Veículo: Brasil Escola

Editoria: Notícias

Data: 04/09/2017

Link: http://vestibular.brasilescola.uol.com.br/noticias/ufjf-inicia-inscricoes-vestibular-musica-pism-2018/340088.html

Título: UFJF inicia inscrições do Vestibular de Música e do PISM 2018

A Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) abriu as inscrições do Programa Seletivo de Ingresso Misto (PISM) e do Vestibular de Música 2018. O prazo termina em 29 de setembro.

Faça sua inscrição

A taxa do PISM é de R$ 110, enquanto para o Vestibular de Música é de R$ 50. A isenção do valor pode ser socilitada até o dia 11 de setembro.

A isenção das taxas do Vestibular e do PISM são voltadas para os cadastrados no Cadastro Único Para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico) e para quem tem renda familiar per capita de até 1,5 salário mínimo e estude (ou tenha estudado) todo o ensino médio em escola pública.

A orientação para o envio da documentação pode ser conferida nos Editais. O resultado dos pedidos de isenção das taxas da UFJF será publicado no dia 26 de setembro, a partir das 15h.

PISM

O PISM preencherá 2.323 vagas em 2018, sendo o mínimo de 50% destinado aos cotistas. As oportunidades são para Juiz de Fora e Governador Valadares, em Minas Gerais.

Os locais de prova de todas as etapas do PISM serão divulgados em 21 de novembro. No mesmo dia, a UFJF disponibilizará a concorrência do Módulo III.

As provas do PISM serão realizadas em 9 e 10 de dezembro. Os dois primeiros módulos contarão com questões discursivas de Português, Matemática, Química e Geografia e objetivas das mesmas disciplinas no primeiro dia, enquanto o segundo trará perguntas dissertativas e de múltipla escolha sobre Literaturas, Biologia, Física e História.

O módulo III do PISM terá provas de objetivas comum a todos os cursos, composta pelas disciplinas do ensino médio, além da parte discursiva referente às questões específicas aos cursos escolhidos.

As provas de habilidades específicas do curso de música serão aplicadas também no PISM. A etapa está prevista para o período entre 22 e 26 de outubro, variando conforme a modalidade (bacharelado e licenciatura) e entre prática e teórica. O resultado desta fase será publicado em 31 de outubro.

Vestibular

O curso de Música não entra no Sistema de Seleção Unificada (SiSU), já que depende da verificação das habilidades específicas para a aprovação dos candidatos. O Vestibular preencherá 35 vagas divididas em bacharelado e licenciatura, sendo para ocupação em Juiz de Fora.

As provas seguem a mesma linha dos testes de habilidades específicas do curso de Música do Pism, inclusive os mesmos dias, assim como o resultado da etapa sairá em 31 de outubro.

A segunda etapa do Vestibular de Música é constituída do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), o qual será realizado em 5 e 12 de novembro. Esta parte substitui a aplicação de provas teóricas sobre conhecimentos gerais e redação da seleção da UFJF.

Resultados

Os aprovados de ambos os processos seletivos serão conhecidos em 8 de fevereiro. Já as notas dos módulos I e II do PISM serão informadas e 8 de março.

Mais informações nos Editais.

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Veículo: Tribuna de Minas

Editoria: Cidade

Data: 04/09/2017

Link: http://tribunademinas.com.br/noticias/cidade/04-09-2017/policia-civil-prende-tres-suspeitos-de-trafico-na-praca-civica-da-ufjf.html

Título: Polícia Civil prende três suspeitos de tráfico na Praça Cívica da UFJF

Um esquema de venda de entorpecentes, que acontecia inclusive à luz do dia, nas imediações da Praça Cívica da UFJF foi descoberto pela Polícia Civil durante a Operação Nota 10. A manobra foi divulgada nesta segunda-feira (4) pela Delegacia Especializada Antidrogas e resultou na prisão de três suspeitos de tráfico e associação para o mesmo crime, de 19, 21 e 24 anos. Os rapazes são moradores da região do São Pedro, na Cidade Alta. Eles foram monitorados na última sexta-feira e abordados no fim da tarde, junto com três supostos usuários, dois de 20 anos e um de 23. Segundo o delegado responsável pelo caso, Rogério Woyame, um deles é estudante de engenharia elétrica da própria UFJF. Os policiais apreenderam 19 buchas de maconha e R$ 185 em dinheiro trocado, além de um frasco do anabolizante Deposteron, que estava em poder de um dos presos, possivelmente para comercialização.

Outros dois suspeitos de tráfico conseguiram escapar, antes da abordagem, levando uma mochila na qual a polícia acredita que poderia haver mais entorpecentes. De acordo com Woyame, a ação foi deflagrada após diversas reclamações de frequentadores da Praça Cívica da UFJF “de que indivíduos estariam deturpando a função pública do espaço e fazendo a mercancia de drogas no local”. Os policiais iniciaram o monitoramento da área gramada próxima à praça, realizando inclusive filmagens do grupo investigado. A movimentação era compatível com tráfico, já que os suspeitos eram abordados e passavam alguma coisa para a pessoa, que se afastava.

“Os policiais estiveram lá no começo da semana passada levantando local, procurando alguma filmagem que mostrasse isso. Conseguiram ver nas gravações os suspeitos chegando e saindo do campus, mas não havia filmagem de onde ocorria a venda, próximo à Praça Cívica. Na sexta, eles passaram boa parte da manhã e da tarde observando os autores e filmaram o comércio de drogas. Eles conseguiram abordar usuários que haviam acabado de comprar dos traficantes ali e, em seguida, fizeram a abordagem dos autores. Eram cinco, todos em conjunto vendendo drogas. Dois conseguiram fugir”, explicou o delegado.

Os envolvidos foram levados para a 1ª Delegacia Regional, em Santa Terezinha. Segundo Woyame, os suspeitos não confessaram a venda de entorpecentes. Eles tiveram o flagrante confirmado por tráfico de drogas e associação para o mesmo crime, sendo conduzidos ao Ceresp, onde permanecem à disposição da Justiça. Conforme a Polícia Civil, dois deles têm passagem por tráfico e roubo. A pena deles ainda pode ser aumentada por ter sido configurado comércio de substâncias ilícitas nas imediações de instituição de ensino.

“A delegacia vai continuar realizando diligências no campus para saber se voltou a ocorrer o tráfico, inclusive para identificar e prender aqueles que conseguiram evadir”, afirmou o delegado.

UFJF afirma não ter sido comunicada sobre Operação Nota 10

Por meio de nota, a UFJF informou que a administração superior da instituição não foi comunicada da Operação Nota 10, acrescentando que a mesma foi feita sem seu conhecimento, contrariando a conduta de rotina, que seria de ação conjunta com o setor de segurança da universidade. “Nossa vigilância atua o tempo todo na Praça Cívica para garantir segurança para os frequentadores do espaço.”

