Para a pesquisa, Carolina Gavioli Silva escolheu a edição de 2016 do reality show (foto: Jade Uchoas/UFJF)
Atualmente, o público consegue interagir e mudar os rumos de um programa televisivo escrevendo até 140 caracteres. Com essa premissa, a mestranda Carolina Gavioli Silva, do Programa de Pós-graduação em Comunicação (PPGCOM) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), norteou sua pesquisa “No fluxo das telas: Processos e dinâmicas comunicacionais dos fãs do BBB16.” A defesa da dissertação aconteceu na última sexta-feira, 17.
Seu objeto de estudo é o reality show Big Brother Brasil (BBB) exibido, na Rede Globo, desde janeiro de 2002. A pesquisa investigou a forma como as ações dos espectadores, na rede social Twitter, conduzem o direcionamento do programa e influenciam na permanência ou saída dos participantes. Para isso, a mestranda escolheu a edição 2016 e analisou todas as votações daquele ano do reality show.
“Já via isso acontecer desde o Big Brother Brasil de 2014, uma das primeiras edições em que essa ação do público começou a ser percebida. É pelo Twitter onde os fãs conseguem escolher quem serão os vencedores de cada paredão”, ressalta Carolina.
Ainda de acordo com a mestranda, a interação do público, por meio da internet, alterou a construção dos produtos televisivos. “A audiência mudou, se você pegar as primeiras edições do programa, onde as pessoas votavam pelo telefone, elas comentavam sobre o BBB apenas pessoalmente com aqueles que estavam mais próximos. Hoje, é possível conversar com qualquer pessoa do país, de perfis e faixa-etária diferentes, pois elas se agrupam e estão engajadas em participar do programa.”
Este engajamento dos internautas é intenso e a força dos seus comentário pôde ser constatada nos resultados obtidos pela pesquisa. Apenas uma das votações de eliminação foi citada mais de oito milhões de vezes no Twitter. Os espectadores utilizavam as hashtags, em suas mensagens, para comentar o programa, votar no candidato e decidir quem seria eliminado ou continuaria na edição.
“Utilizei uma plataforma de redes sociais, onde conseguia colocar as hashtags utilizadas pelos próprios fãs para escolherem quem seria o vencedor do paredão. O legal é que conseguimos identificar quem iria ganhar a disputa porque verifiquei que 88% dos que eram mais mencionados continuavam no programa.”
A acadêmica explica que o fenômeno estudado é conhecido como “audiência criativa, quando o público recebe o conteúdo e tem como impor, de certa forma, a sua opinião por meio das redes sociais. Estar atento ao que fã está pensado é algo muito importante.”
Contato:
Carolina Gavioli (mestranda)
carolinagavioli@outlook.com
Banca Examinadora:
Soraya Maria Ferreira Vieira (Orientadora – UFJF)
Francisco José Paoliello Pimenta (UFJF)
Carlos D’Andrea (UFMG)
Outras Informações: (32) 2102-3616 – Programa de Pós-graduação em Comunicação