Veículo: G1 Zona da Mata

Editoria: Notícias

Data: 07/04/2017

Link: http://g1.globo.com/mg/zona-da-mata/noticia/2017/04/reitor-da-ufjf-critica-cortes-no-orcamento-anunciados-pelo-mec.html

Título: Reitor da UFJF critica cortes no orçamento anunciados pelo MEC

O reitor da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Marcus David, criticou nesta sexta-feira (7) os cortes de verbas anunciados pelo Ministério da Educação (MEC) para a instituição em 2017.

Durante uma coletiva na Reitoria do campus, ele considerou que as medidas foram além do previsto e disse que a situação pode prejudicar as atividades e até inviabilizar o funcionamento da universidade.

De acordo com David, a previsão inicial anunciada pelo MEC era de corte de 7%, porém a nova relação divulgada durante uma reunião em Brasília disse que os cortes podem chegar a 22%. “É um motivo de grande preocupação para nós, pois a redução foi acima do esperado e é incompatível com as necessidades para o funcionamento da universidade”, explicou.

Em reunião com o Conselho Superior (Consu) da UFJF, foram apresentados e debatidos os dados referentes ao orçamento deste ano. O grupo decidiu que a unidade vai oficializar um documento junto ao MEC com o demonstrativo financeiro, solicitando que seja feita uma revisão nos valores, para evitar o comprometimento no funcionamento da universidade.

Ele revelou ainda que a projeção de gastos apenas para manutenção da UFJF em 2017 está estimada em cerca de R$ 101 milhões, valor acima dos R$ 66 milhões que estão previstos. Ele lembrou que existe a possibilidade do repasse ser até 20% menor, o que resultaria em R$ 52 milhões, quase metade do que precisa a universidade.

Apesar da redução, o reitor comentou que inicialmente não haverá necessidade de cortar bolsas de estudos e de apoio estudantil, devido a reserva de R$ 25 milhões acumulada durante o ano letivo de 2016 e às fontes de arrecadação que possui através de projetos próprios, que podem render até R$ 20 milhões em 2017.

Por fim, ele disse que, caso as solicitações de revisão dos valores não sejam atendidas, a universidade vai ter que realizar diversas alterações estruturais e de funcionamento. “Esperamos conseguir reverter este quadro, de modo que não seja necessária uma mudança significativa em todo o funcionamento da universidade”, concluiu.

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Veículo: Tribuna de Minas

Editoria: Cidade

Data: 07/04/2017

Link: http://www.tribunademinas.com.br/ufjf-ja-teme-por-deficit-orcamentario-este-ano/

Título: UFJF já teme por déficit orçamentário este ano

A Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) prevê um ano de dificuldades e deve trabalhar no limite de sua capacidade. Ontem, em entrevista coletiva, o reitor Marcus David confirmou cenário antecipado pela Tribuna em matéria publicada na última terça-feira, que prevê queda no orçamento de custeio 22,6% em relação ao disponibilizado no ano passado. Na prática, a retração das verbas pode ser ainda maior.

De acordo com o reitor, a lei orçamentária definida pelo Ministério da Educação prevê repasses de cerca de R$ 66 milhões para o funcionamento. O montante é 27,33% menor que os R$ 91 milhões empenhados no ano passado. É também R$ 45 milhões a menos que a previsão de despesas para o atual exercício, na casa dos R$ 101 milhões. A estimativa de gastos apresentada ao Conselho Superior (Consu) é 11% maior do que a registrada no ano passado e, entre outros pontos, engloba reajustes previstos em contratos de prestação de serviços vigentes, além de ampliações em algumas unidades.

Para equilibrar o orçamento e dar conta das despesas, a solução encontrada será a utilização de receitas próprias, oriundas de projetos da instituição, pequenas taxas e aluguel de espaços, além de saldo residual de aportes financeiros obtidos no final do ano passado. A expectativa é de que sejam arrecadados cerca de R$ 20 milhões com geração própria, enquanto os valores remanescentes do ano passado representam R$ 25 milhões (R$ 16 milhões de recursos próprios e R$ 9 milhões obtidos a partir de liberação adicional por parte do Governo federal). Somando-se esse R$ 45 milhões aos R$ 66 milhões previstos no orçamento, a instituição teria uma folga de cerca de R$ 10 milhões para seu custeio no atual exercício.

Contudo, o reitor adverte que o cenário pode ser deficitário caso o Governo coloque em prática decretos de contingenciamento recentes, que podem significar uma redução de 20% no orçamento de custeio, que passaria de R$ 66 milhões para R$ 53 milhões. Assim, mesmo somando-se as receitas originadas de geração própria da UFJF e a verba residual do exercício 2016, ainda faltariam quase R$ 3 milhões para que a instituição consiga atingir os R$ 101 milhões previstos para a manutenção dos campi. Independentemente dos cenários, o reitor garante que a UFJF não planeja realizar cortes que afetam o cotidiano da comunidade acadêmica neste ano e que pretende manter, por exemplo, bolsas de apoio estudantil e de expansão.

