A Diretoria de Relações Internacionais está promovendo a primeira edição do Global July, um programa que oferecerá cursos de curta duração com aulas, principalmente, em línguas estrangeiras, para integrar estudantes locais e estrangeiros da comunidade acadêmica. As inscrições vão até 1º de junho.
Até o momento, são 21 opções de cursos de diferentes áreas como Neurociência; Marketing básico e internacional; Ética, política e questão social na América Latina e Português; Literatura e Direito.
Professores da UFJF e convidados estrangeiros ministrarão as aulas, entre os dias 3 e 31 de julho. A carga horária dos cursos varia, podendo ser de quatro até 60 horas. Para se inscrever, alunos da graduação e da pós-graduação, locais ou estrangeiros, devem acessar o site do programa e preencher o formulário online. Após a participação, os estudantes poderão aproveitar as horas dos cursos para flexibilização curricular.
Uma introdução à Constituição brasileira
Ministrado por Daniel Capecchi, professor assistente da Faculdade de Direito do campus em Governador Valadares, o curso “A Constituição Brasileira: uma introdução” oferecerá aos participantes uma perspectiva panorâmica acerca da Constituição redigida em 1988. “Visitaremos suas origens históricas no processo de transição democrática, seu modelo de federalismo, de separação de poderes, de reforma constitucional e, por fim, o nosso catálogo de direitos fundamentais, dando um especial enfoque na aplicabilidade dos direitos sociais”, conta o professor.
As aulas serão em inglês, portanto o maior enfoque é de apresentar nossa Constituição aos alunos estrangeiros. “Pretendo dar insumos para que alunos estrangeiros conheçam um pouco melhor sobre o modelo político e social oriundo do pacto constituinte de 1988 e permitir que façam uma análise crítica acerca da crise política vivida no Brasil atualmente”.
De acordo com o professor Daniel, o curso tem relevância também pelo contexto político nacional atual, por ser um “momento decisivo para o delineamento do futuro do Brasil”. De acordo com ele, o projeto de país concebido pelos políticos em 1988 está cada vez mais distante da nossa realidade. “Acredito que compreender o projeto de país proposto na redemocratização é, em alguma medida, renovar um compromisso com valores que representaram – e representam – instrumentos de emancipação para uma sociedade fortemente desigual e violenta. O curso, portanto, pode ser uma pequena contribuição nessa direção, ao menos esse é o meu desejo”.
Através do programa, um pouquinho mais do mundo irá conhecer o Brasil: “Trata-se de tornar o Brasil um pouco mais conhecido por quem é de fora e conhecer um pouco mais sobre outros países. Esse, sem dúvidas, é um dos pilares de uma vida acadêmica enriquecedora e instigante”.
Desvendando os mistérios da Neurociência
Os professores do Instituto de Ciências Biológicas Anaelli Campos, Ruben Navarrete e o professor Les Keniston, da Universidade da Costa Oriental de Maryland (University of Maryland Eastern Shore), apresentarão aos seus alunos os mistérios das neurociências, oferecendo base para a compreensão das funções do sistema nervoso.
A professora Anaelli Campos explicou que o curso será dividido em três partes: uma introdução geral, enfatizando os aspectos evolutivos e históricos que aprofundaram os conhecimentos do cérebro; a segunda parte apresentará as ramificações da neurociência, focando nos mecanismos que permitem ao indivíduo diferentes experiências sensoriais, como o tato, audição, visão e sensações químicas; por último, os alunos estudarão as funções cognitivas no contexto da geração de movimentos voluntários, ou seja, como o cérebro planeja e controla o comportamento.
Essa é a primeira visita do professor Les Keniston ao Brasil. Ele já desenvolve parcerias com o LabNeuro, coordenado pela professora Anaelli, através de seminários online e pesquisas compartilhadas. “Por mais que a tecnologia tenha melhorado bastante, todo mundo que já tentou realizar um trabalho muito técnico pela internet sabe: nada supera estar lá. E desde que nós estamos pesquisando o movimento humano, como podemos não incluir o Brasil: uma cultura que já deu tanto ao mundo em termos de belos movimentos no “jogo bonito”, Capoeira e Samba?!”, compartilha o professor Les Keniston.
Sobre a oportunidade que o programa oferece, a professora Anaelli Campos destaca a troca de experiências com diferentes culturas. “Esse tipo de programa inaugura na universidade uma nova maneira de promover o conhecimento. Uma formação acadêmica que se apoia em uma abordagem cultural, tal como a promovida em programas de intercâmbio, estimula a criatividade e o desenvolvimento de ideias. Desse modo, transcende a formação regular e permite a busca pelo amadurecimento acadêmico, usando para isso uma das ferramentas mais eficientes para a promoção do aprendizado – a motivação”.
“Eu diria que essas oportunidades para trocar ideias pessoalmente têm importância fundamental. Particularmente, eu sei que a minha carreira tem sido grandemente aprimorada por aprender e trabalhar com neurocientistas brasileiros enquanto estavam fora. De alguma forma, espero quitar essa dívida enorme que ainda tenho com eles”, conta o professor Les Keniston.