e refrescos foi revertido para instituições beneficentes.
Em estandes de saúde, participantes podiam aferir a pressão e receber orientações sobre saúde bucal e alimentação saudável. Um dos projetos de extensão da UFJF presentes, o “Comida e Diversão, por que não?”, apresentava às crianças os benefícios da boa alimentação de forma lúdica e alternativa.
Dentro da campanha Outubro Rosa, de prevenção ao câncer de mama, o ônibus da Ascomcer, o Ascomóvel, disponibilizou ao público feminino adulto exames clínicos de mama e informações sobre como prevenir e combater os cânceres de mama e colo de útero, bem como agendamentos de mamografia no hospital.
— —
Veículo: Tribuna de Minas
Editoria: Cultura
Data: 17/10/2017
Título: Grupo Divulgação estreia a peça ‘1894 – O Major’
”1894 – O Major” é o novo espetáculo do Grupo Divulgação, da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), que estreia na quarta-feira (18), às 20h30, com apresentações de quarta a domingo, no Forum da Cultura da UFJF. O texto de Arthur Azevedo, em versão dirigida por José Luiz Ribeiro, retrata uma série de acontecimentos que se relacionam com o Brasil de hoje. “A peça traz uma grande proximidade com o tempo em que nós estamos vivendo hoje. Em um primeiro momento, temos conflitos entre monarquistas e republicanos, temos pessoas lutando pela sobrevivência diante das balas perdidas, ou seja, um retrato que apresenta uma semelhança com o Rio de Janeiro nos tempos de hoje’, explica José Luiz.
A trama apresenta também uma família que deseja ficar rica porém sem trabalho, apostando no jogo de bicho, o jovem fanático que vem de Campos para conhecer o Major e acaba sendo o instrumento de Pacífica, a representante da paz, para, através da sedução amorosa, tirar a Politicagem de seu objetivo maior.
“Outra figuração é o papel da imprensa, como os jornais, que lutam para sobreviver diante de uma crise onde sofrem rejeição motivada pela população analfabeta que acaba sendo explorada pelos políticos poderosos”, destaca José Luiz.
O elenco é formado por Márcia Falabella, Marina Metri, Joana Paula, Andreza Dias, Ada Medeiros, Cássia Girardi, Rachel Alexandre, Conrado Braga, Millena Paiva, Franklin Ribeiro, Alícia Bretas, Paula Landim, Michele Balieiro e Renan Sousa. Na sonoplastia, Tainá Varandas, e na iluminação, José Luiz Ribeiro. A preparação vocal do elenco foi feita por Márcia Falabella e Bruno Crispi.
1894 – O Major’
Estreia nesta quarta-feira (18), às 20h30. De quarta a domingo, às 20h30, até 3 de dezembro, no Forum da Cultura (Rua Santo Antônio 1.112 – Centro). Tel.: 3215-3850
— —
Veículo: G1
Editoria: Zona da Mata -MG
Data: 17/10/2017
Título: Câmara de Juiz de Fora é ocupada por manifestantes em apoio a vídeo de colégio com drag queen
Manifestantes contrários aos pedidos de moção de repúdio dos vereadores de Juiz de Fora José Fiorilo (PTC) e André Mariano (PSC) ao Colégio de Aplicação João XXIII ocuparam o Plenário da Câmara nesta terça-feira (17).
Durante a reunião, os parlamentares retiraram temporariamente os pedidos apresentados na segunda-feira (16), por causa da polêmica causada por um vídeo divulgado de uma drag queen em comemoração ao Dia das Crianças.
Centenas de pessoas ocuparam o Plenário com faixas e cartazes protestando contra as moções e em apoio ao Colégio João XXIII, à Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e ao artista Femmenino, que conduz o vídeo feito na escola.
A reunião foi tumultuada e precisou ser interrompida em alguns momentos por causa dos protestos do público.
Uma das moções propostas (357/2017) pelo vereador Fiorilo exige que sejam retiradas do documento da Base Nacional Curricular as menções ideológicas de gênero, corpo e sexualidade. A outra (358/2017) foi direcionada aos eventos realizados no Colégio João XXIII em comemoração do dia das crianças que originou em um vídeo protagonizado pelo artista fantasiado de drag queen. Ambas foram retiradas no início da sessão.
Em seguida, o vereador Mariano usou a tribuna para discursar e explicar ao público as razões que o motivaram a solicitar a moção.
A moção 359/2017, de autoria dele, propõe repúdio à direção do colégio, “por promover um evento, na semana das crianças, com a atuação de uma drag queen, que utilizando-se da ideologia de gênero, escarneceu e desrespeitou a família tradicional, ensinando e desconstruindo os valores éticos e morais das crianças da instituição”.
No final de seu discurso, que por diversas vezes foi interrompido por conta da exaltação dos manifestantes, o vereador informou que iria retirar temporariamente o projeto para que antes de uma possível votação, a direção do colégio e da UFJF se reunissem com os representantes do Legislativo para explicar o caso.
Diante do ambiente confuso que se estabeleceu, o presidente da Câmara Municipal, Rodrigo Mattos (PSDB), decidiu suspender a sessão após cerca de duas horas de reunião.
Outro fator que impulsionou o ritmo inflamado das manifestações foi a presença do conselheiro tutelar Abraão Fernandes . Ele gritou o nome do deputado federal Jair Bolsonaro e grande parte dos manifestantes se voltou contra ele com gritos de “racista e fascista”.
O conselheiro foi denunciado na segunda-feira (16) por uma estudante que o acusa de injúria racial. A Polícia Civil vai abrir inquérito para investigar o caso. Fernandes acionou, também na segunda, o Ministério Público Federal (MPF) pedindo providência em relação ao vídeo em questão.
A Secretaria de Estado de Direitos Humanos, Participação Social e Cidadania de Minas Gerais também divulgou uma nota nesta terça-feira (17) manifestando apoio à Universidade, à escola e ao artista (Confira a íntegra abaixo).
Colégio João XIII emite nota oficial
No mesmo momento em que a discussão acontecia na Câmara, o Colégio de Aplicação João XXIII emitiu uma nota pública, com o posicionamento da instituição. Confira abaixo o texto na íntegra:
O Colégio de Aplicacão João XXIII, pelo respeito que tem por seus alunos, pais e familiares, bem como para informar corretamente a populaão de Juiz de Fora, vem a público para esclarecer o que se segue a respeito de atividade programada pela Diretoria de Imagem Institucional da UFJF, postada em vi´deo no site da UFJF no dia 12/10/2017:
1 – A produção do vídeo faz parte do Programa Institucional “Na Hora do Lanche”, que é veiculado mensalmente pelo canal do youtube TVUFJF. O contexto do vídeo é a temática do dia das crianças. Femmenino, personagem interpretada por Nino de Barros, estudante da UFJF e bolsista participante da equipe de produção do referido programa, comparece ao Colégio para conversar com os estudantes sobre o que gostariam de receber como presente pelo dia das crianças. Foi uma conversa descontraída e divertida.
2 – A partir das respostas dadas pelas crianças, surge o questionamento sobre a distinção estabelecida entre o que é presente de menino e o que é presente de menina, o que claramente trata-se de um condicionamento cultural, uma vez que os brinquedos simulam os papéis sociais masculino e feminino. Não se coloca aqui a questão das diferenças biológicas existentes entre meninos e meninas, mas os papéis que nossa cultura atribui a uns e outros.
3 – Educar para a diversidade significa o estímulo ao reconhecimento de que somos diferentes, e de que respeitar as diferenças, sejam elas quais forem, além de não significar adesão a essas diferenças, é a alternativa para construirmos uma sociedade mais fraterna e tolerante.
4 – O trabalho pedagógico, que não pode prescindir do diálogo, se desenvolve em instituições escolares e, como indicado no art. 1o da lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, § 2o, estabelece que “A educação escolar deverá vincular-se ao mundo do trabalho e à prática social.” Ora, a prática social engloba todas formas de estar no mundo e relacionar-se com o outro. Portanto, uma educação que pretenda cumprir efetivamente seu papel não pode desvincular-se desse compromisso de considerar todas as manifestações da realidade social.
5 – O Colégio de Aplicação João XXIII orgulha-se de valorizar a diversidade e uma demonstração inequívoca desse orgulho pode ser vista na forma de ingresso de seus estudantes: o sorteio público. Essa forma contempla o acesso de estudantes oriundos de diferentes níveis sócio-econômico-culturais, de diferentes etnias, de religiões várias etc. A sociedade juizforana reconhece a qualidade do trabalho do Colégio e acorre em grande número em atendimento aos editais que informam a abertura de inscrições para o sorteio público, que indicará os discentes que iniciarão sua jornada estudantil no Colégio.
6 – Não faz sentido diversificar na entrada para padronizar depois. Portanto, pedagogicamente, o tema da diversidade faz parte do projeto educativo defendido e praticado pelo Colégio. A temática veiculada não apresenta conflitos com os princípios orientadores daquilo em que o Colégio acredita e trabalha, de forma respeitosa e adequada à faixa etária dos estudantes, como parte de seu Projeto Político Pedagógico.
