Doutor em fisioterapia cardiorrespiratória, o professor do campus avançado de Governador Valadares da Universidade Federal de Juiz de Fora, Cristino Oliveira, participou da atualização do Guideline Internacional Australiano em Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), divulgado esse ano. Fomentado pela Fundação Pulmonar da Austrália (Lung Foundation Australia) e pela Sociedade Torácica da Austrália e da Nova Zelândia (Thoracic Society of Australia and New Zealand), o documento oferece orientações médicas a respeito da doença e suas formas de tratamento, tendo como base as pesquisas mais recentes desenvolvidas sobre o tema.
Conforme Oliveira, o Guideline tem impacto direto na proposição de tratamentos, dispondo de informações atualizadas e acessíveis a médicos clínicos e especialistas em doenças respiratórias, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, psicólogos, nutricionistas e aos próprios pacientes. “Os profissionais da Austrália e Nova Zelândia recorrem às estas informações que são continuamente atualizadas neste documento. Estes países são referência em pesquisa clínica e desenvolvimento de tratamentos baseados em evidências científicas. Como este documento está disponível na internet profissionais brasileiros também podem recorrer à ele para se informar sobre avanços no tratamento destes pacientes.”
O professor, que coordena o Núcleo de Estudos em Fisioterapia Cardiorrespiratória e Desenvolvimento Humano na UFJF-GV, concluiu sua especialização na Austrália, contando com um doutorado pela Universidade de Melbourne, na Austrália, e dois pós-doutorados, pela Universidade La Trobe e pela Universidade Católica Australiana. A partir dessas experiências, surgiu o convite para a participação no Guideline, com o qual contribuiu tratando do tema “quedas em pacientes com doenças cardiorrespiratórias”.
2 milhões de brasileiros afetados
No Brasil, cerca de 2 milhões de pessoas são diagnosticadas anualmente com algum tipo de DPOC, a maioria apresentando quadros de bronquite crônica e enfisema. Fumantes ou ex-fumantes acima de quarenta anos e pessoas expostas a substâncias tóxicas ou fumaça são mais suscetíveis a essa doença, que tem como sintomas mais claros a falta de ar, espirros e tosse crônicas. Não havendo cura, tratamentos existentes visam controlar a enfermidade e melhorar a qualidade de vida do paciente. Atualmente, a DPOC é a quinta maior causa de internações pelo SUS.
No Brasil, aponta Oliveira, a Associação Brasileira de Portadores de DPOC oferece informações úteis sobre a doença, voltadas para profissionais de saúde, pacientes, seus familiares e comunidade.