A instituição, no entanto, já deliberou que irá acionar o MEC visando uma revisão orçamentária. O temor é com o comprometimento das atividades nos próximos exercícios. “Uma redução como esta é motivo de imensa preocupação e muito acima do que o Governo havia previsto anteriormente, na casa dos 7%. É absolutamente incompatível com as necessidades da UFJF. Com o contingenciamento de 20%, as verbas para o custeio representarão 50% de nossas necessidades. Vamos encaminhar um ofício ao MEC atentando para tais implicações. Pela emenda constitucional que determina o teto de gastos, o orçamento deste ano corrigido pela inflação será utilizado como base para orçamentos futuros. Isto trará um grande impacto por um longo período”, considerou Marcus David.

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Veículo: Tribuna de Minas

Editoria: Cidade

Data: 07/04/2017

Link: http://www.tribunademinas.com.br/a-hora-e-a-vez-do-futsal-feminino/

Título: A hora e a vez do futsal feminino

Juiz de Fora recebe, amanhã e domingo, mais uma prova do iminente crescimento do esporte feminino na cidade. Com participação prevista de mais de cem pessoas, a partir das 9h nos dois dias, a Faculdade de Educação Física e Desportos (Faefid) será palco da primeira edição do Fórum e da Copa de Futsal de Mulheres da UFJF. O evento, idealizado pela equipe Tá Joia Futsal Clube, com realização do Programa de Educação Tutorial (PET) da Faefid, promete reunião de profissionais especializados no desporto do naipe feminino, com a troca de experiências e conhecimento, além da prática em quadra, com seis equipes inscritas em torneio.

Uma das organizadoras, Mariana Novais conta que “a ideia surgiu do Igor Monteiro (mestre, Bacharel e Licenciado em Educação Física pela UFJF), palestrante e preparador goleiros do Tá Joia. E pela nossa proximidade com professoras e departamento da UFJF, por termos formado lá, levamos a ideia adiante e conseguimos efetivar. Mas a motivação foi a necessidade de levar um cunho mais científico para a questão do futsal feminino. Antes, as iniciativas eram sempre voltadas aos homens.”

Com um quê de pioneirismo, a ideia dos responsáveis pelo Fórum e Copa, com inscrições já encerradas, vai além da disseminação das especificidades da prática do futsal entre as mulheres, como outra responsável pela criação do evento, Eveline Amaral, retificou. “A essência e concepção do evento fala por si só. Nosso objetivo é apenas trazer oportunidade e visibilidade para os projetos de futsal feminino. A cidade é carente de um evento com essa finalidade”, conta.

A busca por uma mudança de panorama do espaço da mulher no esporte local, contudo, ainda é consequência distante para Mariana. “Queria poder afirmar que é uma tendência, mas infelizmente não acredito nisso. Queremos plantar a semente, acho que abrimos uma porta para futuros eventos com essa frente. Fazer virar uma tendência vai depender do sucesso do evento, de como as equipes vão receber ele e torcer para que muitas bolas possam entrar para nós.”

Se engana, contudo, quem pensa que o evento é de participação exclusivamente feminina. “O evento tem um nome sugestivo, mas não é uma regra e muitos homens aderiram. O objetivo do fórum é universal, e quem quiser agregar e absorver conhecimento pode participar”, esclarece Eveline.

Palestras

Entre 9h e 15h, encontros com renomados profissionais da cidade e região estão confirmados. A palestra de abertura, por exemplo, com o tema “Mulheres no Futsal: aspectos desenvolvimentais e biomecânicos”, será ministrada pela mestre em Ciências da Motricidade pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP) e Doutora em Educação pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), atualmente professora adjunta da UFJF, Selva Barreto.

Quatro mesas redondas também foram programadas para os dois dias, com a participação de mais de dez profissionais, como a professora Ludmila Mourão, doutora em Educação Física pela Universidade Gama Filho, que ainda desenvolve estudos sobre História das Mulheres no Esporte, Gênero nas Atividades Físico-desportivas e Educação Física Escolar. Discussões sobre a arbitragem feminina no futsal e projetos de mulheres na modalidade, além de relatos de experiências também estão previstos. Toda a programação pode ser encontrada no grupo público, no Facebook, “I Fórum de Futsal de Mulheres da UFJF”.

A Copa

Ao todo, seis equipes se inscreveram para a disputa da primeira edição do torneio, realizado a partir das 15h30 tanto amanhã, quanto no domingo, indo até as 20h. As participantes foram divididas em dois grupos de três, com enfrentamento em turno único e classificação das quatro melhores para as semifinais no domingo. Estarão em quadra pela chave 1 o Tá Joia Futsal Clube, Buscapé FC/Sport Club Juiz de Fora e Lastuf Futsal Feminino. No outro grupo, medem forças a Uldech – UFJF, O Clarear de Santos Dumont e a Odonto – UFJF. A decisão do torneio ocorre às 18h15 do domingo.