7 – Desconsiderar aspectos da realidade e considerar determinados assuntos interditados ao trabalho pedagógico, aí sim é permitir a formação de conceitos e práticas baseados na intolerância, nos costumes que têm cristalizado situações de injustiça e desrespeito e na falta de comprometimento com o desenvolvimento da sociedade como um todo. Destacamos que em nossa ação pedagógica não há qualquer elemento de doutrinação, mas de construção de uma autonomia, de um respeito a capacidades de entendimento dos estudantes, que, ainda que com pouca idade, vivem e formam seu pensamento a partir de tudo que os rodeia.
Esperamos que estes esclarecimentos possam realçar o compromisso que o Colégio de Aplicação João XXIII tem assumido com uma educação de qualidade, que, para além da veiculação de um conteúdo relevante, estimule a formação de cidadãos comprometidos com o respeito, com a justiça, com o desenvolvimento social e com a transparência das finalidades orientadoras das ações que desenvolve.
Colégio de Aplicacão João XXIII/UFJF
Nota da Secretaria de Estado de Direitos Humanos, Participação Social e Cidadania de Minas Gerais
A Secretaria de Estado de Direitos Humanos, Participação Social e Cidadania (Sedpac) de Minas Gerais manifesta seu apoio à Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), ao Colégio de Aplicação João XXIII, ao artista Nino de Barros e aos demais envolvidos na atividade intitulada “A hora do Lanche”, divulgado no dia 11 de outubro de 2017.
O termo “ideologia de gênero”, citado para tentar criminalizar a ação da Drag Queen Femmenino, é utilizado impropriamente por forças políticas retrógradas com objetivo de desqualificar esse importante conteúdo de ensino. Longe de ser ideologia, o gênero é fenômeno social observável, importante objeto de estudo nas mais diversas áreas das ciências sociais e humanas, designando os papéis sociais atribuídos a homens e mulheres.
A Sedpac reitera que o Estado brasileiro ao ratificar junto à Organização das Nações Unidas (ONU) a Convenção de Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Contra a Mulher, comprometeu-se a “modificar os padrões socioculturais de conduta de homens e mulheres, com vistas a alcançar a eliminação dos preconceitos e práticas consuetudinárias, e de qualquer outra índole que estejam baseados na ideia de inferioridade ou superioridade de qualquer dos sexos ou em funções estereotipadas de homens e mulheres”. A discussão de gênero nas escolas, portanto, é medida imprescindível a ser tomada para cumprir a obrigação internacional de direitos humanos.
Já o Estatuto da Criança e Adolescente – ECA, em seu artigo 3º, declara que “a criança e o adolescente gozam de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-se-lhes, por Lei ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e de dignidade”.
A reflexão sobre o tema é essencial para a consolidação da cidadania plena e para a garantia de direitos. Questões sobre bullying, machismo e LGBTfobia no ambiente escolar, tal como a discussão sobre a eliminação de todas as formas de discriminação e violência contra as mulheres e contra a população de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Mulheres Transexuais e Homens Trans – LGBT na sociedade, perpassam a discussão.
Nesse sentido, Educação tem o papel de proporcionar a construção de relações sociais pautadas pela ética, transformando a realidade com base no respeito, na igualdade e no desenvolvimento da capacidade do sujeito de se colocar no lugar do outro, independentemente de cor, credo, raça, convicção política e filosófica, identidade de gênero e orientação sexual. Papel este que só poderá ser plenamente exercido com respeito à laicidade do Estado.
Secretaria de Estado de Direitos Humanos, Participação Social e Cidadania de Minas Gerais
— —
Veículo: Tribuna de Minas
Editoria: Coluna Cesar Romero
Data: 17/10/2017
Link: http://tribunademinas.com.br/colunas/cesar-romero/17-10-2017/233578.html
Título: Jogos em Goiânia
Eduarda Alana Tavares, da Faculdade de Direito da UFJF, representa Minas (categoria trabalhos acadêmicos) na 65ª edição dos Jogos Universitários, que começa amanhã, em Goiânia.
— —
Veículo: Tribuna de Minas
Editoria: Coluna Cesar Romero
Data: 17/10/2017
Link: http://tribunademinas.com.br/colunas/cesar-romero/17-10-2017/233578.html
Título: Voo livre
Professora da Faculdade de Medicina da UFJF, Ivana Moutinho é a convidada desta terça-feira, na Arteria, para o bate-papo sobre saúde mental do estudante universitário.
— —
Veículo: G1
Editoria: Zona da Mata – MG
Data: 18/10/2017
Título: Reitor e presidente da Câmara se reúnem após polêmica envolvendo vídeo institucional da UFJF
O reitor da Universidade de Federal de Juiz de Fora (UFJF), Marcus Vinicius David, recebeu o presidente da Câmara Municipal, vereador Rodrigo Mattos, nesta quarta-feira (18). A reunião foi solicitada pelo vereador a fim de abrir um canal de diálogo entre a Universidade e o Legislativo.
Nesta semana, após a polêmica envolvendo um vídeo em homenagem ao Dia das Crianças publicado pela UFJF sobre a visita de uma drag queen ao Colégio de Aplicação João XXIII, dois parlamentares chegaram a apresentar propostas de moção de repúdio. A Câmara foi ocupada por manifestantes contrários ao repúdio na sessão da última terça-feira (17). Durante a reunião de terça-feira, os parlamentares retiraram os pedidos apresentados.
De acordo com a assessoria da UFJF, Rodrigo Mattos solicitou ao reitor a indicação de um grupo de profissionais da Universidade e do Colégio João XXIII para conversar com os 19 vereadores sobre as políticas educacionais das duas instituições. O reitor Marcus David comprometeu-se a discutir internamente com a comunidade acadêmica a possibilidade de disponibilizar profissionais para uma visita à Câmara.
Em nota divulgada pela assessoria da Câmara, Rodrigo Mattos falou sobre a reunião com o reitor. “Nosso intuito é buscar o diálogo com a UFJF e com o Colégio João XXIII. Considero uma moção de repúdio como última instância”, disse o presidente da Câmara.
Trecho contestado em vídeo institucional
Um vídeo de um quadro da Diretoria de Imagem Institucional da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) se tornou alvo de um pedido de providência do conselheiro tutelar Abraão Fernandes, procoloado na segunda-feira (16) no Ministério Público Federal (MPF) em Juiz de Fora.
O vídeo foi disponibilizado no canal oficial da UFJF no dia 11 de outubro. A argumentação é que o trecho de cerca de 20 segundos onde há uma fala da drag queen Femmenino, apresentadora do vídeo, durante visita ao Colégio de Aplicação João XXIII desrespeita o Estatuto da Criança e Adolescente (ECA) e o Plano Municipal de Educação, sancionado em março deste ano.
No sábado (14), um trecho editado do vídeo foi compartilhado no perfil do deputado Jair Bolsonaro, chamando a atenção para o que chamou de “canalhice”.
Na terça-feira (17), o assunto foi discutido na Câmara Municipal. Os vereadores José Fiorilo (PTC) e André Mariano (PSC) apresentaram na segunda-feira pedidos de moção de repúdio ao Colégio de Aplicação João XXIII. O plenário foi ocupado por manifestantes que manifestaram apoio à escola, à UFJF e ao artista Femmenino, que conduz o vídeo feito na escola.
Após uma sessão tumultuada, interrompida em vários momentos, os parlamentares retiraram temporariamente os pedidos apresentados na segunda-feira.
Desde que a polêmica começou, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de Juiz de Fora, Secretaria de Estado de Direitos Humanos, Participação Social e Cidadania de Minas Gerais manifestaram apoio à Universidade, à escola e ao artista.
‘Tiraram a frase de contexto’, alega drag queen
O artista e estudante universitário Nino de Barros, a drag queen Femmenino, contou que ficou triste e assustado com os comentários que recebeu nos últimos dias. Ele explicou que a gravação foi feita neste mês e que, durante a permanência dele na escola, não houve nenhum problema com as crianças e adolescentes.
“As crianças amaram, nenhuma reagiu mal à minha presença lá. Elas sabiam que era um homem vestido de mulher e entenderam a proposta. Gravamos uma semana antes da publicação. O material feito passa por edição e por aprovação. Por isso que eu estranhei as pessoas acharem que era algo perigoso. Foi um material feito com o respaldo da UFJF. É uma denúncia descabida”, contou.
Nino de Barros explicou que é bolsista da Universidade e que o programa “Na hora do lanche” é institucional, existe desde gestões anteriores e que assumiu a apresentação neste ano. “A intenção era renovar o programa, assumi o formato e a apresentação. A gente está nele desde maio, é mensal. A visita ao João XXIII já foi só um episódio e já teve outros comigo montada”, comentou.
Conselheiro é alvo de apuração por injúria racial
Nesta semana, Polícia Civil e a Prefeitura de Juiz de Fora abriram procedimentos para apurar a denúncia de um possível caso de injúria racial envolvendo um conselheiro tutelar e uma estudante negra em Juiz de Fora. A jovem Mariana Cristina Dias Martins, de 25 anos, acusa Abraão Fernandes de ter enviado uma mensagem privada após uma discussão em uma rede social, onde ele diz que ela tem “cor de bosta”. Ela registrou uma ocorrência na noite de segunda-feira (16), na Polícia Militar (PM).
O G1 entrou em contato com o conselheiro, que disse que não vai se manifestar enquanto não for notificado oficialmente sobre a acusação.
