“A verdade do louco não é uma inverdade. O enfermeiro precisa entender isto e acompanhar seu paciente. Uma vez que você ganha a confiança e o respeito dele, não há nada a temer”. A constatação é do professor da Faculdade de Enfermagem da UFJF, Marcelo Alves, que participou da mesa-redonda “Assistência em Enfermagem à Saúde Mental” nesta sexta-feira, 20. O evento faz parte do I Simpósio de Estudos e Pesquisa em Enfermagem, que vai até sábado.
Segundo o docente, o estigma negativo imposto aos pacientes com transtornos psicossociais – em alguns casos até mesmo pelos próprios enfermeiros – é um dos principais desafios encontrados pelos profissionais que se dedicam a auxiliar estes pacientes.
Marcelo Alves defendeu o tratamento terapêutico humanizado. “Quando trabalhei na Casa de Saúde Esperança, montei um coral com meus pacientes, e nos apresentamos em vários lugares, eles adoravam a experiência. De uma forma geral, eles têm uma grande aptidão para a artes, e isso deve ser explorado junto com eles.”
A mestre Patrícia Rodrigues reforçou que acompanhar o paciente e saber ouvi-lo é primordial para um tratamento terapêutico de saúde mental eficaz. Segundo ela, “é preciso estruturar mudanças paradigmáticas, pois a formação dos enfermeiros é centralizada no modelo biomédico, que vê o ser humano como uma uma máquina, e, quando está doente, esta máquina está avariada. Os pacientes necessitam de profissionais que sentem ao lado deles, conversem, entendam a vivência e respeitem a subjetividade deles.”
O I Simpósio de Estudos e Pesquisa em Enfermagem da UFJF é organizado pelo Grupo de Estudos e Pesquisa Avançada em Enfermagem (Gepae), e é aberto a toda a comunidade. O objetivo é abordar assuntos que são pouco discutidos ao longo da graduação em Enfermagem.
Outras informações: I Simpósio de Estudos e Pesquisa em Enfermagem