O professor da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Giovanni Wilson Amarante, é o ganhador do Prêmio Química Nova para Jovens Autores 2017. O resultado reconhece o trabalho realizado por meio de estudos para o desenvolvimento e otimização de metodologias em Química Orgânica. A premiação será entregue durante a 40ª Reunião Anual da Assembleia Geral Ordinária da Sociedade Brasileira de Química (SBQ), que acontece em São Paulo, de 9 a 14 de julho, junto ao 46º Congresso Mundial de Química (IUPAC 2017).

“Para a avaliação, toda a trajetória dos candidatos foi levada em consideração”, conta Amarante. O professor, que é coordenador do Grupo de Pesquisas em Metodologias Sintéticas (GPMS), relata: “desde a minha posse na UFJF, tenho dedicado grandes esforços para desenvolver um trabalho original no que tange o desenvolvimento de metodologias em Química Orgânica e o prêmio veio como uma recompensa a esse trabalho”.

Parte do processo de avaliação é uma publicação na revista Química Nova. O artigo apresentado pelo professor foi um trabalho de revisão sobre metodologias atuais baseadas no conceito de fotocatálise – aceleração de fotorreações através de um catalisador -, realizado em parceria com a atual pós-doutoranda do GPMS, Angelina de Almeida. “Este tema está em desenvolvimento no nosso grupo de pesquisas e acreditamos que trabalhos de alto impacto irão se desdobrar dessa estratégia que estamos trabalhando”, afirma Amarante.

Inovação

Recentemente, o grupo conseguiu realizar a redução quimiosseletiva de azalactonas, compostos derivados de aminoácidos. O trabalho é inovador e de grande interesse para a indústria, uma vez que os produtos gerados, os chamados alfa-amino aldeídos, apresentam inúmeras aplicações, principalmente como blocos de construção para diversos produtos de origem sintética.

Amarante explica que existem outros compostos de interesse que possuem a mesma estrutura, mas se apresentam espacialmente de forma diferente.  “O que nós fazemos é controlar a forma com a qual esses compostos se estruturam no espaço”, conta. O processo serve de base para preparar compostos de grande interesse, como medicamentos.

“Cada etapa para realizar uma síntese total requer uma metodologia”, ressalta. “Nós buscamos, então, criar metodologias capazes de melhorar rendimento, seletividade, além de desenvolver procedimentos mais rápidos e, portanto, de menor custo”.

A redução quimiosseletiva foi feita através do redutor de Schwartz, reagente a base de zircônio que transfere hidrogênio para a azalactona de maneira seletiva, mudando a estrutura do composto. “O protocolo é muito simples e em cerca de dois minutos a reação acontece”, afirma. “Nosso processo é muito bom nesse sentido e pode criar moléculas mais complexas, que não são de fácil acesso”. O trabalho foi publicado pela American Chemical Society, a maior sociedade científica do mundo.

Para mais informações,

Grupo de Pesquisas em Metodologias Sintéticas – GPMS