— —
Veículo: Tribuna de Minas
Editoria: Política
Data: 18/10/2017
Título: Presidente da Câmara se reúne com reitor da UFJF
Como já havia sido anunciado durante a tumultuada sessão ordinária da última terça-feira (19), quando duas moções de repúdio à UFJF e a um vídeo publicado pela instituição foram retiradas de tramitação, o presidente da Câmara, o vereador Rodrigo Mattos (PSDB), buscou a abertura de diálogo com a Reitoria a fim de encontrar um entendimento entre as partes. Na tarde desta quarta-feira, o tucano cumpriu agenda com o reitor Marcus David. Durante a reunião, o tucano solicitou ao reitor a indicação de um grupo de profissionais da Universidade e do Colégio de Aplicação João XXIII para conversar com os 19 vereadores sobre as políticas educacionais do Colégio e da UFJF. David comprometeu-se a discutir internamente com a comunidade acadêmica a possibilidade de disponibilizar profissionais para uma visita ao Poder Legislativo.
As polêmicas tiveram início quando um canal da UFJF nas redes sociais publicou um vídeo em que a drag queen Femmenino visita o Colégio de Aplicação João XXIII. Durante a atividade, os alunos são questionados sobre as expectativas para o 12 de outubro, Dia das Crianças. A publicação protagonizada pelo artista performático Nino de Barros causou desconforto em setores mais conservadores da sociedade. Na Câmara, tal insatisfação resultou na tramitação de duas moções de repúdio propostas pelos vereadores André Mariano (PSC) e José Fiorilo (PTC).
Após intermediação encabeçada pela Mesa Diretora, as proposições acabaram sendo retiradas antes de ser votadas em plenário, mediante a promessa de busca por diálogo com a UFJF para que alguns vereadores aprofundassem o entendimento sobre a atividade em questão. Tal intuito foi defendido por Rodrigo Mattos, que chegou a classificar a apresentações de moções como última instância. A moção de repúdio apresentada pelo vereador André Mariano foi retirada temporariamente, sendo que sua tramitação pode ser retomada.
— —
Veículo: G1
Editoria: Zona da Mata – MG
Data: 18/10/2017
Título: Estudantes cantam ‘Evidências’ durante almoço em restaurante da UFJF; veja vídeo
Um grupo de estudantes da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) protagonizou uma cena inusitada nesta terça-feira (17), durante o almoço no Restaurante Universitário da instituição. Eles cantaram, juntos, o hit “Evidências”, que é famoso nas vozes da dupla Chitãozinho e Xororó.
Desde então, vídeos mostrando o momento estão viralizando nas redes sociais e até a universidade divulgou um trecho no instagram oficial.
Um dos alunos que fez imagens foi o estudante do 8º período de jornalismo da instituição, Luiz Carlos Pavão, de 21 anos. Ele conversou com o G1 nesta quarta-feira (18) e explicou que o movimento foi marcado através de um evento no Facebook.
“O evento era (para) cantar evidências, música super conhecida pela maioria dos estudantes. Este evento foi divulgado e estava marcado para esta terça-feira, às 12h30. Eu desconfiei que realmente o pessoal fosse cantar, mas quando foi chegando o horário combinado houve uma contagem regressiva e, como ali a maioria estava ciente do evento, as pessoas simplesmente começaram a cantar”, relatou.
“Foi um momento muito bacana de interação e integração de alunos de diferentes cursos da UFJF. Foi quase um flash mob. Foi muito divertido estar no restaurante universitário no momento. Nunca tinha visto nada parecido com isso antes”, afirmou o estudante.
Restaurante Universitário da UFJF
A UFJF mantém duas unidades do Restaurante Universitário: uma no Campus, onde ocorreu o caso inusitado e outra no Centro de Juiz de Fora. Juntas, elas servem aproximadamente 8.300 refeições por dia, entre desjejum, almoço e jantar. Os tíquetes custam R$ 1,40 para almoço e jantar e R$ 0,50 para desjejum.
O desjejum é oferecido de segunda-feira a sábado, das 6h30 às 8h, apenas na unidade do Campus. Já o almoço é das 11h às 14h e o jantar das 17h às 19h30. Aos domingos, o almoço é servido das 12h às 14h30, apenas na unidade do Centro, que fica na Rua Santo Antônio, s/n, ao lado do Museu de Arte Murilo Mendes (Mamm).
— —
Veículo: Tribuna de Minas
Editoria: Economia
Data: 18/10/2017
Título: Profissionais apresentam Ideas for Milk na UFJF
Interessados em participar da segunda edição do Ideas dor Milk – Desafio de Startups, competição nacional para incentivar ideias inovadoras para o setor lácteo, poderão participar da rodada de apresentação que irá acontecer nesta quinta-feira (19) na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Na ocasião, profissionais do agronegócio e da tecnologia da informação irão explicar a dinâmica do evento, os temas que serão abordados e esclarecer dúvidas. A apresentação será realizada às 10h, no anfiteatro 3 do Prédio Engenheiro Itamar Franco.
O Ideas for Milk – Desafio de Startups é organizado pela Embrapa Gado de Leite e tem a proposta de incentivar inovações para a cadeia do leite no referente ao modelo de negócio, produto, processo ou serviço, baseadas em software web, aplicativo mobile e/ou solução em hardware, incluindo Internet das Coisas (IoT). As inscrições seguem até o dia 5 de novembro pelo site www.ideasformilk.com.br. Podem participar startups de qualquer região do Brasil, com ou sem CNPJ, equipes informais ou em estágio mais avançado de desenvolvimento. Os vencedores ganharão o prêmio de R$ 20 mil. O regulamento está disponível no site do evento.
A primeira edição, realizada em 2016, reuniu 137 propostas e teve repercussão no mercado brasileiro e internacional. A SCL Rota, startup de Belo Horizonte, venceu o desafio e hoje oferece o sistema que gerencia a coleta do leite nas fazendas para grandes laticínios.
— —
Veículo: TV Integração – Globo
Editoria: MGTV 2ª Edição
Data: 18/10/2017
Título: Alunos intensificam preparação e comemoram aumento das vagas via Pism em Juiz de Fora
Resumo: A reportagem mostra e preparação de estudantes para as provas do PISM, ressaltando o aumento das vagas preenchidas por meio do programa.
— —
Veículo: G1
Editoria: Zona da Mata – MG
Data: 18/10/2017
Título: UFJF realizará licitação para venda de papel à empresa de reciclagem
A Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) realizará leilão para venda de papel à empresa de reciclagem. A sessão presencial será realizada no dia 1º de novembro, às 14h, na Sala de Reuniões da Pró-reitoria de Infraestrutura, no campus de Juiz de Fora. O edital foi publicado no site da instituição.
O objetivo é fazer o descarte controlado de aproximadamente 1.145,56 metros cúbicos e 593.667 quilos em folhas de papel offset impressas, proveniente das avaliações aplicadas pelo Centro de Políticas Públicas e Avaliação da Educação (CAEd/UFJF) em todo país.
Podem participar empresas especializadas, que possuam as documentações e cumpram as exigências de licenças, infraestrutura e de lógistica detalhadas no edital. Será considerada vencedora a empresa que oferecer o maior lance por quilo, sendo o preço mínimo de R$ 0,37 (por quilo) ou R$ 219.656,79 pelo valor global.
Os cadernos de provas, cartões de respostas, listas de presença, formulários de controle da aplicação acondicionados em pacotes de plástico estão guardados em galpões do Centro no Bairro São Pedro. Conforme o edital, a empresa escolhida deverá começar o recolhimento do material em até dois dias úteis após a divulgação do resultado e concluir no prazo máximo de 35 dias úteis.
— —
Veículo: BHAZ
Editoria: Notícias
Data: 18/10/2017
Link: http://bhaz.com.br/2017/10/18/drag-queen-escola-minas/
Título: Drag queen visita crianças em escola mineira; conselheiro tutelar reage e aciona MPF
A presença de uma drag queen em uma escola de Juiz de Fora, na Zona da Mata mineira, é um das novas polêmicas das redes sociais. O vídeo com a presença do artista no Colégio de Aplicação João XXIII foi publicado no Facebook da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), que administra a instituição.
O vídeo gravado nas dependências da escola, em comemoração ao dia das crianças, mostra Nino de Barros – a Femmenino – entrevistando as crianças e conversando com elas sobre o dia a dia dos pequenos estudantes. Assuntos como lanches e presentes são pautados no vídeo.
Entretanto, a polêmica surgiu devido a um trecho específico da gravação em que a drag diz que “coisa de menina e menino não existe!”. Em seguida, um dos alunos diz que isso é preconceito. “Viu? Toma, família brasileira!”, completa a drag na sequência.
O conselheiro tutelar Abraão Fernandes, da cidade de Juiz de Fora, protocolou uma representação no Ministério Público Federal contra o artista. Além disso, um trecho editado do vídeo também foi compartilhado pelo deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ), em sua página no Facebook, onde ele pede a opinião de seus seguidores. As imagens aparecem acompanhadas pela legenda “prestem atenção na canalhice que estão fazendo com nossas crianças”.
Em nota, a UFJF, responsável pelo colégio, repudiou a ação do conselheiro e a polêmica sobre o programa criada nas redes sociais. Confira na íntegra:
“A Diretoria de Imagem Institucional da UFJF, responsável pelo programa gravado no Colégio de Aplicação João XXIII, mostra-se surpresa com a proporção tomada. A Administração Superior da Universidade manifesta o total apoio ao trabalho desenvolvido pelo apresentador Nino de Barros e ratifica a política voltada para uma educação cada vez mais inclusiva e de respeito à diversidade.