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Veículo: FNDC

Editoria: Notícias

Data: 07/04/2017

Link: http://www.fndc.org.br/noticias/fndc-mg-lanca-manifesto-pela-liberdade-de-expressao-924792/

Título: FNDC-MG lança manifesto pela liberdade de expressão

A Semana Estadual pela Liberdade de Expressão, pela Democratização dos Meios de Comunicação e pelo Direito à Informação Pública foi instituída pela Lei 20.818 de 2013, como um momento para refletir sobre esses temas tão relevantes para a democracia. Em que pese o Estado não ter organizado nenhuma atividade nesse sentido, como previsto na Lei, o Comitê Mineiro do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC) aproveita esse período especial, compreendido entre o dia do jornalista – 7 de abril e o dia de Tiradentes – 21 de abril, para dirigir à sociedade este Manifesto:

A liberdade de expressão, pilar do Estado Democrático de Direito, tem sido constantemente agredida no Brasil. O golpe perpetrado contra as instituições democráticas busca silenciar vozes discordantes por meio de constrangimentos às manifestações de protesto e com um aparato de propaganda oficial, similar aos empreendidos na ditadura do Estado Novo e no regime militar de 64/84. Nas redes sociais, o incentivo à campanhas fascistas, a prisão de blogueiros e a repressão a movimentos estudantis e de ocupações urbanas, aumentam nossa preocupação e acionam nosso sinal de alerta.

O debate livre de ideias está sendo cerceado para que direitos sejam usurpados, como a destruição da previdência pública e a terceirização do trabalho, mergulhando o país num cenário que achávamos enterrado há mais de um século.

O direito de livre expressão de ideias é também o direito de conhecer as ideias de outros e isso tem sido historicamente negado no Brasil, devido à concentração da propriedade dos meios de comunicação nas mãos de poucas empresas, subordinadas aos interesses do capital financeiro. O que prevalece na mídia hegemônica não é o interesse público, mas sim o de uma elite econômica e cultural, machista, racista e autoritária. Para completar este cenário é sabido que a maior parte do financiamento dessas mídias vem exatamente de verbas federais, estaduais e municipais. Ministérios, secretarias, Executivo, Legislativo e empresas públicas, como o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal e a Petrobras figuram entre os maiores anunciantes em valores pagos. Ainda nos resta a manutenção de concessões públicas a políticos o que já deveria ter sido suspenso há anos. O desprezo do governo federal com as políticas públicas afirmativas conquistadas pela Constituição de 1988 é reforçado pelos meios de comunicação comerciais, embalando os sonhos autoritários e segregacionistas dos que se instalaram no poder.

O direito à informação pública, consolidado com a implementação da Lei de Acesso à Informação (LAI), que comemora cinco anos de vigência no próximo mês, carece de ser ampliado, inclusive com o exercício desse direito pela própria população. Reconhecemos os avanços obtidos no Executivo Estadual, mas alertamos que o Poder Legislativo e o Poder Judiciário ainda têm muito o que fazer para o cumprimento efetivo da LAI. Esperamos destes, a reflexão e a mudança de postura.

A democratização dos meios de comunicação no Brasil passa pelo cumprimento dos preceitos constitucionais que vedam os monopólios e oligopólios, estabelecem a produção regional e independente, a diversidade cultural e de opiniões e a complementaridade entre os sistemas comercial, estatal e público de radiodifusão.

Em Minas Gerais temos a oportunidade de avançar na construção de alternativas democráticas de comunicação, pois um forte e vigoroso movimento pela democratização da comunicação vem se consolidando. Um alto número de emissoras comunitárias e meios de comunicação digitais, públicos e independentes lutam para obter sua sustentabilidade financeira e apoio formativo para cumprir seu papel de diversificar a informação e expandir seu acesso para o público.

Do Poder Legislativo e do Poder Executivo estaduais, cobramos o respeito e o atendimento de nossas reivindicações históricas. Especialmente do governador Fernando Pimentel aguardamos a instalação do Conselho Estadual de Comunicação e as diretrizes concretas para tornar a Empresa Mineira de Comunicação a base de um sistema público que tenha como características a gestão democrática, a diversidade de conteúdo e atuação para a integração econômica, cultural e social do Estado. Abrir esse caminho é comprometer-se com o futuro da democracia.

Comitê Mineiro do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação

Assinam enquanto membro do comitê mineiro do FNDC-MG as 66 entidades seguintes:

