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A jornalista Michele Pacheco falou sobre os desafios da profissão e da cobertura da área (foto: Clara Downey/UFJF)

O evento “Jornalismo policial: o crime como arma midiática”, realizado pela Acesso Comunicação Júnior, empresa júnior da Faculdade de Comunicação (Facom) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), discutiu práticas da atividade jornalística e as responsabilidades do profissional com os fatos, as fontes e a notícia. O evento ocorreu nesta quinta-feira, 1º de dezembro, no anfiteatro da Faculdade de Economia.

A iniciativa contou com palestras dos repórteres Felipe Resk, do jornal O Estado de São Paulo, e Michele Pacheco, da Rede Record de Televisão. Os convidados da mesa redonda foram a delegada Sheila Oliveira e os jornalistas Gláucio Grigori e Renata Brum.

Resk começou a sua exposição relatando a sua trajetória na área. Diante dos olhares atentos da plateia, o profissional de imprensa pontuou que o trabalho do jornalista “é contar histórias.” Além de citar e de contextualizar exemplos da cobertura do setor policial, ele lembrou, ainda,  da importância da reflexão e da prática do chamado jornalismo de segurança pública. Na opinião de Resk, de forma complementar, este trabalho relaciona pautas voltadas às políticas públicas e às medidas tomadas pelo Governo e pelos órgãos públicos.

“Para fazer jornalismo, inevitavelmente é preciso haver informação e, para isso, é necessário se despir absolutamente de tudo que foi concebido a respeito do assunto previamente. Quando a gente faz uma matéria sobre alguém que foi assassinado, se um policial morreu ou matou, a gente está fazendo, na verdade, uma notícia sobre o reflexo do que é a segurança pública. Nunca pensem que uma fonte não mereça ser ouvida, mesmo que seja um assassino, um estuprador ou o comandante da Polícia Militar,” disse.

A atual diretora-presidente da Acesso Comunicação Júnior, Maria Fernanda Pernisa, ressaltou que a grande preocupação do evento é levar as novidades do mercado para os alunos de comunicação. “A nossa proposta é trazer debates e profissionais que estão atuando, que podem proporcionar um pouco mais da vivência, para que a gente reflita sobre a nossa profissão e entenda também como vai ser depois da nossa formação, na nossa vez de atuar,” completou.

O aluno do 2º período do curso de Jornalismo, Hugo França, mostrou-se interessado no que os convidados tinham a dizer.  “O evento me atraiu pelos palestrantes e também pela possibilidade de ver como é feito o jornalismo na prática. Até agora na faculdade eu vi bastante teoria, ter contato com as práticas e métodos de jornalistas profissionais pode contribuir muito para minha formação”, disse.

Já o estudante do 4º período de Direito, Hugo Barbosa, reconheceu o impacto do Jornalismo Policial na sociedade e na sua futura profissão, por isso decidiu participar. “A área midiática tem uma influência muito grande na área criminal. Você vê um crime cometido e vê uma sentença, muitas vezes, com uma pressão da mídia e da população consequentemente. A mídia pressiona, a população adere e isso reflete diretamente no poder judiciário. Muitas vezes a decisão é tomada com base nessa pressão.”

Além de Resk, a jornalista Michele Pacheco, da TV Record JF, participou com o workshop: “Apurando os fatos – O lado investigativo do jornalismo policial”. Já o ponto de vista do profissional da área de segurança pública foi exposto pela delegada da Polícia Civil Sheila Oliveira. Ela compôs a mesa redonda de encerramento ao lado dos jornalistas, Renata Brum e Gláucio Grigori, que são também seus assessores. A delegada destacou, entre outras questões, a relação de confiança que é fundamental para o convívio diário entre os policiais e os profissionais de imprensa.