Os diferentes casos clínicos hematológicos foram temas abordados no primeiro dia do IX Simpósio de Hematologia, realizado na Fundação Ricardo Moysés Júnior, nesta terça-feira, 18. Organizado pela Liga Acadêmica de Hematologia (LAH), o evento conta com palestras, workshops e painéis de discussão até esta quarta-feira, 19.
Na abertura do evento, o hematologista Ricardo Villela Bastos destacou a importância do hemograma para elaboração do diagnóstico de um paciente. De acordo com Villela, esse tipo de exame estabelece aspectos qualitativos e quantitativos das células presentes no sangue. “Na maioria das vezes, esse tipo de exame é realizado como teste de triagem e monitoração e serve como indicativo para diagnóstico”, conta.
Villela apresentou diferentes casos clínicos e seus respectivos hemogramas, incentivando os congressistas a identificar o diagnóstico correto. Segundo o hematologista, existem inúmeras variáveis que podem interferir na análise das células sanguíneas, como idade, estresse, fumo, obesidade e horário de coleta.
Em outra palestra, o professor da Faculdade de Medicina da UFJF, Ângelo Atalla, mostrou os cuidados necessários que devem ser adotados com o paciente esplenectomizado. A esplenectomia é uma intervenção cirúrgica que consiste na retirada do baço, órgão que, entre outras funções, destrói os glóbulos vermelhos envelhecidos.
“É extremamente importante educar os pacientes quanto ao risco de sepsis pós-esplenectomia, a importância das vacinas e a necessidade de ação urgente em resposta a um episódio febril. As pessoas que se submeteram ao procedimento correm risco de sepsis por toda a vida”, afirma o professor.
A sepsis pós-esplenectomia ocorre quando a infecção cai na corrente sanguínea sistêmica, estando associada a uma elevada taxa de mortalidade. Segundo Ângelo Atalla, “os pacientes asplênicos [com falta anatômica ou deficiência de função do baço] estão sob risco de episódios de septicemia progressiva rápida, que são fatais em até 50% dos casos”
Para a estudante do 8º período de Medicina, Thaís Thomas, as palestras ampliaram o conhecimento adquirido na graduação. “As apresentações são muito interessantes, já que são coisas mais específicas da área, que acabam complementando os conhecimentos adquiridos em sala de aula”.
Já para o estudante do 5º período de Ciências Biológicas, Raphael Barbosa, as temáticas discutidas no simpósio são de grande interesse pessoal. “É uma área que gosto muito, apesar de não ter interface direta com o que eu estudo diariamente. Fui monitor de Fisiologia Humana, o que despertou a vontade de conhecer mais sobre essa área.”
Sobre a Liga
Fundada em 2008, a Liga Acadêmica de Hematologia (LAH) tem como proposta apresentar atividades extracurriculares aos graduandos em Medicina e Enfermagem, como estágio supervisionado no Hospital Universitário (HU) da UFJF, elaboração de projetos de extensão e campanhas de doação de sangue.
Os membros da Liga também participam de reuniões científicas mensais, discussões de casos clínicos, aulas teórico-práticas relacionadas à Hematologia e Hemoterapia, desenvolvendo diversas atividades na Fundação Ricardo Moysés Júnior, no bairro Cascatinha.
Outras Informações: (32) 2102-3841 – Faculdade de Medicina