  1. AJOSP/MG- Associação dos Jornalista do Serviço Público em Minas Gerais
  2. APG IFNMG
  3. APG UFJF
  4. APG UFMG
  5. APG UFOP
  6. APG UFU
  7. APG UFV
  8. APG UFVJM
  9. APG UNIMONTES
  10. ASA-Minas – Articulação do Semiárido Brasileiro
  11. Associação de Comunicação Minas Livre
  12. Associação Imagem Comunitária – Grupo de Pesquisa e Experimentação em Mídias de Acesso Público
  13. Blog Teoria versus Pratica
  14. Brasil de Fato – MG
  15. Centro Academico Dr. Eder Capute Direito UEMG em Passos (MG)
  16. Coletivo de Henfil de Comunicação Popular/MG
  17. Coletivo O Estopim
  18. CONEN/MG – Coordenação Nacional de Entidades Negras em Minas Gerais
  19. Conselho Regional de Psicologia da 4o Região MG
  20. CTB/MG – Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil em Minas Gerais
  21. CUT/MG – Central Única dos Trabalhadores em Minas Gerais
  22. Diretório Acadêmico da Faculdade de Administração e Ciências Econômicas – FACE/PUC/Minas
  23. Diretório Acadêmico de Comunicação Social da PUC-MG
  24. Diretório Acadêmico Estudante de Psicologia – Maria de Fátima Lobo Boschi – PUC/Minas
  25. Diretório Central dos Estudantes Libertas Pitágoras – Betim/MG
  26. Diretório Central dos Estudantes – Unipam Patos de Minas
  27. Diretorio Central dos Estudantes do – CEFET MG /BH
  28. Diretório Central dos Estudantes da Universidade do Estado de Minas Gerais
  29. Federação das Associações de Moradores do Estado de Minas Gerais
  30. Fora do Eixo Minas / Mídia NINJA-MG
  31. Fórum das Juventudes da Grande BH
  32. Grupo Coexista
  33. Instituto Cultural Semifusa
  34. Instituto Imersão Latina
  35. Internet Sem Fronteiras – Brasil
  36. Jornalistas Livres – MG
  37. Levante Popular da Juventude Uberlândia
  38. Levente Popular da Juventude – MG (Belo Horizonte)
  39. Movimento dos Atingidos por Barragens em Minas Gerais – MAB/MG
  40. Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra em Minas Gerais (MST/MG)
  41. Movimento Gay da Região das Vertentes
  42. Movimento Mudança – MG
  43. Movimento Periferia Criativa
  44. Movimento Pirata Mineiro-MG
  45. Núcelo Barão de Itararé – MG
  46. Oficina de Imagens – Comunicação e Educação
  47. Setorial de Ciência e Tecnologia e Tecnologia da Informação do Partido dos
  48. Trabalhadores de Minas Gerais
  49. SINDAGUA/MG – Sind. dos Trab. nas Indústrias de Purificação e Distribuição de Água
  50. Sindicato dos Enfermeiros do Estado de Minas Gerais
  51. Sindicato dos Engenheiros do Estado de Minas Gerias
  52. Sindicato dos Metalúrgicos de Contagem, Belo Horizonte e Região Metropolitana
  53. Sindicatos dos Servidores Municipais de Ipatinga/MG – SINTSERPI
  54. SINDICATO ÚNICO DOS TRABALHADORES DA SAÚDE DE MINAS GERAIS NÚCLEO REGIONAL BETIM
  55. SINDIELETRO/MG – Sindicato Intermunicipal dos Trabalhadores na Indústria Energética de Minas Gerais
  56. SINDIFES – Sindicato dos Trabalhadores das Instituições Federais de Ensino – Seção MG
  57. Sindipetro/MG – Sindicato dos Petroleiros em Minas Gerais
  58. SINDSEP/MG – Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Federal – Minas Gerais
  59. SindUTE – Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais
  60. SINPROMINAS- SINDICATO DOS PROFESSORES DE MINAS GERAIS
  61. SINTTEL/MG – Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Telecomunicações do Estado de Minas Gerais
  62. SJPMG – Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais
  63. UJS/MG – União da Juventude Socialista em Minas Gerais
  64. União dos Estudantes de Graduação e Afins de Minas Gerais
  65. União dos Estudantes Secundaristas e Tecnólogico do Estado de Minas – Colegial de Minas Gerais
  66. Vicariato Episcopal para a Ação Social e Política da Arquidiocese de Belo Horizonte

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Veículo: Tribuna de Minas

Editoria: Cidade

Data: 07/04/2017

Link: http://www.tribunademinas.com.br/proxima-edicao-do-domingo-no-campus-acontece-neste-fim-de-semana/

Título: Próxima edição do Domingo no Campus acontece neste fim de semana

Será realizada neste domingo (9) a primeira edição do Domingo no Campus deste ano, na Praça Cívica da UFJF. O projeto oferece atividades culturais e de lazer para a comunidade e será realizado duas vezes por mês, das 9h às 13h. O evento é aberto ao público e tem como objetivo reunir o público de todas as idades. Nesta edição, o foco é promover brincadeiras populares, como piques, queimada, peteca, bolinha de gude, unindo pais e filhos em um mesmo propósito.As brincadeiras serão acompanhadas por professores de educação física.

Os profissionais que trabalham na rede municipal de educação vão promover aulas de alongamento e ginástica para idosos. Durante todo o evento, DJs e músicos vão animar o público. No palco, o som do DJ Pedro Paiva, do Coletivo Vinil é Arte; membros do Coletivo HipHopologia; e a cantora e nutricionista Tânia Bicalho, da Música Popular Nutritiva (MPN), que vai sortear brindes entre os participantes. Para aqueles que gostam de ouvir boas histórias, o Domingo no Campus vai receber o grupo Histórias e Canções.