Ainda conforme a assessoria da UFJF, “todas as vezes que algum órgão de segurança manifesta necessidade de alguma ação no campus, sempre pede autorização para que tudo seja acompanhado por nosso setor especializado, ainda mais sendo um espaço de atuação da Polícia Federal”. A universidade disse esperar “que qualquer ação futura seja seguida dos procedimentos que sempre pautaram a relação da UFJF com todas as instituições”.

Durante entrevista coletiva na manhã desta segunda-feira (4), o titular da Delegacia Especializada Antidrogas e responsável pelo caso, Rogério Woyame, afirmou que a UFJF deu todo o apoio necessário ao sucesso da manobra, disponibilizando inclusive imagens das câmeras de vigilância. Ele reforçou a relevância da operação, já que o espaço público é frequentado por estudantes, crianças e famílias. “Com certeza os traficantes se aproveitam do movimento de estudantes e do grande número de pessoas que utiliza o local como passagem ou para a prática de exercícios. Acaba sendo um local de fácil acesso e de fácil fuga. Mas vamos continuar monitorando e dando a resposta apropriada.”

Em relação à competência de atuação, o delegado informou que “quando ocorre crime em desfavor da UFJF, por ser entidade federal, o crime é de competência da Polícia Federal. Como neste caso eles estavam praticando o tráfico visando qualquer pessoa comum que passava pela universidade, tanto a Polícia Federal quanto a Polícia Civil pode fazer a investigação.”

Fórum de segurança

No dia 18 de agosto a UFJF implementou o Fórum Permanente de Segurança no campus, por onde circulam, diariamente, mais de 35 mil pessoas. O objetivo do projeto é garantir uma experiência segura para quem transita pelo espaço público e de todos que estudam e trabalham na universidade. As ocorrências cada vez mais frequentes de furtos e assaltos na UFJF e próximo às saídas, alguns deles como grave violência, estavam aumentando a sensação de insegurança no local.

Entre os membros do Fórum, estão representantes do setor de segurança, dos docentes e dos técnico-administrativos em educação da UFJF; do Diretório Central dos Estudantes (DCE); do Conselho Setorial de Graduação (Congrad); do Conselho de Centros e Diretórios Acadêmicos (Concada); e do Sindicato dos Trabalhadores Técnico-Administrativos em Educação das Instituições Federais de Ensino no Município de Juiz de Fora (Sintufejuf). As reuniões serão mensais.

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Veículo: G1

Editoria:

Data: 04/09/2017

Link: http://g1.globo.com/mg/zona-da-mata/noticia/policia-civil-em-juiz-de-fora-prende-jovens-por-venda-de-drogas-na-praca-civica-da-ufjf.ghtml

Título: Polícia Civil em Juiz de Fora prende jovens por venda de drogas na praça cívica da UFJF

A Delegacia Especializada Antidrogas apresentou em coletiva nesta segunda-feira (4) o resultado da Operação “Nota 10”. Três jovens de 19, 21 e 24 anos presos em flagrante vendendo drogas na Praça Cívica da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).

Eles tiveram o flagrante confirmado e foram encaminhados para o Centro de Remanejamento do Sistema Prisional (Ceresp). O G1 entrou em contato com a Universidade, que enviou nota sobre o assunto. Veja a íntegra abaixo.

De acordo com o delegado Rogério Woyame, a operação foi resultado de informações da comunidade. “A ação se deu após diversas reclamações de frequentadores da praça cívica da UFJF de que tais indivíduos estariam deturpando a função pública do espaço e fazendo a mercancia da droga no local”, disse.

Os policiais civis iniciaram o monitoramento após filmagens da ação dos investigados, identificando a participação de cada um deles. A equipe também apreendeu 19 buchas de maconha e R$ 185. Na operação, dois jovens de 20 anos e um de 23 foram conduzidos à 1ª Delegacia Regional. Eles foram qualificados como usuários, prestaram depoimento e foram liberados.

De acordo com o delegado Rogério Woyame, a equipe continuará os trabalhos para que não haja registro de venda de drogas na Praça Cívica da UFJF.

UFJF

Veja abaixo a íntegra da nota enviada pela Universidade Federal de Juiz de Fora:

“A Administração Superior da instituição não foi comunicada dessa operação, o que significa que foi feita sem seu conhecimento, contrariando a conduta de rotina, que seria de ação conjunta com a nossa Vigilância;

Que nossa Vigilância atua o tempo todo na Praça Cívica para garantir segurança para os frequentadores do espaço. Ressalta que todas as vezes que algum órgão de segurança manifesta necessidade de alguma ação no Campus, sempre pede autorização para que tudo seja acompanhado por nosso setor especializado, ainda mais sendo um espaço de atuação da Polícia Federal;

Que espera que qualquer ação futura seja seguida dos procedimentos que sempre pautaram a relação da UFJF com todas as instituições“.

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Veículo: G1

Editoria: Zona da Mata

Data: 05/09/2017

Link: http://g1.globo.com/mg/zona-da-mata/noticia/projeto-arte-em-transito-do-colegio-joao-xxiii-abre-inscricoes-para-evento-em-juiz-de-fora.ghtml

Título: Projeto Arte em Trânsito do Colégio João XXIII abre inscrições para evento em Juiz de Fora

O VI Colóquio Arte em Trânsito será realizado entre os dias 18 e 22 de setembro no Colégio de Aplicação João XXIII da Universidade Federal de Juiz de Fora. As inscrições para os encontros e oficinas estão abertas ao público em geral, são gratuitas e podem ser feitas pelo site do projeto na internet.

As vagas para algumas atividades, como as oficinas e visitas guiadas, são limitadas e as inscrições serão encerradas assim que o limite for atingido. Já para os encontros, é possível realizar inscrição até o dia do evento.

O VI Colóquio promovido pelo projeto Arte em Trânsito, em parceria com o Grupo de Estudo e Pesquisa em Visualidades, Interculturalidade e Formação Docente da Faculdade de Educação, da Universidade Federal de Juiz de Fora (Mirada/UFJF), pretende possibilitar o diálogo e a troca de experiências entre diferentes gerações de professores, não só os da UFJF e do Colégio João XXIII, como também às ações de professores da redes municipal e estadual.

A dinâmica do evento será por meio do diálogo entre as três linhas de pesquisa do Grupo Mirada que abrangem a Arte na Pedagogia; os diálogos interculturais na Arte e na Educação; e as múltiplas visualidades na escola.

Na programação do encontro, estão incluídas oficinas sobre os possíveis usos da fotografia na escola e sobre cultura popular. Rodas de debates sobre temas como “Imagem cinematográfica e as visualidades da escola” e “Saberes e experiências para além dos muros da escola” também são opções de atividades do Colóquio. Além disso, estão programadas duas visitas guiadas, uma para a VII Mostra Cultural do João XXIII e outra no Museu de Arte Murilo Mendes (Mamm).

