A incompreensão é uma lástima, mas o esquecimento é uma tragédia. O impacto da Semana de 22 sobre a literatura brasileira com a proposta modernista é assunto arquiconhecido e consta de todos os manuais sobre a produção nacional. O que às vezes é injustamente esquecido nesta história é que jovens mineiros de Cataguases, sob inspiração daquele grupo, tornou célebre o modernismo por estas terras. Justa homenagem e lembrança é a que presta a exposição “Juiz de Fora Verde”, em cartaz na Galeria Poliedro do Museu de Arte Murilo Mendes (Mamm) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). As visitações podem ser feitas de terça a sexta-feira, das 9h às 18h, e sábados, domingos e feriados, das 12h às 18h. A entrada é franca.
Com seis edições – as cinco primeiras publicadas entre setembro de 1927 e janeiro de 1928, e a última em maio de 1929 – a Verde surgiu liderada pelo escritor Rosário Fusco, na época com 17 anos, reunindo em suas páginas poesia, crônica, conto, crítica e artes visuais. Em sua lista de colaboradores constam vultos nacionais, como os nomes de Mário de Andrade, Marques Rebello, Aníbal Machado, Sérgio Milliet, além de trabalhos de artistas da região. Neste aspecto, a mostra “Verde, 1927 – 2017” enfatiza a colaboração de artistas juiz-foranos ou radicados na cidade, cujos trabalhos ganharam notoriedade na publicação.
Enquanto as vitrines, no centro da galeria, expõem as edições da revista, suas respectivas capas estão reproduzidas nas paredes. Também são reproduzidos poesias e textos dos juiz-foranos citados. Aparecem ali as figuras de Edmundo Lys, Murilo Mendes, Austen Amaro e Roberto GIl. Deste último, o respectivo texto é acompanhado de um retrato seu feito pela artista Nívea Bracher.
Algo também a destacar na mostra é a reprodução de dois desenhos de Pedro Nava, publicado no livro “Juiz de Fora, Poema Lyrico”, de Austen Amaro, que recebeu uma crítica elogiosa nas páginas da revista.
“Juiz de Fora Verde” é uma necessária redescoberta da importância histórica de uma plêiade de homens que, mesmo ainda jovens, floresceram no objetivo de ver nascer novas formas e cores na arte mineira.
O Mamm fica localizado na Rua Benjamin Constant 790, no Centro da cidade.
Outras informações: (32) 3229-9070 (Mamm-UFJF)