A 11ª reportagem da série que faz um balanço dos oito meses da gestão “Reconstruir a UFJF” e que aponta algumas perspectivas para 2017 pontua ações e propostas futuras da Pró-Reitoria de Graduação (Prograd). Nas matérias anteriores, publicadas desde a semana passada, foram abordados temas relacionados aos trabalhos da Diretoria de Inovação, da Diretoria de Ações Afirmativas, da Diretoria de Avaliação Institucional, da Pró-reitoria de Extensão, da Pró-reitoria de Planejamento, Orçamento e Finanças, da Pró-reitoria de Cultura, da Pró-Reitoria de Apoio Estudantil e Educação Inclusiva , da Pró-reitoria de Pós-graduação e Pesquisa, da Diretoria de Relações Internacionais (DRI) e do campus avançado da Universidade Federal de Juiz de Fora em Governador Valadares (UFJF-GV).
A Pró-reitoria de Graduação (Prograd) tem a missão de coordenar, juntamente com as unidades acadêmicas e com o Conselho Setorial de Graduação (Congrad), a formulação e a implementação de políticas para o ensino de graduação na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). É também a instância encarregada pelo gerenciamento acadêmico e desenvolvimento de programas e projetos voltados para os cursos de graduação. Seu principal objetivo é criar condições favoráveis ao fortalecimento da qualidade acadêmica dos cursos oferecidos pela Universidade.
De acordo com a pró-reitora de Graduação da UFJF, Maria Carmen Simões de Melo, A partir das discussões e levantamentos a respeito de todas as iniciativas que envolvem a Pró-reitoria, foi estabelecida a estratégia de ação e criação de metas para cada uma delas tendo, como unidade basilar, as diretivas do Plano Nacional de Educação (PNE), que determina diretrizes, metas e estratégias para a política educacional. “O norteamento das reflexões e estabelecimento de parâmetros para formulação de proposições teve como alicerce a consonância com o PNE, a legislação vigente e as normas específicas que as regulam, o Regulamento Acadêmico de Graduação (RAG), as resoluções institucionais e o programa de gestão. É neste cenário que se centra o foco do nosso agir, que pretende alcançar o objetivo de promover a formação de profissionais de qualidade acadêmica e profissional, além de cidadãos ética e politicamente comprometidos com a sociedade”.
As primeiras iniciativas da nova gestão se voltaram para a reestruturação interna e a revisão de processos institucionais. Dentre eles destacou, “os Programas de Graduação precisavam de um olhar mais atento, cuidadoso. Por meio de comissão, foi desenvolvida nova proposta de resolução para o Programa de Monitorias, que já foi apreciada e aprovada no Congrad, passando a vigorar em janeiro de 2017. Agora vamos acompanhar a sua implantação. Em continuidade, o mesmo trabalho em comissão, tem agora como foco os outros Programas, como o Treinamento Profissional e assim por diante, apresentando-se ao Conselho de Graduação o resultado das discussões, garantindo, assim, a ampla participação na proposição de um olhar diferenciado”.
Para acompanhar as ações desenvolvidas nos campi de Juiz de Fora e Governador Valadares (GV) e fomentar a reflexão sobre as atividades formativas em consonância com as normas da UFJF, a nova gestão pretende promover, anualmente, a realização de evento para apresentação e discussão dos trabalhos desenvolvidos pelos acadêmicos no âmbito dos programas de graduação.
Segundo o pró-reitor Adjunto de Graduação, Cassiano Caon Amorim, o universo de demandas enfrentadas pela Pró-reitoria exigiu um esforço coletivo por parte de toda a equipe. “Todas essas atividades estão vinculadas à Prograd e foram tratadas desde quando nós assumimos de maneira muito integrada; conseguimos mobilizar todos os coordenadores. Acho que esse foi um ponto forte.”
Fórum de Licenciaturas é reativado
Por meio de uma reunião aberta, ocorrida em setembro, a Coordenação de Licenciaturas, vinculada à Prograd, promoveu a reativação do Fórum de Licenciaturas. O evento que marcou a sua reabertura, teve como destaque a palestra ministrada pelo professor da Universidade Federal de Goiás (UFG) Luiz Fernandes Dourado. O debate abordou o tema “As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação Inicial e Continuada de Professoras e Professores”.
O objetivo da iniciativa, que aconteceu em decorrência da nova política de formação docente, através de resolução lançada pelo Ministério da Educação (MEC) em 2015, foi consolidar o Fórum dentro da nova gestão da Prograd, a fim de garantir que essa instância seja propícia às discussões sobre o currículo dos cursos de licenciatura da UFJF e sobre as diretrizes e as políticas públicas nacionais vigentes para a formação de professores.
