Um dos berços da produção artística de qualidade do país, o Instituto de Artes e Design (IAD) da UFJF completa dez anos no próximo dia 31. A data marca sua criação no Conselho Superior, o qual destinou espaço autônomo para os novos cursos de Design, Artes Visuais, Cinema, Moda e Música, além do Bacharelado Interdisciplinar, pelos quais o estudante percorre os variados e instigantes caminhos das artes.
Para comemorar, o Museu de Arte Murilo Mendes (Mamm) recebe, desde sexta-feira, 13, a exposição “Testemunhos Possíveis”, com entrada franca, e mais de 70 obras de 36 artistas, entre alunos e professores, que atualmente participam da escola ou que já passaram por ela. Isso porque a história das artes na UFJF antecede em algumas décadas a criação do Instituto. O Departamento de Desenho no Instituto de Ciências Exatas (ICE) ofertava estudos relacionados à área desde 1969, recebendo, já naquela época, grandes nomes do cenário artístico nacional.
A exposição retrata a diversidade de estilos e conceitos proporcionados pelo Instituto, com cerâmicas, desenhos, gravuras, pinturas, fotografias, produções digitais e instalações. Leila Danzinger, Arlindo Daibert, Marcos Varela, Leonino Leão, Fabrício Carvalho, Ricardo Dubinskas, João Braga, Petrillo e Túlio Mimaki são alguns dos nomes presentes na mostra.
Um dos expositores, o bacharel em Educação Artística Guilherme Melich descreve sua vivência na UFJF: “o curso de Artes foi fundamental na minha formação artística e profissional, pois através dele eu tive contato com a pintura e outras áreas dentro das artes visuais, descobrindo um universo novo, que me identifiquei e me encontrei”.
Ainda sobre as experiências pessoais de quem passou pela UFJF, outro ex-aluno, Ramon Brandão, lembra do momento de efervescência artística, vivido pela geração 80, que utilizava muito o saguão da antiga Reitoria (atualmente o Mamm) para expor as produções. “Naquele momento, não tínhamos internet, tudo que fazíamos tinha que ser fisicamente, eu coloco isso em evidência, pois esse espaço da UFJF era a maneira de mostrarmos nosso trabalho. A oportunidade de expor era fundamental, era uma janela para os alunos, pois quando entramos na faculdade somos muito crus, e essas exposições mostram a arte para os acadêmicos”.
Formação
Uma das maiores referências do Instituto, o professor e artista Afonso Rodrigues, ressalta que sempre houve demanda dos jovens para se aperfeiçoarem como artistas, e essa procura foi fundamental para aumentar as opções de cursos e consolidar a formação oferecida pelo instituto. “Se você cria um espaço físico adequado para as diferentes orientações, esse espaço potencializa os anseios dos estudantes. Mas, apesar disso, a estrutura física não bastaria sem a contratação de professores, que consolidam esse ensino e se tornaram referência. O aluno entra no curso pela sua vocação e encontra a estrutura e os professores à seu serviço para se aperfeiçoarem”, salienta. Rodrigues reitera que o evento comemorativo lembra as mudanças no ensino das artes na UFJF. “O próprio elenco presente na exposição é uma amostragem da transformação ocorrida no curso, com alunos e professores que fizeram parte da estrutura antiga e atual”.
Segundo o artista e professor Fabrício Carvalho, o IAD precisa continuar repensando seu papel de formação. “É importante que o Instituto saia apenas da licenciatura e se expanda para outras perspectivas e campos. Eu atuo discutindo o papel do artista na sociedade e incentivando o aluno a desenvolver suas habilidades. Para isso, é importante pensar a arte como um campo de experimentação do mundo, contribuindo para uma sociedade melhor e produzindo uma diversidade de possibilidades”.
Outras informações: (32) 2102-3350 ou pelo email: secretaria.iad@ufjf.edu.br