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Veículo: Tribuna de Minas

Editoria: Opinião

Data: 05/09/2017

Link: http://tribunademinas.com.br/opiniao/tribuna-livre/05-09-2017/juiz-de-fora-foi-parar-no-fantastico.html

Título: Juiz de Fora foi parar no Fantástico!

Entre 14 e 20 de agosto, Juiz de Fora presenciou a volta do Miss Brasil Gay. O concurso retorna depois de quatro edições canceladas, juntamente com o Rainbow Fest Brasil e a I Semana Rainbow da UFJF. Como um dos pontos altos do evento, o Miss Brasil Gay esteve por sete minutos no “Fantástico – o show da vida”, em uma reportagem que destacou a importância de assumirmos nossas identidades, nosso estilo e nossa “performance”, em tempos de intolerância e polarização política.

Entretanto, para além da efervescência cultural, os eventos LGBTTI (Lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transgêneros e intersexos) dão visibilidade e reconhecimento à cidade. As reflexões em torno do Miss Brasil Gay sugerem, imediatamente, quatro categorias de análise: questões econômicas; sociais; de “turistificação do destino”; de comunicação & marketing.  No que diz respeito à economia, e sob a coordenação da UFJF, a “pesquisa do perfil da demanda turística” que visitou a cidade entre 17 e 20 de agosto sugere uma média de quatro mil turistas. Traduzindo em números: os eventos LGBTTI fizeram a taxa de ocupação mensal dos hotéis saltar de 45% para 67%, ou seja, um acréscimo de 22%.

A pesquisa revela que 60% dos turistas ocuparam parte dos 1.425 quartos dos dez hotéis pesquisados. Assim, temos um total de 855 quartos ocupados (média de dois turistas por apartamento), que perfazem o total de 1.710 turistas. A esse número devem ser acrescentados os turistas que se hospedaram na casa de amigos e os excursionistas, que não utilizaram meios de hospedagem. Essa análise preliminar permite aferir o número aproximado de quatro mil turistas e excursionistas, além da movimentação da população local. Se cada uma dessas pessoas gastou na cidade em torno de R$ 500, chega-se à marca de R$ 2 milhões injetados na economia.

No que diz respeito às questões sociais, o retorno do Miss Brasil Gay é terreno fértil para a pesquisa, a extensão e o ensino. Um universo de possibilidades para se pensarem o preconceito, as diferenças ou “alteridade”, a aceitação de novas formas de viver, os novos formatos familiares e as novas orientações sexuais e/ou de gênero. Os eventos LGBTTI existem justamente para dar visibilidade e tornar mais “palatável” essa discussão ainda “árida”. Porém a realidade continua apavorante: um homossexual é morto a cada 25 horas no Brasil; a expectativa de vida para travestis no Brasil é de 35 anos; em países do Oriente Médio e da África, a homossexualidade é punida com pena de morte… E os horrores não param por aí!

Por “turistificação do destino” entende-se: criação e incremento das opções de lazer e serviços destinadas ao turista, através de parcerias público-privadas. Em uma relação a ser otimizada e estabelecida nos moldes do “ganha-ganha”, como em poucas vezes, entidades locais ligadas ao turismo uniram-se para promover atividades que aumentassem a permanência do turista. Os resultados ainda foram tímidos, pois a grande maioria dos turistas permaneceu entre uma e duas noites na cidade. Porém o esforço conjunto é apenas a etapa inicial de uma política pública em turismo – a ser criada, em nível municipal – que valorize e apoie os eventos LGBTTI, fazendo com que a cidade volte a ser referência em “turismo gay”.

Por fim, fica a reflexão: quando a cidade esteve em um dos principais programas jornalísticos do país? Quanto custaria o investimento em mídia, com duração de sete minutos, nesse programa? É o momento de a cidade perceber os eventos LGBTTI como espaço de/para vários “tribos” que coabitam e esforçam-se para serem reconhecidas e valorizadas nas suas manifestações e no seu arco-íris de possibilidades.Fica a dúvida: nos vemos em agosto de 2018? Infelizmente, não há garantias da manutenção dos eventos LGBTTI em Juiz de Fora.

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Veículo: Tribuna de Minas

Editoria: Coluna Painel

Data: 05/09/2017

Link: http://tribunademinas.com.br/colunas/painel/05-09-2017/em-semana-curta-reforma-politica-se-aprovada-nao-tera-grande-impacto.html

Título: Em semana curta, reforma política, se aprovada, não terá grande impacto

Reforma emperrada

A Câmara Federal, embora com um feriado na quinta-feira, que mata a semana em Brasília, vai tentar um último esforço para aprovar algumas medidas da reforma política. Mas não há otimismo. O cientista político Raul Magalhães, da UFJF, acha que se alguma coisa for aprovada será em torno das coligações, regra previamente aprovada no Senado, mas ele duvida que questões mais agudas, como o distritão, passem pelo plenário. Na sua avaliação, “o governo que patrocina as reformas está sem autoridade perante a opinião pública, com recursos limitados para barganhas, e pode sofrer novas denúncias da Justiça, então a coisa tende a paralisar mais uma vez”. Segundo o professor, “as diversas reformas políticas tentadas sempre se frustraram devido à resistência dos deputados em modificar as regras que os elegeram. Agora não é diferente. O distritão não é uma mudança trivial, porque por detrás da regra – os mais votados por estado vão para o Congresso – temos claramente o favorecimento das campanhas com mais recursos e que disputam votos nos maiores colégios eleitorais, ou seja, capitais, regiões metropolitanas e grandes cidades”.

Poucos atores

O professor Raul Magalhães considera que, a despeito de também viverem crises de identidade, PT e PSDB, na falta de outros atores, devem continuar liderando a cena nacional, mas não vê o mesmo futuro com o PMDB, partido que se encontra no poder. “O PMDB não tem a menor credibilidade, e a sociedade vai ter de usar os políticos disponíveis para tentar fazer a ponte para um novo pacto. Assim o PSDB tem dois candidatos (Alckmin e Doria), e, se Lula não for o candidato do PT, nenhum outro candidato à esquerda teria chances sequer de segundo turno sem o apoio do Partido dos Trabalhadores”. Quanto a Marina Silva, ele entende que ela terá, obrigatoriamente, que fechar acordo com um dos lados.

De volta a JF

O vice-governador Antônio Andrade volta a Juiz de Fora ainda este mês. Na última sexta-feira, durante encontro regional, ele acertou com o prefeito Bruno Siqueira a realização de um encontro regional com a participação de 33 diretórios do PMDB da região. O presidente em exercício e coordenador Regional, Orlandsmidt Riani, recebeu a missão no mesmo dia e já está articulando o evento para o dia 30. A pauta, certamente, será a sucessão, pois os dirigentes entendem que, mesmo sem definir nomes, já é hora de colocar o assunto na mesa.

