A burocracia na relação entre o Estado e os movimentos dos trabalhadores é analisada pela mestranda Raíssa Cristina Arantes, do Programa de Pós-Graduação em Serviço Social (PPGSS). Ela defendeu nesta segunda-feira, 31, a dissertação “Estado e luta de classes: contribuições e limites de Poulantzas para o estudo do movimento dos trabalhadores”. O trabalho tem o objetivo de apreender as contribuições e os limites que a obra do autor grego Nicos Poulantzas (1936-1979) estabelece para o tema.
“Poulantzas estuda a burocracia do Estado e o papel dos funcionários e dos aparelhos do serviço público. Minha dissertação estabelece a relação entre o trabalho burocrático dos funcionários do Estado, a partir de uma leitura crítica do Poulantzas, e os movimentos sociais. Como os movimentos trabalhistas sempre buscam respostas do Estado, esta relação é permanente e pode ser de apoio, de aliança, de empecilho”, explica Raíssa.
A dissertação faz uma digressão histórica dos movimentos sociais, notadamente dos movimentos trabalhistas, para depois estabelecer diálogos críticos entre parte da obra de Poulantzas e os movimentos sociais. Para tal, o texto é dividido em seções que analisam de forma crítica três livros de Poulantzas: Poder político e classes sociais (1968), As classes sociais no capitalismo hoje (1978) e Estado, poder e socialismo (1980).
Para o professor e orientador, Elcemir Paço Cunha, a dissertação contribui para o entendimento do cenário contemporâneo dos movimentos trabalhistas, ao exacerbar a questão burocrática. “Ao abordar a obra do Poulantzas de forma crítica, o trabalho joga uma luz sobre o que ocorre no Brasil contemporâneo nesse ramo e ajuda a compreender as relações entre os funcionários do Estado e os trabalhadores organizados.”
Outras informações: (32) 2102-3569 – Programa de Pós Graduação em Serviço Social