mestrado comportamento animal

Mariana de Oliveira mapeou os parasitas que se alojam no sabiá e no sanhaçu-cinzento (foto: Twin Alvarenga/UFJF)

A Mata Atlântica se estendia originalmente ao longo de 17 Estados, no entanto, hoje, restam apenas 8,5 % de sua cobertura original. Estes locais abrigam diversas espécies de animais, entre eles aves e piolhos mastigadores. Neste contexto, a mestranda do Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas (PGCBIO), da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Mariana de Oliveira, decidiu mapear as espécies desse tipo de parasita que se alojam em aves do tipo Turdus e Tangara sayaca, conhecidas, respectivamente, como sabiá e sanhaçu-cinzento, encontradas na Zona da Mata Mineira.  

Os resultados deste trabalho foram apresentados na dissertação “Piolhos mastigadores em aves silvestres de fragmentos da Mata Atlântica em Minas Gerais”, defendida nesta quarta-feira, 29. As espécies estudadas são conhecidas por realizarem todo o ciclo de vida no hospedeiro. “Este é um projeto de cunho taxonômico e ecológico, no qual buscamos identificar as espécies de piolhos presentes nas aves silvestres da nossa região. Depois, fizemos a relação ecológica entre esses animais.”

A mestranda mapeou, por 23 meses, três cidade mineiras que possuem fragmentos da Mata Atlântica no estado. “Estudamos as espécies encontradas em Juiz de Fora, no Jardim Botânico da UFJF, fizemos uma investigação em Santa Bárbara do Monte Verde e Chácara. Conseguimos encontrar 10 espécies de piolhos diferentes, sendo seis delas nos Sabiás e outras quatro nas Tangara Sayaca, conhecidas popularmente, como sanhaçu-cinzento”, revela a acadêmica.

As aves eram capturadas pelos pesquisadores e, em seguida, levadas para um local próximo para serem estudadas. “Chegando no acampamento, elas eram medidas, pesadas, anilhadas e depois passavam por uma inspeção visual a fim de localizar os piolhos. Quando encontrados, os piolhos mastigadores eram acondicionados para possível identificação das espécies”, explica Mariana.

Com esta metodologia, foi possível verificar que as espécies de piolhos mastigadores encontradas na região são novas, conforme pontua a mestranda: “algumas já tinham sido relatadas nas aves silvestres que pesquisamos, mas outras representam registros novos de parasitismo por serem espécies que não haviam sido encontradas no Brasil.”

Mariana atribui o resultado ao baixo número de pesquisas feitas no país sobre os piolhos e sua relação de parasitismo. De acordo com ela, a diversidade desses animais ainda é pouco conhecida. “No exterior, encontramos mais pesquisadores trabalhando com estudos nessa área, vemos essas espécies sendo identificadas e registradas por lá.”

Para continuar contribuindo com as pesquisas na área, a mestranda se prepara para ingressar no doutorado em Ciências Veterinárias da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ). “O meu projeto, a princípio, continua investigando os piolhos, mas também vou estudar outros ectoparasitas encontrados em aves, como carrapatos e ácaros. Este vai ser um desafio bem grande porque identificar essas espécies ainda é algo bem difícil.”

Contato:
Mariana de Oliveira (mestranda)
mariana.de.oliveira@outlook.com

Banca Examinadora:
Erik Daemon de Souza Pinto (orientador – UFJF)
Dr. Ralph Maturano Pinheiro (co-orientador – UFJF)
Fábio Prezoto (UFJF)
José Luiz Horácio Faccini (UFRRJ)

Outras informações:  (32) 2102-3220 – Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas (PGCBIO)