Para ouvir as ruas

As prefeituras de cidades de menor porte, sem qualquer estrutura para desenvolver projetos de controle das suas relações com a comunidade, ganharam uma ferramenta importante. O Ministério de Transparência e a Controladoria-Geral da União (CGU) lançaram nessa segunda-feira o sistema informatizado de ouvidoria dos entes federados. Trata-se de um serviço gratuito que oferecerá aos gestores municipais uma plataforma web para recebimento de denúncias, reclamações, sugestões, elogios e solicitações dos cidadãos. A ideia é implantar, de maneira simples e sem custos para o município, um canal efetivo de comunicação com a sociedade.

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Veículo: Tribuna de Minas

Editoria: Economia

Data: 05/09/2017

Link: http://tribunademinas.com.br/noticias/economia/05-09-2017/com-tres-aumentos-em-cinco-dias-gasolina-pode-bater-casa-dos-r-4-em-jf.html

Título: Com três aumentos, em cinco dias, gasolina pode bater a casa dos R$ 4 em JF

Não é notícia velha. É um novo reajuste mesmo. Pela terceira vez em um intervalo de cinco dias, a Petrobras anunciou mais um aumento no preço da gasolina nas refinarias. A alta acumulada passa de 10% só em setembro. A partir desta terça-feira, o reajuste autorizado é de 3,3%. Na semana passada, a companhia já havia anunciado majorações de 4,2% (a partir do dia 1º) e 2,7% (a partir do dia 2) para o combustível. Caso os reajustes sejam repassados integralmente das refinarias para as bombas, o valor do litro ao consumidor pode bater, com facilidade, a casa dos R$ 4 na cidade.

Em Juiz de Fora, o preço médio do combustível praticado em agosto foi de R$ 3,875 o litro, o mais elevado pago pelos juiz-foranos desde o início do ano – ver quadro. O valor é 5,8% maior do que o apurado em agosto de 2016. Na época, o consumidor pagava, em média, R$ 3,660 o litro. Na comparação com julho, a alta chega a 7,48%, conforme dados divulgados pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

A justificativa da estatal é que, na última semana, em função dos impactos do furacão Harvey na operação de refinarias, oleodutos e terminais de petróleo e derivados no Golfo do México, os mercados de derivados sofreram variações intensas de preços. Desde a implementação da nova política de custos, em julho, a alta acumulada passa de 13% para a gasolina. No caso do diesel, o aumento chega a 17,31%.

Um motorista de 40 anos, que prefere não ser identificado, trabalha como representante comercial com o veículo próprio e avalia que está muito difícil arcar com as altas sucessivas. Por dia, ele percorre mais de cem quilômetros. Para manter a atividade e não ficar no prejuízo, ele aproveitou a facilidade de o veículo ser flex e tem optado pelo etanol, apesar do menor rendimento. Com um litro de gasolina, ele costuma percorrer cerca de 12 quilômetros. Com o álcool, o trajeto costuma variar entre 7,5 e 8 quilômetros.

O motorista, que costumava gastar R$ 40 por dia nos postos – já com a migração para o etanol – viu o custo subir para R$ 50 na última semana e teme como a situação ficará a partir desta terça. “Não posso deixar o carro na garagem e sei que, num efeito cascata, vai subir tudo, inclusive a alimentação.”

Para o economista e professor da Faculdade de Economia da UFJF Weslem Rodrigues Faria, o aumento do combustível é prejudicial para a economia, altamente dependente do setor de transporte, especialmente o rodoviário. Segundo ele, muito desse custo será refletido nos produtos de venda final, inclusive os agrícolas, levados aos portos via modal terrestre. “Isso provoca um aumento no nível geral de preços na economia e prejudica as exportações.”

Segundo o economista, a medida também impacta de forma negativa a indústria, diminuindo a lucratividade e reduzindo os investimentos. Na sua avaliação, os itens produzidos localmente e os hortifrutis tendem a ser menos afetados, diz, ressaltando a importância da constante pesquisa de preços.

No caso específico dos motoristas, Weslem adverte que a migração para o etanol só é vantajosa quando se atinge a proporção de 70%. Considerando os valores médios praticados na cidade em agosto, a proporção verificada é de 69,3%. Enquanto o litro do etanol era comercializado a R$ 2,687, o da gasolina chegou a R$ 3,875. Os dados do mês passado referentes ao município são os mais recentes divulgados pela ANP.

Política de preços acompanha volatilidade dos mercados

A Petrobras, por meio de sua assessoria, afirmou que o Grupo Executivo de Mercado e Preços (Gemp), em reunião realizada nesta segunda (4), decidiu autorizar reajustes também no diesel (0,1%). Só este mês, o combustível já havia subido 0,8% e 4,4%. O argumento do grupo para as majorações é que o limite de variação de 7%, fixado pela política de preços da companhia para decisões da área técnica, foi atingido.

Por meio de comunicado, a estatal comunicou que o grupo executivo é convocado quando há necessidade de reajustar os combustíveis em mais de 7% para cima ou para baixo em um único mês. “A avaliação dos representantes do Gemp é que a política de preços definida pela Petrobras tem sido capaz de garantir a aderência dos preços praticados pela companhia às volatilidades dos mercados de derivados e ao câmbio.”

Procurado, o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo no Estado de Minas Gerais (Minaspetro), esclarece que os estabelecimentos revendedores de combustíveis são apenas mais um elo na cadeia de comercialização, que é extensa e composta por importantes players durante o processo, desde o refino até a disponibilização do produto ao consumidor final.

“O Minaspetro ressalta que os postos, sendo o último e mais visado elo no segmento de distribuição e revenda, dependem de decisões e repasses – caso estes aconteçam – por parte dos outros agentes do setor, ou seja, Governo, refinarias, usinas de etanol e companhias distribuidoras.”

Por nota, a entidade afirmou, ainda, que não são realizadas pesquisas de preço, estoque, volume de compra ou qualquer outra informação de cunho comercial, já que o mercado de combustíveis é livre. “Cada empresário define seu preço de venda, que varia de acordo com inúmeros fatores, como estratégias comerciais, localização e concorrência, entre outros.”

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Veículo: Tribuna de Minas

Editoria: Cidade

Data: 05/09/2017

Link: http://tribunademinas.com.br/noticias/cidade/05-09-2017/pessoas-que-precisam-ser-ouvidas-e-cuidadas.html

Título: Pessoas que precisam ser ouvidas e cuidadas

O telefone toca. Respiração ofegante. De um lado, um coração solitário. Do outro, um coração solidário. No primeiro, a busca por uma palavra de conforto. No segundo, a vontade de confortar por meio da palavra. Uma conversa amiga pode ser a tábua de salvação para quem está às voltas com pensamentos suicidas. Uma estilista juiz-forana, de 38 anos, já passou cerca de 90 horas ao telefone, ao longo de um ano e meio, atendendo ligações como plantonista voluntária e anônima no SOS Preces, trabalho de valorização da vida desenvolvido pela Fundação Espírita Allan Kardec (Feak). O serviço atende aproximadamente 200 pessoas por dia, e 10% delas têm tendência ao autoextermínio. Em Juiz de Fora, 31 pessoas cometeram suicídio em 2016, conforme dados da Polícia Militar. Este ano, até maio, 11 ocorrências já haviam sido registradas. Os números se assemelham aos divulgados pelo Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde, que aponta, em 2014, a morte de 33 pessoas por autoextermínio na cidade, contra 32 em 2013. De acordo com o Mapa da Violência, o município ocupava em 2012 a 707ª posição no país. O tema ganha destaque este mês diante da criação da campanha Setembro Amarelo. Em Juiz de Fora, haverá programação para debater o assunto (ver quadro).

