Imbuída do compromisso de analisar a comunicação da ciência desenvolvida pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), a mestranda Bárbara Duque – do Programa de Pós-graduação em Comunicação da UFJF – se baseou em estudos sobre difusão científica, englobando a comunicação, a divulgação e o jornalismo científico, teoria do jornalismo, história do conhecimento científico e jornalismo de revista para desenvolver sua dissertação defendida na tarde da última quinta-feira, dia 23. Com tal base teórica, selecionou 45 reportagens, de oito revistas publicadas durante dois anos para a investigação empírica.
Orientada pela pesquisadora Christina Ferraz Musse, o trabalho intitulado “Onde, quando, como e porque a pesquisa mineira é notícia: uma análise da revista Minas faz Ciência” foi desenvolvido no Programa de Comunicação, área de concentração: Comunicação e Sociedade. O intuito do estudo foi contribuir para o debate acerca da qualidade do jornalismo sobre ciência praticado no Brasil, tendo a revista em questão como amostra. “É importante frisar o quão importante julgamos o jornalismo científico para o avanço social, assim como o papel da notícia na construção da opinião pública e, portanto, do conhecimento”, reforça Bárbara.
O cenário que motivou o trabalho foi a percepção de uma lacuna entre o desenvolvimento da produção científica nacional e o conhecimento público desses saberes que impactam diretamente a vida das pessoas. Ao analisar o jornalismo científico desenvolvido pela revista “Minas faz Ciência”, tendo como pano de fundo a crença na importância social de práticas jornalísticas voltadas à divulgação da ciência para o público em geral, foram descortinadas estratégias, acertos, algumas falhas, mas, sobretudo, um trabalho consistente e duradouro neste campo. “Esperamos que esse estudo contribua para o avanço da difusão científica e, principalmente, fomente ainda mais o debate a respeito dos compromissos sociais de jornalistas e centros de pesquisa com a popularização da ciência”, conclui. Participaram da banca como avaliadores os pesquisadores Iluska Coutinho e Wilson da Costa Bueno.