A UFJF tem compromisso com uma educação pública, democrática, de qualidade e inclusiva, tanto nos seu cursos na educação superior quanto na educação básica.
O Colégio de Aplicação João XXIII é uma Unidade Acadêmica da UFJF vinculada ao sistema federal de colégios de aplicação e possui, em seu projeto político-pedagógico, o objetivo de assegurar ao educando a formação indispensável ao exercício efetivo da autonomia com a estruturação de uma sociedade justa e democrática”.
Outra polêmica
Além da confusão envolvendo o programa gravado no colégio. Nesta segunda-feira (16), após a representação feita pelo conselheiro tutelar, uma estudante registrou um boletim de ocorrência. Ela acusa o mesmo conselheiro de cometer injúria racial. A jovem de 25 anos é amiga do artista Nino de Barros.
Segundo a denúncia, Abraão Fernandes, de 23 anos, teria ofendido a jovem por uma conversa via Facebook. A jovem relatou que durante uma discussão, Abraão enviou mensagens para ela dizendo que ela tinha “cor de bosta”. Além disso, ele disse que ela escondia “um monte de coisas na cabeça, menos pente e shampoo”. Prints da conversa foram anexadas no inquérito. O caso será investigado pela Polícia Civil.
O conselheiro faz parte do quadro de funcionários de Juiz de Fora, mesmo o conselho sendo um órgão independente. Sendo assim, a conduta pode resultar em uma demissão. Em nota, a prefeitura do município explicou que já instaurou um processo administrativo contra Abraão. Segundo o posicionamento, o conselheiro vem recebendo reclamações sobre sua conduta desde 2016. Veja a nota na íntegra:
“A Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) informa que já instaurou Processo Administrativo Disciplinar (PAD) contra o referido conselheiro tutelar, em virtude de diversas denúncias recebidas pela Administração Municipal, desde dezembro de 2016, de diferentes órgãos, como a Promotoria da Infância e da Juventude, Câmara Municipal e do próprio Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA), baseando-se em possíveis descumprimentos de deveres funcionais.
Desde então, o Município, através da Supervisão de Processos Disciplinares e Sindicâncias da Secretaria de Administração e Recursos Humanos, tem se debruçado na busca de documentação junto ao CMDCA para melhor instrução do PAD. A PJF reforça que, com o processo administrativo disciplinar, continua adotando todas as providências cabíveis para melhor apuração dos fatos, assegurando ao acusado, durante todo o processo, o direito ao contraditório e à ampla defesa. Ao final do PAD, poderá ser aplicada uma das penalidades previstas na Lei 8710, que são advertência, suspensão ou demissão.”
Apoio
O artista Nino Barros se posicionou sobre o ocorrido por meio de sua página no Facebook. Segundo ele, a ida ao colégio foi com o objetivo de “fazer um material diferente, impactante, que fomentasse o senso crítico, a discussão, e que incentivasse as crianças a pensarem fora da caixa”. Clique para ver o desabafo na íntegra.
A Ordem dos Advogados do Brasil, subseção Juiz de Fora, declarou apoio ao artista e a UFJF. O comunicado foi feito por meio de uma carta. Segundo o órgão, fomentar reflexão sobre gênero nas escolas é contribuir para a desconstrução da cultura do machismo. Pois, essa conduta produz das mais diversas violências contra as mulheres, desde a mais tenra idade; para o combate à LGBTfobia, que mata diariamente seres humanos no Brasil; é contribuir para o reconhecimento da diversidade e respeito aos direitos humanos.
Clique aqui para ver a carta na íntegra.
Conselho tutelar
O Bhaz conversou com o presidente do Conselho Municipal do Direito da Criança e do Adolescente de Juiz de Fora, Carlos Rodrigues. Segundo ele, o conselheiro autor da ação no MPF tomou a atitude de maneira isolada sem consultar o colegiado do órgão. “Nós repudiamos essa ação e a maneira como foi feita”, diz.
Carlos explica que a ação no MPF deveria ser a última medida tomada por Abraão. “Primeiro, ele deveria entrar em contato com a escola e buscar um esclarecimento. Logo após, ele deveria acionar o colegiado para discutir ações. Ele não é conselheiro sozinho”, afirma.
“Nós entendemos a questão de gênero a ser discutida na sociedade. Entretanto, é preciso que se respeite a liberdade de expressão da escola e a individual dos alunos. Se algum estudante se sentisse coagido pela ação, e isso fosse identificado pelo conselheiro, caberia intervenção. Mas, somente se a atividade fosse considerada irregular, acionaríamos o MPF”, ressalta.
O presidente do conselho revelou que o Abraão já é alvo de diversas ações administrativas. “Em março, nós instauramos uma ação contra o comportamento e as acusações sobre ele. O conselheiro tem dezenas de acusações de racismo, maus tratos e homofobia. Todos comprovados e anexados no inquérito. Em agosto, nós pedimos ao MPF o afastamento dele, mas, fomos indeferidos. O promotor prefere esperar a conclusão do processo administrativo. Ele não foi afastado ainda por conta da morosidade do processo”, relata.
— —
Veículo: Tribuna de Minas
Editoria: Cidade
Data: 18/10/2017
Link: http://tribunademinas.com.br/noticias/cidade/18-10-2017/carro-de-combate-da-praca-do-canhao-e-revitalizado.html
Título: Carro de combate da Praça do Canhão é revitalizado
Após 48 anos em exposição na Praça do Canhão, localizada no Centro de Juiz de Fora, o carro de combate do Exército Brasileiro teve suas características refeitas e foi revitalizado. Foram três meses entre levantamentos históricos, pintura e restauração. Quem passa pelo local já pode ver o tanque com uma nova pintura e também com sua nomenclatura corrigida. O tanque foi usado pelo Exército Brasileiro na década de 1940, na Segunda Guerra Mundial, e representou um marco na modernização de sua força blindada.
A restauração, segundo o tenente-coronel Alexandre Petrini Leonardo, comandante da 12ª Circunscrição de Serviço Militar (12ª CSM), faz parte do Projeto Centenário que teve como objetivo valorizar historicamente o monumento, corrigindo-lhe anacronismos e o erro de nomenclatura que o acompanhava desde a sua monumentalização na praça, em maio de 1969. Antes designado de “GRANT”, o Carro de Combate passa a ser identificado agora pela sua designação original: Carro de Combate M3A3 “LEE”.
Conforme o Presidente da Associação de Oficiais da Reserva do Exército (AORE/JF), tenente Mauro Lúcio Pires, oficial que coordenou os estudo sob a orientação do historiador e professor da UFJF Expedito Bastos, a origem do veículo é o 2º Batalhão de Carros de Combate, atual 13º Regimento de Cavalaria Mecanizado, sediado em Pirassununga (SP). A partir de agora, o carro de combate poderá ser cadastrado como monumento histórico internacional de veículos militares.
— —
Veículo: Tribuna de Minas
Editoria: Economia
Data: 18/10/2017
Título:Manifestantes querem auditoria do transporte público
Uma das exigências para a desocupação da Câmara Municipal, ato realizado em protesto contra o aumento das passagens de ônibus que durou 20 horas, nos dias 9 e 10 de outubro, foi concretizada nesta quarta-feira (18).
Representantes dos manifestantes, do Legislativo, da Prefeitura e da UFJF sentaram-se à mesa para falar sobre o transporte coletivo em Juiz de Fora. A pauta, que inicialmente estava concentrada na planilha de cálculo tarifário, ganhou contornos mais abrangentes, como a discussão de uma política para o setor na cidade.
O movimento foi representado por Laiz Perrut (Frente Brasil Popular) e Mylena Melo (Frente Povo Sem Medo). Segundo Laiz, a conversa foi tranquila, e todos estavam abertos ao diálogo. “Falamos como será a auditoria e as possibilidades de melhorias e mudanças no sistema de transporte público da cidade.” Segundo ela, o processo será realizado em três etapas: professores convidados farão estudos sobre os documentos entregues após a ocupação: planilha de custos, diagnóstico do trânsito e licitação de transporte público.
No próximo encontro, marcado para o dia 31 de outubro, serão apresentadas as conclusões. “Com os cálculos refeitos da planilha, iremos conversar sobre os custos da tarifa.” Na segunda etapa, a meta é promover uma discussão mais ampla sobre o transporte. “Vamos sugerir outras formas de financiamento como, por exemplo, subsídio da PJF e uso de outros mecanismos que sabemos que existem.” Um exemplo dado foi a cobrança de um percentual no IPTU, por exemplo.
Por último, o objetivo é elaborar um relatório que será publicado para que, caso a Prefeitura se interesse, faça a aplicação das alternativas apresentadas. Questionada se acha possível que o valor da passagem seja reduzido na cidade – meta inicial do movimento -, a avaliação é que é “complicado”. “A PJF está muito atrelada ao contrato com as empresas. A forma que a gente vê de mudança é arrumar o sistema de cobrança feito hoje.”
Câmara
O presidente da Comissão de Urbanismo e Trânsito da Câmara, vereador José Márcio Lopes Guedes – Zé Márcio (PV), participou do encontro. Ele reforçou que a Casa assumiu o compromisso de encaminhar, junto ao Executivo, a agenda. Segundo o vereador, a proposta de ampliar a discussão para a política do transporte público, como formas de financiamento e melhoria da mobilidade urbana, foi acatada pelos presentes. Sobre a auditoria defendida pelos manifestantes, ele comentou que acredita que vá acontecer. Zé Márcio também confirmou o novo encontro previsto para o final do mês.