Confira a Programação:

9h – Abertura com DJ Pedro Paiva (Coletivo Vinil é Arte)

10h – Show de Tânia Bicalho, da Música Popular Nutritiva

10h30 – Histórias e Canções, com as professoras Nilcea Braga e Paula Grazinoli

11h às 13h – DJ, apresentações de rap e poesia com o Coletivo HipHopologia, sob a coordenação de Christiane Assis e André Luiz Gonçalves. Nos intervalos, o som fica por conta do DJ Pedro Paiva.

9h às 13h

Para crianças até 3 anos – exercícios manuais com materiais recicláveis (Danuza Moraes e Úrsula Campos)

Para crianças de 4 anos em diante – brincadeiras populares, como queimada, corda, piques, peteca, bolinha de gude, entre outras (Moacyr dos Santos e Jerônimo Lopes).

Para a 3ª idade – alongamento e ginástica com a professora Vanessa Campos

Fonte: UFJF

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Veículo: Estadão

Editoria: Cultura

Data: 08/04/2017

Link: http://cultura.estadao.com.br/blogs/estado-da-arte/a-justica-poetica-e-o-nanismo-do-debate-publico/

Título: A justiça poética e o nanismo do debate público

Antes de seu ostracismo do debate público, a confissão de fé na catolicidade de uma comunidade resguardava a crença na unidade da raça humana e na universalidade de determinados valores. Todavia, contrariamente à crença de Comte de que a marcha humana dar-se-ia pelo cruzamento de três estágios sucessivos, nomeadamente, o da religião, o da metafísica e o da ciência, aparentemente optamos por um politeísmo no qual os sacrifícios ocorrem nos altares de nossos caprichos.

Dentre os cacoetes prevalentes nas discussões públicas, os termos “representatividade” e “pluralismo” assumem, de modo gradual, a qualidade de hocus pocus que transubstanciam as obras mais sofríveis em paradigmas estéticos das academias e galerias de arte. Em contrapartida, qualquer livro ou filme que não contenha em si, como mosaico, as etnias, culturas ou grupos supostamente marginalizados de determinada sociedade é descartado como modelo de perpetuação do status quo. Há, subjacente a essa perspectiva, a ideia de que toda arte, por mais consciente que seja de seu material (as palavras, a imagem, os sons etc.) e por mais harmônica que sejam as interações entre seus elementos, é invariavelmente ingênua, ou pior, mancomunada com os ideais e objetivos da “classe dominante”.

A gafe no Oscar, um dos hot topics que, de modo sintomático, evidencia o nanismo do debate público, curiosamente revela as linhas dirigentes da arte contemporânea. Sob as névoas da euforia, lobrigamos a justiça poética – a vingança consumada contra as instâncias outrora opressoras e a vindicação anelada pelos justiceiros sociais. Sucintamente, as premiações de 2017 são uma espécie de propiciação à controvérsia do “Oscar So White” de 2016.

Resumindo o contexto crítico precedente ao Oscar, podemos dizer que, como de costume em tempos marcados por reducionismos de toda sorte, as apostas e debates acerca da cerimônia se polarizaram entre um entusiasmo para com La La Land e um senso de responsabilidade moral e social em relação a Moonlight.

Em parte, La La Land é um amálgama milimetricamente calculado entre Les Parapluies de Cherbourg e Meia-Noite em Paris, com pequenos acréscimos dos musicais hollywoodianos e os elementos que, até então, têm sido recorrentes na direção de Chazel: jazz, a busca pela perfeição artística e as dificuldades decorrentes de tal anseio nas relações pessoais e afetivas. É essencialmente um filme cult na definição precisa de Umberto Eco, isto é, um filme feito de alusões, constituído de camadas e mais camadas de arquétipos e designado para ser mais citado do que efetivamente apreciado.

Moonlight, por sua vez, se aproveita da estrutura geral do magistral Boyhood (2014), mas aposta alto nas tendências – para não dizer obsessão – dos chamados “estudos culturais”, que advogam que as cosmovisões das minorias étnicas, sexuais e religiosas, embora por séculos renegadas, constituem o instrumental mais adequado para a compreensão das tensões e problemáticas contemporâneas. Nessa sua ênfase, portanto, a carga dramática é excessiva.

De todo modo, o Oscar revela, talvez mais do que outros eventos e cerimônias das demais artes, a formação de um novo “cânone” mediante a imposição de lobbies, grupos políticos e, surpreendentemente, movimentos religiosos.

Em primeiro lugar, esse “cânone” (com toda a carga de ambiguidade e ironia que as aspas podem proporcionar) dificilmente será, num futuro próximo, um critério em relação ao qual medir-se-ão as novas obras. Isto levando em conta, é claro, que permanecerão no ideário artístico, ou ainda no imaginário individual daqueles que compreendem a importância da arte. Em segundo lugar, é evidente que a pressão e as demandas coletivas alteram não somente o cenário artístico, mas também a sua própria filosofia da composição, para citar Edgar Allan Poe.

