As interfaces estão nos smartphones, tablets, computadores e outros aparelhos eletrônicos. Sua utilização vai além da questão estética e têm relação com as funções cognitivas do ser humano. Com esta premissa, a mestranda do Programa de Pós-Graduação em Comunicação (PPGCOM), da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Thaise Amorim Alves, defendeu a dissertação “De máquinas a meios de comunicação: Como interfaces auxiliam no processo de apreensão de novos aparelhos multimidiáticos.”
A mestranda executou a pesquisa a partir de um levantamento histórico a fim de verificar e analisar as mudanças no desenvolvimento das interfaces, com foco naquelas utilizadas na web. “As interfaces não são criadas por mero acaso, mas sim com funções cognitivas, utilizadas para facilitar a usabilidade e visualização dos ícones. Como resultado disso, quando temos uma variedade maior de interfaces e dispositivos, o leque cognitivo desses produtos se torna mais abrangente e eficaz.”
O estudo mapeou as alterações na produção das interfaces e comparou a forma como elas são utilizadas por dispositivos e aparelhos diferentes. “Verificamos que a interface continuou quase a mesma se analisarmos o computador e os smartphones, por exemplo, pois o layout mudou pouco. No entanto, o conteúdo foi bastante alterado”, ressalta a acadêmica.
De acordo com a mestranda, as interfaces possibilitam transformar a tecnologia em meios de comunicação, pois passamos a nos comunicar de uma forma diferente à medida que aprendemos a manuseá-las “e, com isso, podemos aumentar nossa capacidade cognitiva.”
Thaíse destaca, ainda, que o assunto é extenso e que dificilmente se esgota por estar ligado a diversas áreas do conhecimento. “Pensando do ponto de vista do ensino a distância, por exemplo, esse estudo aponta um começo muito bem delimitado do que pode ser desenvolvimento a frente, porque percebemos que ele nos dá base para desenvolver algum dispositivo que possa auxiliar na educação a distância.”
O professor orientador da pesquisa, Aluizio Ramos Trinta, explica que as interfaces web, em sua passagem do desktop para o smartphone, facilitam uma interação entre o homem e a máquina. Com isso, fazem com que hardware e software, tecnologias e linguagens promovam alterações no sistema sensorial humano, conduzindo a transformações socioculturais. “A comunicação com usuários obedece a estruturações algorítmicas, tal como evidencia o aliciante design adotado para hoje das incontáveis interfaces. Informação nelas coletadas logo se fazem formação decidida para nós; passamos a ser o que digitalmente consumimos por efeitos de atração, voluntária ou não.”
Contato:
Thaise Amorim Alves (mestranda)
thatamorim@gmail.com
Banca Examinadora:
Aluízio Ramos Trinta (orientador – UFJF)
Letícia Perani Soares (UFJF)
José Carlos Messias Santos Franco (UFF)
Outras informações: (32) 2102-3616 – Programa de Pós-Graduação em Comunicação (PPGCOM)