Settra
A Secretaria de Transportes e Trânsito (Settra), por meio de sua assessoria, afirmou que “a Administração sempre foi pautada pela transparência e pelo diálogo com a sociedade”. Neste sentido, o encontro “reforça este compromisso firmado com o cidadão da cidade”. O posicionamento é que ampliar a discussão sobre o transporte público do Município é um ganho tanto para a Prefeitura quanto para a população. “O trabalho desta gestão é garantir cada vez mais um serviço de qualidade.” A licitação, ressaltou a Settra por nota, foi realizada buscando melhorias e visando a garantir mais agilidade e resultado à fiscalização do serviço na cidade.
— —
Veículo: Tribuna de Minas
Editoria: Editorial
Data: 18/10/2017
Link: http://tribunademinas.com.br/opiniao/editorial/18-10-2017/dias-de-impasses.html
Título: Dias de impasses
Independentemente do resultado da reunião, que entrou pela noite adentro, a discussão no Senado envolvendo a situação do senador Aécio Neves é apenas uma das pontas do cenário político que se desenvolve em Brasília e se espalha para as demais instâncias. No Congresso, há um claro sinal de corporativismo, pelo qual os políticos procuram se proteger ante denúncias que virão pela frente ou que estão em curso nos tribunais. Por isso, o senador mineiro foi apenas a referência, uma vez que o pano de fundo era a situação de cada senador.
No mesmo Congresso, está em curso uma segunda rodada de denúncias contra o presidente Michel Temer, na qual o relator, Bonifácio Andrada, vê forte viés político do Ministério Público e de outras instituições, que teriam, no seu entendimento, interesse em derrubar o presidente da República, sem aferir as consequências e sem provas cabais de sua culpa. Por isso, seu relatório, a ser votado em breve, pede o arquivamento da denúncia formulada pelo ex-procurador-geral Rodrigo Janot, mas encampada pela sua sucessora, Raquel Dodge.
Em Juiz de Fora, a questão não chega a esse patamar, mas também há um claro tensionamento, não entre o Executivo e o Legislativo, mas entre os próprios vereadores. Nos últimos dois dias, ante um vídeo produzido pela UFJF, com a participação de uma drag queen, que teria interagido com crianças do Colégio João XXIII, a discussão saiu do tom. Vereadores contra e a favor do vídeo se revezaram na tribuna da Casa ante uma plateia que misturava sentimentos contra as moções de repúdio articuladas por alguns vereadores e a ação de um conselheiro tutelar, que, pelas redes sociais, teria agido sob o viés racista.
O impasse na moção pode se travar pelo enfrentamento de pontos de vista. Racismo, não. É crime e deve ser tratado como tal, uma vez que é inadmissível numa sociedade pós-moderna desconstruir o outro por conta de raça, credo ou cor.
— —
Veículo: G1
Editoria: Zona da Mata – MG
Data: 18/10/2017
Título: Comissão pede mais qualidade e tarifas compatíveis no transporte público em Juiz de Fora
A planilha de cálculo tarifário da passagem de ônibus de Juiz de Fora foi discutida nesta quarta-feira (18) em uma reunião entre representantes da Secretaria de Transporte e Trânsito (Settra); Comissão Permanente de Urbanismo, Transporte, Trânsito, Meio Ambiente e Acessibilidade; estudantes, professores e representantes de movimentos sociais.
O documento foi apresentado em audiência pública obrigatória em setembro e mostra os dados que justificam o reajuste da passagem de ônibus de R$ 2,75 para R$ 3,10, que foi sancionado pelo prefeito Bruno Siqueira (PMDB) e entrou em vigor no dia 8 de outubro. O encontro desta quarta foi agendado após ocupação da Câmara Municipal na segunda-feira (9) por estudantes e integrantes de movimentos sociais que cobravam acesso aos documentos e uma auditoria nas informações.
A Settra confirmou, em nota, que os representantes vão realizar a análise da documentação entregue pela Prefeitura. A pasta defendeu a postura de diálogo com a sociedade.
A reunião começou por volta de 11h e ocorreu a portas fechadas, em uma sala do Centro de Vigilância em Saúde, no Centro da cidade. No encontro, eles conversam sobre a forma como será feita auditoria nos dados que constam em cerca de duas mil páginas que compõem o documento.
De acordo com a representante da Frente Brasil Popular, Laiz Perrut, que particpou da ocupação da Câmara, na reunião ficou definido que o trabalho de análise será feito em três etapas e uma nova reunião foi agendada para o dia 31 de outubro, na sede da Settra.
“Inicialmente será feita uma análise de toda a documentação juntamente com professores da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). As planilhas serão avaliadas e a ideia é que boa parte deste levantamento já possa ser apresentada no próximo encontro”, explicou.
Perrut revelou ainda que os trabalhos devem ser concluídos até o final de 2017 e que um relatório será produzido e entregue à Settra para auxiliar na produção das próximas planilhas e oferecer novas alternativas que possam melhorar o transporte público.
“O relatório vai trazer análises e apontar outros caminhos para que o transporte público em Juiz de Fora tenha mais qualidade, sem que os reajustes pesem tanto no bolso dos estudantes e trabalhadores que utilizam os ônibus todos os dias”, completou.
Em nota, a Settra disse que os representantes vão realizar a análise da documentação entregue pelo Executivo e defendeu a postura de diálogo com a sociedade.
“Ampliar a discussão sobre o transporte público do Município é um ganho enorme tanto para a Prefeitura, quanto para a população. Foi feita a licitação buscando melhorias e dar mais agilidade e resultado às fiscalizações em relação à prestação de serviço. O objetivo é garantir um serviço de qualidade para o cidadão”, diz a nota.
Reajuste contestado
No texto do decreto, consta a argumentação de que “a atualização do preço da passagem é o único meio capaz de assegurar a continuidade, boa qualidade dos serviços públicos prestados aos usuários e o equilíbrio econômico-financeiro do sistema”.
De acordo com informações do secretário de Transportes e Trânsito, Rodrigo Tortoriello, apresentadas na audiência pública, além das alegações de aumento do preço do combustível e gastos com os funcionários, a redução no número de passageiros no comparativo entre 2016 e 2017 consta como justificativa para o aumento. Segundo a Settra, foram 8.268.096 usuários no ano passado e 7.909.732 no mesmo período deste ano.
O último aumento antes do atual foi em abril de 2016, quando o valor subiu de R$ 2,50 para R$ 2,75. Atualmente o serviço de transporte coletivo em Juiz de Fora é prestado pelos consórcios Manchester e Via JF, vencedores da licitação iniciada em 2015 e concluída em 2016. A frota é composta por aproximadamente 603 veículos.
Em 9 de outubro, primeiro dia útil após o aumento da passagem, um grupo de manifestantes ocupou a Câmara Municipal. Eles permaneceram em uma área do prédio até a tarde do dia 10, só desocupando após um acordo mediado pelo Legislativo. Foram entregues os documentos solicitados pelo grupo e a reunião foi agendada para esta quarta-feira.
“A primeira coisa que a gente precisa para sair daqui é ter em mãos as planilhas, estudos e a licitação do transporte, que a gente não conseguiu ter acesso, os documentos que embasaram este aumento. Não concordamos com os que foram apresentados na audiência pública e estamos pedindo para marcar uma auditoria independente. Assim, a gente junto pode construir uma alternativa para o transporte porque não tem como questionar efetivamente sem ter acesso a estes documentos”, disse uma integrante do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), participante do ato, que não quis se identificar.
Segundo a assessoria da Câmara, os manifestantes não danificaram o interior do prédio e entregaram o local limpo. Em entrevista coletiva, o presidente da Casa, Rodrigo Mattos (PSDB), afirmou que a ocupação não era necessária, visto que os documentos que os manifestantes pediam estavam disponíveis na internet.
Em nota, na ocasião, a Settra esclareceu que o reajuste da tarifa seguiu critérios estabelecidos em contrato e respeitou todas as etapas de discussão e análise previstas na legislação. A pasta informou, ainda, que respeita todas as manifestações que não excedam os limites democráticos e sempre se coloca à disposição para o diálogo.
— —
Veículo: Tribuna de Minas
Editoria: Cultura
Data: 18/10/2017
Título: Mais de 50 curtas na 16ª edição do Festival Primeiro Plano
A maratona para os apaixonados por cinema já tem hora e (novo) local para começar. A 16ª edição do Primeiro Plano – Festival de Cinema de Juiz de Fora e Mercocidades tem início nesta segunda-feira (23), às 20h, no Cinemais Alameda, e prossegue durante a semana no mesmo local com a exibição de mais de 50 curtas-metragens nas mostras competitivas Regional e Mercocidades, além de seis longas, e a realização de oficinas na Casa de Cultura da UFJF.
A abertura no Alameda terá a exibição do curta “Ainda é cedo”, de Ana Cláudia Ferreira, e do longa “Fala comigo”, de Felipe Sholl, vencedor da 18ª edição do Festival do Rio. O filme tem no elenco Denise Fraga, Tom Karabachian e Karine Teles. Karine, que participou do drama “Que horas ela volta?”, estará presente à sessão com o diretor. A entrada é franca, e os ingressos podem ser retirados uma hora antes da exibição.
