Há 17 anos, a Universidade Federal de Juiz de Fora vem desenvolvendo ações acadêmicas no campo, por meio de programas e projetos de extensão cujo foco é a questão agrária. A compreensão é a de que a formação de nossos estudantes deve também ser realizada em espaços sociais que possam qualificar criticamente sua prática profissional e, sobretudo, contribuir para o acesso a direitos sociais fundamentais e inalienáveis de uma parcela importante da sociedade brasileira: as trabalhadoras e os trabalhadores que vêem no campo a possibilidade de trabalho e reprodução da vida, em patamares onde a justiça social, a democratização do uso da terra, a sustentabilidade ambiental e soberania alimentar sejam princípios.
No momento em que a luta pela reforma agrária se intensifica na região da Zona da Mata Mineira, por meio da ocupação da Fazenda Liberdade, no município de Coronel Pacheco, onde cerca de 200 famílias encontram-se acampadas, desde a manhã de domingo, 04 de junho, a Pró-reitoria de Extensão da Universidade Federal de Juiz de Fora compreende que as instituições federais de ensino superior, considerada a pluralidade de análise e intervenção na realidade brasileira, encontram nos processos sociais um locus importante e legítimo onde docentes, discentes e técnico-administrativos da instituição desenvolvem atividades transformadoras no campo do ensino, da pesquisa e da extensão.
Por fim, defende que o compromisso social da universidade pública necessariamente deve partir de uma visão crítica do desenvolvimento dos territórios onde ela se insere, na direção de uma sociedade mais justa, democrática e que valorize e construa ações para que os direitos sociais sejam fortalecidos.