As características das narrativas contemporâneas foram debatidas pela professora Fabiana Piccinin, da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), na palestra “Narrativas audiovisuais e a circulação: o real construído pela mídia e pela audiência”. (Foto: Twin Alvarenga)
As características das narrativas contemporâneas foram debatidas, nesta terça-feira, 9, pela professora Fabiana Piccinin, da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), na palestra “Narrativas audiovisuais e a circulação: o real construído pela mídia e pela audiência”. A apresentação integrou a I Jornada de Mídia e Literatura – Narrativas em tempos de convergência, promovida pelo Programa de Pós-Graduação (PPG) da Faculdade de Comunicação (Facom).
As pessoas mostram-se carentes e têm necessidade de falar e serem ouvidas, daí a constatação de Fabiana Piccinin de que a narrativa é fundamental e deve se dar dentro do espírito do tempo atual, conforme a demanda. “Não há um mordomo eletrônico”, afirma a professora, referindo-se a peculiaridades como o consumo personalizado, que leva cada um a compor sua própria grade de programação.
No jornalismo audiovisual, o fenômeno repercute na produção de conteúdos com planos e enquadramentos para diferentes plataformas – incluindo TV aberta,sites e portais -, sem deadline, sob monitoramento contínuo. Até a linguagem da exibição é diferenciada. Fabiana Piccinin observa autoreferência, com atorização do jornalista. A redução dos artificialismos se dá por meio do real, simulações ao vivo e atualização permanente de dados. Os bastidores tornam-se conteúdo. O que antes era tido, por exemplo, como ruído, passa a compor a transmissão. “A gente se sente mais próxima dos nossos interlocutores. Há redução das mediações”, afirma a palestrante.
O evento segue na parte da tarde com palestras das professoras Sonia Cristina Reis, Letras/UFRJ, e Gisele Batista da Silva, Letras/UFRJ. (Foto: Twin Alvarenga)
O fenômeno se estende à ficção. A professora mencionou estratégias de aproximação, com narrativas que envolvem o entorno. Há problematização dos limites do real e ficcional e humanização dos personagens, que carregam os dilemas humanos . Dentro desse contexto, observa narrativas complexas, sofisticadas.
O processo se dá dentro de uma nova perspectiva para os veículos de comunicação. Fabiana Piccinin constata que a mídia “fica meio refém da audiência,” razão pela qual tem a necessidade de conhecer o que o público pensa a seu respeito.
A jornada é o primeiro encontro anual do Grupo de Pesquisa Mídia e Literatura, ligado ao Programa de Pós-Graduação da Facom, credenciado junto ao CNPQ. O evento prosseguiu nesta terça-feira, às 10h30, com palestra sobre Deslizamento da crônica nos meios de comunicação pela professora Claúdia Thomé e pelo professor Marco Aurélio Reis. Em seguida foi formado GT sobre Narrativas Audiovisuais com mediação da professora Fabiana Piccinin.
Mais duas palestras foram preparadas para a tarde. A professora Sonia Cristina Reis, Letras/UFRJ, abordará Narrativas do pós-guerra na Itália Scritti Dispersi 1943-1952: a paratopia de Alberto Savino,às 14h.
Imprensa de imigração e literatura italiana no Rio de Janeiro oitocentista será o tema desenvolvido a partir das 15h pela professora Gisele Batista da Silva, Letras/UFRJ. A jornada termina às 16h com o GT sobre Narrativas do pós-guerra na Itália ,com mediação da professora Sonia Cristina Reis (Letras/UFRJ).