Dentre os outros cinco filmes de longa-metragem que fazem parte do festival, destaque para “A parte do mundo que me pertence”, de Marcos Pimentel, que ganhou o troféu Redentor na categoria melhor longa-metragem da mostra Première Brasil: Novos Rumos e o Prêmio Petrobras de Distribuição, o que garante sua exibição em salas de todo o país. O documentário será exibido no sábado (28), às 18h, durante a Mostra Audiovisual de Juiz de Fora. Outros longas que estão na programação são “Mulher do pai”, de Cristiane Oliveira, “Elon não acredita na morte”, de Ricardo Alves Jr., “O diabo é magnífico”, produção chilena de Nicolás Videla, e “Meu corpo é político”, de Alice Riff.
Nesta sexta (20), haverá sessão especial na Praça CEU, em Benfica, às 19h, com a exibição de produções premiadas em edições anteriores do Primeiro Plano. Poderão ser vistos os curtas “Araca” (documentário sobre Aracy de Almeida), “Barbante”, “Nham Nham” e “Disfarce perfeito”.
Mostras competitivas
O Cinemais Alameda também recebe as mostras competitivas Regional e Mercocidades, com exibições dos competidores de segunda a sexta-feira, às 17h e 19h, respectivamente. A primeira delas terá 29 curtas produzidos por cineastas de Juiz de Fora e Zona da Mata, sejam eles veteranos ou estreantes. Dentro dessa mostra, será oferecido, ainda, o Prêmio Incentivo Primeiro Plano, no valor de R$ 9 mil, para o melhor curta produzido por diretor universitário. O valor deve ser destinado a uma produção a ser apresentada no festival em 2018. Já o Mercocidades tem 25 curtas produzidos por diretos de várias partes do país de da América Latina. Os vencedores serão conhecidos na cerimônia de encerramento, no sábado.
Entre outras atrações do Primeiro Plano está a Sessão Lanterninha, de segunda a sexta-feira, sempre às 15h. Ela apresenta algumas das produções concorrentes nas duas mostras direcionadas ao público infantojuvenil e em idade escolar. As sessões de quinta e sexta também serão utilizadas para a novidade deste ano, que é a legendagem descritiva, recurso que transcreve diálogos, efeitos sonoros, sons do ambiente e demais informações que sejam relevantes para o espectador. O objetivo é permitir uma melhor compreensão dos filmes para deficientes auditivos e pessoas com baixa audição.
Primeiro Plano 2017
De 23 a 28 de outubro, no Cinemais Alameda, sala 1 (Rua Morais e Castro 300). Entrada franca. Ingressos podem ser retirados uma hora antes da exibição.
PROGRAMAÇÃO
SEXTA, 20 de OUTUBRO
Sessão especial | 19h | Praça CEU de Benfica
– Araca, de Aleques Eiterer: um documentário sobre a Aracy de Almeida. Ela era muito engraçada, xingava todo mundo, acho que vão gostar. O Aleques vai na sessão e vai apresentar o filme
– Barbante, do Samir Hauaji e do Daniel Couto.
– O Disfarce Perfeito, da Jéssica Ribeiro. Documentário sobre corte de cabelos com desenhos e frases, daqueles cabeleireiros que ficam na parte baixa da Rua Floriano. Tem uma pegada bem jovem.
– Nham Nham, Lucas Barros: é um filme fofo de um monstro que vive em um armário de uma criança, é super bem feito e não é um filme bobo.
SEGUNDA, 23 de OUTUBRO
Abertura | 20h | Cinemais Alameda
Ainda é cedo, de Ana Cláudia Ferreira (16 min)
Fala comigo, de Felipe Sholl (90 min)
TERÇA, 24 de OUTUBRO
Sessão Lanterninha 1 | 15h | Cinemais Alameda| Classificação Indicativa: livre
Asas de pedra, de Sofia Gariazzo e Francisco Cerchiara Montero (6 min)
Bulé de prata, de Ruan Esteves (13 min)
A luta, de Bruno Bennec (16 min)
Vitrine, de Caio Parizi (9 min)
Solito, de Eduardo Reis (5 min)
Mostra Competitiva Regional 1 | 17h | Cinemais Alameda | Classificação Indicativa: 12 anos
Bulé de prata, de Ruan Esteves (13 min)
Realidade súbita, de Matheus Jeronymo (10 min)
Tragédia, de Octavio Sampaio Filho e Raysa Leite (4 min)
Dores, de Ana Lúcia Pitta (20 min)
O vampiro da ocupação, de Bruna Schelb Correa (7 min)
A luta, de Bruno Bennec (16 min)
Entre nós, de Ivan Santaella (3 min)
Amor e revolução não é só nome de novela, de Gabriela Ribeiro (18 min)
Mostra Competitiva Mercocidades 1 | 19h | Cinemais Alameda | Classificação Indicativa: 14 anos
Xitara, de Diana Svintiskas (20 min)
Lady, de Bárbara Montaña (13 min)
Fortunato, de João Rabello (11 min)
Mercadoria, de Carla Villa-Lobos (15 min)
Vinis & Peixes, de Rafael Ski (14 min)
Réu/Reo, de Mauricio Corco (17 min)
Estreia de Longa Metragem 1 | 21h | Cinemais Alameda | Classificação Indicativa: 14 anos
Mulher do pai, de Cristiane Oliveira (94 min)
Agenda Noturna
São Bartolomeu _ Rua São Mateus, 41 _ São Mateus
QUARTA, 25 de OUTUBRO
Plenário da Câmara Municipal de Juiz de Fora | 10h
Encontro sobre Produção em Cinema com Acessibilidade Comunicacional
Sessão Lanterninha 1 | 15h | Cinemais Alameda| Classificação Indicativa: livre
ver programação Sessão Lanterninha 1
Competitiva Regional 2 | 17h | Cinemais Alameda |Classificação Indicativa: livre
Diálogos em silêncio, de Ana Carolina Mendes (8 min)
Dentadura postiça, de Daniel Madão e Thiago Lopes (20 min)
Agnus Dei, de Táscia Souza e José Eduardo Brum (9 min)
Arco de balões, de Gustavo Burla (20 min)
O Majestoso Cine-Palace, de Cibele Sales e Victor Sobral (14 min)
A parada do fim do mundo, de Eduardo Malvacini (5 min)
Íris da Candinha, de Matheus Silva (15 min)
Mostra Competitiva Mercocidades 2 | 19h | Cinemais Alameda | Classificação Indicativa: 14 anos
Talaatay Nder, de Chantal Durpoix (20 min)
Minha tristeza não é minha/Mi tristeza no es mía, de Maximiliano Gallo (17 min)
Pássaros na boca, de Gustavo Ribeiro (15 min)
O lamento da serpente , de Guilherme Dacosta (15 min)
Deus, de Vinicius Silva (25 min)
Estreia de Longa Metragem 2 | 21h | Cinemais Alameda | Classificação Indicativa: 16 anos
Elon não acredita na morte, de Ricardo Alves Jr. (75 min)
Agenda Noturna
Vizú _ Rua Morais e Castro, 835 e 837 _ São Mateus
QUINTA-FEIRA, 26 de OUTUBRO
Sessão Lanterninha com audiodescrição e legendagem descritiva| 15h | Cinemais Alameda | Classificação Indicativa: Livre
O jovem príncipe, de Ducca Rios (3 min)
H2Obby, de Flávia Lopes Trevisan (4 min)
Virando gente, de Analúcia Godo (10 min)
O melhor som do mundo, de Pedro Paulo de Andrade (13 min)
No fim da trama, de Patrícia Monegatto (13 min)
Meninos e reis, de Gabriela Romeu (16 min)
Mostra Competitiva Regional 3 | 17h | Cinemais Alameda | Classificação Indicativa: 12 anos
Filé, de Natália Reis (20 min)
Maria Cachoeira, de Pedro Carcereri (11 min)
Vitrine, de Caio Parizi (9 min)
Love.app, de Diogo D’Melo (20 min)
Parcialmente nublado, de Gabriel Souza e Ivan Santaella (12 min)
14°, de Ingryd Lamas (2 min)
Minha mãe chamava Tereza, de Mariana Medeiros (17 min)
Mostra Competitiva Mercocidades 3 | 19h | Cinemais Alameda | Classificação Indicativa: livre
Solito, de Eduardo Reis (5 min)
Meninos e reis, de Gabriela Romeu (16 min)
Retratos para você, de Pedro Nishi (13 min)
VHS, de Rômulo Veiga (23 min)
Pele suja minha carne, de Bruno Ribeiro (13 min)
A melhor fase da vida, de Rodrigo Lavorato (18 min)
Asas de pedra/Alas de Piedra, de Sofia Gariazzo e Francisco Cerchiara Montero (6 min)
Estreia de Longa Metragem 3 | 21h | Cinemais Alameda | Classificação Indicativa: 14 anos
O diabo é magnífico, de Nicolás Videla (68 min)
Agenda Noturna
Queens _ Avenida Itamar Franco, 2515 _ São Mateus
SEXTA, 27 de OUTUBRO
Sessão Lanterninha com audiodescrição e legendagem | 14h30 | Cinemais Alameda | Classificação Indicativa: Livre
Elis, de Hugo Prata (110 min)
Mostra Competitiva Regional 4 | 17h | Cinemais Alameda | Classificação Indicativa: 14 anos
1984, de Gabriel Costa (6 min)
Rosalita, de Luciano de Azevedo (18 min)
Fun também é morte, de Marize Moreno e Sérgio Izzo (2 min)
Ninguém, de Rodrigo Brandão (8 min)
Pele de monstro, de Bárbara Maria (20 min)
O moço de vestido, de Guilherme Gwd e Heron Alves (16 min)
J-Fora Kei, de Leonardo Amorim (20 min)
Mostra Competitiva Mercocidades 4 | 19h | Cinemais Alameda | Classificação Indicativa: 14 anos
As mãos que me queimam por dentro/Las manos me queman por dentro, de Simón Arias e Felipe Guzmán (11 min)
O vestido de Myriam, de Lucas H. Rossi (15 min)
Ainda não, de Julia Leite (21 min)