Segundo Maria Carmen, o objetivo é “organizar o Plano Institucional de Formação de Professores e subsidiar a sua construção por meio do Fórum das Licenciaturas. Neste espaço serão fomentadas as reflexões sobre as propostas de mudanças curriculares dos cursos de licenciatura em atendimento às exigências da Resolução 02/2015 do Conselho Nacional de Educação, e as mudanças sugeridas neste âmbito, posteriormente serão apreciadas pelo Conselho de Graduação.
Discussão colegiada impulsionada por modelo de gestão
Ainda de acordo com a pró-reitora, no que tange à Coordenação de Estágios da UFJF, os trabalhos para a informatização do setor têm avançado, em parceria com o Centro de Gestão do Conhecimento Organizacional (CGCO) e o Escritório de Processos. “Este é um importante desafio para dar suporte às atividades da área. Pretendemos, também, desenvolver uma política de estágios para a UFJF, além de acompanhar a implantação e o desenvolvimento do setor de estágios em GV.”
A pró-reitoria também sugeriu a criação de uma comissão formada por representantes da Prograd, da Pró-reitoria de Planejamento, Orçamento e Finanças (Proplan), da Pró-reitoria de Apoio Estudantil e Educação Inclusiva (Proae), da Coordenação Geral de Processos Seletivos (Copese), da Coordenadoria de Assuntos e Registros acadêmicos (Cdara) e da Diretoria de Imagem Institucional, para o acompanhamento dos procedimentos de organização e execução dos processos seletivos de ingresso nos cursos de graduação da UFJF. A meta é desenvolver estudos para conduzir o levantamento e análise de dados referentes aos estudantes da Universidade no âmbito das modalidades de ingresso, tendo como destaque os conceitos e taxas de evasão, retenção e taxa de sucesso.
“A proposição é fomentar a análise, a reflexão e a discussão dos dados elencados, a fim de desenvolver a elaboração de estratégias de condução do Pism a partir destas iniciativas, integrando ações da Prograd às da Copese. Além disso, é importante destacar que a Prograd trabalhou com a Diretoria de Imagem Institucional na colação de grau dos estudantes do primeiro semestre, e agora no final de ano de maneira muito intensa junto à Copese nos programas de ingresso. Nós cuidamos dos estudantes antes do ingresso na Universidade, no decorrer do curso e na colação de grau; estamos envolvidos em todos esses processos”, esclarece Cassiano.
Com o objetivo de contribuir para a divulgação e visibilidade das modalidades de ingresso nos cursos de graduação da UFJF, a Prograd desenvolve ações em parceria com a Diretoria de Imagem Institucional, a Coordenação de Articulação Universidade – Escola Básica e a Copese na elaboração, formulação e desenvolvimento de estratégias que ampliem a articulação da escola básica com a Universidade.
“Atuaremos na criação de seminários com a comunidade escolar para discussão dos programas de ingresso e possibilitar a realização de eventos da UFJF em escolas básicas, numa espécie de mudança de lógica, levando a UFJF às escolas. Também pretendemos viabilizar, por meio de oferta de transporte, a participação de estudantes de escolas públicas em eventos, visitas guiadas e aulas aqui na Universidade, com a criação de edital próprio para a visitação à UFJF pela comunidade escolar de Juiz de Fora”, argumenta Maria Carmen.
Outro edital que a Prograd pretende lançar é o que fomenta a organização de trabalhos de campo, visitas técnicas, viagens pedagógicas para os cursos dá UFJF, ampliando as oportunidades formativas por meio desses componentes curriculares. O projeto piloto está previsto para o primeiro semestre de 2017 e os resultados serão utilizados para a formulação do edital, planejado para o final do próximo ano.
Potencialização de cursos noturnos e a distância
A Educação a Distância (EaD) será tratada de forma especial nos próximos anos. Segundo o pró-reitor adjunto, a Prograd quer fomentar a criação de uma política de EaD para a Graduação da UFJF, através da discussão e avaliação dos cursos desenvolvidos nesta modalidade pela Universidade. “Vamos articular as ofertas de EaD aos protocolos, procedimentos, processos e dinâmicas dos cursos graduação da UFJF, incentivando a formação de recursos humanos para o trabalho com instrumentos e técnicas que possibilitem este tipo de educação.”