Em todo o planeta, os registros surpreendem, pois estima-se que, a cada 40 segundos, uma pessoa tire a sua própria vida, de acordo com dados da Organização Mundial de Saúde (OMS). São 800 mil suicídios registrados por ano em todo o mundo. No Brasil, são 12 mil anualmente, o que coloca o país em quarto lugar em termos percentuais e primeiro em números absolutos na América Latina. Dados tão alarmantes dão ao suicídio o status para ser tratado como problema de saúde pública. Para a OMS, o comportamento suicida é um fenômeno complexo, que tem vários motivadores inter-relacionados. As razões podem ser pessoais, sociais, psicológicas, culturais, biológicas e ambientais. Justificativas suficientes para que essa tragédia que leva prematuramente uma vida seja tratada com cautela, a fim de evitar simplificações ou conclusões precipitadas acerca do tema.

90% poderiam ser evitados

Para a voluntária da Feak, o suicídio significa que há alguém com depressão, com pensamentos negativos e que precisa ser ouvida e cuidada. “Temos que tentar contornar isso numa boa conversa, com uma palavra amiga, um conforto. Essas situações são delicadas, e nos sentimos na obrigação de reverter esse quadro”, afirma a estilista, ressaltando que o suicídio pode e deve ser prevenido.

Sim, ao contrário do que muitos pensam, 90% dos casos de suicídio consumados, como apontam estudos, são preveníveis, porque a pessoa tem algum tipo de transtorno mental, principalmente, quadros de depressão e problemas relacionados ao consumo de bebida alcoólica e outras drogas, que são possíveis de tratamento. De acordo com o professor de psiquiatria da Faculdade de Medicina da UFJF Alexander Moreira-Almeida, em um episódio agudo de depressão, o indivíduo fica com uma visão de mundo distorcida. “Ele se enxerga de forma pessimista e não tem boas expectativas sobre o futuro. Se considera um peso para outras pessoas e se vê em um grande sofrimento”, explica.

Quando o sujeito com tendência suicida tem um tratamento adequado, medicamentoso e psiquiátrico, consegue superar o transtorno e, no futuro, quando reavalia os pensamentos de autoextermínio, impressiona-se ao perceber o quanto sua mente estava limitada em relação à realidade à sua volta. “Hoje já se sabe que uma grande barreira ao tratamento é a autoestigmatização, na qual o paciente acha que se ele buscar o tratamento é um sinal de fraqueza e não percebe que é um problema que qualquer ser humano pode passar e superar”, ressalta o professor.

Isolamento social é sinal de alerta

Quando alguém passa a evitar, cada vez mais, contato social, mantendo-se isolado, derrotista, verbalizando pensamentos de morte, é preciso acender o sinal de alerta e apoiá-lo a buscar ajuda. Neste sentido, familiares e amigos têm papel primordial. Todavia, conforme aponta o psiquiatra e pesquisador Alexander Moreira-Almeida, não é adequado adotar a conduta de passar a mão na cabeça, o que pode gerar um tipo de manipulação emocional, mas é preciso contribuir para que a pessoa transtornada encontre meios de superar o sofrimento, oferecendo um ombro amigo e informações.

Entre 70% e 90% dos casos, os suicidas, de alguma forma, manifestam o desejo de acabar com a própria vida por meio de verbalização de ameaças, tentativas frustradas ou cartas de despedidas. A história de que quem ameaça não tem coragem de seguir em frente em busca pela morte é balela e, na visão do professor da UFJF, esses sinais não podem ser negligenciados. “Isso pode ser considerado como um pedido inadequado de socorro, pois a pessoa precisa de ajuda e não consegue se fazer ouvir e, muitos vezes, a fala e o comportamento de tentativa de suicídio podem ser um pedido de ajuda. Não significa que ela simplesmente quer chamar a atenção, embora isso também possa existir, mas não é o habitual”, pontua Alexander.

Efeito dominó

Poesia, romances, música, filmes, reportagens, transmissões na rede social. Farto é o material que aborda o suicídio, alguns até com orientações sobre como praticá-lo. Ao longo dos tempos, o ato de tirar a vida com as próprias mãos vem sendo tratado de forma ficcional e não-ficcional, e há a percepção de que isso pode influenciar as pessoas. Essa ideia faz referência ao escritor alemão Goethe que, em 1774, lançou o romance “Os sofrimentos do jovem Werther”. Ao morrer por amor, no final do livro, o personagem teria levado diversos jovens ao suicídio depois de lerem a obra. O fenômeno originou o chamado “Efeito Werther”, usado para descrever a imitação de suicídios. Segundo o professor de psiquiatria da Faculdade de Medicina da UFJF, Alexander Moreira-Almeida, o ato de se autoexterminar contagia, porque mostra que a pessoa não encontra uma solução e acaba morrendo, inspirando indivíduos que estão em situação de fragilidade.

O psiquiatra lembra que, na literatura médica, há um estudo que aponta que, quando se divulga o suicídio de modo muito sensacional, pode-se colaborar para o aumento de suas taxas. “Um exemplo clássico é o estudo a respeito do metrô de Viena, na Áustria, onde as pessoas pulavam para se matar. Isso começou a ser noticiado, e houve uma epidemia de óbitos. Esse círculo de mortes só terminou após uma articulação entre a Sociedade Austríaca de Psiquiatria e a mídia local, resultando na queda dos casos em 75%. Ele chama a atenção para a maneira como a imprensa juiz-forana noticia as mortes acontecidas ao longo da linha férrea que corta o município, pois, segundo ele, algo muito parecido pode estar acontecendo, como em Viena.

“O suicídio pode ser divulgado, mas é preciso evitar o sensacionalismo. O mais importante para prevenir é mostrar que muitas pessoas pensam em situação de suicídio, mas a imensa maioria encontra meios mais adequados e saudáveis para lidar com seus problemas. É preciso mostrar o inverso, no qual muitos passaram pelo problema e, no final, conseguiram encontrar um outro caminho. É muito comum na vida passarmos por situações e imaginarmos que não daremos conta e, depois, vemos que é possível. A mídia deve mostrar a importância do assunto, que a maioria dos casos é prevenível, que é possível buscar ajuda médica, religiosa, familiar, psicológica e que a maioria das pessoas consegue superar”, destaca o professor.