Jonas banhado em sangue, de Mateus Bandeira (19 min)
Essa barra que é gostar de você, de Madiano Marcheti (18 min)
Autópsia, de Mariana Barreiros (7 min)
Estreia de Longa Metragem 4 | 21h | Cinemais Alameda | Classificação Indicativa: 12 anos
Meu corpo é político, de Alice Riff (93 min)
Agenda Noturna
Breu – Rua Pedro Botti, 11 _ Alto dos Passos
SÁBADO, 28 de OUTUBRO
Mostra Audiovisual de Juiz de Fora 1 | 16h | Cinemais Alameda |Classificação Indicativa: 12 anos
Móbile haikai, de Lilian Werneck (20 min)
Sugestão #2, de Nilson Alvarenga (10 min)
Caminho das águas, de Cristiano Rodrigues (25 min)
Ainda é cedo, de Ana Cláudia Ferreira (16 min)
B, de Giovanni Viruez (8 min)
Mostra Audiovisual de Juiz de Fora 2 | 18h | Cinemais Alameda | Classificação Indicativa: livre
A parte do mundo que me pertence, de Marcos Pimentel
Cerimônia de Encerramento | 20h | Cinemais
Classificação Indicativa: 12 anos
As três, de Elena Sassi (14 min)
Quem matou Eloá?, de Lívia Perez (24 min)
Premiação dos filmes
Agenda Noturna
Muzik (Rua Espírito Santo 1.081 – Centro)
OFICINAS
ATUAÇÃO PARA CINEMA
24 a 27/10, das 9h às 12h, na Casa de Cultural da UFJF _ 20 vagas
Responsável: Rômulo Braga
DIREÇÃO DE ARTE PARA CINEMA
24 a 27/10, das 9h às 12h, na Casa de Cultura da UFJF – 20 vagas
Responsável: Yves Moura
DIREÇÃO DE FOTOGRAFIA – LUZ NO CINEMA: TEORIA E PRÁTICA
25 a 27/10, das 9h às 13h, Casa de Cultura da UFJF – 20 vagas
Responsável: Tiago Scorza
— —
Veículo: Tribuna de Minas
Editoria: Notícias
Data: 18/10/2017
Título: Conselho da Criança já havia pedido providências contra conselheiro
A Polícia Civil instaurou inquérito para apurar se houve injúria racial praticada pelo conselheiro tutelar Abraão Fernandes contra a acadêmica da UFJF, Mariana Martins, 25 anos. A denúncia apresentada pela universitária na 1ª Delegacia em São Mateus contém cópias de posts com insultos dirigidos à jovem, pela internet, e acabou trazendo à tona dezenas de queixas contra a atuação de Abraão. O Conselho Municipal de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA) revelou à Tribuna que tanto a Prefeitura, quanto o Ministério Público já haviam recebido documentos referentes à conduta racista e homofóbica de Abraão. Através de ofício datado de 3 de agosto de 2017, a presidência do CMDCA encaminhou ao promotor da Infância e Juventude, Carlos Ari Brasil, material remetido anteriormente à Secretaria de Administração e Recursos Humanos (SARH) para instauração de processo administrativo disciplinar em desfavor do representante do Conselho Tutelar da Região Centro-Norte. A Comissão de Acompanhamento e Assessoria aos Conselheiros Tutelares no CMDCA considerou as postagens de Abraão nas redes sociais inadequadas e ofensivas, encaminhando cópia dos textos às autoridades públicas. Apesar do pedido oficial de providências, Abraão parece ter continuado seus ataques. O mais recente deles é contra uma conselheira do CMDCA que representa a sociedade civil na entidade.
Em áudios atribuídos ao conselheiro pelo presidente do CMDCA, Carlos Henrique Rodrigues, é dito pelo autor que ele respeita as mulheres, no entanto, “para essa aí, eu nada mais posso me fazer valer senão as falas do Bolsonaro para a Maria do Rosário no Salão Verde”. A mensagem de voz faz menção ao episódio no qual o deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) diz à colega Maria do Rosário, ex-ministra dos Direitos Humanos, que não a estuprava porque ela não o merecia. Os insultos prosseguem e assustam pelo teor: “essa situação dessa menina aí é complicado (sic) demais. Tô pra te falar uma coisa: é mal comida e tá sozinha porque é chata (…) além disso, acho que ela devia ir para São Paulo comer aquela ração do Dória para ela dar uma encorpada, porque mulher tem que ser bonita e tem que ter um corpinho também para ter onde a gente pegar.” Em outro momento, é dito que nem se ela passar um “guaritina no cabelo” e “ficar de molho um ano na água sanitária”, não sairá o “encardido” na pele dela.
Procurado pela Tribuna, o conselheiro Abraão disse que só se manifestará quando for notificado. O jornal também enviou para o conselheiro os áudios atribuídos a ele, mas Abraão informou não ter nada a declarar. Para a assistente social ofendida, o conteúdo é preocupante. “Reconheço a voz do Abraão nesses áudios e confesso que fiquei bem assustada com o que ouvi. Em um primeiro momento, me senti violentada. Depois entendi que ele representa a cultura de uma sociedade machista e, que, quando ele diz essas coisas, está violentando não só a mim, mas todas as mulheres”, desabafou a assistente social de 33 anos, que não quer ter seu nome divulgado. Segundo ela, o embate com o conselheiro começou após a tentativa de Abraão criminalizar as mães que vendem balas no Centro com seus filhos.
De acordo com o presidente do CMDCA, Carlos Henrique Rodrigues, o conselheiro será novamente notificado pela entidade para prestar esclarecimentos sobre o episódio envolvendo a assistente social. “Desde o início do mandato de Abraão, recebemos muitas denúncias contra ele em diversos casos. Tem racismo, acusação de homofobia, prints de postagens dele que incitam o ódio (ver fac-símiles). Solicitamos, desde o começo do ano, instauração de procedimento administrativo contra ele junto a SARH. Estamos tomando todas as medidas ao nosso alcance contra qualquer conduta irregular que tenha sido cometida pelo conselheiro. Encaminhamos todas as queixas e prints, toda a documentação para a Prefeitura e para o Ministério Público. Estamos cuidando de dar ciência de cada passo, cada nova denúncia. Cada material que chega é encaminhado para os órgãos devidos para que as providências sejam tomadas. Agora a celeridade ou a morosidade com que isso caminha, infelizmente, não está sob nosso domínio”, revelou Carlos Henrique.
A Promotoria da Infância e Juventude foi procurada pela Tribuna por dois dias seguidos, mas o jornal recebeu a informação de que o promotor Carlos Ari estava em audiência. Em nenhuma das duas ocasiões houve retorno.
PJF diz que está adotando providências cabíveis
A Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) admitiu, por meio de nota, que vem recebendo denúncias contra Abraão desde dezembro de 2016 e que já instaurou Processo Administrativo Disciplinar (PAD) contra o referido conselheiro tutelar baseando-se em possíveis descumprimentos de deveres funcionais. “Desde então, o Município, através da Supervisão de Processos Disciplinares e Sindicâncias da Secretaria de Administração e Recursos Humanos, tem se debruçado na busca de documentação junto ao CMDCA para melhor instrução do PAD. A PJF reforça que, com o processo administrativo disciplinar, continua adotando todas as providências cabíveis para melhor apuração dos fatos, assegurando ao acusado, durante todo o processo, o direito ao contraditório e à ampla defesa. Ao final do PAD, poderá ser aplicada uma das penalidades previstas na Lei 8710, que são advertência, suspensão ou demissão.”
As denúncias contra o conselheiro tutelar Abraão Fernandes vieram à tona depois que ele procurou o Ministério Público Federal pedindo que fosse verificada a conduta da drag queen Femmenino e da direção do colégio de Aplicação João XXIII, diante da gravação do vídeo “Na hora do lanche”, em que a artista faz uma performance junto aos alunos. No vídeo, a personagem fala sobre não existir separação entre coisas e brinquedos de meninas e meninos, fazendo um coro com os pequenos de que isso é preconceito. O caso repercutiu nas redes sociais nacionalmente.
— —
Veículo: Tribuna de Minas
Editoria: Cultura
Data: 18/10/2017
Título: Paul Save Us
“It’s been a hard day’s night”, assim Paul McCartney abriu a turnê “One on one” no Brasil. Para mim, também estava sendo uma noite d-a-q-u-e-l-a-s. Fui a São Paulo e assisti ao show no Allianz Parque, no domingo (15). Em seguida, partiria para Belo Horizonte – overdose das boas de Paul. Perdi meu ônibus na segunda à noite para “Beagá”, como disse o músico ao cumprimentar os mineiros, e fiquei até de madrugada na rodoviária de São Paulo.