Arthur C. Danto, em sua obra Após o fim da arte: a arte contemporânea e os limites da história, propôs que a arte realizada nas últimas décadas se contrapõe mesmo à arte moderna na medida em que revela sua independência perante a história, tornando-se, pois, uma instância autônoma, essencialmente crítica e dotada de uma filosofia própria não atrelada a um discurso dominante. As ideias propostas por Danto são imprescindíveis para uma compreensão ponderada acerca da arte contemporânea. Talvez seja necessário, porém, indagar se a arte, embora tenha se dispensado, sob certos aspectos, das ideias e conceitos históricos prevalentes, não se permitiu atrelar a movimentos e processos especificamente políticos.

Os grupos de interesse que cobram um posicionamento de determinado escritor ou diretor pouco diferem, formalmente falando, dos rogatórios de Fandoms, que são saciados apenas pelo fanservice – a capitulação de projetos estéticos aos pendores despretensiosos dos consumidores. A diferença, é claro, está não somente nas intenções políticas e sociais por trás das demandas, mas também no sentimento de cada um dos grupos: enquanto os fãs buscam gratificação imediata, isto é, puro hedonismo, os grupos de interesse se consideram revestidos de uma aura de elevação moral e movidos em prol do bem comum.

Evidentemente não faltam exemplos históricos da submissão da arte a movimentos alheios à sua produção. Os próprios folhetins, que posteriormente eram reunidos como romances, se modulavam de acordo com a recepção e aprovação de seus leitores. Todavia, a presente questão envolve o detestável conflito não entre a liberdade do artista e as exigências do receptor, mas sim entre as moralidades de um projeto artístico e a de grupos que, não raro, jamais o consumirão.

Muitos se lembram das catequistas que protestaram em frente aos cinemas que exibiam A última tentação de Cristo (1988), de Martin Scorcese, e tomam o evento como sinônimo de intolerância religiosa; todavia, se esquecem, ou presumivelmente ignoram, que alguns anos atrás, comunidades islâmicas se revoltaram contra a exibição da peça clássica Tumberlaine, o Grande (1587), do dramaturgo inglês Christopher Marlowe, já que, ao fim da peça, numa revolta blasfema, o conquistador lança um Alcorão às chamas. Isto sem mencionar o recente episódio desencadeado pelo protesto do diretor iraniano Asghar Farhadi contra Trump, que culminou não apenas nas críticas durante toda a cerimônia, mas também na exibição pública de seu filme, O Apartamento (2016), na praça da National Gallery, em Londres, acompanhado das veementes exprobrações do prefeito Sadiq Khan, descendente de paquistaneses.

Projetos de arte se encontram, pois, em meio ao fogo cruzado, visto que por toda parte grupos de interesse exigem a satisfação de seus princípios. Há atitudes execráveis de todos os lados, por exemplo: o boicote contra o escritor Jonathan Franzen, por ter simplesmente afirmado que não tinha muitos amigos negros; e também o boicote contra a série Dear White People, inspirada no excelente filme homônimo de Justin Simien, por supostamente incitar o racismo reverso.

Resta-nos apenas o apelo inicial pelo retorno à crença na catolicidade da arte, já que, cremos nós, ela não somente abarca todos os povos de todas as épocas, mas também é capaz de absorver em si todos os sentimentos e os mais diferentes dilemas da condição humana.

Fabrício Tavares de Moraes é tradutor e doutorando em Literatura (UFJF/Queen Mary University London)

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Veículo: G1 Zona da Mata

Editoria: Notícias

Data: 09/04/2017

Link: http://g1.globo.com/mg/zona-da-mata/noticia/2017/04/faculdade-de-odontologia-da-ufjf-oferece-consultas-gratuitas.html

Título: Faculdade de Odontologia da UFJF oferece consultas gratuitas

A Faculdade de Odontologia da UFJF oferece à população, gratuitamente, atendimentos odontológicos, desde restaurações simples, tratamento com aparelhos ortodônticos a cirurgias. Os serviços são prestados na Clínica Odontológica por profissionais que cursam pós-graduação e alunos de graduação supervisionados pelos professores.

A apresentação de encaminhamento feito por outro dentista do Sistema Único de Saúde (SUS) ou particular não é mais obrigatória para os casos de emergência. Os atendimentos acontecem de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 14h às 18h. São oferecidos tratamentos nas áreas de dentística em geral, prótese, periodontia, endodontia, radiologia, odonto cirurgia, e odontopediatria. Os interessados devem comparecer à Sala de Acolhimento, na Faculdade de Odontologia, onde devem se cadastrar.

Feito isso, os pacientes participam da lista de espera pelo procedimento necessário e aguardam o contato para agendar a consulta. A espera varia de acordo com o procedimento. Para casos que envolvam especialidades, como próteses e canais uniradiculares, odonto pediatria e cirurgia, o atendimento é imediato.

