Pesquisadores da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) analisam o potencial de lâmpadas LED para a iluminação de ambientes, a economia gerada por essa tecnologia e iniciam pesquisa sobre novo método que usa luz para conexão à internet, o Li-Fi. Pesquisas relacionadas à luz são o foco da série que o Portal da UFJF está publicando como parte da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, cujo tema neste ano é Ciência, Luz e Vida.
“Os primeiros LEDs eram chamados de indicadores, ou seja, diziam apenas o seguinte: tá ligado ou tá desligado. Mas, se apenas um LED já é potente, uma matriz pode ser usada para iluminar ambientes. Por exemplo, o campus da UFJF está quase todo iluminado com luz de LED, à exceção do anel viário”, explica o coordenador do Núcleo de Iluminação Moderna (Nimo) da Faculdade de Engenharia da UFJF, Henrique Braga.
Diodos emissores de luz, conhecidos como LEDs, são pequenas lâmpadas que podem ser encontradas em relógios digitais, controles remotos e são tradicionalmente usadas para informar se diversos aparelhos estão ligados. Porém, se agrupados, os LEDs têm potencial para iluminar grandes ambientes e, inclusive, vias públicas.
O projeto de iluminação do campus da Universidade foi um dos primeiros do país. “Estabelecemos a potência, a distância e a melhor localização dos postes. O projeto luminotécnico envolveu estacionamentos, escadas e vias. O campus é um grande laboratório pra nós, porque estamos avaliando o impacto dessa tecnologia e de sua manutenção. A UFJF tem um papel significativo: mostrar para o Brasil as vantagens e as desvantagens do uso dessa tecnologia”,ressalta o professor. O núcleo avalia diferentes aplicações do LED, a fim de contribuir e buscar a iluminação mais adequada e sustentável. “Iluminar bem é uma tarefa que vai perseguir a humanidade.”
De acordo com o estudante do 10º período de Engenharia Elétrica e membro do Nimo, Fabrício Coelho, “o LED é uma inovação que gera economia e é muito superior às demais. Fizemos testes sobre análise econômica e é possível controlar a potência de um LED, o que gera ainda mais economia”.
Nova linha pesquisa: Li-Fi
A luz poderá ser usada na transmissão de dados, isto é, “um tipo de internet empregando variações na intensidade da luz, sem que isso seja percebido pelo olho humano”. Li-Fi ou VLC (Visual Light Communication) é o nome que se dá para essa nova tecnologia.
O estudante do 8º período de Engenharia Elétrica Ruan Ferraz trabalhará com essa pesquisa e conta que o VLC transmitirá dados pela luz. “A luminária piscará numa frequência que não é perceptível ao olho humano, acima de 30kHz, por exemplo. À medida que ele piscar transmitirá uma informação. Vai inovar a comunicação pelo fato de estar usando a iluminação da própria lâmpada, quase onipresente em nossas casas e cidades, para se comunicar.”
“Começamos o estudo nesse tema, que será base para a tese de doutorado de um estudante, além de propiciar envolvimento de discentes em outros níveis. Ainda não temos conhecimento desse tipo de pesquisa sendo realizada por outro grupo de engenharia elétrica no Brasil atualmente”, conclui Braga.
Outras informações: (32) 2102-3458 (Núcleo de Iluminação Moderna da Faculdade de Engenharia)
Leia mais sobre a série Luz, Ciência e Vida:
Fibra óptica auxilia a medir qualidade da água e a tornar internet mais segura