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Reitor recebeu os jornalistas no Museu de Arte Moderna Murilo Mendes (Mamm) e falou sobre os últimos acontecimentos na UFJF (Foto: Clara Downey/UFJF)

O reitor da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Marcus Vinicius David, concedeu entrevista coletiva, na tarde desta quinta-feira, 27, sobre os movimentos de ocupação na instituição, a greve dos servidores técnico-administrativos em educação (TAEs) e o cumprimento de mandado de busca e apreensão deflagrado pela Polícia Federal no campus universitário. O reitor conversou com os jornalistas também sobre reivindicações dos alunos do curso de Medicina Veterinária.

Ocupações e greve dos TAEs

As ocupações que acontecem atualmente em unidades da UFJF – no Colégio de Aplicação João XXIII por estudantes secundaristas e na Reitoria por alunos do ensino superior desde quarta, 26 – e a greve dos TAEs são respeitadas pelo reitor e pelo Conselho Superior da instituição, por terem como pauta resistências à Proposta de Emenda Parlamentar (PEC 241/2016), que congela os investimentos em saúde e educação por 20 anos; à Medida Provisória (MP 746/2016), que propõe a reforma do ensino médio; e os diversos projetos de lei nos três âmbitos legislativos pela criação do Programa Escola sem Partido, especialmente o PL 867/2015, referente à educação nacional.

“Essas medidas têm gerado no Brasil todo atos de resistência de alunos, professores, pais, sindicatos e funcionários que entendem que elas representam uma ameaça à continuidade de programas sociais importantes e um ataque à educação de qualidade. O Conselho Superior já emitiu notas sobre todas essas medidas, mostrando-se contrário a elas e favorável aos diversos movimentos. Estamos negociando com os movimentos para que o acesso a setores administrativos essenciais que funcionam nas áreas ocupadas sejam liberados”, informou Marcus David.

Operação Acrônimo

O trabalho da Polícia Federal realizado no campus universitário na manhã desta quinta-feira, 27, com a deflagração da 11ª fase da Operação Acrônimo, teve a total colaboração da atual administração da UFJF. “A Polícia Federal está apurando possíveis irregularidades em um processo licitatório ocorrido no ano de 2012, feito pela Gestão 2010-2014. Os agentes apreenderam um processo de 21 volumes e a Universidade se coloca à disposição para colaborar com o trabalho da polícia. Os documentos seguirão para Brasília onde a operação terá continuidade”, esclareceu o reitor.

Marcus David garantiu, ainda, que é do interesse da UFJF que todos os esclarecimentos sobre o caso sejam feitos e que, se forem reveladas irregularidades, providências serão tomadas em prol da legalidade. “Desde o início da atual gestão, temos nos aproximado dos diversos órgãos que regulam e fiscalizam as atividades administrativas da Universidade, como o Tribunal de Contas da União, a Polícia Federal, o Ministério Público, a Corregedoria Geral da União. Trazemos conosco o princípio da legalidade e, por isso, podemos estabelecer um novo padrão de relação com esses órgãos.”

Medicina Veterinária

Sobre o curso de Medicina Veterinária, o reitor considerou que a implantação e o início do curso sem infraestrutura garantida foram atos de irresponsabilidade de administração anterior da UFJF. Para solucionar problemas pontuais e garantir que o curso continue a ser ofertado, a instituição tem identificado as deficiências e buscado criar os espaços necessários.

“Criamos laboratórios em um momento em que a educação pública no Brasil passa por fortes problemas. Assim, conseguimos solucionar questões emergenciais, mas precisamos agora evoluir nas complicações mais graves como a necessidade de uma fazenda experimental, de um hospital veterinário, o que só poderá ser feito, se buscarmos parcerias. Precisaremos, ainda assim, estabelecer uma forte negociação com o Governo Federal para viabilizar os próximos semestres do curso, uma vez que ele foi implantado numa gestão anterior sem nenhum planejamento”, finalizou Marcus David.