Passar o último sábado do mês no campus da UFJF já virou rotina para muitas pessoas. O Som Aberto, projeto da década de 1970 resgatado e ampliado pela Pró-reitoria de Cultura, caiu mesmo no gosto do público e neste sábado, dia 26, chega à sua sexta edição. A partir das 14hs, a Praça Cívica estará pronta para oferecer a todos um dia repleto de música, expressões artísticas e culturais, gastronomia, produtos artesanais e muito mais. A entrada é franca.
O evento desse mês está ainda mais diversificado, ideal para agradar a nichos de público variados. Quem comparecer poderá conferir apresentações de samba, hip hop, maracatu, homenagem a Clara Nunes, pop, rock e música eletrônica, incluindo uma atração internacional: o músico mexicano Rogelio Serrano, com seu projeto Equinoxious.
Pra ninguém ficar parado
Matheus Medeiros estará à frente, pela primeira vez, da discotecagem do evento. O DJ começou a comandar festas há cerca de dois anos e, para esse sábado, pretende oferecer ao público um repertório bem diverso, que percorre desde o rock dos anos 60, até o pop mais contemporâneo. “Eu quero que as pessoas possam dançar em todo o evento e se divertir, por isso a pegada do pop e do rock.”
Estudante de Jornalismo na UFJF, Medeiros valoriza a oportunidade de subir à Concha Acústica, espaço com grande simbolismo cultural para a cidade, principalmente para os universitários que frequentam diariamente o campus, e destaca: “O Som Aberto é muito importante porque é um evento para todos os públicos e reúne várias atrações em um ambiente só.”
O primeiro show vem em forma de batalha, no melhor sentido da palavra. Beatles X Stones, e quem ganha essa? O público, certamente. Às 18h20, o palco será contemplado com grandes clássicos do rock britânico. De um lado, Beatles Rock, formada por Louie Mandarano (guitarra/vocal), Roberta Mandarano (vocal), Pedro Tavares (baixo/vocais), Natan Santos (guitarra/vocais) e Thales Scoton (bateria). Do outro, Wendell Guiducci (vocal), Thiago “Jim” Salomão (baixo), Ruy Alhadas (teclados), João Paulo Ferreira (guitarra), Bruce Ramos (guitarra) e Victor Fonseca (bateria), integrantes da banda Martiataka.
Engana-se quem pensa que o clima no palco é de rivalidade entre as bandas. Trata-se de uma apresentação compartilhada, em que as duas se revezam a cada três ou quatro músicas, e, no fim, tocam juntas. Aí não tem jeito, o rock’n’roll ganha um peso enorme em cima do palco. Para Wendell Guiducci, é uma dupla realização: “Primeiro por ser um evento aberto e de graça pra todo mundo, e, segundo, porque esse show era pra ter sido apresentado num evento no ano passado, mas caiu um temporal e nós precisamos interromper. É uma dívida que ficou com o público.”
Às 20h, os sintetizadores analógicos ocupam o palco e quem encerra a festa nesta edição é a banda Anvil FX, de São Paulo, comandada pelo juiz-forano Paulo Beto, explorando o eletrônico mais experimental. E não é só. Eles trazem como convidado especial o músico mexicano Rogelio Serrano, com seu projeto Equinoxious, uma referência em música eletrônica na América Latina.
Tem novidade (e diversidade!)
O projeto Cavalete de Rua pretende levar arte ao público saindo do espaço reservado do ateliê e proporcionando maior contato com os artistas. “Isso é algo comum e cotidiano em países europeus, nos Estados Unidos, naa Argentina, no Uruguai. Muitos artistas, músicos, mágicos, atores de teatro, poetas realizam apresentações diariamente em praças e espaços públicos. O espaço é bom, o público é condizente com a proposta, e esperamos que seja um sucesso”, explica Vianno Rheim, um dos idealizadores do projeto, que conta com artistas plásticos, desenhistas, fotógrafos, cartunistas, artesãos, escultores, grafiteiros entre outros.
