As mudanças propostas pelo Governo federal foram objeto de discussão na última sexta-feira, 20. O tema da mesa-redonda, que faz parte do II QuiEncontro – Conversas sobre o Ensino de Química na Educação Básica, foi discutido com os próprios alunos secundaristas, reunindo docentes e discentes.
A jovem Maria Eduarda Masiero, 17, estudante do 2º ano do Ensino Médio do Colégio de Aplicação João XXIII, manifestou-se contrária à reforma. A jovem é uma das líderes da ocupação do colégio, que se estendeu por 52 dias, em outubro do ano passado. “A gente tem sim que reformar o Ensino Médio de maneira urgente, é necessário. Mas não da maneira como está, a gente tem que ouvir os alunos e os professores, que são os protagonistas desse ensino”, afirma.
Opinião semelhante à da estudante Ana Lídia Resende, 17, que também integrou a mesa. Ana Lídia é representante da juventude da Superintendência Regional de Ensino e também representou Minas Gerais, no Parlamento Jovem Brasileiro, realizado em setembro deste ano em Brasília. “Tem coisas (da reforma) que dá para se aproveitar, só que a gente não tem estrutura nenhuma para isso. O país passa por um momento difícil. Implementar isso nesse momento vai causar um sucateamento na educação pública”, avalia, também ressaltando a necessidade de ouvir professores e alunos no processo.
O exemplo da Escola Estadual Hermenegildo Vilaça, localizada no Bairro Grama, Zona Nordeste de Juiz de Fora, também foi abordado na mesa-redonda. A coordenadora de Ensino Médio Integral e Integrado da escola, Aretha Fontes Alves, explicou como funciona a educação em tempo integral implantada em agosto deste ano. O modelo é desenvolvido em duas turmas do 1º ano do Ensino Médio – uma é de curso técnico em Marketing e, na outra, os estudantes puderam escolher a matriz curricular.
Para ela, a principal diferença entre o sistema do colégio e a reforma proposta pelo Governo Federal é realmente a participação dos estudantes. “Principalmente porque eles puderam escolher as disciplinas que eles queriam aumentar a carga horária ou não. Há uma diversidade muito grande de disciplinas e a escola pode, ainda, escolher o perfil do profissional que vai trabalhar com a gente nessas disciplinas”, afirma Aretha.
Evento segue no fim de semana
As atividades do II QuiEncontro continuam neste sábado, 21, na Faculdade de Educação e no Centro de Ciências da UFJF. O evento conta com oficinas e rodas de conversa. O objetivo é estimular conhecimento, compreensão e a problematização do mundo natural e social através de conhecimentos químicos escolares. Confira a programação completa.
Outras informações: (32) 2102-3310 – Departamento de Química