Qual a maneira de falar sobre o suicídio

No ano de 2009, a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) lançou o manual para a imprensa sobre como as notícias a respeito de suicídio devem ser tratadas, alertando a mídia para o fato de o comportamento suicida ser um ato de ambivalência entre o querer morrer e o querer viver de forma diferente. O jornalista André Trigueiro, autor do livro “Viver é a melhor opção”, que estuda o fenômeno do suicídio e as diferentes estratégias de prevenção desde 1999, ressalta que o tema é complexo e exige cuidado na sua abordagem, pois a prevenção se faz com informação. “No caso do suicídio, a informação vai ao encontro de uma estatística produzida para Organização Mundial de Saúde, dando conta de que, em pelo menos 90% dos casos, os suicídios estão relacionados a psicopatologias diagnosticáveis e tratáveis. Então, se as pessoas têm informação sobre essas patologias de ordem mental, elas podem, sim, se livrar da tendência ao suicídio. Tudo depende de como se fala, que cuidados e protocolos devem ser obedecidos para que, sim, isso seja visto como importante, para que se quebre o tabu sem, entretanto, afrontar os protocolos de segurança estabelecidos pela OMS na abordagem desse assunto”, considera Trigueiro.

Para ele, a cobertura da mídia sobre o tema, priorizando a prevenção, deveria, em resumo, evitar abrir espaços generosos com manchetes, fotos e imagens de casos de suicídio, evitando descrever em detalhes o método empregado. “Só falar de caso de suicídio quando isso for de interesse público. Neste sentido, seguindo esta e outras recomendações, a gente conseguiria diminuir o risco de pessoas fragilizadas psicoemocionalmente perceberem nesse conteúdo um fator de desequilíbrio.”

Necessidade de debate sobre políticas públicas

Prevenção ao suicídio também se faz com políticas públicas. No Brasil, em 2006, o Ministério da Saúde lançou a Estratégia Nacional para Prevenção ao Suicídio, numa tentativa de articular universidades, instituições de pesquisa, ONGs etc e apoiar as iniciativas que pudessem reduzir os óbitos e tentativas de suicídio no país, os danos associados aos comportamentos suicidas, assim como o impacto traumático do suicídio na família, entre amigos e companheiros, nos locais de trabalho, nas escolas e em outras instituições, como assinala o jornalista André Trigueiro em seu livro “Viver é a melhor opção”. Entretanto, há ainda muito o que se fazer para que essas estratégias resultem em um trabalho efetivo de prevenção.

Para André Trigueiro, o suicídio não faz parte das prioridades de saúde. Mas ele avalia que, de lá para cá, houve avanços. Um deles é o anúncio do Ministério da Saúde, tornando gratuitas, em todo o território nacional até 2020, as ligações feitas ao Centro de Valorização da Vida (CVV). “Quem liga para o CVV hoje, exceto no Estado do Rio Grande do Sul, onde a ligação é gratuita pelo 188, nos demais estado do Brasil onde o CVV está presente, existe o custo da tarifa local. Quando o Ministério da Saúde anuncia a gratuidade, está apoiando a mais antiga e eficiente organização que realiza um trabalho voluntário de apoio emocional e de prevenção do suicídio”, avalia.

O jornalista considera que o Brasil ainda está atrasado na maneira como suas autoridades de saúde deveriam assumir o compromisso com a prevenção. “Alguns municípios têm leis municipais de prevenção do suicídio, determinando que as secretarias de Saúde sejam as responsáveis pela condução de campanhas, de cursos voltados para capacitação de profissionais de saúde e apoio às organizações que militam na causa da prevenção do suicídio. Isso também ajuda. A ideia da Política Nacional de Prevenção do Suicídio era organizar as rotinas na área da prevenção, mobilizando diferentes atores em diferentes setores das sociedade de uma forma mais orgânica, mais coesa, compartilhando informações, produzindo dados, estatísticas, pesquisas. Nesse sentido ainda estamos muito atrasados e poderíamos estar mais à frente do que estamos hoje.”

Rede de apoio em Juiz de Fora

No município, uma rede de apoio para a valorização da vida foi criada pela Fundação Espírita Allan Kardec (Feak), com equipes que fazem atendimento por telefone e presenciais. O serviço SOS Preces, ao longo de 23 anos, já atendeu mais de 1,5 milhão de ligações de pessoas de língua portuguesa do Brasil e de todos os continentes. De acordo com o presidente da Feak, Armando Falconi Filho, já passaram pelos serviços prestados pela fundação cerca de três mil plantonistas voluntários. O SOS preces tem como meta prestar assistência emocional, espiritual e de oração a pessoas que ligam para o número (32 3236-1122), que funciona de 8h a meia-noite, diariamente. O outro serviço, que é presencial, é o Atendimento Fraterno, no qual a pessoa pode voltar quantas vezes quiser, num atendimento que dura de 15 a 20 minutos, em cabine individual. Ele acontece nos cinco dias da semana e está prestes a funcionar durante seis dias. Há o Grupo de Valorização da Vida (GVV), que tem mais de 15 anos e realiza reuniões nos moldes dos grupos anônimos.

A quarta linha de apoio prestada pela Feak é o trabalho realizado pela Rádio Evoluir, na qual o ouvinte irá encontrar palestras durante a semana sobre o tema suicídio. Todos esses trabalhos são realizados por voluntários, de forma anônima e, para fazer parte, a pessoa passa por cursos, treinamentos e avaliações periódicas. Atualmente, são mais de 550 voluntários. “Todo mundo acha que fazemos esse trabalho para ajudar ao próximo, mas, na verdade, é mais benéfico para a gente. Aprendemos sobre nossas próprias vidas com aquilo que escutamos nos telefonemas”, emociona-se a estilista voluntária ouvida pela Tribuna, ao falar desse trabalho solidário.

Este mês, desde 2014, a campanha Setembro Amarelo busca conscientizar sobre a prevenção do suicídio no Brasil e no mundo. A Feak, durante todo este período, irá realizar palestras, estudo intensivo, além de ter toda a programação da Rádio Evoluir voltada para a prevenção do suicídio.

‘Todos vamos encontrar no universo virtual o que há de melhor e o que há de pior”

O jornalista André Trigueiro é conhecido por sua atuação na temática ambiental e pelo trabalho na GloboNews, mas também se destaca pelo conhecimento que acumula a respeito do suicídio e de ações para preveni-lo. Em 2015, o jornalista lançou o livro “Viver é a melhor opção – A prevenção do suicídio no Brasil e no mundo”. A obra analisa as causas do suicídio e apresenta alternativas e formas de prevenir e combater o problema, a partir de números divulgados pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Nesta entrevista concedida à Tribuna, ele fala sobre subnotificação de casos, interdisciplinaridade para enxergar o suicídio e acerca do desafio do jogo que ficou conhecido como baleia azul.