Os pacientes com alguma urgência no tratamento que não foram avaliados previamente, ao compareceram na Sala de Acolhimento, serão atendidos por odontólogos da faculdade e encaminhados ao Pronto Atendimento. O serviço de Pronto Atendimento funciona nas segundas-feiras, das 14h às 18h, quartas-feiras, das 8h às 12h, e sextas-feiras, das 8h às 12h e das 14h às 18h. O atendimento dos casos de emergência é por ordem de chegada.

O serviço atende moradores de Juiz de Fora e cidades vizinhas que necessitem de  procedimento complexo. Para se certificar de que o atendimento esteja funcionando, os pacientes devem telefonar para a Sala de Acolhimento pelo número (32) 2102-3855, até as 13h. Após este horário, podem contatar a recepção da Faculdade de Odontologia pelo telefone (32) 2102-3856.

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Veículo: Tribuna de Minas

Editoria: Cidade

Data: 09/04/2017

Link: http://www.tribunademinas.com.br/damas-de-honra/

Título: Damas de honra

Com assinatura do então prefeito Dilermando da Costa Cruz Filho, o Diário Oficial do Município publicava, em 4 de junho de 1948, a Lei 41, na qual consta, como primeiro artigo, o seguinte texto: “Fica o Prefeito autorizado a doar à Associação de Damas Protetoras da Infância um terreno de 17,50 metros de frente por 34,50 metros de fundos, sito à rua do Espírito Santo, esquina da via pública, ainda sem denominação, aberta ao lado do Palácio Episcopal, nesta cidade.” Cinco anos antes, em 8 de maio de 1943, adentrava a instituição a pequena Maria da Conceição Oliveira, pesando 3,6kg aos 5 meses de vida, tempo necessário para já ter atingido 6,9kg. Atendida pela casa, recebeu a alimentação indicada para seu crescimento, mas ganhou, apenas, 1,5kg em quatro meses. Antes de seu décimo mês, a menina gripou e voltou a regredir, chegando a pesar exatos 3kg, o que a obrigou passar por sessões de transfusão sanguínea. Conceição, protagonista do primeiro relato de desnutrição severa de que se tem notícia na história do Lactário São José, recebeu alta aos 2 anos, andando, falando e pesando 10kg.

Mantenedora do lactário, a Associação de Damas Protetoras da Infância escreve, desde sua fundação em 1934, um tratado de caridade e, também, um capítulo importante da história social e arquitetônica de Juiz de Fora. No Centro da cidade, a sede erguida pela Construtora Pantaleone Arcuri tem projeto assinado pelo arquiteto Hugo Arcuri. Filho de Raphael Arcuri, ítalo-brasileiro que projetou o Paço Municipal (hoje sede da Funalfa) e outras referenciais edificações juizforanas, Hugo não ganhou a notoriedade do pai, mas realizou importantes obras. De acordo com o pesquisador e professor do departamento de história da UFJF Marcos Olender, quando foi criado o Largo João Pessoa, no Calçadão, uma das propostas para a nova fachada do Cine-Theatro Central (de autoria de Raphael, o pai) partiu das mãos de Hugo, que trabalhou como assistente dos arquitetos franceses Henri Paul Pierre Sajous e Auguste Rendui, responsáveis pelo prédio “queridinho” dos cariocas, o Biarritz, na Praia do Flamengo.

Em estilo moderno, o edifício de três andares da Associação de Damas Protetoras da Infância se destaca na paisagem urbana pelas linhas retas, gradil em formas geométricas e uma suntuosa escada em caracol que acessa os três pavimentos e se posta à frente de uma parede que perpassa toda a altura do prédio com imensas janelas a clarear todos os ambientes. Como um agigantado complexo de salas, o lugar parece um labirinto, dada a quantidade de espaços e aberturas, que juntos dão conta de um tempo em que o vaivém era uma constante na casa cuja portaria da Espírito Santo já não é aberta diariamente há décadas. Ainda que o interior preserve características de um período, como as pesadas e grandes pias, todo o exterior é eclipsado pela sujeira e deterioração. Marcas de uma atividade que mesmo somando esforços resulta em fragilidades.

Conquistas valiosas

Autora dos dez vitrais, retratando cinco temas litúrgicos, dispostos lado a lado nas laterais da “capela”, que ocupa quase a totalidade do segundo andar do prédio, Therezinha de Castro Tortoriello é um dos principais braços a fazer força nesse cabo de guerra do trabalho beneficente. Nos 43 anos em que esteve à frente da instituição feminina, a mulher falecida em 2012 perseguiu meios de equilibrar as contas e conferir sustentabilidade ao projeto. Artista plástica por vocação e administradora de empresas por formação, Therezinha bateu na porta do Poder Público e também da iniciativa privada. Logo que chegou à casa, presenciou a criação da Lei 3.423/1970, na qual o então prefeito Itamar Franco autorizou a doação “à Associação de Damas Protetoras da Infância dos pneus usados imprestáveis para os veículos da Prefeitura”. Em outro momento, Therezinha decidiu reformar os seis imóveis pertencentes à associação (doação de famílias abastadas da cidade) e alugá-los, revertendo os valores na manutenção da obra social.

