Até Caetano Veloso cantava que o tempo é um compositor de destinos, tambor de todos os ritmos — e, por parecer contínuo, é um dos deuses mais lindos. E o cantor não é o primeiro, e nem será o último, a querer compreender a beleza e a importância do tempo em nossa história. Muitos, desde Santo Agostinho até Einstein, já se aventuraram por esses campos.
Tentando compilar todas essas visões em uma “sequência didática”, a mestranda do Programa de Mestrado Nacional Profissional em Ensino de Física da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Morganna Justen Baptista, abordou os significados que o Tempo adquiriu ao longo da história humana, de forma a tornar mais concreto esse conceito para os estudantes do Ensino Médio.
“O tempo é uma grandeza invisível. Como dizia Santo Agostinho, todo mundo entende quando se fala do Tempo; mas, se eu tentar explicar o que ele é, não vou saber como. Apesar disso, todos nós usamos essa grandeza frequentemente, e muitas equações físicas lançam mão dela. Então, eu decidi estudar quais foram os processos de medição do Tempo, ao longo da história: desde o primeiro homem primitivo, até as teorias da Física Quântica”, relatou Morganna.
“Uma abordagem didática sobre o tempo ao longo dos tempos”
No trabalho “Do Movimento dos Astros a Quarta Dimensão do Espaço: uma abordagem didática sobre o tempo ao longo dos tempos”, a mestranda elaborou uma orientação para os professores sobre o tema, propondo um plano de aulas e a realização de algumas atividades com os alunos, como a construção de um relógio solar.
O projeto foi aplicado para os estudantes do 1º ano do Ensino Médio no Colégio Estadual Dom Pedro II, em Petrópolis (RJ), onde a mestranda verificou os resultados da apreensão dos alunos a respeito do conteúdo. Para isso, ela comparou os resultados esperados a partir do referencial teórico que guiou seu planejamento com a experiência em sala de aula.
Orientador do trabalho, o professor Cláudio Henrique Teixeira avaliou o projeto de Morganna como inédito, por abordar um tema da Física pouco trabalhado em sala de aula. “Ela fez uso da Física, num trabalho longo e árduo, para desenvolver uma questão filosófica, que é o tempo. E encontrou bons resultados, a partir das falas dos alunos, percebendo que esse conteúdo, menos técnico, não é apenas um conteúdo a mais; mas um assunto central para a formação humana.”