Tribuna – As estatísticas a respeito do suicídio no Brasil são confiáveis. Existe uma subnotificação? Como você enxerga essa questão?

André Trigueiro – A subnotificação é fato. Ela existe no mundo inteiro e também no Brasil. Em boa parte dos casos, os profissionais de saúde não preenchem corretamente os registros. É importante que esses registros sejam preenchidos com precisão, de forma adequada, porque eles geram informação relevante para definição de políticas públicas. Isso vale tanto para o suicídio como para a área de segurança, porque, se você está no Centro de Juiz de Fora e há um episódio de assalto e se não for registrado, o planejamento de segurança deixa de considerar esse crime. As subnotificações ocorrem ou por imprecisão no preenchimento dos dados nas unidades de saúde ou devido a casos que são considerados como acidente de arma de fogo, acidente de trânsito e quedas acidentais.

Você considera que o jeito de o Poder Público e profissionais de saúde olharem para o suicídio deveria ter um enfoque interdisciplinar?

Esse é um assunto complexo e não pode ser submetido a avaliações apressadas e, nesse sentido, é preciso ter, sim, profissionais da área de saúde, sejam eles psicólogos, psiquiatras, suicidólogos, mas a gente precisa ter sociólogos, antropólogos, jornalistas, a gente precisa ter as forças policiais que têm acesso facilitado a armas e, portanto, estão expostas a um risco, igualmente mobilizados. A gente precisa ter as pessoas ligadas com os trabalhos voltados para idosos entendendo o risco, pois, historicamente, o suicídio é expressivo entre pessoas de idade avançada. É preciso desenvolver trabalhos voltados para a prevenção para segmentos específicos. Existem estatísticas mais recentes mostrando o incremento da taxa de suicídio entre jovens. Então, quem trabalha com a garotada precisa ter acesso a informações para saber aquilo que compete a eles e o que é possível saber para evitar o agravamento dessa estatística. Aí eu estou falando de pediatra, professores das escolas e universidades, estou falando desse universo mais ligado a crianças, adolescentes e jovens, pois também podem fazer parte do que eu chamei no livro de redes de atenção e de cuidado.

Quando você escreveu seu livro “Viver é a melhor opção” não existia o desafio do baleia azul. Como você vê esse fenômeno e como as redes sociais podem trabalhar para combater esse mal?

Na verdade, as redes sociais, na maior parte dos casos, reverberaram de maneira muito precipitada, gerando pânico, o suposto poder que haveria entre aqueles que seriam os responsáveis pelo chamado jogo da baleia azul, que de jogo não tem nada, porque jogo é algo lúdico que diverte e entretém, tem um aspecto positivo de lazer. É uma brincadeira de mau gosto essa baleia azul. E existem pessoas por trás que se divertem e se comprazem, ameaçando os jovens que já estão em sofrimento, que já são vulneráveis, que se percebem enredados nesta brincadeira de mau gosto. Eu sinceramente acho que houve uma onda de pânico que superestimou a capacidade de organização e articulação dos covardes, dos irresponsáveis que estão por trás disso.

Portanto, o que me parece é que a baleia azul apenas expôs a fragilidade de jovens que já estavam em sofrimento. Não acredito que o jogo tenha provocado em qualquer jovem de qualquer maneira a mesma reação. Nós vivemos num mundo onde a internet, a nuvem, as redes estão franqueados a todos e vamos encontrar no universo virtual o que há de melhor e o que há de pior. Nesse sentido, reconheço um avanço e está presente no livro que o Facebook, Google, Yahoo, provedores de conteúdo, tenham programados algoritmos para que pessoas que procurem na internet informação sobre suicídio encontrem primeiro informação sobre a valorização da vida. Então é a tecnologia se ajustando para proteger pessoas no risco, no momento difícil de depressão, de desgosto, acessarem com facilidade certos conteúdos.

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Veículo: Tribuna de Minas

Editoria: Cidade

Data: 05/09/2017

Link: http://tribunademinas.com.br/noticias/cidade/05-09-2017/estudante-da-ufjf-tem-perfil-fake-criado-como-garoto-de-programa.html

Título: Estudante da UFJF tem perfil fake criado como garoto de programa

“Tudo aconteceu no domingo. Por volta das 19h30, começaram a chegar mensagens de desconhecidos no meu WhatsApp. Um cara me chamou já me perguntando de disponibilidade e pedindo valores”, contou o estudante da UFJF, 21 anos, importunado no último dia 3 por cerca de 25 pessoas, durante cinco horas, depois de ter um perfil fake criado como garoto de programa no aplicativo de relacionamento gay Grindr. O constrangimento sofrido pelo jovem acende mais uma vez o alerta para a fragilidade das vítimas diante das fraudes no ambiente virtual e da aparente dificuldade na identificação dos autores, já que, em Juiz de Fora, não há delegacia especializada para apurar esses delitos ocorridos na internet.

A assessoria da Polícia Civil local, no entanto, informou que as ocorrências são encaminhadas para a área da distrital correspondente. O rapaz registrou boletim na Polícia Militar, mas disse ainda não ter procurado a Polícia Civil. Apesar disso, o caso dele foi direcionado à 4ª Delegacia, responsável pelos crimes ocorridos na Zona Nordeste da cidade. Por meio da assessoria, a delegada regional, Patrícia Ribeiro, disse não haver previsão de criar unidade especial no município, como existe a Delegacia Especializada de Investigações de Crimes Cibernéticos (Deicc), em Belo Horizonte, mas garantiu que a corporação conta com um setor de inteligência que dá suporte a esse tipo de investigação.

Os falsos perfis ou as informações mentirosas postadas nas redes sociais costumam ganhar rápida repercussão, aumentando o dano causado às vítimas, que podem ver suas imagens rapidamente distorcidas. Até a ficha cair, o universitário ficou encucado com a quantidade de pessoas interessadas em programa sexual que surgiram concomitantemente no seu WhatsApp. “Me chamavam como se eu tivesse acabado de passar meu número. Comecei a questioná-las sobre onde tinham conseguido meu número. A maioria não respondeu. Até que um disse ter visto meu perfil e conversado comigo no aplicativo de encontro para sexo chamado Grindr”, explicou o estudante. “Continuei sem saber, porque eu não tinha conta nesse aplicativo. Até que esse mesmo cara me mandou um print, mostrando que uma pessoa havia criado um perfil com foto minha e estava conversando e mandando meu WhatsApp, marcando encontros.”

Bombardeio

O aluno da UFJF começou a pedir ao mesmo público que o incomodava para denunciar o perfil fake no programa. “As pessoas não me respondiam, mas parece que estavam denunciando, porque teve uma hora que o perfil sumiu.” Cerca de uma hora depois, no entanto, o jovem voltou a ser bombardeado como se oferecesse serviços sexuais. “Começaram a me chamar novamente. Até que o mesmo cara me mandou outro print mostrando um novo perfil, desta vez, sem minha foto, mas com meu número no lugar do nome. Fui bloqueando e pedindo para denunciar o perfil, dizendo novamente que havia sido vítima de fake.”