“Desde que mamãe assumiu a presidência, foi sendo reeleita pelos serviços que prestava. A associação, por ser particular, sempre custeou tudo. Há os sócios contribuintes, que oferecem graciosamente uma quantia que ninguém propõe, além das conselheiras que oferecem a anuidade, mas o fixo foi ideia dela, com o aluguel desses imóveis na periferia”, recorda-se a filha de Therezinha, Stella Tortoriello, referindo-se às casas onde a mãe fazia atendimentos, mas, por não contar com numeroso grupo de voluntárias, acabava por visitar uma vez ao mês, o que propiciava o vandalismo e, com isso, mais despesas. “Ela foi visionária. Pegou a instituição numa época em que o registro não era obrigatório, então, fazia encaminhamentos para cartórios, além de agendar consultas com especialistas e dentistas”, completa Stella. Ao longo dos anos, o número de famílias atendidas orbitava entre 30 e 40, com as mulheres assistidas da gestação até o terceiro ano de suas crianças.

Ao valor do aluguel dos seis imóveis é acrescido o aluguel das lojas ocupadas por um chaveiro e outra por uma agência de turismo, além do terceiro andar, que, por alguns anos deu lugar a um curso preparatório para concursos. Resultado da tentativa de ampliar a receita do projeto, alterações foram feitas à revelia na fachada do imóvel, o que, segundo Stella Tortoriello, serviu de discurso do município contra o tombamento do prédio, sonho de Therezinha. Para a filha da longeva presidente, a obrigatoriedade de conservação da edificação poderia contribuir para que novas distorções não sejam feitas em prol da obra social. “O foco é a puericultura, é o cuidado com a criança. No período em que mamãe ficou no voluntariado, houve um desenvolvimento muito grande no setor sanitário do Brasil, reduzindo a mortalidade infantil. Mas a pobreza continua. E sempre haverá uma mãe carente de ajuda, de orientação, como em 1934.” Sempre haverá uma Maria da Conceição Oliveira.

Moças do século XXI

Para a Maria da Conceição Oliveira de hoje há uma dama do século XXI disposta a assistila.

Aos 21 anos, Ana Teresa Macêdo assumiu a presidência da Associação de Damas Protetoras da Infância em novembro de 2016 e recebeu as chaves em janeiro deste ano. Desde então, realizou dois simpósios no espaço da capela – um sobre justiça social e outra sobre a mulher na contemporaneidade – e encarou emergenciais reformas no prédio da Espírito Santo, restaurando todo o telhado e revitalizando peças em madeira. Publicações, atas, documentos, correspondências e estudos acadêmicos reunidos ao longo das mais de oito décadas da instituição estão sendo higienizados e catalogados. A ideia é que o lugar se torne um vivo complexo como em seus anos iniciais. Tarefa que exige fôlego, o que sobra na jovem estudante de medicina que convenceu as amigas do curso a encarar o desafio do voluntariado. Novas damas para a casa composta, no passado, por mulheres, em sua maioria, donas de casa das classes média e alta da sociedade local.

“As antigas damas já não existem. As mulheres atuais estudam, trabalham e na sua maioria têm tripla jornada de trabalho. As damas filantrópicas de hoje precisam ser versáteis”, discursa a nova presidente, que, aos moldes de Therezinha e sua geração, leva as acaloradas discussões feministas à prática do empoderamento diário da mulher. “O fato de (a equipe) ser formada por jovens traz a força do trabalho, a pureza do coração, a coragem, o ‘não’ aos conchavos políticos e às pressões, e a vontade de vencer, de fazer o bem e de aprender. Temos exemplos de jovens brilhantes, não só em nosso conselho-diretor, mas em vários setores da sociedade. É uma geração diferente, com facilidade cibernética e dinamismo”, defende Ana Teresa, filha de um casal de médicos cardiologistas e irmã de outra acadêmica de medicina, tesoureira na nova diretoria.

Com planos para cada canto do edifício projetado por Hugo Arcuri, Ana Teresa espera conseguir verba para revitalizar a fachada e o interior, construir um pequeno museu da associação e agregar atividades lúdicas para as crianças. Formada por 30 gestantes, uma turma de famílias atendidas se prepara para a nova fase da instituição. Elas devem receber o enxoval produzido pela Obra do Berço instituída neste mês, além do leite em pó, que deve ser substituído por “fórmulas pediátricas mais indicadas aos recém-nascidos”, que custam, em média, R$ 50, mas, em casos especiais, podem ultrapassar R$ 100. “Sonhamos em retomar o convênio com a UFJF, para que os alunos de medicina possam estagiar na cadeira de puericultura, orientados por seus professores. Assim as crianças poderão ser atendidas novamente no lactário, para acompanhamento materno e combate à mortalidade infantil.” Num lugar de memórias sociais, arquitetônicas, artísticas e, sobretudo, humanas, a jovem voluntária planeja aperfeiçoar a reescrita de histórias solares como a da pequena Maria da Conceição Oliveira.