A realização da Terceira Jornada de Divulgação Científica da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), evento participante da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, movimentou o Centro de Ciências do Colégio de Aplicação João XXIII. A programação incluiu pela primeira vez o Concurso de Pontes de Papel das Escolas Públicas de Juiz de Fora, além das já tradicionais palestras de física e matemática voltadas para alunos do ensino médio, estudantes e professores universitários. Os inscritos no evento também puderam participar de sessões no planetário inflável do Centro de Ciências e fazer observações do céu por meio do software Stellarium.
Para o coordenador do Centro de Ciências, Eloi Teixeira César, o objetivo do evento foi alcançado. “Esperamos levar a ciência e a tecnologia para mais perto dos nossos estudantes e da comunidade ao nosso redor. Trouxemos o universo da física e matemática, ciências que geralmente causam receio, para assuntos comuns, presentes no cotidiano de qualquer pessoa.”
Teixeira se refere a palestras como “Tá tudo dominado ou tem negociação? Segundo a física, existe destino?”, ministrada pelo professor do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas, Sebastião Alves Dias. Em uma hora de discussão, professores e alunos puderam relacionar a exatidão do mundo da física com a causalidade do destino. “A física pode acrescentar questões em assuntos que sequer pensamos. O futuro, ou destino, aguça o imaginário de grande parte da população por sua inexatidão, logo, qualquer instrumento que tente traçar uma lógica nesse universo desperta o interesse. Meu objetivo hoje foi mostrar como a física pode traçar um estudo sobre o tema e, consequentemente, trazer a atenção dos jovens para a disciplina”, conclui Dias.
Outro tema trabalhado durante a Jornada foi a Astronomia. Com a palestra “De Caronte ao Sol: uma viagem pelo sistema solar”, ministrada pelo professor João Rodrigo Souza Leão, da Universidade Federal do Rio Grande, os presentes puderam conhecer um panorama desde Caronte, a última lua de Plutão, até o Sol. Para Leão, existe no Brasil e no mundo um distanciamento muito grande entre a academia e o público. “Nosso objetivo é aproximar professores e pesquisadores dos futuros físicos, matemáticos, engenheiros e, quem sabe, astrônomos.”
O professor ainda destaca a importância de um contato cada vez mais cedo com essas disciplinas. “Não podemos esperar que formemos bons cientistas se eles só tiverem contato com suas áreas na faculdade. Além disso, com eventos deste tipo, esperamos conquistar os corações e mentes dessas crianças, sejam como profissionais ou amantes da ciência.”
Concurso Pontes de Papel
No sábado, 18, foi a vez de doze equipes de seis escolas públicas de Juiz de Fora, realizarem o I Concurso Pontes de Papel. A competição, realizada há dez anos na UFJF pelo PET da Engenharia Civil, foi disputada pela primeira vez entre alunos do ensino médio. Para o diretor da Faculdade de Engenharia, professor Hélio Antônio da Silva, o evento é uma oportunidade de despertar o interesse dos alunos pela engenharia. “O Brasil forma poucos engenheiros. Hoje, a Coreia do Sul, com ¼ de nossa população, forma o dobro de engenheiros do que nós. Ver tantos adolescentes interessados não só na engenharia, como também pela área de exatas, nos mostra que estamos caminhando para reverter esses números.”
Resistindo a mais de 9kg, a ponte vencedora foi construída pela equipe “Os debaixo da ponte”, do Instituto Federal de Ciência e Tecnologia do Sudeste de Minas Gerais.
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