Peguei estrada às 9 da manhã do dia seguinte, terça (17), e cheguei às 19h30 no Mineirão. “I should be sleepin’ like a log”, mas quando, às 21h42, Paul entra no palco “I find the things that you do. Will make me feel alright”. Porque eu iria me importar? Eu era a garota mais sortuda do mundo de poder ver dois shows em seguida a poucos metros de um Beatle. Até descobrir que dez pessoas ainda mais sortudas, inclusive Gabriel Maia, estudante de direito da UFJF, conheceram Paul McCartney pessoalmente. Através de um concurso, enviaram vídeos cantando músicas dos Beatles e puderam dar de cara com o ídolo, além de terem assistido à passagem de som no Mineirão, de cerca de 50 minutos, quando a banda tocou canções fora do repertório, como “Coming Up” – faixa do “McCartney II”, de 1980.
Gabriel fez um vídeo cantando “A hard day’s night”, com batidas de funk, contou que pode abraçar Paul e conversar alguns poucos minutos. Durante o encontro, Paul perguntou, justamente, quem daqueles fãs que ali estavam havia feito o vídeo de “A hard day’s night”, dizendo ter gostado. Após o show, conversei rapidamente com Gabriel, que ainda estava extasiado e desacreditado em poder conhecê-lo.
“One on one”
O show é uma viagem sensorial por fases dos Beatles e carreira solo do Paul. O êxtase do início da apresentação com “Can’t buy me love”, “Drive my car”, sucessos dos Beatles, além de músicas do álbum “Band on the run”, do Wings, de 1973, é a hora de começar a perceber que estamos diante de Paul McCartney, e, sim, boa parte da história da música pop e do rock estava bem à nossa frente.
“Há 50 anos, nós gravamos o álbum ‘Sgt. Peppers’, impossível, impossível”, dizia Paul antes de começar a tocar “Being for the benefit of Mr. Kite”. O oitavo álbum de estúdio dos Beatles, em nível de experimentação, músicas orquestradas, é uma obra irretocável da música mundial. Quando falamos de psicodelia, parece que tudo já havia sido explorado em 1967. Essa relevância do que foi feito por Paul McCartney, John Lennon, Ringo Starr, George Harrison, além de George Martin, Geoff Emerick e outros nomes que atravessaram a Abbey Road, é o que torna a experiência de poder ir a um show do Paul relevante. “Vocês têm noção da importância disso? De podermos estar vendo um Beatle tocar essas músicas para a gente?”, se perguntava retoricamente um fã ao meu lado quando Paul tocou “Love me do”, agradecendo ao produtor George Martin e relembrando que essa foi a primeira música gravada por eles no estúdio londrino Abbey Road, em 1962.
Nessa primeira fase, pequenas mudanças de repertório entre os shows do Sudeste foram “Letting go” e “Save us”, que apareceram no Mineirão, enquanto que, no Allianz, Paul tocou “Jet” e “Junior’s Farm”, música escrita com Linda para o Wings. Nesse momento, após um “I’ve got a feeling” de deixar todo mundo rouco, Paul senta-se com toda classe e presença em um piano de cauda preto e anuncia que “My Valentine” foi escrita para sua esposa Nancy Shevell, que inclusive estava assistindo aos dois shows em que estive presente. Um amor que o faz ter certeza de que pode voar. A letra impecável é do disco “Kisses on the bottom”, lançado em 2012, pouco antes de completar 70 anos. Nesse momento, Rusty Anderson, guitarrista de sua “fantástija” banda, como Paul pronunciou, parece tocar um violão de nylon.
Ainda ao piano, começaram as primeiras notas de Nineteen Hundred and Eighty Five. Em São Paulo, este momento foi um dos que mais me emocionou – e acredito ter surpreendido Paul – porque boa parte da plateia levantou um cartaz escrito Wings, inclusive eu. Rusty estava com sua Gibson vermelha semiacústica e tira um som perfeito. Paul termina fazendo asinhas com as suas mãos em homenagem a sua banda pós-Beatles, enquanto isso, em BH, as pessoas fazem o mesmo símbolo assim que a música começa. “Maybe I’m amazed” é dedicada a Linda, acredito que o estádio inteiro tenha se perguntado como, aos 75 anos, ele ainda consegue alcançar aquelas notas. É claro que, para quem foi ao show em 2010, na “Up And coming Tour”, é completamente perceptível a diferença da voz de Paul sete anos depois.
“We can work it out” foi tocada em São Paulo como uma mensagem positiva de que tudo pode ficar bem, e a vida é curta demais para nos preocuparmos com bobagens: “Life is very short and there’s no time for fussing and fighting, my friend”. Já em Belo Horizonte, Paul em uma simbiose com seu violão de aço, toca “I’ve just seen a face”. Me vêm à cabeça a imagem do Paul de 1965 com blusa de gola alta, terno preto, os mesmos olhinhos caídos e seu baixo Hofner usado também nos shows de 2017.
De volta a Liverpool
Para os fãs assíduos, duas faixas do “Anthology 1” são da banda pré-Beatles formada na década de 1950 por John Lennon com amigos da escola – The Quarrymen. Paul era um dos integrantes e, logo que conheceu George, o apresentou ao John. Em 1958, os três já estavam tocando juntos sem nem imaginar a história que viria pela frente.
Paul convidou o público para uma volta ao tempo, as projeções do palco acompanhavam criando ambiências para cada capítulo daquele show. A disposição dos instrumentos, a montagem simples da bateria e até mesmo a forma como Brian Ray segura o baixo, tudo fica em uma performance enxuta e condizente com a época. “In spite of all the danger”, talvez pela primeira vez incluída em uma turnê do Paul, é relíquia, foi o momento nostálgico do show, seguido de “You won’t see me”, “Love me do” e “And I love her”, com direito a Paul de costas requebrando. Ele estava solto e à vontade com a platéia em Belo Horizonte. Tanto é que, antes de ir embora, pegou do chão uma camisa e posou com um pokémon de pelúcia que jogaram para ele.
A magical tour
A banda some, uma parte deslocada do palco começa a subir. Lá do alto, com uma projeção de uma rosa, Paul fala de “Blackbird” ser uma música sobre os “direitos humanos”, pronuncia quase que perfeitamente, enquanto dedilha e fica ainda mais próximo ao público. O momento torna-se ainda mais comovente quando Paul, ao falar sobre sua amizade com John Lennon, começa a tocar “Here today”.
Em contraste com o resgate de The Quarrymen, Paul vai ao seu mais recente álbum, “New”, lançado em 2013, e toca também a música “Four five seconds” – uma recente parceria com Rihanna e Kanye West, todas com o piano vertical da “Magical Mistery Tour”.
“Lady Madonna” e “Eleanor Rigby” são tocadas a seguir. Na última, Abe e Rusty fazem as vozes de maneira muito fiel à gravação original, enquanto todo o estádio o acompanha cantando em coro. Após “For the bennefit of Mr. Kite” e “I wanna be your man”, quando Paul relembra os Stones, Macca aparece com o ukulele, no telão surgem fotos da gravação de “Something” com George. Em Belo Horizonte, Paul perdeu o tempo da música, mas, tudo bem, o George deve estar feliz com toda a homenagem. “A day in the life” é o ápice e marca uma fase muito madura dos Beatles, ela cresce no palco, até, como de costume nos shows do Paul, desaguar em “Give peace a chance”.
Em meio a clássicos como “Hey Jude” e “Let it be”, Paul agradece pelas luzes em todo o estádio e faz o momento mais surpreendente da noite – “Live and let die”, com fogos explodindo na frente e atrás do palco junto ao tempo da música. A despedida é puro disfarce para a volta de mais umas cinco músicas. Em São Paulo, foram políticos: Rusty, Paul e Brian voltam com as bandeiras da Inglaterra, do Brasil e uma bandeira do movimento gay. “Yesterday” era a que faltava, aproveita também para colocar todo mundo no limite da adrenalina com “Helter skelter”, toca “Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band (Reprise)” já em clima de encerramento, além de tocar inesperadamente “Birthday”, parabenizando todos os aniversariantes da noite. A mescla de “Golden Slumbers”, “Carry that weight” e “The end” são as imagens e sons finais de uma apresentação de quase três horas. Uma viagem que atravessa nossa imaginação e que só após escrever esse texto consigo compreender o que se passou.
— —
Veículo: Tribuna de Minas
Editoria: Coluna Cesar Romero
Data: 18/10/2017
Link: http://tribunademinas.com.br/colunas/cesar-romero/18-10-2017/233737.html
Título: Médicos em festa
O presidente da Sociedade de Medicina e Cirurgia, Elídio Lana comemora, logo mais, o Dia do Médico. A solenidade será marcada pela entrega do “Mérito Médico Doutor João Penido” e a celebração do jubileu de ouro da turma de 1967 da UFJF.
Os homenageados são Cléber Maurício Gonçalves, Hélio Paschoalino, Sérgio Luiz Vieira Jaguaribe, Jamil Altaf Filho e Sérgio Franca de Souza. Na noite, acontece também, a inauguração da nova agência do Unicred, além da posse da diretoria, presidida por Elson Correa de Mello Júnior.
— —