O programa Gente em primeiro lugar, desenvolvido pela Funalfa e gerenciado pela Associação Cultural Arte Vida, leva várias crianças e adolescentes a esta edição para apresentações de violão, flauta e percussão. Trata-se de um programa que atende alunos de 6 a 14 anos, com o objetivo de proporcionar maior acesso à arte e à cultura a uma parte da população em situação de risco social.
As meninas da Banda Matilda homenageiam Clara Nunes com um ensaio aberto de caráter bem informal e descontraído. Será uma espécie de pré-estreia do projeto Guerreiras de Clara, pensado em formato de bloco de carnaval, que levará ao público uma versão simplificada de sua performance, contando elementos como cavaquinho, percussão corporal e voz.
E o samba não para por aí. O Ponto do Samba, projeto de extensão da UFJF, comandado pelo músico Carlos Fernando Cunha, leva ao evento a oficina Paticumbum: o ritmo das escolas de samba. Trata-se de “uma oficina que trabalhou com o ensino e aperfeiçoamento das técnicas de execução de instrumentos de percussão. A oficina foi financiada pela Lei Murilo Mendes e a apresentação no Som Aberto será seu encerramento. Apresentaremos sambas-enredo de escolas de samba do Rio de Janeiro e de Juiz de Fora com o grupo de ritmistas da oficina”, explica Carlos Fernando, que também é diretor do Cine-Theatro Central.
A diversidade é mesmo uma das características marcantes desta edição. O público será contemplado com uma intervenção da galera do Encontro de MC’s. Eles trazem a Batalha de MC’s, que conta com um pocket show e quatro MC’s do que se chama no hip hop de “batalha de sangue”, quando um MC “ataca” o outro através de rimas e improviso.
O grupo Maracatu Estrela na Mata também tem presença confirmada. Com apresentação de maracatu de baque virado, uma manifestação cultural da música folclórica pernambucana afro-brasileira, o grupo pretende reunir “brincantes” para contemplar e enaltecer a cultura popular.
Mais uma vez no Som Aberto
A escola Amplitud traz novamente a arte circense ao evento, com a performance Fogaréu, uma das mais belas e impressionantes realizadas pela artista Deborah Lisboa. A Capoeira de Mestre Cuité e seus alunos, o Multiateliê – Laboratório de Criação Livre em Artes, Ciência e Tecnologia, o Varal de Resistência do coletivo Lambe Mais Oprime Menos, o projeto Grana Verde e o Street Hypnosis também marcam presença em mais uma edição do projeto, que este mês se alinha à campanha Novembro Azul e, através de uma programação repleta de expressões da cultura negra no Brasil, homenageia a Consciência Negra.
Além de música e atrações culturais, o público contará ainda com cerca de 80 expositores, que reúnem no Grand Bazar uma variedade de produtos artesanais, de moda, acessórios e gastronomia, além dos food trucks.
Confira a programação:
14h – Abertura do Grand Bazar
14h – DJ Matheus Medeiros
14h – Cavalete de Rua
15h – Capoeira com Mestre Cuité e alunos
15h20 – Multiateliê – Laboratório de Criação Livre em Artes, Ciência e Tecnologia
15h30 – Programa Gente em Primeiro Lugar – Apresentação de Flauta, Violão e Percussão
16h- Paticumbum – O Ritmo das Escolas de Samba
16h30– Guerreiras de Clara (Homenagem à Clara Nunes) Jardim Sensorial
17h10- Maracatu Estrela na Mata
17h40 – Batalha de MC`s (Cultura Hip-Hop)
18h20 – Show das bandas BeatlesRock e Martiataka (Projeto Beatles Vs. Rolling Stones)
19h40 – Amplitud |Performance Fogaréu
20h – Show Banda Anvil Fx + Equinoxious
21h30 – Pista com DJ Matheus Medeiros
Outras informações: (32) 3229-7650 (Pró-reitoria de Cultura/Mamm)