dissertação de mestrado em Ciências Biológicas

Fernanda Lopes realizou o estudo em parceria com o Núcleo Multifuncional de Pesquisa em Química (Nupeq) da UFJF (foto: Luiz Carlos Lima/UFJF)

A malária é umas das doenças infecciosas com maior índice de mortalidade no mundo. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), em 2016 foram quase meio milhão de mortes provocadas pela doença no planeta, sendo 90% desses casos registrados no continente africano. No Brasil, em 2014, foram registrados 143.552 casos, sobretudo na Região Amazônica, segundo números mais recentes do Ministério da Saúde. Recentemente, a doença chamou atenção das autoridades em saúde pública na Região Sudeste, onde há décadas não eram registrados casos autóctones da doença: foram confirmados seis casos de malária em Diamantina no final de 2016.

O grande risco é a infecção pelo plasmodium falciparum, que é o causador da malária grave, que evolui para a morte. O protozoário é resistente à maioria dos antimaláricos disponíveis e, apesar de haver estudos em curso, não há vacina disponível ao público.

Essa situação gera a necessidade de busca de novos fármacos para o tratamento da doença e redução dos óbitos. A mestranda pelo Programa de Pós-graduação em Ciências Biológicas na área de concentração Imunologia e Doenças Infecto-parasitárias, Fernanda Valério Lopes, realizou estudos com compostos sintetizados a fim de avaliar sua atividade antimalárica e consequente produção de fármacos para o combate à doença.

A pesquisa foi feita em parceria com o Núcleo Multifuncional de Pesquisa em Química (Nupeq) da UFJF, que sintetizou os materiais para a análise. A mestranda trabalhou com nove compostos, com testes utilizando modelo animal e todos eles mostraram atividade, sendo que um deles apresentou grande potencial de eficácia. “É interessante dar continuidade à pesquisa, com maiores dosagens do composto, principalmente devido ao fato de termos encontrado uma molécula com baixa toxicidade”, avalia Fernanda.

Segundo a professora orientadora do trabalho, Clarice Abramo, é necessário continuar pesquisando formas de combater a doença. “Em muitos casos o medicamento é efetivo, porém, há situações em que o parasito é resistente. Já foram apontados casos de resistência à artemisinina, que foi considerada eficaz nos últimos anos no tratamento da doença. Por isso é necessário o desenvolvimento de novos fármacos que tenham atividade nesse parasito.”

Contato:
Fernanda Valério Lopes (mestranda)
fernandavaleriolopes@hotmail.com

Clarice Abramo (orientadora)
clarice.abramo@ufjf.edu.br

Banca examinadora:
Clarice Abramo (orientadora – UFJF)
Adilson David da Silva (co-orientador – UFJF)
Fabíola Dutra Rocha (membro interno – UFJF)
Fernando de Pilla Varotti (membro externo – UFSJ)

Outras Informações: (32) 2102-3220 – Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas – Imunologia e Doenças Infecto-parasitárias