A Pró-reitora de Pós-graduação e Pesquisa (Propp) e a Diretoria de Ações Afirmativas (Diaaf) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) instituíram, na última quinta-feira, 22, o “Grupo de Trabalho Cotas na Pós-Graduação”. O órgão, que se reunirá quinzenalmente, será responsável por conduzir as discussões a respeito do tema na Universidade.
O Grupo conta com representantes de diversos setores do universo acadêmico e é formado pelos seguintes membros:
– Julvan Moreira de Oliveira – Diretor de Ações Afirmativas,coordenador do GT;
– Sônia Regina Corrêa Lages – professora do Departamento de Ciência da Religião do Instituto de Ciências Humanas (ICH), representante da Propp;
– Elizete Menegat – professora da Faculdade de Serviço Social, representante do Fórum de Coordenadores da Pós-graduação Stricto Sensu;
– Silvânia Aparecida Vicentini Pinto – Técnico-Administrativa, representante do Centro de Educação a Distância (Cead);
– Victor Cézar Rodrigues – estudante, representante da Associação de Pós-Graduandos.
Logo na primeira reunião, a pró-reitora de Pesquisa de Pós-graduação e Pesquisa da Universidade, Mônica Ribeiro de Oliveira, destacou a importância das discussões sobre as cotas no corpo universitário e, também, no social. “Queremos criar um grande debate institucional sobre a questão, no sentido de amadurecer uma posição, tanto por parte dos alunos, como dos técnicos e servidores. Para isso, criamos uma comissão de especialistas que vai elaborar toda uma agenda institucional de debates, algo que consideramos um dever institucional, de uma Universidade que impacta a sociedade”, argumentou Mônica.
Já o diretor de Ações Afirmativas, Julvan Moreira de Oliveira, lembrou do caráter retificador das cotas como modalidade de ação afirmativa. Ele também apontou os benefícios deste dispositivo no seio social. “A Universidade precisa ter essa função social de trabalhar para que algumas pessoas sejam inseridas na sociedade. Nós percebemos que quanto mais vão se ascendendo os níveis de ensino, alguns grupos vão ficando para trás neste quesito. Então, as cotas vêm para corrigir ou tentar melhorar, democratizar a nossa sociedade”.
Um dos objetivos do GT é produzir um estudo sobre a origem étnica e social dos pós-graduandos que atualmente estudam na UFJF, além de analisar como este tipo de cota foi instituído em outras universidades pelo país.
Para o representante do corpo discente, a participação da classe estudantil neste e em outros debates é fundamental para o amadurecimento da Universidade como um todo. “É extremamente importante a participação dos estudantes nesse aspecto. Os alunos que participam, trabalham politicamente e a própria representação do estudantes sempre têm que estar atentos às necessidades e demandas que estão acontecendo”, pondera Victor.
A representante da Propp ressalta o poder de transformação da cota numa sociedade tão desigual, quanto a brasileira. “Em uma sociedade excludente como a nossa, com violações a vários direitos, está na hora de incluir este acadêmico de pós-graduação. Não basta que ele curse apenas uma graduação por meio da cota, tem que dar continuidade. Que ele se mantenha na Universidade, se forme como mestre ou como doutor, e essa formação vai abrir outras possibilidades profissionais e, quem sabe, futuramente, trazer esses doutores como professores da UFJF”, finaliza Sônia Regina.
A ideia do GT é elaborar uma resolução que institua o sistema de cotas nos programas de pós-graduação da Universidade até o final deste ano. Os editais que forem redigidos a partir da data da publicação da resolução deverão obedecer o padrão de cotas instituído. A próxima reunião do grupo está marcada para o dia 13 de julho.
Outras informações:
(32) 2102-3779 – Pró-reitoria de Pós-graduação e Pesquisa
(32) 2102-6919 – Diretoria de Ações Afirmativas