Assunto de grande interesse social, a oferta de cursos de graduação noturnos também será debatida pela Pró-reitoria, para “analisar as possibilidades de fortalecer a oferta desses cursos, especialmente na área de formação de professores no âmbito das ciências e matemática. Vamos desenvolver estudos detalhados de estrutura física, recursos humanos e materiais”.
Políticas conjuntas devem gerar impactos afirmativos na graduação
Outra iniciativa de grande impacto é a que visa desenvolver a Política de Acompanhamento Acadêmico da UFJF, a ser instituída através de comissão especial no Congrad. Como explica Cassiano, a ideia é articular a implantação de indicadores já desenvolvidos para acompanhamento acadêmico, com o apoio do CGCO e a participação direta da Proae e da Diretoria de Ações Afirmativas (Diaaf).
A parceria com a Diaaf também deve resultar em outra comissão no Congrad, dedicada à discussão de iniciativas no âmbito das ações afirmativas, de questões étnico-raciais, atenção às minorias, acessibilidade e sustentabilidade. Desta união, pretende-se a condução para o objetivo de formulação da Política Institucional de Ações Afirmativas.O Congrad ainda deve apreciar, com o apoio da Prograd e da Pró-reitoria de Extensão (Proex), a análise das possibilidades de inserção das atividades de extensão nos cursos de graduação da Universidade.
Outra meta para os próximos anos é a ampliação da internacionalização dos cursos de graduação em consonância com o Plano de Internacionalização da instituição. As ações em articulação com a Diretoria de Relações Internacionais (DRI) prevêem a oferta de disciplinas da graduação em idiomas estrangeiros, salas de aula em diferentes unidades com recursos de tradução instantânea, fortalecimento dos programas de oferta de línguas estrangeiras na UFJF, principalmente, o Projeto de Universalização da Oferta das Línguas Estrangeiras (PU). “Vamos participar, em articulação com a DRI, da formulação de estratégias de criação, ampliação e fortalecimento de ações que favoreçam a internacionalização e a viabilização de atividades de intercâmbio internacional no âmbito da graduação.
Com o intuito de analisar as ações desenvolvidas, impactos e resultados referentes ao Programa de Universalização de Informática, a Pró-reitoria pretende promover a discussão das contribuições deste Programa na formação dos estudantes de graduação. Já para acompanhar os procedimentos no âmbito do Setor de Regulação de cursos em articulação com as Unidades Acadêmicas, Coordenações de Cursos e Diretoria de Avaliação Institucional, a Prograd participa ativamente das atividades referentes à autorização, reconhecimento e renovação de reconhecimento de curso, sejam eles presenciais ou à distância e de credenciamento ou recredenciamento de instituições. “Sugerimos a criação de comissão formada por representantes da Prograd, da Diretoria de Avaliação Institucional e do Congrad, além do Procurador Institucional, para favorecer estes procedimentos, conforme orienta a estratégia número 19 da meta número 12 do PNE”, explica Maria Carmen.
Conforme a pró-reitora, a Prograd pretende rever as dinâmicas de análise socioeconômica dos processos de ingresso e matrículas nos cursos de graduação da UFJF, por meio de comissão dedicada a se debruçar sobre a criação de um projeto institucional que atue na melhoria do fluxo da análise socioeconômica quanto à isenção de taxas, inscrição em cotas, matrículas e respectiva documentação.
Para refletir sobre as dinâmicas e os processos do ensino de graduação nas instituições de ensino superior brasileiras, a Prograd pretende promover seminários de discussões sobre políticas de formação em ensino superior no Brasil contemporâneo. Neste sentido, estão previstas estratégias para a organização de seis encontros, sendo três no primeiro semestre de 2017 e três no segundo.
“Do ponto de vista do nosso envolvimento, estamos com muitos planos, muitos projetos que, temos conhecimento de que também para eles, vamos ter que utilizar a criatividade e o empenho na sua construção. Ao mesmo tempo temos um cenário nacional que é complicado. Mas eu penso que a nossa tônica é a qualidade do ensino, é a defesa da universidade pública e gratuita, para formar cidadãos que tenham compromisso com a sociedade. Vemos um horizonte conturbado sim, mas nós estamos no caminho de encontrar saídas criativas”, encerra Maria Carmen.
O pró-reitor Adjunto ratifica: “2017 é extremamente desafiador diante do cenário nacional. Diante do cenário local, nós já o reconhecemos um pouco e estamos trabalhando muito com a equipe toda de gestão, para fazer um planejamento que seja possível de ser realizado. A Universidade tem que ser pública e de qualidade, mas ela tem que ser democrática”.
Outras informações: (32) 2102-3975 (Pró-reitoria de Graduação)
Confira todas as matérias da série:
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