“Como escolher o que eu quero fazer durante toda vida?”. É assim que muitos estudantes se sentem ao ter que escolher uma graduação. Quando entram na faculdade, se deparam com infinitas possibilidades e caminhos que podem seguir dentro do curso. Nestes casos, experimentar as opções oferecidas pela instituição pode ser a melhor forma de se encontrar dentro da profissão.
A mestranda Bárbara Fernandes estava em uma aula no Instituto de Ciências Humanas (ICH) quando descobriu a existência de um projeto de extensão, desenvolvido na Colônia do Paiol, em Bias Fortes. “Fiquei seis meses como voluntária e depois me tornei bolsista. Costumo dizer que era uma Bárbara antes do projeto de extensão e outra depois, tanto na forma de enxergar o mundo quanto na vida acadêmica”.
Ela ingressou na universidade no Bacharelado Interdisciplinar em Ciências Humanas, depois fez curso de turismo. Foi durante esse período que ela descobriu o interesse pela área acadêmica, aproveitou a experiência em campo e fez seus trabalhos de conclusão de curso sobre a Comunidade do Paiol.
“O Ingresso no mestrado veio mais no sentido de contribuir com a sociedade do que a vontade de ser mestre. Terminei minha graduação e pensei em como poderia retribuir a comunidade com o meu conhecimento”, explica.
A jornalista Caroline Marino participou, durante a graduação, de projetos de iniciação científica que pesquisavam o jornalismo em veículos públicos. “Passei a escrever artigos acadêmicos para enviar aos congressos. Quando fui fazer meu trabalho de conclusão de curso puxei para a área do grupo de pesquisa que eu participava, por ser um assunto que já trabalhava há bastante tempo e ter uma orientadora que me dava uma base para seguir no assunto”.
Caroline vai iniciar um mestrado na UFJF em fevereiro deste ano, com um projeto baseado em conhecimentos que adquiriu durante os sete períodos em que foi bolsista de iniciação científica. “O que a gente aprende em sala de aula e nesses projetos não pode ficar só com a gente, precisamos compartilhar. Pretendo seguir futuramente em um doutorado para passar esse conhecimento às outras pessoas”.
Formação para o mercado
O engenheiro eletricista Bruno Cortes tem uma trajetória acadêmica baseada na experiência prática. Antes de ingressar na Faculdade de Engenharia ele havia se formado técnico em eletrotécnica e automação industrial.
“Eu participei de dois projetos de iniciação científica durante a minha graduação. Um deles teve envolvimento com a Petrobrás. Era uma bolsa voltada para indústria do petróleo que tinha objetivo de qualificar os alunos para o mercado e também pesquisas na área”.
A partir desse trabalho, decidiu se inscrever no programa de mestrado e desenvolveu uma dissertação que aborda a extração de petróleo em áreas profundas, relacionadas ao pré sal. Durante seis meses, ele esteve na Petrobrás e retornou à Juiz de Fora em agosto do ano passado para finalizar sua dissertação de mestrado. “A iniciação científica foi o que realmente abriu a minha visão dentro do curso, me fazendo gostar ainda mais. Considero essa a melhor forma de abrir nossa mente para as possibilidades”.
Unindo áreas
Esther Grizende é mestre pela UFJF, formada em Economia. Ela participou de projetos de extensão durante a graduação, mas foi quase no fim do curso que descobriu o interesse em seguir profissionalmente pelo meio acadêmico. “Durante esse período, gerenciamos bancos de dados para facilitar o acesso a pesquisa, apresentamos painéis de conjuntura econômica que eram impressos e distribuídos para as pessoas terem conhecimento no assunto”.
Quando se formou, descobriu a existência de uma pós-graduação em gestão hospitalar no Hospital Universitário (HU). “Estava conversando com uma amiga que me indicou a especialização. Por dois anos, o meu trabalho era basicamente assessorar a administração do HU na parte financeira, administrativa e gerencial. Como eu gostei muito da área de gestão em saúde e tinha essa linha de pesquisa na Faculdade de Economia, quis aproveitar o conhecimento que adquiri na residência e procurei um orientador que estivesse alinhado a essa área”, relata Esther.
De acordo com a economista, a universidade é um espaço para se descobrir e buscar novas experiências. “Logo que o aluno ingressa na faculdade ele já deveria procurar os professores para saber em quais oportunidades se encaixaria melhor. Uma dica é falar sobre os seus interesses pessoais para, assim, serem direcionados”.