O suplício só terminou por volta de meia-noite. “Logo na segunda de manhã fui registrar o boletim de ocorrência no posto da PM. Tenho todos os prints. Mas foi um constrangimento tão grande que não sei se quero mais mexer com isso. Foi muito assustador mesmo, as pessoas me chamando como se eu fosse fazer sexo naquela hora, marcando encontro comigo”, desabafou o estudante, que veio de Sete Lagoas (MG) para Juiz de Fora há cerca de dois anos para fazer faculdade. Apesar de o perfil fake ter sido excluído, ele teme nova investida. “Fiquei à margem de a pessoa fazer isso comigo de novo, porque ela pode criar um perfil novo e divulgar meu número. Estou até com medo de atender telefone.”

A Tribuna tentou contato com o desenvolvedor do aplicativo Grindr para saber os procedimentos adotados para manter a segurança dos usuários, mas não obteve resposta.

Polícia Civil investiga e orienta vítimas de crimes virtuais

O crime virtual que causou constrangimento ao estudante já teve procedimento instaurado como diligência preliminar pela delegada Carolina Magalhães, titular da 4ª Delegacia de Polícia Civil. Ela informou que o jovem deverá ser ouvido para ser esclarecida a correta tipificação penal. A policial lembrou que as vítimas devem denunciar esses crimes e preservar as provas, como os prints de tela e os pedidos de retirada das postagens do ar, a fim de facilitar a investigação.

A delegada acrescentou que a maioria dos delitos no meio virtual é contra a honra, portanto, depende da queixa-crime, sendo necessária a provocação da autoridade policial. Carolina alertou que nesses casos, muitas vezes tipificados nos crimes comuns, mas praticados pela rede virtual (com ampla repercussão), as pessoas acreditam que estão acobertadas pelo sigilo da internet, “mas tudo o que se faz na rede mundial de computadores deixa um rastro, portanto, é possível chegar à pessoa que fez a divulgação”. Para a policial, prevenção é a palavra de ordem para não ser vítima dos delitos em redes sociais e afins. Ela sugere evitar senhas vulneráveis, superexposição e cuidado para abrir e-mails.

Solução por via judicial

O advogado especialista em Direito de Tecnologia da Informação, Lair de Castro Júnior, chama a atenção para o fato de Juiz de Fora não contar com delegacia de crimes eletrônicos, levando as vítimas a buscarem solução por via judicial. “É preciso tentar, por meio da justiça, que o provedor de tal serviço informe quem seria o responsável pelo cadastro, para que, efetivamente, possa haver a responsabilização do culpado. A vítima deve procurar um advogado que vai pedir na justiça as medidas cabíveis”, ressaltou, lembrando que é importante destacar que a vítima tem direito à reparação tanto na ordem criminal quanto cível. “Normalmente, os provedores não liberam essa informação, apesar de tirarem do ar o perfil denunciado, mas não dão informações de como esse perfil foi feito, e isso só é possível por meio de via judicial”, orienta.

Lair avalia que casos assim podem estar relacionados à vingança, pois têm o cunho de prejudicar a vítima. “É importante buscar reparação, para que as pessoas responsáveis não se sintam inatingíveis e não pratiquem tal conduta novamente.” Segundo o especialista, essa prática pode ser encarada como violação indevida de dados. “Há desde uma conduta bem simplificada como a de alguém que quis se vingar, pegando uma foto no Facebook, que já é considerado furto de dados pela Lei Carolina Dieckmann, que dispõe sobre crimes eletrônicos, até algo mais sério, como clonagem de aparelho e roubo de perfil, nos quais vão caber outras penalidades”, avalia o advogado.

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Veículo: Inter TV

Editoria: Notícia

Data: 06/09/2017

Link: http://g1.globo.com/mg/vales-mg/videos/v/inscricoes-para-o-programa-de-ingressos-seletivo-misto-da-ufjf-estao-abertas/6129258/

Título: Inscrições para o programa de ingressos seletivo misto da UFJF estão abertas

Resumo: Estão abertas as inscrições pro Programa de Seleção de Ingresso Misto na UFJF. São 415 vagas em 10 cursos do campus de Governador Valadares. O coordenador acadêmico e vice-diretor do campus de Governador Valadares, Fábio Pieri conversa com o repórter explicando o que é o PISM.

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Veículo: Tribuna de Minas

Editoria: Coluna Cesar Romero

Data: 06/09/2017

Link: http://tribunademinas.com.br/colunas/cesar-romero/06-09-2017/coluna-5.html

Título: A teoria e a prática

Mestranda em enfermagem, Jordana Aparecida de Paula desenvolveu dissertação questionando se os adolescentes conhecem e se exercem hábitos saudáveis. A pesquisa com 17 alunos do Instituto Estadual de Educação revelou que “conhecer, eles conhecem, mas, por outro lado, admitem que comem muita besteira”. A orientadora do estudo “Cuidado de si do adolescente no contexto da promoção à saúde”, foi a pró-reitora de Graduação da UFJF, Maria Carmen Simões Cardoso de Melo.

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Veículo: Tribuna de Minas

Editoria: Cidade

Data: 06/09/2017

Link: http://tribunademinas.com.br/noticias/cidade/06-09-2017/aplicativo-de-relacionamento-garante-investigar-casos-de-falsos-perfis.html

Título: Aplicativo de relacionamento garante investigar casos de falsos perfis

O aplicativo de relacionamento gay Grindr garantiu que investiga todas as denúncias relatadas, como no caso publicado pela Tribuna sobre o estudante da UFJF de 21 anos, importunado no último dia 3 por cerca de 25 pessoas durante cinco horas, depois de ter um perfil fake criado como garoto de programa. Procurado pela reportagem na terça-feira, o desenvolvedor do programa se pronunciou nesta quarta (6): “O Grindr não tolera nem permite a personificação na comunidade. Nós recebemos e lidamos com milhares de denúncias por dia e investigamos uma por uma, pessoalmente. Devido a isso, alguma foto ou texto pode passar. O que não significa que não serão removidos. É apenas uma questão de tempo”, afirmou.

Ainda em nota, o aplicativo explicou que algumas informações são solicitadas diante da denúncia de um perfil fake, já que são mais de cinco milhões de usuários espalhados por 192 países. A empresa destacou que a vítima tem todo apoio e deve entrar em contato com a polícia local citando como referência o número do chamado enviado.

O aluno da UFJF registrou boletim de ocorrência na Polícia Militar. A Polícia Civil informou que já foi instaurado procedimento de diligência preliminar para apurar o caso e que o setor de inteligência costuma dar apoio, já que Juiz de Fora não conta com delegacia especializada de crimes cibernéticos. O constrangimento sofrido pelo jovem foi mais um alerta sobre a vulnerabilidade das pessoas no ambiente virtual.

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